Cruzeiro É gol de Rafael Sobis! Cruzeiro e Grêmio fizeram o melhor jogo da Série A. Foto: Washington Alves/Cruzeiro

10 pitacos do fim de semana sobre futebol candango, brasileiro e internacional

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1. Invictos
Dos 128 clubes que disputam as quatro divisões do Campeonato Brasileiro, apenas seis estão invictos. Um é o Corinthians, líder isolado da Série A com 20 pontos depois de ver o Grêmio desperdiçar a chance de ultrapassá-lo nesta segunda-feira. O outro é o Juventude, líder da Série B. A Série C não tem mais invictos. A D, sim. Quatro! Um deles é do Distrito Federal: o Luziânia. Os outros são Rio Branco-AC, Portuguesa-RJ e Juazeirense.

 

2. Enfim, um jogo de primeira na segunda
Impossível não dizer o óbvio. O empate por 3 x 3 entre Cruzeiro e Grêmio no encerramento da oitava rodada do Campeonato Brasileiro foi o melhor jogo do Campeonato Brasileiro até agora. Foi um duelo tático bacana entre Mano Menezes e Renato Gaúcho. Vimos exibições de gala de jogadores como Luan, Thiago Neves, Rafael Sobis… Vimos golaços. Um show à parte. Pela primeira vez, a segunda-feira protagonizou um espetáculo de alto nível. Houve bons jogos, como aquele entre Chapecoense e o mesmo Grêmio também. Mas o desta segunda-feira, numa bola, poderia estar rolando até agora que ninguém reclamaria. Os editores de tevê certamente ralaram para selecionar os melhores momentos. O Grêmio desperdiçou, sim, a chance de assumir a liderança. Vencia por 2 x 0 no primeiro tempo. Mas, do outro lado, estava uma camisa forte que protagonizou uma reação cinco estrelas.

 

3. Impunidade
Dentro de campo, lamentável o erro do árbitro Marcelo de Lima Henrique ao assinalar de forma equivocada impedimento de Jô no lance que poderia ter decidido a partida contra o Coritiba no Couto Pereira. Os dois pontos perdidos pelo Timão ficam na conta do homem do apito. Fora das quatro linhas, outra vergonha protagonizada por vândalos no pré-jogo da partida. A impunidade continua goleando a paz dentro e fora dos estádios. E estamos falando de um partida entre Coritiba x Corinthians. Imagine nos clássicos…

 

4. Um Flamengo blasé
A imagem do clássico, e talvez do Flamengo, é o lance em que Berrío arranca pela direita, apronta um fuzuê na defesa do tricolor e finaliza mal (para variar) em vez de dar o passe para Guerrero, que tinha o gol livre à sua frente. O lance é a síntese do Flamengo porque mostra um Guerrero incapaz de se indignar com o erro do companheiro. De chamar a atenção do colombiano, de dar um puxão de orelha. Colocou a mão na cintura e voltou caminhando como se nada estivesse errado. O Flamengo é assim faz tempo. Incapaz de se indignar com uma derrota. Incapaz de se revoltar com a escassez de títulos. Incapaz de cobrar a gravidade de uma eliminação na primeira fase da Libertadores. Quanto ao Fluminense, mais uma vez, palmas para o que faz Abel Braga com os meninos. Jogaram de igual para igual com o badalado Flamengo nos cinco clássicos deste ano. Tem que valorizar. Ah, impressionante como o Henrique Dourado lembra o Evair ao cobrar pênalti. Que classe!

 

5. Vem aí um clássico animado
Botafogo e Vasco se enfrentam nesta quarta-feira. Ambos conseguiram excelentes resultados no fim de semana. Não é fácil encarar a Chapecoense na Arena Condá. O alvinegro conseguiu derrotar o time que liderou o Brasileirão por duas rodadas com autoridade. Volto a dizer e não canso de repetir. Jair Ventura faz um belíssimo trabalho com um elenco pra lá de limitado. Milton Mendes também continua tirando leite de pedra do Vasco. Soube interpretar a fragilidade do grupo, mas encontrou uma forma — na maioria das vezes sofrida — de somar pontos e manter o Gigante da Colina longe da traumática zona de rebaixamento. São Januário voltou a ser alçapão. Quatro vitórias em cinco jogos. A única derrota, vale lembrar, foi para o líder Corinthians.

 

6. Alviverde imponente
Atual campeão brasileiro, o Palmeiras conseguiu o que precisava: a primeira vitória fora de casa. O triunfo chegou diante de um adversário terrível em seus domínios. O bom time do Bahia tinha 100% de aproveitamento na Arena Fonte Nova. Como faz gol o tal do Mina, hein! E como faz — e sofre — gol esse time do Bahia. Encontrar o equilíbrio é um dos desafios do técnico Jorginho. Ele assumiu faz pouco tempo. Logo dará um jeito nisso.

 

7. A zona da confusão
E lá está novamente Vanderlei Luxemburgo no Z-4, batizado por ele nos tempos de Flamengo de Zona da Confusão. É lamentável ver o treinador recordista de títulos brasileiros impotenta há tanto tempo. Não conquista um título nacional desde 2004, pelo Santos. São 13 anos de jejum. Ganhou estaduais, é verdade, mas também faz tempo. O último foi pelo Flamengo, em 2011. Luxemburgo tem todo o direito de continuar tentando voltar a ser quem foi. Mas, talvez, seja a hora de assumir outra função no mundo do futebol, como fizeram Antônio Lopes, Valdir Espinoza e Paulo Autuori recentemente.

 

8. E o gramado, CBF?
Pode ser uma das desculpas do Internacional, mas não a desculpa: que gramado horrível do Arruda na partida do último sábado. A CBF prometeu cobrar excelência nos gramados do futebol brasileiro, padronização no tamanho dos campos, mas o que se viu lá no Recife foi uma vergonha. O Colorado continua sem engrenar na Série B. Entra e sai do G-4. Não se firma onde deve, ou seja, na posição que o levará de volta à elite.

 

9. Só falta um
O Distrito Federal continuam com chance de fazer história na Série D e colocar pela primeira vez dois times na fase de mata-mata. Um está garantido. O Ceilândia garantiu vaga no sábado ao golear o Sinop-MT por 3 x 0. O Gato é praticamente o primeiro do grupo. O Luziânia arrancou empate com o União-MT e decidirá vaga em um confronto direto com o Aparecidense-GO no domingo, no Serra do Lago. O adversário venceu o Sete de Dourados por 2 x 1 nesta segunda-feira e assumiu a liderança do Grupo A-11 com 9 pontos. O Luziânia também tem nove, mas perde nos critérios de desempate. O União soma 8 e pega o lanterna Sete de Dourados na última rodada.

 

10. Globalização
O México é a síntese do que se tornou o futebol. Pela primeira vez na era Juan Carlos Osorio, a seleção mexicana começou um jogo com 11 titulares que atuam na Europa. Do goleiro ao centroavante. Anota aí: Ochoa (Granada) ,Layún (Porto), Moreno (PSV) e Reyes (Espanyol); Salcedo (Fiorentina), Guardado (PSV), Herrera (Porto) e Jonathan (Villarreal); Chicharito (Bayer Leverkusen), Jiménez (Benfica) e Vela (Real Sociedad). O intercâmbio elevou o nível de times como o México. O empate por 2 x 2 com Portugal, atual campeão da Eurocopa, a trupe do melhor do mundo Cristiano Ronaldo, tem os seus motivos.