Brasiliense Em 2013, o título do Brasiliense no novo Mané foi transmitido em tevê aberta. Foto: Divulgação/Brasiliense

Finais do Candangão podem ficar fora do ar em 2017

Publicado em Esporte

Se a decisão do título do Candangão fosse hoje, e o Brasiliense estivesse na briga pela taça, as partidas de ida e volta da final não poderiam ser transmitidas pela tevê. O blog apurou que, dos 12 clubes participantes do torneio em 2017, o Jacaré é o único que não assinou o termo aditivo do contrato com a Globo, detentora exclusiva dos direitos desde 2013. Nesta década, a emissora transmitiu a disputa pelo título de 2013 a 2016. O duelo pelo troféu também foi ao ar em 2001, quando Brasiliense e Gama eram os protagonistas.

O Brasiliense não concorda com os valores pagos aos times. Em 2016, os 12 clubes e a Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) dividiram R$ 476.933,21. Cada um teve direito a R$ 36.687,17. Pelo contrato, a receita deve sofrer reajuste em 2017 com base no INPC. Atlético Taguatinga, Brasília, Ceilândia, Formosa, Gama, Luziânia, Paracatu, Paranoá, Real, Santa Maria e Sobradinho aceitaram as condições. A exceção é o Brasiliense.

“O Brasiliense ainda não assinou o termo aditivo até 2019, mas isso deve ser resolvido nos próximos dias”, confirmou ao blog o presidente da FFDF, Erivaldo Alves. O Brasiliense não quis se manifestar sobre o assunto e a Globo apenas aguarda o desfecho do impasse. Para transmitir o torneio, a empresa precisa da assinatura dos 12 clubes e da FFDF. Em 2013, por exemplo, não houve problema. A decisão entre Brasiliense e Brasília foi transmitida e o Jacaré levou o título. Nas últimas três edições, a final foi entre Luziânia x Brasília (2014), Gama x Brasília (2015) e Luziânia x Ceilândia (2016).

O Campeonato Candango de 2017 vai ter 66 jogos na primeira fase, 16 nas quartas, quatro nas semifinais e duas na decisão, totalizando 88 confrontos. Por enquanto, apenas as finais, em 29 de abril e 6 de maio, no Mané Garrincha, serão transmitidas para o DF.

Além do contrato com a tevê, os clubes participantes do Candangão têm um acordo de patrocínio com o Banco de Brasília (BRB). A tendência é que cada clube receba R$ 7 mil por partida. O Plano de Patrocínio prevê uma tabela progressiva, de acordo com o avanço das equipes na competição, ou seja, recebem mais aquelas equipes que conquistem melhores resultados. Existem bônus para equipes que passem de fase.

Dos 12 clubes que vão disputar a primeira divisão do Campeonato Candango em 2016, nove participaram do último encontro com o BRB. Brasiliense, Paracatu e Formosa não compareceram. Luziânia, Paranoá, Ceilândia, Real, Gama, Taguatinga, Santa Maria, Brasília e Sobradinho demonstraram interesse e enviaram representantes.

Há algumas contrapartidas exigidas pelo BRB: a exibição da marca no ombro e nas costas. Além disso, placas estáticas de publicidade devem anunciar o banco e seus produtos. Uma das exigências para o depósito do valor a cada partida é o envio de imagens que comprovem a exposição do patrocinador. Vale lembrar que somente as finais são transmitidas pela tevê, ou seja, na maior parte do Candangão, a exposição é na mídia impressa ou na internet.

O BRB reclama da falta de visibilidade do Campeonato Candango e espera aparecer nacionalmente ao menos nos Gols do Fantástico, da tevê Globo. Uma série de estudos apresentados aos executivos indicaram que o peito e os ombros são os espaços mais nobres na camisa de um time — principalmente quando os cinegrafistas fecham no jogador durante as entrevistas pré e pós-jogo.