Mane O tamanho do Mané Garrincha é um dos argumentos para a ausência na Copa América. Foto: Gilvan de Souza O tamanho do Mané Garrincha é um dos argumentos para a ausência na Copa América

CBF e cartola explicam por que ignoram hashtag que tenta derrubar veto a jogos do Brasileirão em elefantes brancos

Publicado em Esporte

Brasília criou. Cuiabá, Manaus e Natal pegaram carona. Mas a Confederação Brasileira de Futebol avisa: a hashtag #liberacbf — campanha lançada pelo secretário de Turismo do Distrito Federal, Jaime Recena, para pedir que o veto à realização de partidas fora do estado dos clubes do Campeonato Brasileiro seja reconsiderado — tem o endereço errado.

O blog entrou em contato com a assessoria de imprensa da CBF para saber a posição da entidade sobre o contra-ataque dos administradores do Mané Garrincha e das arenas da Amazônia, das Dunas e Pantanal ao fim da venda de mando de campo no Brasileirão em 2017. A resposta aos estádios mais deficitários da Copa de 2014 é a seguinte. “Foi uma decisão soberana do Conselho Técnico composto pelos 20 clubes da Série A, a partir de uma sugestão feita por um dos presidentes e apoiada por ampla maioria”, respondeu a CBF.

A ideia partiu do presidente do Atletico-MG, Daniel Nepomuceno. Ele inclusive assumiu em entrevista por telefone ao blog e argumentou: “Eu levei a minha posição ao Conselho Técnico porque achei um absurdo o que aconteceu no ano passado. Você deve se lembrar. O America-MG vendeu um mando de campo e levou o jogo lá pro Paraná. O Palmeiras jogou em casa. Depois que foi rebaixado, o Santa Cruz recebeu várias propostas indecentes para jogar fora do Recife também. Resumindo: não sou contra a venda do mando de campo, eu não admito é inversão de mando. Era isso que estava acontecendo, ou seja, time visitante que era beneficiado e jogava como se estivesse em casa”, reclama Daniel Nepomuceno. “A prova de que eu não sou contrário à venda de mando de campo, mas sim a inversão, é que eu apoiei o Flamengo em 2016, quando eles não tinham o Maracanã nem o Engenhão por causa das Olimpíadas. O Atlético apoiou o Flamengo”, reforçou.

O blog apurou que a sugestão de Daniel Nepomuceno foi colocada em discussão no Conselho Técnico da CBF. Dos 20 clubes da Série A representados na sede da entidade, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, 14 votaram a favor do veto e apenas seis foram contrários: Flamengo, Fluminense, Corinthians, Ponte Preta, Atletico-PR e Atletico-GO.

Questionado se considera possível rever o veto à venda de mando de campo antes do início da Série A, Daniel Nepomuceno jogou a batata quente nas mãos da CBF. “A decisão dos clubes está tomada, houve uma votação, mas quem organiza o Campeonato Brasileiro é a CBF. Ela foi quem homologou uma decisão democrática”, frisou.

O secretário de Turismo do Distrito Federal, Jaime Recena, disse ao blog que não vai mudar a hashtag #liberacbf. “A campanha está lançada. Nós todos temos ciência de que foi uma decisão dos clubes, mas está claro que quem manda, quem organiza o Campeonato Brasileiro é a CBF. Estão querendo acabar com estádios caros construídos para a Copa com o dinheiro do cidadão”, reclama Jaime Recena.