Alcolumbre Davi Alcolumbre em visita à CBF, em setembro de 2019, para debater o projeto do clube-empresa Davi Alcolumbre em visita à CBF, em setembro de 2019, para debater o projeto do clube-empresa

Encontro com Davi Alcolumbre aproxima CBF de Rodrigo Pacheco, candidato à presidência do Senado

Publicado em Esporte

Uma visita do Secretário Geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Walter Feldman, ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), na tarde de terça-feira (19/1), aproximou a entidade de uma peça-chave para os interesses da indústria da bola no Congresso Nacional.

Candidato de Alcolumbre à sucessão dele no comando da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) participou do encontro justamente no dia em que oficializou a candidatura à presidência do Senado. A votação será no início de fevereiro. Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, Pacheco concorrerá com Simone Tebet (MDB-MS), Major Olímpio (PSL-SP) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO).

O blog apurou que a visita de Feldman foi institucional. Ele não teria tocado em pautas como a criação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e o veto de Bolsonaro ao congelamento do pagamento dos boletos do Profut em meio à pandemia. Aparentemente, houve uma troca de bastão, com Alcolumbre aproximando Pacheco da CBF e das demandas da entidade.

Em setembro de 2019, o atual mandatário do Senado foi até a sede da entidade máxima do futebol, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, conhecer e debater sobre temas sensíveis como o clube-empresa. Alcolumbre conversou com o presidente Rogério Caboclo, Walter Feldman e até trocou ideias com Tite, técnico da Seleção Brasileira.

Na terça-feira, Feldman decolou de São Paulo para Brasília depois de participar da reunião do Sindafebol — Sindicato Nacional das Associações de Futebol Profissional e suas entidades estaduais e ligas. Ele havia agendado encontro com Davi Alcolumbre a fim de agradecer pelos dois anos de gestão na presidência do Senado. Numa dessas coincidências, Rodrigo Pacheco estava lá.

Responsável por fazer a ponte política da entidade máxima do futebol com os três poderes, Feldman tem habilidade para isso. O ex-deputado federal transita com experiência e habilidade pelos corredores do Congresso Nacional em defesa dos interesses da CBF.

Rodrigo Pacheco é peça-chave para a engrenagem do futebol por pelo menos dois motivos. Em outubro de 2019, o senador apresentou projeto de lei que versa sobre a adoção do clube-empresa em um modo diferente. Ele propõe a criação de uma nova estrutura societária, a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) com um conjunto de regras específicas.

Os mentores são os advogados Jose Francisco Manssur e Rodrigo Monteiro de Castro. A ideia é diferente daquela apresentada pelo deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ), que teve apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Pedro Paulo defende a migração dos clubes para a sociedade anônima (S/A) convencional. Rodrigo Pacheco levanta a bandeira da criação de uma estrutura societária específica para o futebol (SAF), com mecanismos e travas de segurança customizadas para essa indústria.

A SAF projeta ações ordinárias de classes A e B para que as associações civis que hoje administram seus times de futebol, detentoras de ações de classe A, mantenham poder em relação ao futuro em temas como mudanças de sede, cores e símbolos, mesmo que a maior parte das ações de classe B sejam comercializadas para investidores.

O modelo defendido por Pacheco proíbe que o mesmo investidor tenha participação em mais de um clube-empresa, prevê a emissão de uma debênture exclusiva para o futebol para captação de investimentos. O texto sugere, ainda, que um período de transição tributária a fim de que clubes-empresas percam isenção em doses homeopáticas com tempo de adaptação.

Rodrigo Pacheco também é peça-chave para a intermediação de outro tema que diz respeito aos clubes. Neste mês, o presidente Jair Bolsonaro vetou o congelamento do Profut e extinguiu repasses de percentual de salário e transferências a sindicatos de futebol. Aprovado pelo Congresso em dezembro, o projeto previa suspensão do pagamento do boleto do Profut durante a pandemia. Em maio do ano passado, o Ministério da Economia havia prorrogado o benefício por cinco meses. Com o veto, volta a ser cobrado pela Fazenda Nacional.

 

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