Eleição pode mudar a cara do Itamaraty ainda em 2022

Publicado em coluna Brasília-DF

Enquanto os políticos se dedicam às campanhas, os bastidores do Itamaraty fervem com a perspectiva de troca de postos-chaves ainda em 2022. Só tem um probleminha: falta combinar com o Senado, que terá que aprovar as mudanças antes da virada do ano. Caso as urnas confirmem as pesquisas que indicam uma vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a tendência é que as indicações do governo do presidente Jair
Bolsonaro (PL) terminem substituídas.

Tiro no pé I

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, deu aos seus partidários a missão de “resolver” o mal-estar provocado pelo documento técnico que fez ressalvas à urna eletrônica. Internamente, os tarimbados parlamentares do partido temem que o tal documento seja lido, nesta reta final, como “choro de perdedor”.

Tiro no pé II
O temor dos aliados de Valdemar é o de que esse documento, cuja divulgação é atribuída à ala bolsonarista, termine por ampliar a onda Lula, que já levou muitas celebridades a declarar o voto em favor do petista.

Corrija o rumo
A turma de Valdemar espera que esse tema não faça muita “marola” e que os políticos do PL se concentrem em mostrar confiança na Justiça Eleitoral. A avaliação é de que a hora é de mostrar os bons números do governo e não ficar
discutindo urna.

Por falar em PL…
Se o retrato que elas apresentam hoje se refletir nas urnas, o partido de Valdemar poderá eleger, pelo menos, quatro senadores.
O PSD faz o mesmo cálculo, e olho na reeleição e Rodrigo Pacheco (MG) para presidir o Senado.

A porta-voz do agro
A deputada Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura, é citada na Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) como a maior promessa eleitoral da bancada ruralista. Chegará com força, independentemente de quem seja o futuro presidente da República.

Enrolou o PIB/ Ao dizer que estava ali “para ouvir” o empresariado e não para falar, Lula deixou em muitos dos presentes ao encontro de terça-feira à noite a sensação de que o candidato quis usar da “esperteza” para tentar esconder as reais intenções de seu governo na economia.

Compensação e tempo/ Depois de chegar atrasado ao jantar na casa do empresário João Carlos Camargo, do grupo Esfera, Lula fez questão de cumprimentar um a um dos presentes. Só aí gastou quase uma hora.

Quem?/ A candidata do PT ao Senado no DF, Rosilene Correia, encerrou sua campanha na tevê sem abrir a boca. Apenas Lula falou, pedindo votos para ela. Em um dos vídeos que Rosilene divulgou na internet e em grupos de WhatsApp contra o voto útil em favor de Flávia Arruda (PP) para evitar Damares Alves, a petista sequer menciona o nome e o número. Em vários grupos, soou a pergunta: “quem é essa?”

Dois pesos, duas medidas/ Rosilene se posiciona contra a debandada em favor de Flávia Arruda para evitar Damares, mas o PT se desdobra em apelos ao voto útil pró-Lula.

PT apostará nos eleitores de Simone Tebet para o primeiro turno

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O PT apostará tudo, agora, nos 5% de Simone Tebet (MDB) nas pesquisas para tentar fechar a eleição em primeiro turno. Caso não consiga — e a tendência é ter segundo turno —, Luiz Inácio Lula da Silva espera contar com o apoio da emedebista no mano a mano contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). A expectativa petista é de que Simone não repita o que fez Ciro Gomes (PDT), na eleição passada, que, ao se ver fora do segundo turno, voou para Paris. A senadora, até aqui, tem dito que não apoiará nem um, nem outro.

Só tem um detalhe: a leitura dos petistas é a de que Simone tem atacado Bolsonaro e preservado Lula. Por isso, a aposta geral é a de que ela apoiará o petista. Se não o fizer, uma parte do MDB investirá para que ela adote esse caminho. Simone, até aqui, porém, só tem uma certeza: se não estiver no segundo turno, sairá desta campanha muito maior do que entrou.

Ei, você aí…

A campanha de Bolsonaro distribuiu uma cartilha via WhatsApp para orientar o eleitorado como doar recursos ao candidato à reeleição. A vaquinha eleitoral é considerada fundamental para essa reta final.

