Brasil Gabriel Jesus não marcava desde a final da Copa América 2019, no Maracanã. Foto: Lucas Figueiredo/CBF Gabriel Jesus não marcava desde a final da Copa América 2019, no Maracanã. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Goleada do Brasil contra a Coreia do Sul serviu para fortalecer homens de confiança do técnico Tite

Publicado em Esporte

Os técnicos têm seus homens de confiança. Adenor Leonardo Bachi, o Tite, não é diferente. Você pode até não gostar ou questionar as presenças de Gabriel Jesus e de Philppe Coutinho na Seleção, mas o treinador confia neles. Ponto. Faltava a contrapartida. Atuações que justificassem a persistência do treinador. A cinco meses do início da Copa, eles corresponderam na goleada por 5 x 1 contra a Coreia do Sul, em Seul. 

Gabriel Jesus não fazia gol pelo Brasil desde a final da Copa América de 2019 contra o Peru.  Perdeu espaço e proporcionou o aumento de concorrentes não somente na função de centroavante, mas também no papel de ponta ou extremo pelo lado direito. Richarlison assumiu o papel de centroavante contra a Coreia do Sul. Matheus Cunha entrou na briga. Antony, Raphinha, Everton Ribeiro e Gabigol atuaram naquele pedaço de campo. 

A vaga aparentemente garantida para a Copa do Qatar começou a ficar ameaçada. Jesus precisava dar uma resposta e conseguiu. Entrou no lugar de Raphinha no segundo tempo e aproveitou os 16 minutos em campo para fazer as pazes com as redes. Cortou para dentro e acertou o cantinho direito do goleiro Seung-Gyu Kim. Um sentimento de alívio para ele e Tite. Jesus carregará rumo ao Qatar o fardo de não ter balançado a rede na Rússia. De saída do Manchester City, o xodó de Tite dificilmente ficará fora da lista dos 26 convocados.

Philippe Coutinho voltou a ser chamado sob protestos de quem o menosprezava por ser reserva do Barcelona. Defendi a volta de Philippe Coutinho justamente por entender que ele é um dos homens de confiança do Tite. O bom começo no Aston Villa sob a batuta do técnico Steven Gerrard consolidou o retorno dele. Os gols também. Balançou a rede contra o Chile, no Maracanã, Além de entregar desempenho, Coutinho tem três gols nas últimas quatro exibições. Marcou contra Paraguai, Chile e Coreia do Sul. 

Philippe Coutinho se consolida ao lado de Lucas Paquetá como os possíveis meias do Brasil na Copa e esvaziam cada vez mais as chances de Raphael Veiga ganhar uma chance. Não por falta de merecimento, mas devido a convicção de Tite nos articuladores. 

Richarlison parecia ter perdido espaço entre os titulares. Foi o homem de referência no ataque e teve instinto de centroavante no lance do gol. Fred chutou e o jogador do Everton meteu o pé no meio e desviou a bola para o fundo da rede. 

Autor dos dois gols de pênalti, Neymar vai além de ser homem de confiança do Tite. É o único fora de série da turma. Está em outro patamar numa comparação com Gabriel Jesus, Philippe Coutinho e Richarlison. Acertou as duas cobranças de pênalti — a segunda delas cheia de deboche — e está a quatro gols de alcançar o recorde do Rei Pelé na Seleção. A tendência é de que ele consiga nos próximos amistosos ou até mesmo na Copa do Mundo. 

Outros dois jogadores merecem destaque. Que bela exibição do Alex Sandro. Sofreu dois pênaltis e comportou-se muito bem no que faz de melhor — a proteção defensiva pelo lado esquerdo seja na função de terceiro zagueiro no 3-2-5 ou na composição em linha de quatro. O gol de honra da Coreia do Sul saiu em um lance inaceitável. O experiente zagueiro Thiago Silva permitiu o giro de Ui Jo Hwang no empate por 1 x 1. 

É óbvio que o Brasil não enfrentou a Itália, como fez a Argentina na quarta-feira. Entretanto, a Coreia do Sul não é um teste desprezível. O técnico português Paulo Bento escalou seis jogadores utilizados no triunfo por 2 x 0 contra a Alemanha na Copa da Rússia. Não é o melhor dos mundos, mas é o mundo que se tem, hoje, disponível na agenda das datas Fifa. 

 

Siga no Twitter: @marcospaulolima

Siga no Instagram: @marcospaulolimadf