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Coluna Brasília/DF, publicada em 18 de fevereiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva viram na carta aberta do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, ao PT, uma crítica direta aos ministros palacianos e à primeiradama, Janja da Silva — hoje as pessoas mais próximas do presidente. O trecho do documento que incomodou o Palácio do Planalto foi o que tratou o presidente como alguém “isolado” e, em especial, o que traz a afirmação: “O Lula do terceiro mandato, por circunstâncias diversas, políticas e principalmente pessoais, é outro”. Isso foi visto como uma crítica à primeira-dama. A avaliação geral por ali é de que, quando um amigo quer ajudar, não expõe. Vai ao palácio e fala olhando nos olhos.
Alerta vermelho I
Deputados começam a semana sob o impacto da pesquisa Ipec do último sábado, que apresentou 62% da população contrária a uma candidatura de Lula à reeleição, o que mexerá com o humor do próprio governo em relação às medidas econômicas. Tem gente dentro da equipe presidencial querendo pisar no freio de qualquer ajuste fiscal que possa comprometer programas sociais, justamente por causa da popularidade.
Alerta vermelho II
Preocupada com os números do Ipec sobre os motivos que levam o eleitorado a não querer a reeleição de Lula, a deputada Sâmia Bomfim (PSol-SP) vai defender revisão de qualquer política de cortes de benefícios. “É preciso rever essa política porque, inclusive, na base histórica eleitoral do Lula, está havendo aumento da sua reprovação. Tem uma relação direta com a redução do BPC e do impacto no salário mínimo dos projetos aprovados no fim do ano passado”, disse ela à coluna.
Cautela com o tarifaço de Trump
A Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil) ouviu 775 empresas brasileiras em sua Pesquisa Plano de Voo 2025 e descobriu que 60% dos empresários consideram que o Brasil deve adotar uma postura proativa para ampliar o diálogo e fortalecer as relações econômicas com os Estados Unidos. Trinta e um por cento defendem uma abordagem mais moderada, mantendo a cooperação, mas evitando protagonismo excessivo. E apenas 9% consideram que o Brasil deveria adotar uma postura reativa ou indiferente diante do novo governo americano.
Incertezas além dos EUA
A pesquisa mostra que a transição política nos EUA (60%) não é o único fator externo no radar. Outros desafios são: disputas geopolíticas (58%), crescimento do protecionismo (48%), oscilação das commodities (48%) e desempenho da economia global (48%).
Nem tudo são flores
Os principais fatores de preocupação para 2025 são: incertezas econômicas (72%), incertezas políticas (45%), insegurança jurídica (36%), comportamento da demanda interna no Brasil (31%) e disponibilidade e custo da mão de obra (30%). Na economia, os riscos apontados foram: juros elevados (77%), desequilíbrio fiscal (64%), inflação elevada (63%), volatilidade cambial (59%) e instabilidade política (54%).
CURTIDAS

Lira 100% Alagoas/ O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), está dedicado às bases. A ordem é consolidar o caminho rumo a 2026. Ele tem desfilado com o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC, na maioria das solenidades.
Diplomacia/ O presidente da Câmara, Hugo Motta (RepublicanosPB), chamou os líderes partidários para receberem o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa (foto), e comitiva, às 15h30, no Salão Negro. A ideia é prestigiar o colegiado.
Por falar em Hugo Motta… / O presidente da Câmara está cada dia mais à vontade nas redes sociais. A postagem da vez foi um vídeo com seu filho, Huguinho, numa conversa sobre as responsabilidades de adotar um cachorro. “Estamos aqui debatendo esse tema”, disse o deputado. O filho, com uma cara de quem está refletindo sobre os cuidados com o animalzinho, ouviu do pai que a decisão não vai demorar. Afinal, Motta não disse, mas está mais fácil Huguinho cuidar do cachorro do que os partidos se acertarem sobre as comissões da Câmara.
Livro novo na área/ Será lançado, amanhã, o livro A jurisprudência da crise no enfrentamento da erosão democrática brasileira, de Evelyn Melo Silva, advogada que estudou a fundo todas as decisões sobre os atos antidemocráticos publicadas até agora. Ela autografa a obra no Sebinho da 406 Norte, a partir das 18h.
