Borderô de Flamengo x Coritiba mostra que até Federação Carioca lucrou mais do que o GDF

Publicado em Sem categoria

A liquidação do lápis vermelho (e preto) do Governo do Distrito Federal custou caro aos cofres do Executivo. O borderô da derrota do Flamengo para o Coritiba, por 2 x 0, na última quinta-feira, está publicado no site da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ao menos uma entidade recebeu mais dinheiro do que o GDF na divisão da renda de R$ 3.995.000,00 gerada pelo público recorde de 67.011 pagantes no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.

A Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj) levou R$ 383.247,50. O curioso é que o órgão é comandado por Rubens Lopes, desafeto do Flamengo. Em uma das tensas reuniões da entidade neste ano, o presidente rubro-negro, Eduardo Bandeira de Mello, deixou o encontro acusando o cartola de tê-lo xingado. Bandeira não pode fazer nada. A taxa da Ferj é obrigatória. O Flamengo paga o tributo a ela independentemente do local da partida.

Quebrado, o GDF cedeu à pressão do Flamengo e da empresa do ex-jogador Roni e baixou o valor da taxa de ocupação do Mané Garrincha de 10% para 7% da renda bruta. No início do ano, o governo já havia feito uma promoção ao derrubar o valor de 15% para 10% publicando no Diário Oficial do DF. Com dificuldade para captar jogos, topou deixar por 7%. Resultado: ganhou R$ 268.273,25, ou seja, muito menos do que a Federação de Futebol do Estado do Rio.

Em entrevista ao blog antes de ceder o Mané Garrincha ao duelo entre Flamengo e Coritiba, o secretário de Turismo, Jaime Recena, deixou claro que 7% era o mínimo que o GDF aceitava na guerra fiscal com outros estádios de Copa. As arenas das Dunas, Pantanal e Amazonas chegaram a oferecer taxa 0% ao Flamengo na tentativa de levar o jogo para Natal, Cuiabá ou Manaus. O GDF se recusou a deixar de graça, mas topou a pechincha e reduziu de 10% para 7%.

Quebrada, a Federação Brasiliense de Futebol também se deu bem. Sem grana até mesmo para organizar a segunda divisão local, a entidade ganhou um fôlego extra de R$ 191.623,75. O Flamengo se deu bem. O clube da Gávea ganhou uma cota de R$ 1,5 milhão. Para se ter uma ideia, estima-se que o salário de Paolo Guerrero, principal jogador do time, seja de R$ 650 mil. Ou seja, a grosso modo, dá para aplicar a grana em dois ordenados do peruano e ainda fazer um agrado a ele com o troco. O Flamengo não vence em Brasília há sete jogos, desde os 3 x 0 sobre o Atlético-MG no Campeonato Brasileiro de 2013. Na nova arena, só triunfou duas vezes em 10 jogos. Mas o Mané Garrincha continua sendo a galinha, ou melhor, o elefante dos ovos de ouro.