Quem confia?
A avaliação de que “o dinheiro acabou” — feita há alguns dias, reservadamente, pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e recentemente reforçada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) —, é vista com desconfiança por muitos aliados. Há muita gente dizendo que Costa Neto quer é tirar a turma do PL da sua antessala, onde não são poucos os candidatos que aguardam pacientemente uma audiência em busca de recursos.

Enquanto isso, no PP…
Com um partido menor do que o PL, o Progressistas do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, está mais controlado no quesito recursos financeiros. Há quem agradeça aos céus pelo fato de Bolsonaro ter escolhido o PL. Assim, sua turma foi para lá e o PP terminou poupado, pelo menos em parte, da guerra pelo dinheiro.

Sai, mas fica
Embora Bolsonaro tenha dito, em entrevista ao podcast Collab, que, se perder a reeleição, estará fora da política, seus mais fiéis escudeiros não acreditam. Primeiro, Flávio Bolsonaro tem mais quatro anos de mandato no Senado e Eduardo Bolsonaro tem tudo para se reeleger deputado por São Paulo. E, até aqui, é o presidente quem mobiliza a direita. Enquanto não aparecer outro líder que fale diretamente com esse segmento do eleitorado, Bolsonaro será chamado pelos seus apoiadores a continuar exercendo esse papel.

Assunto encerrado/ Ao aprovar o teste de biometria nas urnas proposto pelas Forças Armadas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quer colocar um ponto final nas discussões sobre a votação eletrônica. Os ministros da Corte dizem que este tema agora está definido.

Para poucos/ Na cerimônia do funeral da rainha Elizabeth II, só entrarão os chefes de Estado e de governo e suas mulheres. Logo, alguns ministros, como o da Casa Civil, Ciro Nogueira, por exemplo, decidiram seguir direto para Nova York, onde o presidente abre a Assembleia Geral da ONU.

Por falar em viagem…/ O presidente ficará fora do Brasil por, pelo menos, três dias. Mas não fora da internet. Enquanto isso, Lula vai ao Sul do país, inclusive Santa Catarina, onde algumas pesquisas dão a vantagem a Bolsonaro.

E as pesquisas, hein?/ O Ipec deu esperança a Lula de uma vitória no primeiro turno. O Instituto Paraná apontou empate técnico entre Lula e Bolsonaro. A campanha segue seu curso e o que vale é a urna de 2 de outubro.

O esforço do PP para segurar Bolsonaro

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Integrantes do Partido Progressista estão cada dia mais empenhados em evitar estragos na campanha pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Contudo, a avaliação de alguns é de que “estão enxugando gelo”, porque há um grupo no entorno de Bolsonaro que insiste no debate sobre a urna eletrônica. Nesse sentido, até 2 de outubro, data da eleição das bancadas, os partidos vão empurrar essa tensão. Num segundo turno, porém, a história será diferente: ou o presidente segue a cartilha mais alinhada, com a recuperação da economia, ou o risco de abandono será grande, uma vez que deputados e senadores já estarão eleitos.

Da parte dos integrantes da ala política do governo, a ordem é virar essa página. É o que tem feito o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Em seminário sobre o Equilíbrio entre os Poderes, promovido pelo grupo Esfera, em São Paulo, ele ressaltou o caráter de maturidade das instituições, com Bolsonaro, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer presentes à posse de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Os temas para debate são livres. Não tem conflito. E o fato de pensar diferente não quer dizer que tenha conflito”, disse Ciro.

O TSE tem a força
No evento do grupo Esfera, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, deu ainda uma senha ao presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, que recebe na semana que vem o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio: se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entender que as propostas do Exército não contribuírem para melhoria do sistema, essas sugestões devem ser descartadas. “O Exército foi convidado a opinar (…) Ninguém é obrigado a aceitar.” Para bons entendedores, está claro que Bolsonaro pode debater o que quiser, mas não contará com o PP para qualquer ato de força, em caso de derrota ou rejeição às propostas dos militares.

Siameses

Em São Paulo, as impressões daqueles que conhecem o dia-a-dia da política local levam a crer que, se o presidente Jair Bolsonaro abrir uma grande vantagem em relação ao ex-presidente Lula, arrasta Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o segundo turno. Caso contrário, se o presidente encolher, quem vai para a fase final por lá é o governador-candidato, Rodrigo Garcia (PSDB).