Coluna Brasília/DF, publicada em 12 de fevereiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Em conversas com aliados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem dito com todas as letras que este terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não será o momento de realizar todos os sonhos, especialmente, a justiça social no país. Porém, conforme relato de senadores que participaram da conversa com o ministro, na residência oficial do Senado, não é o momento de apostar no “quanto pior, melhor”. A avaliação é de que, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, bagunçando o tabuleiro do comércio internacional, é preciso que a classe política tenha juízo e ajude a economia. É por aí que o governo levará seu discurso daqui para frente.
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Paralelamente ao Senado, o que se ouve entre os deputados, não é muito diferente. Trump até aqui taxou o aço, o alumínio e, avaliam os senadores, é preciso ter cautela. Vale, a partir de agora, a máxima que muitas vezes os políticos usam em momentos de crise: com a economia mundial — e, por tabela, a brasileira — causando preocupação, o momento é da política não balançar tanto o barco.
Ambientação
Muita gente de olho na viagem do presidente Lula, amanhã e sextafeira, ao Pará. É que Lula estará ao lado do governador Hélder Barbalho, um dos nomes que o MDB defende para que seja o candidato a vice numa chapa reeleitoral de 2026. Lula vai entregar obras do Minha Casa Minha Vida ao lado de Hélder e do ministro de Cidades, Jáder Filho, irmão do governador e primogênito do senador Jáder Barbalho (MDB-PA).
Solução indigesta para o PT
Lula tem sido aconselhado a não prescindir do vice-presidente Geraldo Alckmin. A avaliação no Planalto é de que Alckmin só deve deixar de ser o candidato à reeleição se aceitar concorrer ao governo de São Paulo. Aí, quem não quer ouvir falar disso é o PT paulista.
Não agradou
O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) denunciou a indicação de Larissa de Oliveira Rêgo para a diretoria colegiada da Agência Nacional de Saneamento Básico (ANA). De acordo com o Sinagências, “Larissa não cumpre os critérios técnicos exigidos para o cargo”. Por exemplo: o mínimo de 10 anos de experiência profissional em saneamento básico e recursos hídricos. O embasamento está da Lei 9.986/00.
Onde está pegando
O PSDB de Goiás tem dificuldades de se unir ao MDB de Daniel Vilela, da mesma forma que os tucanos de Minas Gerais têm resistências à união com o PSD de Rodrigo Pacheco e Alexandre Silveira. Enquanto não resolver esses dois casos mais “vistosos”, não vai.
CURTIDAS

Discurso com propriedade/ Ao cortar o benefício de vale-alimentação retroativo a um juiz de Minas Gerais, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), procura demonstrar aos deputados e senadores que seu trabalho não se limita às emendas. A partir de agora, está claro, na avaliação de políticos ligados a Dino, que todo abuso será castigado.
Começou a campanha/ O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, criticou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, por não defender o estado devido à taxação do aço pelos Estados Unidos. Zema foi um dos políticos brasileiros a parabenizar Donald Trump, em novembro passado, pela vitória sobre Kamala Harris.
Pelo teletrabalho/ Ainda sobre o impasse da Petrobras com seus funcionários, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) convocou manifestação para hoje, Dia Nacional de Luta pelo Teletrabalho. Os atos serão em Vitória, Natal, Salvador e Rio de Janeiro. A briga é grande. A turma que se acostumou a trabalhar de casa na pandemia não quer aumentar a quantidade de dias no presencial de jeito algum.
Representatividade/ Para prestigiar e dar mais visibilidade aos artistas brasileiros, o Planalto tem privilegiado o espaço para obras nacionais. A mais nova é o quadro A queda do céu e a mãe de todas as lutas (foto), da artista indígena Daia Tukano.

Coluna Brasília/DF, publicada em 11 de fevereiro de 2025, por Denise Rothenburg
Com dificuldades em fechar o compromisso dos partidos rumo a 2026, o presidente Lula tratou de reforçar alguns ministros nos respectivos cargos, a fim de baixar a bola das especulações sobre troca na equipe. Ele já colocou escoras no ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; e no ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. O próximo da lista é o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo.
Relax, babies/ Na verdade, Lula fará a reforma ministerial, mas, antes, precisa conversar com os presidentes dos partidos aliados. E, até aqui, a maioria desses dirigentes tem reclamado do chefe do Executivo, haja vista o vídeo que o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, publicou, no último sábado, em suas redes sociais, criticando Lula. Nesse ritmo, outros “ficos” virão.
