Mane Garrincha O público total do Candangão 2023 só preenche um terço do Mané Garrincha. Foto: Ed Alves O público total do Candangão 2023 só preenche um terço do Mané Garrincha. Foto: Ed Alves

Mané Garrincha, o estádio, receberá Uruguai mais vezes do que o Anjo das Pernas Tortas enfrentou a Celeste

Publicado em Esporte

Palco das quartas de final da Copa América, o Estádio Mané Garrincha, em Brasília, receberá o Uruguai mais vezes do que o homenageado – Manoel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha – enfrentou a Celeste. A arena inaugurada em 2013 para a Copa do Mundo estendeu tapete vermelho para os campeões mundiais de 1930, 1950 e recordistas de títulos sul-americanos (15) no clássico contra a Argentina na fase de grupos. No sábado, abrigará Colômbia x Uruguai.

O Anjo das pernas tortas disputou 50 jogos pelo Brasil contra seleções. Apenas um diante do Uruguai. Justamente em uma Copa América, mas fora do país. Em 1959, Mané Garrincha participou da vitória por 3 x 1 sobre o arquirrival no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires. O Brasil comemorava um ano da conquista de sua primeira Copa do Mundo, em 1958. A competição continental de seleções ainda se chamava Campeonato Sul-Americano.

Garrincha formou o ataque verde-amarelo com Almir, Pelé e Chinesinho sob o comando do técnico Vicente Feola. O pau quebrou no clássico. Aos 40 minutos do primeiro tempo, Almir disputou a bola com o goleiro Leiva e ambos caíram. O camisa 1 estendeu a mão para ajudar o brasileiro a se levantar, mas, antes disso, Almir foi agredido pelos adversários Willian Martínez e Davoine. Pelé comprou a briga do companheiro de seleção e foi empurrado. Orlando Peçanha não gostou, atingiu Davoine e deu início a uma briga generalizada.

 

Cenas da guerra no único duelo de Mané Garrincha contra o Uruguai. Foto: Reprodução/Mancheste Esportiva

 

A partida ficou interrompida por 30 minutos depois de trocas de socos e pontapés em uma batalha campal no Monumental de Núñez. Depois do jogo houve confusão até sobre quem teria batido mais. Os brasileiros reivindicavam o triunfo no ringue, contrariando os uruguaios, que alegavam terem sido vitoriosos nos rounds de boxe no gramado do River Plate.

 

“Hoje nós ganhamos na bola e no braço”

Didi, depois da vitória do Brasil sobre o Uruguai na Copa América de 1959

 

O boletim médico do clássico resume o que foi aquele jogo: o goleiro Castilho sofreu lesão no supercílio. Bellini foi atingido no rosto e nos dentes. Didi saiu com hematoma no rosto. Almir sofreu contusão na perna esquerda e na mão direita. Orlando feriu o lábio e a perna esquerda. Gilmar foi agredido no pescoço e na orelha direita. O Uruguai teve seis jogadores atingidos.

 

Garrincha (primeiro agachado à esquerda) antes do duelo com o Uruguai. Foto: Reprodução/Manchete Esportiva

 

Entre “mortos” e feridos salvaram-se todos. Principalmente Mané Garrincha, que saiu ileso no único clássico contra o Uruguai da carreira dele. Ah, teve futebol. Com a bola nos pés, o Brasil venceu por 3 x 1. O Uruguai saiu na frente com um gol de Escalada depois de um erro de Didi. A Seleção Brasileira reagiu na etapa final com um hat-trick de Paulo Valentim, autor dos três gols do triunfo verde-amarelo naquela Copa América conquistada pela Argentina.

A Colômbia também é um adversário raro na carreira de Mané Garrincha. Ele também só enfrentou o adversário uma vez. O Brasil goleou por 9 x 0, em Lima, pela Copa América de 1957. O Mané Garrincha estádio abrigará jogo da Colômbia pela segunda vez. A outra foi na Copa do Mundo de 2014. A Colômbia derrotou a Costa do Marfim por 2 x 1 na fase de grupos.

 

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