Por falar em Bolsonaro…
A ausência do governador-candidato Ibaneis Rocha ao debate do Correio Braziliense/TV Brasília com os candidatos ao governo do Distrito Federal deixou o presidente Jair Bolsonaro sem defensor. Nos púlpitos, a maioria ali é adversária ao presidente da República. E o PSD de Paulo Octávio, que também corre na raia dos votos de Ibaneis, está neutro na eleição presidencial, com um pé em cada canoa.

Se a moda pega…
A suspensão de repasses de recursos para a campanha de Roberto Jefferson ao Planalto acendeu o pisca-alerta dos partidos. Nove em cada dez advogados passaram o dia preocupados com seus clientes enrolados em processos ficarem sem dinheiro para botar a candidatura na rua.

Centrão é legal!/ No debate em São Paulo, o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli repetiu que o Centrão é visto como algo “pejorativo ou maléfico”, mas não é bem assim. “Ainda bem que temos um centrão ou centro que distensiona e transita entre os extremos, que não prega ódio e não prega desavenças. Não podemos criar impasses que se criaram em países vizinhos, Venezuela, Argentina”, lembrou.

Não vai ter golpe/ “As nossas Forças Armadas sabem o preço que pagaram quando ficaram no poder por muito tempo. Foram chamadas para intervir e devolver o poder aos civis. Quando resolveram ficar, viram que aquilo foi um desastre. (…) Criamos coisas boas nesse período, mas também criamos um país burocrático e travado”, avaliou o ministro.

Memória I/ Toffoli lembrou que, quando a urna eletrônica foi instalada em todo o país, ele era advogado do PT. Havia uma desconfiança do partido de que o sistema poderia beneficiar José Serra, amigo do então ministro Nelson Jobim, com quem dividiu apartamento nos tempos de deputado. “Imaginava-se que (as urnas) seriam fraudadas para que o Serra ganhasse. Sempre testemunhei que aquilo era impossível, urnas não eram em rede, todo o sistema era auditável”, disse.

Memória II/ Toffoli ainda citou o caso de 2014, quando o então candidato, Aécio Neves, perdeu a eleição para Dilma Rousseff, inclusive em Minas Gerais. “O próprio Aécio reconheceu depois que errou ao reclamar das urnas. O país precisa virar essa página”, comentou. “Todos os políticos aqui foram eleitos pela urna eletrônica. O TSE não decide eleição. Quem decide é o povo, soberanamente”, afirmou.

Saída de coronel do grupo de fiscalização é prova da falta de diálogo

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A substituição do coronel Ricardo Sant’Anna do grupo das Forças Armadas que fiscalizará as eleições é vista no meio político como a prova mais bem acabada da falta de diálogo entre as instituições. Os generais, em conversas reservadas, dizem que a troca já estava decidida e eles aguardavam apenas a escolha do substituto para fazer o anúncio. O ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), porém, foi mais rápido e, por meio de uma nota, comunicou que o coronel estava fora. A turma do Exército ficou surpresa a atitude e considerou a nota, “no mínimo indelicada”. Dizem que Fachin perdeu uma boa chance de dialogar com as Forças Armadas, pedindo que trocassem o coronel. E, assim, saberia que a mudança já estava “em andamento”.

Da parte do TSE, porém, há quem diga que os militares poderiam ter avisado ao TSE que Sant’Anna seria substituído. O coronel agora deve responder a um processo administrativo, porque militares da ativa não podem se manifestar politicamente nas redes sociais. Falta, porém, definir como será a comunicação com o comando do TSE, uma vez que os militares foram chamados a participar e conhecer tudo mais de perto.

Pow e paft!

Quem leu a entrevista do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, no Correio de domingo, não estranhou nem um pouco as referências do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao petista Luiz Inácio Lula da Silva, durante o encontro com banqueiros na Febraban. Daqui para frente, será esse o caminho.

Receita antiga
Os ataques a Lula e ao PT serão cada vez mais recorrentes, com a intenção de resgatar o sentimento anti-PT que deu a vitória a Bolsonaro, em 2018. Naquele período, depois da prisão do ex-presidente, os petistas insistiram em lançar candidato considerando que a população não teria coragem de guindar o polêmico deputado ao Planalto.