O problema é a “partilha”
Republicanos e Progressistas vão voltar a conversar sobre federação e/ou fusão. Porém, até o desfecho dessa novela, ainda será preciso ajustar quem mandará em qual estado. Foi exatamente isso que levou a bancada do Republicanos a uma posição contrária à união.
Por falar em união…
O PP pensa duas vezes antes de fechar uma federação com o União Brasil. Primeiro, o partido de Antonio Rueda precisa resolver seus problemas internos e sair da linha de desgaste provocada pelo escândalo envolvendo o empresário Marcos Moura, o “Rei do Lixo”, alvo da Operação Overclean da PF, que investiga fraude em licitações.
Linha direta
Ainda que o Parlamento tenha o poder sobre o orçamento da União que segue para as prefeituras, o governo quer aproveitar o encontro dos prefeitos e prefeitas, desta semana, para reforçar o diálogo direto, de forma a prescindir da intermediação de deputados e senadores. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, coordena um braço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que tem esse contato direto com os prefeitos. A ideia é aprofundar essa política.
E a anistia, hein?
O presidente da Câmara, Hugo Motta, se deu conta de que mexeu num vespeiro ao mencionar a anistia aos envolvidos no quebra-quebra do 8 de Janeiro de 2023. Se leva o projeto adiante, briga com o governo; se engavetar, briga com a oposição. Agora, aos poucos, ele vai tentar tirar a Câmara desse tema explosivo, que pode ameaçar a boa convivência na sua gestão. Ele começou com a Casa pacificada e não deseja partir para o conflito logo nessas primeiras semanas.
CURTIDAS

Tereza e as emendas/ A líder do PP no Senado, Tereza Cristina (foto), apresentará um novo projeto de lei para reforçar a transparência na aplicação e dar mais luz ao caminho do dinheiro das emendas parlamentares ao Orçamento da União, inclusive, as emendas Pix, aquelas que vão direto para as prefeituras. A ex-ministra da Agricultura está à vontade para propor uma regra mais rígida. Até aqui, ela dispensou as emendas Pix.
Concorridíssimo/ Os prefeitos ficaram muito irritados com o evento que lançou o Selo Nacional Compromisso com a Alfabetização. É que não havia lugares para que todos pudessem se acomodar. Foi uma brigalhada danada em busca de uma cadeira. E olha que o espaço era grande.
Por falar em concorrido…/ Os prefeitos puderam relaxar — e, de quebra, comemorar o aniversário do PT — com um churrasco antes do encontro com os ministros do governo federal nesta terça-feira. A ordem é deixar o partido próximo das administrações municipais.
Ministras do samba e do axé/ A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, já confirmou participação no desfile da Unidos de Padre Miguel, no Rio de Janeiro. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, não perde um carnaval em Salvador.
Colaborou Victor Correia

Blog da Denise publicado em 7 de fevereiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Ao publicar em suas redes sociais que “aumentar impostos é empobrecer o país”, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), deixa translúcido o que os parlamentares pensam a respeito de propostas que representem aumento de impostos. Os congressistas e o setor produtivo estão preocupados porque, até aqui, o governo disse que irá compensar a isenção para quem recebe até R$ 5 mil mensais, mas não detalhou o que será feito para garantir essa compensação. Há quem diga que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não poderá dispensar uma oportunidade sequer de explicar o que vem por aí, a fim de deixar claro, desde já, que não haverá aumento de carga tributária, nem de impostos.
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Em entrevista à Globo News, por exemplo, Haddad foi direto ao dizer à colunista Miriam Leitão que serão levadas em consideração situações de companhias que não estão pagando impostos, mas estão distribuindo dividendos. Alguns políticos ficaram de orelha em pé. Por isso, antes mesmo que o governo venha com ampliação de impostos, o presidente da Câmara menciona o empobrecimento do país. Nas conversas dos deputados, há um sentimento de que não dá para taxar quem gera e segura empregos dentro do Brasil.
Lula que se cuide
Sem maioria no Congresso, o governo Lula terá que passar por uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que institui o semipresidencialismo. O texto apresentado pelos deputados Lafayette de Andrada (Republicanos-MG) e Luís Carlos Hauly (Podemos-PR), esta semana, é lido nos bastidores da mesma forma que, no passado, os políticos receberam a emenda do então deputado Mendonça Filho, que permitiu a reeleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1998. A onda, à época, era “se for a voto, passa”.
