52643242959_06397738df_c O primeiro Choque-Rei do ano terminou sem gols no Allianz Parque. Foto: Cesar Greco/Palmeiras O primeiro Choque-Rei do ano terminou sem gols no Allianz Parque. Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Empate sem gols entre Palmeiras e São Paulo foi um duro choque de realidades

Publicado em Esporte

Não foi Choque-Rei. Houve um duro choque de realidades. Aniversariante do dia, o agora cinquentão Rogério Ceni ganhou o presente desejado neste domingo. Deixou o Allianz Parque sem perder para o atual campeão paulista e brasileiro Palmeiras. Programou o São Paulo para isso e conseguiu. Queria um time mais aplicado na marcação do que comprometido em balançar a rede do adversário. Conseguiu.

 

Se o primeiro Choque-Rei merecesse um vencedor, o Palmeiras deixaria a casa própria com três pontos. O argumento é o volume de jogo no segundo tempo. O alviverde foi intenso no início da etapa final. Pressionou a saída de bola adversária e forçou o tricolor a amarrar a partida cometendo faltas ou fazendo cera a fim de diminuir o ímpeto do inimigo.

 

Como esperado, o São Paulo mostrou um time tão limitado quanto o elenco. Rogério Ceni está montando a equipe idealizada por ele antes do início da temporada. Consequentemente, isso demanda tempo. Seria muito otimismo esperar um triunfo logo no início da temporada.

 

Do Palmeiras, sim, poderia se esperar mais. Abel Ferreira tem um time encorpado, mas sofre neste início de ano com duas perdas irreparáveis. O volante Danilo e o meia Gustavo Scarpa eram duas peças-chave na engrenagem. Sem eles, o futebol do time não flui com naturalidade. A equipe procura caminhos alternativos para chegar ao gol e tem dificuldades.

 

O trio de ataque formado por Dudu, Rony e Endrick ainda não tem movimentos sincronizados. Natural que se procurem. Começaram a atuar juntos no fim do ano passado. Raphael Veiga parece sobrecarregado na armação. Ele sente muito a ausência de Gustavo Scarpa. Falta entrosamento com Zé Rafael e Atuesta. Há carências na formação principal e no banco.

 

Abel Ferreira começou a colocar os reservas em campo, a qualidade caiu e o São Paulo passou a se soltar um pouco mais em busca da vitória. No entanto, faltou qualidade. Desarticulado, o Palmeiras insistiu demais nas bolas cruzadas para a área e levava perigo nas cobranças ensaiadas de escanteio. O repertório de Abel Ferreira é variado nesse quesito.

 

No fim, Rogério Ceni pode festejar os 50 anos em paz, sem as cobranças de uma derrota para o rival. O Palmeiras saiu de campo ouvindo críticas injustas da torcida a um time campeão de quase tudo na Era Abel Ferreira — só falta o Mundial. Pode-se até ponderar os ataques à presidente Leila Pereira por não abrir o cofre às contratações, mas vale ponderar o componente político. Ela fechou a torneira de investimentos carnavalescos para a escola de samba vinculada ao clube. Nada como a possibilidade de título da Supercopa do Brasil contra o Flamengo no sábado, no Mané Garrincha, para acalmar os ânimos. Afinal, Abel Ferreira terá o que gosta no fim de semana: um jogo decisivo para se preocupar. Ele é muito bom nisso.

 

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