O tripé do empresariado
Na rodada de conversas com os presidenciáveis, os empresários têm colocado três linhas gerais que desejam ver seguidas no país: segurança jurídica, livre mercado e democracia. Era isso que esperavam ouvir de Bolsonaro no encontro da Febraban.

Nacionalizou
A contar pelas citações a Lula e a Bolsonaro na primeira rodada de debates entre postulantes aos governos estaduais, muitos candidatos país afora vão usar essa estratégia. No DF, por exemplo, Keka Bagno (PSol) a toda resposta citava Lula. Nem Leandro Grass, o candidato apoiado pelo PT, chegou a tanto. O governador Ibaneis Rocha não esqueceu de Bolsonaro.

Contas paulistas/ A contar pela conversa nos bastidores durante o debate dos candidatos a governador de São Paulo, o PT de Fernando Haddad e o Republicanos de Tarcísio de Freitas vão tentar esquecer o tucano Rodrigo Garcia. É que tanto Haddad quanto Tarcísio sonham com a repetição da polarização nacional, e torcem para não ter de enfrentar o atual governador num segundo turno.

Contas mineiras/ Com 10 partidos na coligação, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), espera encerrar a campanha pela reeleição no primeiro turno. Só tem um probleminha: se Bolsonaro subir em Minas e arrastar o senador Carlos Viana (PL), o segundo turno virá.

Eleições na avenida/ Depois do ex-governador Paulo Octávio, candidato a governador do DF pelo PSD, o CB.Poder recebe hoje o líder tucano no Senado, Izalci Lucas, candidato da Federação PSDB-Cidadania.

Enquanto isso, no STF…/ Os tributaristas Daniel Szelbracikowski e Hugo Funaro autografam, hoje, a partir das 18h, na Biblioteca Ministro Victor Nunes Leal, no Supremo Tribunal Federal, o livro ICMS e Guerra Fiscal: da LC 24/1975 à LC 160/2017, prefaciado pelo ministro Gilmar Mendes. O evento é aberto ao público. Para entrar no prédio do STF, é preciso apresentar cartão de vacinação contra a covid-19 ou teste RT-PCR, além de usar máscara de proteção facial.

Novos ataques ao TSE leva parte do PIB a deixar Bolsonaro

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O discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) aos embaixadores, na segunda-feira, colocando dúvidas sobre o sistema eleitoral e dizendo que as eleições de 2020 deveriam ter sido adiadas, assustou a parte do mercado financeiro que ainda apostava na reeleição. Grupo de empresários e investidores, mais afeitos à estabilidade política que gera e promove negócios, passaram a olhar com atenção para a pré-candidata do MDB Simone Tebet. Apesar da chacoalhada que vem recebendo da ala lulista do partido, ela não vai desistir e tem convenção marcada para a semana que vem.

A aposta de parte dos investidores, que não deseja o retorno de Lula e do PT ao poder, é de que Simone tem tudo para lastrear um projeto que baixe a poeira da polarização. Esse movimento de parte dos financistas reforçará o apoio que a senadora já recebeu da maioria do partido, embora o grupo lulista faça mais barulho.

A mão de Flávio

Quem fez a ponte entre o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB), pré-candidato à reeleição, e o ex-governador José Roberto Arruda (PL), com Flávia Arruda ao Senado, foi o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Com todo apoio do pai.

Recado está dado
O ex-presidente Michel Temer bem que tentou levar o pedido de adiamento da convenção feito pelo MDB lulista, mas o presidente do partido, Baleia Rossi, foi incisivo: não vai mudar a data da reunião que escolherá Simone Tebet candidata.

Sem Simone, implode
Os diretórios do MDB fechados com Lula não têm maioria, hoje, para levar o partido a seguir com o PT no primeiro turno. A candidatura de Simone é que tem segurado a ala do MDB que não fechará com Lula de jeito nenhum.

No aquecimento
Uma das apostas do MDB mais ligado a Temer é que, se essas duas alas ficarem brigando, quem sabe sobre um espaço para o ex-presidente entrar na disputa. Apesar da rejeição, há quem diga que ele tem o discurso da recuperação econômica pós-Dilma e PT, e o da estabilidade política.