Quem manda
A proposta dos dois deputados mantém o presidente eleito como chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas. Entre as atribuições do presidente, está a nomeação do primeiro-ministro, “após consulta aos partidos”. O premiê deve apresentar programa de governo ao presidente e à Câmara. Primeiroministro e Conselho de Ministros dependem da confiança da Câmara.
Vale lembrar
Antes de deixar a presidência da Casa, Arthur Lira (PP-AL) teve planos de votar o semipresidencialismo. Não houve consenso nem tempo para os partidos de centro avaliarem o tema.
Nada é por acaso
Lula tinha um leque de opções para sua primeira viagem, depois da liberação pelos médicos. Escolheu o Rio de Janeiro porque muitos aliados consideram que é um dos estados que a direita tem mais força junto ao eleitorado. Em 2022, Jair Bolsonaro obteve 56,53% dos votos válidos no segundo turno. Lula ficou com 43,47%. O ex-presidente venceu em 72 municípios e Lula, em 20.
CURTIDAS

Assim que se faz I/ A bancada feminina está dando um show no Legislativo. O maior exemplo é a procuradora da Mulher, deputada Soraya Santos (PL-RJ, foto), ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) defender uma ação de inconstitucionalidade arguida pelo PSol. Soraya fez uma sustentação oral em defesa da ação, que busca Justiça para as Mães de Haia, mulheres que vêm para o Brasil em busca de proteção, muitas vezes, para fugir da violência doméstica em algum país estrangeiro — e acabam acusadas de sequestrar os filhos.
Assim que se faz II/ “A violência contra a mulher, o câncer e as mazelas do país, não têm partido. É isso que a bancada feminina tenta mostrar e muitos não entendem”, diz Soraya. Aliás, na Procuradoria da Mulher, Soraya e Benedita da Silva, do PT e ambas do Rio de Janeiro, são o maior exemplo de harmonia e boa convivência, quando o assunto é defesa da mulher. Raridade na política de hoje.
Me inclua fora dessa/ O deputado Marcel Van Hatten (Novo-RS) pediu voto a todos os deputados da direita. Quando chegou na deputada Bia Kicis (PL-DF), ela foi direta: “Meu compromisso é com o partido e com o presidente Jair Bolsonaro. Por isso, meu voto é Hugo Motta”, disse.
Por falar em Bolsonaro…/ As vaias ao ex-presidente, no Mané Garrincha, durante o jogo Vasco 1 x 2 Fluminense, foram consideradas, nos partidos de centro, a prova de que nem tudo será flores para os extremos da política em 2026. Os aliados dele, porém, consideraram “normal” — devia ser um grupo petista. Outros disseram que, em estádio de futebol, tudo se vaia.
Da coluna Brasília-DF, por Denise Rothenburg
Políticos e economistas concordam que o mais desafiador para o governo este ano será conseguir recuperar a confiança junto a investidores e cumprir as metas fiscais. Porém, à exceção das medidas anunciadas no ano passado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nenhum dos Poderes da República caminha nesse sentido. O Executivo, conforme alertou recentemente o economista Marcos Mendes, do Insper, age para “sabotar seu próprio programa de ajuste fiscal”. Ele identificou pelo menos três ações em que o governo federal tenta furar o arcabouço fiscal — ou seja, gastar “por fora”. Nesse ritmo, daí para uma “pedalada” — gastar sem cobertura orçamentária — é um pulo.
Mar de fundações
Até a Advocacia-Geral da União (AGU) foi reconhecida como uma instituição de ciência tecnologia e inovação, o que lhe dará passe livre para criar uma fundação de apoio e conseguir gastar fora do arcabouço fiscal. O IBGE também tem a sua, a IBGE . Nessa toada, alerta Marcos Mendes, daqui a pouco cada ministério vai ter sua fundação. E haja recursos para sustentar tudo em nome do desprezo ao ajuste fiscal.
Prefeitos sob tensão…
Muitos que tomam posse hoje nos municípios ou transmitem o cargo para quem foi eleito passaram a virada do ano de olho no computador. É que o prazo para inclusão de empenhos no sistema que administra o orçamento terminou exatamente quando os brasileiros abriam seus champanhes e pulavam ondinhas em busca de sorte neste 2025.
