Santos Rei Pelé assinou bi em 1962 e 1963 e Neymar o tri em 2011. Foto: Divulgação/Santos FC Rei Pelé assinou bi em 1962 e 1963 e Neymar o tri em 2011. Foto: Divulgação/Santos FC

Não tem Pelé nem Neymar: Cuca pode dar tetra ao Santos sem ter um fora de série no time

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Alexi Stival, o Cuca, pode levar o Santos ao tetracampeonato sem ter no elenco um jogador fora de série. Isso impressiona. Parece irrelevante, mas é muito signitivativo. Pela primeira vez, o clube badalado por ter revelado Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, e Neymar, não é escravo do talento de um jogador muito acima da média em uma decisão da Libertadores.

O Santos da final desta Libertadores funciona como time. Cuca tem Marinho, Soteldo, Kaio Jorge, mas nenhum deles tem o nível técnico dos astros do Peixe em outras edições. É um time muito mais operário do que dependente do peso de um nome, sobrenome ou apelido.

No primeiro título da Libertadores, em 1962, Pelé foi decisivo no jogo desempate contra o Peñarol. O Santos venceu a partida de ida por 2 x 1 no Estádio Centenário, em Montevidéu. O time uruguaio deu o troco na Vila Belmiro, por 3 x 2. O Rei não marcou nos dois duelos.

No terceiro… Bom, no terceiro, Pelé foi vestiu a fantasia de super-herói. O Santos venceu o Peñarol por 3 x 0 com gols dois gols da Majestade e um contra de Caetano. Estava consumado o primeiro título alvinegro na Libertadores assinado pelo maior fora de série da história.

Na edição seguinte, o Santos voltou à final da Libertadores contra o Boca Juniors. O Peixe venceu a primeira partida por 3 x 2, no Maracanã, Rio. Pelé assumiu papel de coadjuvante no confronto de ida. Coutinho, com dois gols, e Lima foram os protagonistas. Sanfilippo balançou a rede duas vezes e descontou para o time argentino.

Seletivo, Pelé deixou para entrar em cena no momento certo do segundo confronto. Foi dele o gol do título na virada por 2 x 1 sobre o Boca Juniors, no Estádio La Bombonera, em Buenos Aires. Sanfilippo abriu o placar, Coutinho empatou e Pelé fez o gol do título. Bicampeonato assinado pelo fora de série do time comandado por Luís Alonso Peres, o Lula.

O Alvinegro Praiano voltou a decidir a Libertadores em 2003. Emerson Leão contava com dois protótipos de fora de série — os meninos da Vila Diego, camisa 10, e o “Rei das Pedaladas” Robinho. Jovens, ambos sentiram a pressão da decisão. O Boca Juniors venceu a partida de ida por 2 x 1, a de volta por 3 x 1, festejou o penta continental e silenciou o Morumbi.

Como o raio tem mania de cair várias vezes no mesmo lugar, Neymar assumiu o papel de fora de série na campanha do tricampeonato do Santos. O primeiro jogo terminou empatado sem gols no Estádio Centenário, em Montevidéu. O atacante marcou seis gols. Um deles abriu o placar na partida de volta da finalíssima, no Pacaembu. Danilo fez o segundo, Durval ainda marcou contra para o Peñarol, deu emoção aos minutos finais, mas o Santos levou a taça.

A história das presenças do Santos na final mostram que sempre houve um fora de série capaz de colocar a farda de super-herói e decidir o título. Não haverá um gênio na decisão contra o Palmeiras, mas não faltará um time de operários montado pelo competentíssimo Cuca. Ou quem sabe Marinho, Soteldo e companhia incorporem Pelé ou Neymar em um lance genial.

 

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