De Benítez a Arrascaeta: a noite decisiva dos “enganches” de São Paulo e Flamengo na Libertadores

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O argentino decidiu para o São Paulo; e Arrascaeta brilhou pelo Flamengo. Fotos: AFP

 

Flamengo e Palmeiras fizeram o grande jogo deste início de temporada, em Brasília, na decisão da Supercopa do Brasil, mas, pelo que tenho observado, o São Paulo evolui rapidamente para alcançar a prateleira dos times mais vencedores do país em 2020. A vitória tricolor contra o Sporting Cristal, no Peru, a quinta em nove dias, é mais uma prova disso. Estou curioso para o primeiro duelo entre os dois times, na 13ª rodada da Série A.

A boa estreia dos times de Hernán Crespo e Rogério Ceni na Libertadores passa pelos pés de meias estrangeiros. Martín Benítez participou de dois dos três gols do São Paulo. Arrascaeta enviou pedido de transferência bancária para a diretoria do Flamengo em meio à polêmica da compra de 12,5% dos direitos econômicos. Ambos foram decisivos.

Em Lima, Benítez acionou Reinaldo no lance do primeiro gol tricolor. Participou da trama da jogada e viu o volante Luan finalizar de primeira. Na etapa final, balançou a rede pela primeira vez com a camisa do São Paulo. Soltou míssil de longe após roubada de Luan. Fez até a torcida esquecer o gol de falta marcado por ele, no Morumbi, pelo Vasco, em janeiro.

Benítez é um belo trunfo de Crespo para a sequência da temporada. O técnico o conhece do futebol portenho. Logo, tem tudo para extrair o máximo compatriota. O argentino dá variação de jogo ao time. Quando os alas estão marcados, há opção de jogo por dentro com ele. Claro, ainda é cedo para cravar que Benítez dará certo no São Paulo. Ele era irregular no Vasco. A grande notícia é o primeiro gol. Ótimo sinal.

Enquanto isso…

Em Buenos Aires, o Flamengo fez algo raro. Venceu na estreia da Libertadores pela terceira edição consecutiva. Bateu o San José, em 2019; o Junior Barranquilla, em 2020; e o Vélez Sarsfield nesta terça-feira. Venceu — e convenceu — porque tem um jogador fora de série no meio de campo. Que passe foi aquele do Arrascaeta para o Gabigol! Que chute lindo do uruguaio no lance da virada no estádio Jose Amalfitani.

Em meio à queda de braço sobre a tal compra dos 12,5% dos direitos econômicos cobrada pelo polêmico agente Daniel Fonseca, Arrascaeta obrigou o departamento financeiro rubro-negro a fazer contas para atualizar o contrato.

Rogério Ceni ainda precisa arrumar a defesa. Foi o nono jogo do Flamengo desde o retorno do elenco profissional para a temporada 2021. O time sofreu gol em sete. Só não foi vazado nas vitórias contra o Bangu (3 x 0) e o Botafogo (1 x 0). A equipe rubro-negra segue sofrendo muitos gols. São 12 em 9 jogos. Problema antigo.

Gabigol continua batendo pênalti com gelo no sangue. E Willian Arão se aproxima da marca de 30 gols pelo Flamengo em seis temporadas. Acho muito para quem é volante e agora atua no papel de zagueiro.

As decepções da noite foram Internacional e Santos. Vale ponderar que o time colorado jogou na altitude de 3.600m contra o estreante Always Ready, mas o técnico Miguel Ángel Ramirez inventou demais. Lembrou o ex-técnico do Flamengo, Doménec Torrent no excesso de ousadia.

O Santos perdeu ao nível do mar para o Barcelona de Guayaquil. Ariel Holan também quis ser o gênio da lâmpada ao mudar a posição de Pará e se atrapalhou. Frustrante se lembramos da excelente partida dos meninos da Vila contra o San Lorenzo no duelo de ida pela terceira fase preliminar.

 

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