… e sem sossego
Para alguns prefeitos, essas emendas representam fechar o ano fiscal no azul e sem precisar responder por improbidade. Afinal, segundo relato de alguns parlamentares, muitos gastaram confiando na liberação das emendas e estão mais preocupados com isso do que com a Mega-Sena da Virada.
Muito cacique
A vontade de alguns parlamentares em formar uma ampla federação entre Progressistas, Republicanos e União Brasil esbarra no fato de que ninguém quer ceder o comando e a administração dos recursos partidários e eleitorais nos estados. Se cada um não arredar o pé da posição, não tem acordo.
Por falar em caciques….
O União Brasil tende a se afastar do governo com a escolha do novo líder, em fevereiro. E o Republicanos, hoje mais próximo, a se aproximar. Significa que se houver federação entre esses partidos vai começar rachada.
Não se esqueçam/ No ano passado, a solenidade para marcar o 8 de janeiro começou no Supremo Tribunal Federal (STF) e terminou no Congresso. Agora, a ideia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é fazer, no Palácio do Planalto, uma cerimônia de dois anos para lembrar daquele quebra-quebra nas sedes dos Três Poderes. É mais um sinal de que o discurso da democracia que funcionou para eleger Lula, em 2022, continuará forte.
Com “ótima saúde”/ Lula passou, ontem, por uma “tomografia de controle” no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, três semanas depois da cirurgia de emergência na cabeça. Segundo o boletim médico, o resultado “é condizente com o ótimo estado de saúde do presidente”.
Feliz 2025/ O dia é de celebrar a paz mundial, mas, com tantas guerras mundo afora, a realidade requer paciência, equilíbrio e muita cabeça fria. Que tenhamos saúde e mais motivos para celebrar e sorrir.
Embora esteja deslocado para o Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Flávio Dino é citado nos bastidores do Parlamento como um nome potencial para 2026, caso Lula não consiga ser candidato. Fora do PT, mas na base de centro-esquerda que apoia o presidente da República, muitos dizem que, se os petistas quiserem vencer daqui a menos de dois anos, terão que apresentar alguém capaz de gerar expectativas positivas na população. E a forma como o ministro relator das ações relacionadas às emendas tenta dar uma basta na farra com o dinheiro público, exigindo e cobrando transparência na aplicação dos recursos, tem gerado simpatias.
Até aqui, o governo federal demonstrou uma certa impotência ao lidar com a questão das emendas. Para aprovar o pacote fiscal, precisou irrigar o roçado do Congresso com farta liberação de recursos durante as votações. Um ofício assinado por líderes fez o papel de comissões técnicas para chancelar os pedidos de verbas. Dino, com base em ações levadas ao STF pelos próprios congressistas, fechou a porta a esse toma-lá-dá-cá. Nem tudo foi retido, mas os R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão, conforme o leitor da coluna Brasília-DF já sabe, tendem ao cancelamento da despesa. A firmeza do relator, baseada nos princípios constitucionais de transparência na aplicação dos recursos públicos, é vista como o gesto político mais forte de 2024 rumo à posse de prefeitos eleitos este ano. E o conjunto de decisões de Dino, avaliam alguns, é o que vai separar gestores e parlamentares relacionados a malfeitos daqueles que utilizam as verbas das emendas de forma correta e transparente.
Obviamente, o PT tem outras opções que não o ministro do Supremo Tribunal Federal. Nem Dino se sente hoje tão à vontade para retornar à política. Muitos vêem o exemplo de Sérgio Moro, que deixou a magistratura para ingressar na política, chegou a se lançar candidato a presidente da República e hoje é senador pelo Paraná. Porém, a trajetória de Dino é diferente. Ele já estava na política e foi para o STF porque Lula o escolheu para ocupar a vaga. Se o destino lhe levar a uma candidatura ao Planalto não será um “marinheiro de primeira viagem” na política, como foi o caso de Moro. Discurso, avisam alguns, o ministro já tem. E, a 22 meses do pleito, já é muita coisa.
Os congressistas deram uma estancada no enfrentamento com o Supremo Tribunal Federal em relação às emendas parlamentares para não prejudicar essa fase de pré-campanha do candidato Hugo Motta (Republicanos-PB) para presidente da Câmara. Mas, assim que estiver tudo definido, a pressão para liberar as emendas voltará com força total. Os parlamentares viram nas declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, cobrando o cumprimento da transparência de emendas desde 2022, como um aviso de que só a regulamentação em discussão na Casa não ajudará a liberar as que ficaram suspensas mediante decisão do STF. Até agora, a menos de dois meses do fim do período legislativo de 2024, nem a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 foi votada. E, nos bastidores, os deputados dizem que dificilmente será.
