No post anterior, mostrei que um amigo do técnico Juan Carlos Osorio, Vanderlei Luxemburgo e a advogada de Zé Ricardo confirmavam que haviam sido procurados pelo Santos, mas não mostravam convicção quanto ao acerto. No início da tarde desta segunda-feira, o diretor de futebol Ricardo Gomes surpreendeu ao anunciar Alexi Stival, o Cuca, como “novo-velho” comandante do Peixe até dezembro de 2019. A negociação aconteceu na manhã de hoje e demorou três horas para ser sacramentada. Cuca passou pelo alvinegro em 2008 e não vingou.
A contratação de Cuca é uma bela sacada da diretoria do Santos. Campeão da Libertadores em 2013 pelo Atlético-MG e do Campeonato Brasileiro em 2016 a frente do Palmeiras, o treindor soube lidar com duas promessas nas duas conquistas. Bernard, apelidado por Luiz Felipe Scolari de “menino com alegria nas pernas”, brilhou sob o comando dele no Galo. Gabriel Jesus teve o melhor desempenho da carreira justamente em uma temporada sob a batuta de Cuca.
Depois de ajudar a lapidar Bernard e Gabriel Jesus, Cuca desembarca no Santos com a missão pedagógica de aprimorar o atacante Rodrygo e dar um jeito na carreira de Gabriel Barbosa, o Gabigol. Em 2008, chegou a dar moral ao jovem Paulo Henrique Ganso no sistema tático 3-5-2 numa derrota para o Atlético-MG por 3 x 2. Por sinal, não se assuste se o comandante solicitar a volta do meia.
No Atlético-MG de 2013, Bernard tinha 20 anos quando foi titular de Cuca na Libertadores e formou o quarteto ofensivo com Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli e Jô. Gabriel Jesus era dois anos mais novo do que Bernard quando se firmou como camisa 9 do Palmeiras na campanha do nono título brasileiro alviverde. Foi o artilheiro do time com 12 gols.
Rodrygo tem 17 anos. Está mais aberto aos ensinamentos de Cuca do que Gabriel Barbosa. A primeira missão do técnico em relação a Gabigol é lidar com a marra do atacante de 21 anos. Ele se sente dono do time. É um dos responsáveis pela saída de Jair Ventura. Cuca deixou o Palmeiras justamente por causa da marra do veterano Felipe Melo. O treinador tem dificuldade para lidar com jogadores problemáticos. Portanto, o desafio é achar uma posição confortável para Gabriel Barbosa fazer o que sabe.
Além dos moleques, Cuca contará com dois baita reforços para a sequência do Brasileirão, da Copa do Brasil e da Libertadores. O uruguaio Carlos Sánchez foi eleito o melhor jogador da América do Sul em 2015 ao brilhar na campanha do título continental do River Plate. Comentarista do SporTV na Copa de 2018, Cuca viu Bryan Ruiz in loco com camisa da Costa Rica na Rússia. O meia foi eleito o melhor jogador da Concacaf em 2016.
Portanto, Cuca tem a juventude e a experiência necessária para fazer um trabalho bem superior ao de 2008. Na primeira passagem pelo cargo, ele teve aproveitamento de 31%. Em 14 jogos, acumulou três vitórias, quatro empates e sete derrotas.