A candidatura de Zico à Fifa, o jogo de cena da CBF e o mapa das minas de voto do Galinho

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Jogo de cena: Del Nero incentiva a candidatura de Zico

Credito da imagem: Rafael Ribeiro/CBF

Não se iluda. Arthur Antunes Coimbra, o Zico, não é o candidato da CBF à sucessão do suíço Joseph Blatter nas eleições da Fifa. Ele foi recebido pelo presidente Marco Polo Del Nero muito mais em uma atitude de respeito, protocolo, para não evitar mais desgaste, do que por uma atitude política. Ele não será cabo eleitoral.

Tive a certeza disso ao questionar o secretário-geral da CBF na entrevista do post anterior sobre o apoio ao Galinho. “O presidente (Marco Polo Del Nero) respeita o Zico, tudo o que ele fez pelo futebol, mas considera que ele precisa se legitimar para conseguir o apoio da CBF e de outras quatro federações. A sugestão feita a ele é que conquiste os outros quatro apoios e ele não terá dificuldade em relação à CBF”, esclareceu Walter Feldman.
Deixando mais claro ainda: em tempos de crise, o diretor de Comunicação da CBF, Fernando Mello, orientou Del Nero a não ser antipático e receber Zico na CBF. Posar com o postulante à Fifa seria uma imagem positiva para quem anda tão desgastado. Internamente, não há apoio. Zico é um dos maiores críticos da CBF. Detonado por Zico depois da Copa América, Gilmar Rinaldi torceu o nariz para o “apoio” de Del Nero ao desafeto. Dunga também. Mas ambos sabem que tudo não passou de um jogo de cena. Zico também. Ele não é bobo.
O Galinho já deve estar com duas pulgas atrás da orelha. A estratégia dele, a partir de agora, é ter o apoio de federações onde ele trabalhou. E aí, são oito tiros. Ele tentará o apoio da Itália, do Japão, da Turquia, do Iraque, do Uzbequistão, da Grécia, do Catar e da Índia. Mercados em que esteve como jogador e/ou treinador. 
Zico precisa de, no mínimo, cinco apoios para oficializar a candidatura. O da CBF ele sabe que não tem oficialmente. Tem palavra. No fundo, Zico sabe que certeza, mesmo, é trabalhar duro pelos votos de Itália, Japão, Turquia, Grécia, Uzbequistão, Iraque, Catar e Índia. Convencer cinco deles é não depender do jogo de cena da CBF.

Simples assim.

Boa sorte, Galinho!