Vai no duodécimo
A previsão dos congressistas é que não se vote tão cedo o Projeto de Lei Orçamentária (Ploa) de 2025. Isso porque, na semana que vem, o comando das duas Casas estará dedicado ao Parlamento do G20. Na semana da Proclamação da República, 15 de novembro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deve estar fora de Brasília. Em seguida, vem a cúpula do G20. Sobrarão três semanas para concluir a votação da LDO e do Orçamento. Só um acordo com a liberação das emendas permitirá votar tudo ainda este ano. Caso contrário, este será o primeiro desafio do futuro presidente da Casa.
Clube do G10
A reunião do Parlamento do G20, na semana que vem, não será aberta a todos os deputados e senadores. É que a delegação brasileira deve seguir os moldes das delegações estrangeiras. Portanto, menos de 10 parlamentares. A prioridade de participação é dos integrantes das comissões de relações exteriores.
Fique esperto, Lula!
No programa Frente a Frente, da Rede Vida, que foi ao ar ontem à noite, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, foi direto e reto, quando perguntado sobre as pretensões de alguns partidos de ocupar a vaga de vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva em 2026: “Ele não fará a bobagem de substituir um vice com a capacidade e a lealdade de Geraldo Alckmin”.
E a anistia, hein?
Arthur Lira será cada vez mais pressionado a decidir, ainda neste ano, sobre a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A preços de hoje, a ordem é não votar e deixar
tudo como está.
Gato escaldado
A ala do PT que pretendia deixar a escolha do presidente da Câmara para janeiro perdeu. Venceu a ponderação de parte da bancada sobre não deixar o candidato de Arthur Lira na chuva agora. Se Hugo Motta vencer sem o PT, vai respingar no governo (leia mais detalhes em post no Blog da Denise no site do Correio Braziliense).
Números
As apostas de aliados de Hugo Motta são as de que o PT dará 30 votos ao candidato do Republicanos. Os outros 38 deputados ficarão com os adversários do deputado paraibano.
8 minutos/ O presidente Lula cumprimentou o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, após a anulação das condenações pelo STF. Os dois conversaram por 8 minutos por telefone.
Estágio da negação/ O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, não vê os resultados das eleições como uma derrota de Bolsonaro, ao contrário. “Não adianta falar que não, se os números provam a força de Bolsonaro”, mencionou em suas redes sociais.
Objetivo comum/ Depois de trocarem acusações e farpas nas redes sociais, o governo e a prefeitura do Rio de Janeiro estão fazendo as pazes. Afinal, o prefeito e o governador são os gestores da vida de milhões de cariocas que têm visto a capital ser tomada pela violência. Passada a eleição, é hora de amenizar os discursos e de se unirem pelo o que realmente importa: o povo.
Foi jogo combinado/ O fato de o candidato do Republicanos, Hugo Motta, ter saído calado quando Arthur Lira anunciou que o apoiaria foi estratégico. Seu partido ainda não havia oficializado a candidatura, que só ocorreu depois do pronunciamento de Lira.

Terminado o segundo turno e passado o aniversário de 79 anos do presidente Lula, a esquerda terá que repensar seu jogo se quiser chegar ao Planalto em 2026. O bolsonarismo, porém, também terá que se refazer. Isso porque o centro já percebeu que, se jogar direitinho, pode dispensar os extremos. Neste segundo turno, Fortaleza salvou a imagem do PT, com a vitória de Evandro Leitão. Da mesma forma, Cuiabá (MT) e Aracaju (SE) limparam a barra do bolsonarismo. Porém, em vários locais onde Lula e Bolsonaro jogaram todas as suas fichas, eles perderam. Em São Paulo, por exemplo, Lula faz campanha para Guilherme Boulos (PSol) desde antes das eleições. Não deu. Em Fortaleza, Goiânia, Imperatriz (MA), os candidatos que receberam o apoio de Jair Bolsonaro terminaram derrotados.
