Amistoso Com a goleada sobre a Austrália, Brasil tem 10 vitórias e uma derrota na era Tite. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Austrália 0 x 4 Brasil: notas e uma análise do amistoso

Publicado em Esporte

Se a ideia era fazer testes, Tite ganhou algumas dores de cabeça para o duelo de 31 de agosto contra o Equador, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, pela Eliminatórias da Copa de 2018. Na minha opinião, Alex Sandro avisou que está na briga com Filipe Luis pela reserva de Marcelo. Improvisado de falso 9, Diego Souza vai se consolidando no elenco.

Esperava mais de alguns jogadores. Enquanto Alex Sandro lançava candidatura a uma vaga na lateral esquerda, Rafinha foi burocrático na direita. Acho que fortaleceu a convicção de Tite em Daniel Alves e Fagner. Particularmente, acho que Mariano, do Sevilla, deve ser testado mais vezes nessa posição. Achei Thiago Silva e Rodrigo Caio seguros. O mesmo não é possível afirmar em relação a David Luiz. Teve altos e baixos durante a partida.

Douglas Costa é outra decepção. Muito mal quando entrou como titular diante da Argentina e pior ainda como titular na goleada sobre a Austrália. Deu brecha para Taison, que fez até gol.

Taticamente, foi importante ver Philippe Coutinho aberto na direita, na esquerda e centralizado na vitória desta terça-feira, assumindo o papel de protagonista na ausência de Neymar. Foi bom ver Giuliano, artilheiro da última Liga Europa, em outra função, aberto nas pontas. Ele geralmente é o reserva de Paulinho. Faltou falar de Willian. Impressionante como ele muda a dinâmica de jogo. Entrou bem e se consolida como nome certo para a Copa.

Dois detalhes. Na entrevista coletiva, Tite destacou uma declaração de David Luiz no momento da oração antes de a Seleção: “Ele disse: vocês não sabem como é bom estar aqui”. Cuidado, Tite, menos emoção e mais razão. Depois do jogo, Rafinha disse que é bom fazer parte do grupo atual, principalmente com o ambiente que se tem agora. Mais uma prova de que o problema dele era mesmo com o Dunga.

 

Diego Alves

Foi pouco exigido em finalizações fraquinhas da Austrália. Saídas de bola com segurança e deu para perceber muita conversa com a defesa. Nota: 6

Rafinha

Exibição discreta para quem disputa vaga com Daniel Alves e Fagner. Nota 5,5

Thiago Silva

Defensivamente, teve trabalho com as bolas aérea na cabeça de Tim Cahill. Na frente, deixou o dele após assistência do parceiro de zaga Rodrigo Caio. Nota 6,5 Jemerson Não comprometeu durante os 16 minutos em campo. Nota 6

Rodrigo Caio

Assim como Thiago Silva, teve trabalho com Tim Cahill. No mais, qualidade na saída de bola e assistência para o gol de Thiago Silva no segundo tempo. Nota: 7

Alex Sandro

Apoiou bem mais do que Rafinha. Finalizou duas vezes com perigo e protagonizou cruzamentos perigosos. Uma boa dor de cabeça para o técnico Tite. Nota: 6,5

David Luiz

Atuou como no Chelsea, na função de terceiro zagueiro/volante. Deu alguns botes errados, roubou algumas bolas, mas errou passes, deixou Diego Souza na cara do gol, acertou a trave em uma cabeçada, mas acho o improviso desnecessário partindo do princípio de que Rodrigo Caio, por exemplo, pode fazer essa função com qualidade. Tite deixa claro que pensa em David Luiz como volante ou terceiro zagueiro. Logo, a situação de David Luiz é difícil para entrar no grupo. Nota 5. Fernandinho entrou para ser volante-volante e renovou o gás. Nota 6

Paulinho

Chegou atrasado em um cruzamento de Diego Souza e participou do lance do gol de Taison ao tabelar com Willian e dar assistência. Nota: 6,5 Renato Augusto Renovou o oxigênio do time. Nota 5,5

Philippe Coutinho

Atuou centralizado no meio de campo, com a função de armador. Não estava tão a vontade, mas buscou tabela com Douglas Costa, acionou bastante Alex Sandro e foi responsável pela cobrança de escanteio no lance do gol de Thiago Silva. Nota 6,5. Willian Mais uma vez, um dos melhores. Puxou contra-ataque, tabelou com Diego Souza, roubou bola… Nota 7,5

Douglas Costa

Foi cortado tantas vezes por causa de contusão que está ansioso para recuperar o tempo perdido. Jogou mal contra Argentina e Austrália. Nota 4,5. Taison Deu velocidade, profundidade e objetividade ao ataque. No tira-teima, está em vantagem. Nota 6,5

Giuliano

Entrou tão ligado no jogo que roubou a bola e deu assistência para o gol relâmpago de Diego Souza. É o reserva de Paulinho, mas mostrou a Tite que pode ser útil também com Paulinho. Atuou aberto na direita e até inverteu posição com Douglas Costa. Nota 7 Rodriguinho Entrou no lugar de Giuliano, mas assumiu o papel de Coutinho, centralizado. Tentou uma finalização, mas foi bloqueado pela defesa australiana. Nota 6

Diego Souza

Bom falso nove para o Sport. Para a Seleção, acho o improviso desnecessário. Pode ser útil em outras funções. Mas foi bem contra a Austrália. Dois gols, o primeiro aos 10 segundos de jogo, o mais rápido da história da Seleção. O recorde era de Willian, nas Eliminatórias, contra a Venezuela (36 segundos). Neymar marcou aos 14 segundos, mas pela Seleção olímpica. Nota 7,5

Tite

Aproveitou bem os dois amistosos para fazer testes. Excelente segundo tempo na derrota para a Argentina e paciência para superar a força física da Austrália na goleada por 4 x 0. Teve peito para convocar David Luiz e escalar o jogador na função que desempenhou no Chelsea. Nota 7