Continhas I/ Com o ex-governador Arruda, Bia Kicis e Alberto Fraga puxando os votos para deputado federal dentro do PL, a expectativa é que o partido conquiste, pelo menos, três das oito vagas do Distrito Federal, conforme projeções feitas pela consultoria Action Relações Governamentais, para a Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE).

Continhas II/ Consultor da Action, João Henrique Hummel lembra que Arruda e Fraga foram os únicos que já atingiram o coeficiente eleitoral do DF. Há 20 anos, o ex-governador atingiu a marca de 301.165 votos para a Câmara dos Deputados.

Fechada com Damares/ A primeira-dama Michelle Bolsonaro continuará defendendo Damares Alves para o Senado. Ela e o deputado Júlio César, que teme ficar em segundo lugar no ranking do partido para a Câmara, se Damares for candidata a deputada federal.

Quem diria…/ Nos grupos de WhatsApp do MDB circulava ontem uma notícia de outubro de 2020, que apontava o senador Eduardo Braga (AM) como portador de um convite para se filiar ao MDB. E hoje, como líder da bancada do Senado, Braga é visto como uma espécie de porta-voz do grupo lulista, dividindo a função com Renan Calheiros (AL).

Para caciques do PL, Bolsonaro não irá para a ruptura institucional

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Os presidentes do PL, Valdemar da Costa Neto, e do PP, Ciro Nogueira, já sabiam que o presidente Jair Bolsonaro criticaria as urnas eletrônicas em encontro com embaixadores. Agora, vão se preparar para as representações judiciais que a oposição levará ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal. E é por aí que vão agir. Até aqui, ambos têm dito, em conversas reservadas, que a missão deles está relacionada a questões partidárias. Aliados de Ciro vão além: dizem que ele já cumpriu o seu papel ao aprovar a emenda constitucional que ampliou o Auxílio Brasil e criou o Auxílio Caminhoneiro.

Isso não significa que irão apoiar qualquer medida que tente comprometer o processo eleitoral. Porém, inicialmente, acreditam que Bolsonaro não irá para a ruptura institucional. Se a aposta deles está correta, o tempo dirá.

Corrida pelo primeiro turno

A reunião de Lula com representantes de diretórios do MDB em 11 estados a poucos dias da temporada de convenções faz parte do jogo do PT para ver se consegue ampliar a distância para Jair Bolsonaro e, assim, tentar vencer no primeiro turno. O PT considera que uma vitória na primeira rodada daria mais estofo para lidar com o presidente Bolsonaro e as ameaças sobre as urnas eletrônicas.

Ela vai assim mesmo
Simone Tebet não vai desistir. Ela continuará viajando pelo país e será candidata, mesmo sem o lastro de todos os diretórios regionais. Alguns desses dirigentes regionais já admitem votar na candidatura dela, embora estejam inclinados a apoiar Lula.

Dois imbróglios
Só Rio de Janeiro e o Distrito Federal são considerados problemas hoje dentro da Federação do PSDB com o Cidadania, a ponto de serem tratados na reunião desta semana. No DF, como já se sabe, é a queda de braço entre a deputada Paula Belmonte e o senador Izalci Lucas, que têm projetos diferentes.

O que vem por aí
A unidade do União Brasil em torno de Reguffe deu uma balançada. No partido, há quem esteja pregando que ele só tenha recursos financeiros para a campanha se concorrer à reeleição para o Senado.

CURTIDAS

Leite leva MDB/ A maioria dos prefeitos do MDB gaúcho selou o apoio à candidatura de Eduardo Leite para o governo do Rio Grande do Sul. Foram 52 votos a dez.

A paróquia é o que interessa/ Enquanto Rodrigo Pacheco falava em suas redes sociais sobre o discurso de Bolsonaro aos embaixadores, o presidente da Câmara, Arthur Lira, postava que o prefeito de Arapiraca (AL) irá apoiar o Rodrigo Cunha (PSDB) e Davi Davino Filho (PP) ao governo estadual.

Um google resolveria/ O power point que o presidente Jair Bolsonaro apresentou em seu discurso contra as urnas eletrônicas trouxe a inscrição “brienfing”, quando a palavra correta é briefing. A contar pelos parcos aplausos, a fala presidencial também não agradou.

Temer cortejado/ O ex-presidente Lula não desistiu de ter um diálogo com o ex-presidente Michel Temer. Hoje tem mais uma tentativa do PT de se aproximar dele.