Os partidos de centro que vão se enfrentar pela disputa da Presidência da Câmara saem desta eleição municipal fortalecidos e com a certeza de que, se jogarem juntos em 2026, com um candidato capaz de puxar votos, é possível ficar longe, seja de Jair Bolsonaro, seja de Lula. No fundo, esses partidos sempre foram aliados do PT e do bolsonarismo por uma questão de sobrevivência e não de afinidade ideológica. Agora, restará ao PT e ao PL bolsonarista encontrar meios de dizer ao centro que eles ainda têm força para liderar o processo. O centro, entretanto, quer provas desse favoritismo de ambos em seus respectivos campos., afinal, outros personagens estão entrando em campo. E muitos chegaram para ficar.
Sem pressa: PT recebe pré-candidatos à Presidência da Câmara sem fechar apoio
Coluna Brasília/DF, publicada em 18 de outubro de 2024, por Denise Rothenburg
Com mais dois candidatos na pista para a Presidência da Câmara, o PT não fechará agora o apoio ao líder do Republicanos, Hugo Motta (PB). O candidato foi recebido num convescote pela bancada esta semana e, embora o deputado tenha sido muito bem tratado por todos, num clima amistoso, os petistas farão eventos semelhantes com os demais pré-candidatos — leia-se Antonio Brito (PSD) e Elmar Nascimento (União Brasil). Brito e Elmar, conforme o leitor da coluna já sabe há um mês, ofereceram a vice-presidência da Câmara ao partido. O gesto de receber os postulantes sem fechar com nenhum deixa todos no mesmo patamar, sem a faixa de candidato de consenso que o Republicanos tentou colocar em Motta — quando o presidente da legenda, Marcos Pereira (SP), apresentou o líder como o nome para concorrer ao comando da Casa em seu lugar. E, até aqui, nada indica que o consenso saia antes do Natal.
Em meio às articulações dos pré-candidatos, Arthur Lira (PP-AL) tenta buscar uma definição antes de janeiro. Até aqui, não conseguiu. E a contar pelas conversas nos bastidores, não conseguirá. Elmar, que esteve com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha — desafeto de Lira —, saiu do encontro dizendo ter uma única certeza para este período eleitoral: a de que seu nome estará na urna em fevereiro de 2025.
Acabou o recreio
O relatório da Instituição Fiscal Independente (IFI) desta semana indica que o grau de endividamento público vai crescer 12 pontos percentuais nos quatro anos deste mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em dezembro de 2022, chegou a 71,7% do PIB, conforme os dados do IFI. O documento será distribuído a deputados e senadores para alertar sobre a necessidade de reduzir despesas.
Na contramão
Com o fim das eleições municipais, os prefeitos prometem baixar em Brasília num movimento muito diferente daquele recomendado pelos técnicos que estudam diariamente o comportamento das despesas públicas. A turma que chega no pós-eleitoral vem ávida pela liberação das emendas que faltam e, de quebra, e para tentar garantir mais dinheiro para o ano que vem.
Helder tem a força
A depender das pesquisas de intenção de voto em Belém, o governador do Pará, Helder Barbalho, conquistará mais terreno no estado ao eleger Igor Normando prefeito da capital. Igor tem quase o dobro das intenções de voto do que o delegado Eder Mauro (PL). Mantido esse resultado nas urnas, o MDB dominará a COP30, principal vitrine de Barbalho rumo a 2026.
Múltiplos culpados
Enquanto todos culpam a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pela ineficiência da Enel em São Paulo, o deputado Guilherme Boulos (PSol-SP) adicionou mais um ingrediente para dividir as responsabilidades no caso: a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), que, diz ele, deveria fiscalizar o serviço na Enel. Candidato a prefeito da capital, Boulos jogou tudo no colo do governador Tarcísio de Freitas. “A responsabilidade de fiscalização é da Arsesp, com conselheiros e presidentes indicados pelo Tarcísio.”
Bolsonaro na luta…
Jair Bolsonaro quer apostar todas as fichas na eleição de Goiânia. Seus amigos mais fiéis têm dito que, se perder ali, perderá para Ronaldo Caiado (União Brasil), o nome da direita que o ex-presidente não deseja apoiar para a Presidência da República.
… para se manter na onda

O mesmo vale para Curitiba, onde Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB) disputam o segundo turno. Se a candidata de Bolsonaro perder ali, perde para Ratinho Júnior, um dos nomes do PSD para 2026.
