enea Campeão dos campeões: Palmeiras é o recordista de títulos brasileiros. Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Dez pitacos sobre futebol candango, brasileiro e internacional no fim de semana da bola

Publicado em Esporte
  1. Soube ganhar

Incontestável o título do Palmeiras. Por sinal, o eneacampeão brasileiro foi líder pela primeira vez nesta Série A na… primeira rodada! Merecidíssimo. Cuca está de parabéns até pelas surpresas de ontem. Uma delas, o lindo gol em jogada ensaiada. Daquelas que fazem o torcedor compreender a razão de um treino secreto. Bela surpresa também Cuca vestir a camisa 8 na comemoração, número dele na passagem pelo Palmeiras como jogador. Bacana a saída do goleiro Jailson no fim do segundo tempo, ovacionado, para a entrada do ídolo Fernando Prass, tão aplaudido quanto. Que pé-quente esse menino Gabriel Jesus. Vendido por R$ 121 milhões ao Manchester City, se despede campeão da Copa do Brasil (2015) e do Brasileirão (2016). E o Dudu? Trocou farpas com Cuca na chegada do técnico, mas se entendeu com o chefe ao longo da temporada e virou capitão. Por fim, Zé Roberto: lateral-esquerdo, volante, meia, tudo isso e mais um pouco… aos 42 anos. Que profissionalismo. Era titular daquela Portuguesa que perdeu o título de 1996 para o Grêmio, no Olímpico. Perseverou 20 anos e finalmente é campeão brasileiro. Sensacional.

 

  1. Soube perder

O hino do Flamengo diz vencer, vencer, vencer, mas s torcida do Flamengo deu belo exemplo no Maracanã ao compreender que um elenco ainda limitado na minha opinião conseguiu ter uma campanha superior até à do time do hexa, aquele de Bruno, Petkovic e Adriano, que fez 67 pontos no título de 2009. A equipe atual tem 70. Pode chegar aos 73 se vencer o Atletico-PR na última rodada e superar as campanhas do Fluminense, campeão em 2012, e do Corinthians, de 2013, campeões com 71. É muita coisa. O desempenho precisa ser valorizado. Muito bacana o bom-humor no telão do estádio para avisar que o cheirinho não acabou e vai ser mais forte em 2017 e a postura do técnico Zé Ricardo ao elogiar a campanha do Palmeiras.

 

  1. Soube sofrer

A torcida do Santos não deve ficar chateada com o time depois da derrota de ontem para o Flamengo. O trabalho de Dorival Júnior foi excepcional diante de tantas perdas e danos causadas pelas diversas convocações das seleções de base à principal, à venda de Gabigol e ao dinheiro curto para contratações. O acesso direto à fase de grupos da Copa Libertadores da América é uma bênção dos deuses da Vila em uma temporada tão complicada.

 

  1. Muito pouco

O Atlético-MG só não é a maior decepção do Brasileirão por causa do Inter, que pode ser rebaixado. O elenco mais forte do país está à beira de perder a vaga direta para a Libertadores via Copa do Brasil e vai ter de se sujeitar a uma Pré-Libertadores depois da derrota de ontem para um combalido São Paulo. O sucesso em 2017 passa pela escolha de um bom técnico.

 

  1. Bem-me-quer-mal-me-quer

Impressionante a falta de vontade da turma que briga pelas vagas extras para a Libertadores. Eram três senhas, passaram a ser seis e nenhum dos clubes que brigam por elas venceu no fim de semana. Botafogo, Corinthians e Atlético-PR empataram. O comodismo deve custar caro, principalmente, ao Timão. Além de vencer o Cruzeiro no Mineirão na última rodada, tem que secar os dois concorrentes. Vai ficar feio para o técnico Oswaldo de Oliveira não conseguir vaga sequer para a Libertadores.

 

  1. Só tem tu, vai tu mesmo

Que golaço do Valdívia na vitória do Internacional sobre o Cruzeiro no Beira-Rio. Que personalidade na arrancada da intermediária ao chute indefensável. A jogada é um retrato do drama colorado. Valdívia gesticula pedindo que alguém se movimente para dar opção de passe, tabelar com ele, mas os companheiros se escondem, se omitem, sentem falta de entrosamento. Ninguém reage e Valdívia decide sozinho. Hoje, é torcer por um triunfo do Coritiba diante do Vitória para chegar à última rodada com diferença mínima de pontos para tentar evitar o inédito rebaixamento.

 

  1. Castigo

Ruim com Levir Culpi, pior sem ele. Impressionante como o Fluminense piorou nesta reta final de Campeonato Brasileiro. Justamente na hora de brigar até o fim por vaga na Libertadores. Peter Siemsen quis dar satisfação em tempos de troca de presidente nas Laranjeiras, ganhou votos, elegeu o sucessor Pedro Abad, mas jogou na lata do lixo a vaga para a Libertadores. Um baita desperdício. A derrota para o rebaixado Figueirense mostrou um time sem alma.

 

  1. Juntos de novo

Enquanto São Paulo comemora o fato de seus quatro grandes terem ao menos um título brasileiro na era dos pontos corridos — Santos (2004), Corinthians (2005, 2011 e 2015), São Paulo (2006, 2007 e 2008) e Palmeiras (2016) — o Rio de Janeiro celebra o fato de ter seus quatro clubes juntos novamente na Série A. A última vez havia sido em 2013. Com um sofrimento desnecessário, o Vasco fez a sua obrigação no sábado. E os fãs de Botafogo x Vasco vão poder matar saudade do clássico. Finalistas dos últimos dois cariocas, os rivais não se enfrentam na elite desde 2013. Uma vergonha. Bem-vindo de volta, Vasco. Bem-vindo de volta, Bahêa. Se o Vitória não for rebaixado vai rolar Ba-Vi na elite em 2017.

 

  1. Vai rezar, Tite…

Preocupantes as lesões de Daniel Alves e de Philippe Coutinho no fim de semana do futebol europeu. Dois titulares de Tite na Seleção Brasileira. O lateral-direito deve parar por três meses. O meia-atacante será submetido a um exame hoje para diagnosticar a gravidade da contusão. Ambos podem ficar fora do clássico de março contra o Uruguai, em Montevidéu. Neymar é outro que quase se deu mal ao bater sua Ferrari antes de se apresentar ao Barcelona para o empate por 1 x 1 com a Real Sociedad. A bruxa tá solta.

 

  1. Sob nova direção

Ex-presidente da Federação Brasiliense de Futebol e chefe delegação da Seleção Brasileira na campanha do penta na Copa de 2002, Weber Magalhães foi eleito ontem por aclamação presidente do Gama. O mandato é de quatro anos. Tempo suficiente para alçar um time fora de série, sem divisão, a uma Série C, Série B.  Mas uma coisa é comandar federação, secretaria de esportes, ser vice da federação de futsal. Outra totalmente diferente é administrar um clube de futebol. É preciso ter criatividade para levar o time de maior torcida na cidade aos seus melhores dias. A começar pelo título candango. Boa sorte ao Weber.