Enquanto isso, em São Paulo…
Com o debate do UOL para prefeito de São Paulo transformado em sabatina por causa da ausência de Ricardo Nunes, o candidato do PSol, Guilherme Boulos, não mediu esforços para limpar a barra de Lula nos apagões na cidade. Até bordão ele tinha: “Ele (Nunes) não poda, não retira, não faz zeladoria, e a culpa do apagão é do vento, da chuva e do Lula”.
Noite de festa
O presidente da Câmara, Arthur Lira, fez uma pausa nas articulações políticas para prestigiar o advogado Fernando Cavalcanti, vice-presidente do NW Group, empresa de consultoria econômica do conglomerado Nelson Williams. Fernando recebeu, esta semana, o título de cidadão honorário de Brasília, por iniciativa do deputado Joaquim Roriz Neto.
Por Denise Rothenburg – Ao contrário do que esperavam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT, os partidos aliados mais ao centro não gastaram energia jogando a culpa de algum desajuste econômico nas costas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e nem se dedicaram a criticar a estancada no corte de juros. Em conversas reservadas, muitos dizem que, diante do cenário da economia americana e das incertezas sobre o ajuste fiscal no Brasil, não dava para o BC fazer outra coisa. O fato de a decisão ter sido unânime deixa o espaço das críticas ainda menor.
Nesse sentido, a tendência na política é a ala mais à esquerda ficar reclamando sozinha, seguindo a toada que Lula lançou em sua entrevista à rádio CBN. Os demais vão cuidar da vida, esperando que o governo e a cúpula do Congresso se entendam sobre os cortes orçamentários. Até agora, houve muito discurso e poucas atitudes nesta seara — e isso não ajudará a baixar os juros.
Vale lembrar: há um desconforto nos partidos mais ao centro e não se restringe ao discurso de Lula sobre os juros. Essas legendas sustentam o governo, mas dizem que o presidente parece ter se esquecido que venceu a eleição com uma grande aliança, e não apenas com o PT. Ou Lula passa a governar com um discurso que atenda, pelo menos em parte, a parcela que pensa diferente, ou vai ficar difícil manter todo mundo junto em 2026.
O negócio deles é clique
Deputados conservadores insistem em manter o tema aborto na seara política. Mesmo depois de o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), anunciar que vai criar uma comissão para avaliar a proposta para endurecer essa legislação, vários discursaram sobre o assunto. É para arrumar engajamento nas redes sociais.
Aqui não, campeão
Ainda que a comissão a ser criada por Lira chegue a algum consenso, os líderes no Senado não querem saber de mudar a lei sobre aborto. Não há maioria para aprovar um projeto que criminalize a vítima.
Sem Lula, nada feito
Até aqui, embora Lula tenha dito que não está decidido a disputar um novo mandato, os aliados consideram que o único nome capaz de reproduzir a aliança de 2022 é o do atual presidente da República. Ou seja: reclamam dos gestos do presidente, mas não o dispensam.
Enquanto isso, em São Paulo…
O governador Tarcísio de Freitas já se refere à candidatura do prefeito Ricardo Nunes à reeleição em São Paulo como “nossa” — e também usa o plural quando responde sobre a escolha do vice. Colocou os dois pés na pré-campanha, da mesma forma que Lula fez na de Guilherme Boulos.
… a culpa é dos outros
Esses dois padrinhos, Lula e Tarcísio, jogam o prestígio, mas, em caso de derrota, a culpa será do candidato ou do partido. Afinal, nem o PT de Lula e nem o Republicanos de Tarcísio encabeçam as chapas.
Eles enxergam longe/
Os políticos ainda nem passaram pelas eleições deste ano e já fazem cálculos para o futuro, de olho na vice de Lula. Há quem diga que, se ele quiser repetir a aliança, terá que ter um nome do MDB — como o do governador do Pará, Helder Barbalho (foto).
Só tem um probleminha/
Nesse cenário, o PT terá que apoiar Geraldo Alckmin ao governo de São Paulo, algo que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio ainda não disse se quer.
Novo normal/
A contar pela quantidade de excelências que embarcou na tarde de quarta-feira para o Rio de Janeiro, a presença na Câmara hoje será esvaziada. Aliás, a turma está deixando Brasília mais cedo do que fazia antes da pandemia. A cada dia, aumenta o número de excelências votando pelo Infoleg, o sistema remoto.









