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“Eu não vou mais atrás da China, se faltar vacina, Bolsonaro terá que ser afastado”
Em evidência desde ontem, quando lançou uma nota em que acusou o presidente Jair Bolsonaro de “grave doença mental” e pregou “a interdição civil” do capitão para “tratamento médico”, o presidente da Frente Parlamentar Brasil-China do Congresso Nacional, o deputado Fausto Pinato (PP-SP), volta à carga nesta amanhã para avisar que o país caminha para ter problemas com os chineses, seja na questão dos insumos para a produção de vacinas, quanto ao agronegócio. “os chineses são pragmáticos e já estão se voltando a investimentos “Quem dá o rumo é o presidente da República. Não vejo essa mudança (de comportamento dele) E, se não mudar, não tem solução. Se faltar vacina e insumo, Bolsonaro precisa ser afastado imediatamente.Não tem conversa”, afirma Pinato ao blog.
Pinato contou ao blog que, das outras vezes, quando Bolsonaro disse que não compraria a vacina chinesa, ou quando o deputado Eduardo Bolsonaro atacou a China nas redes sociais, Pinato fez a ponte com os chineses. No papel de presidente da Frente Parlamentar, instituição valorizada pelas autoridades chinesas, ele tentou explicar que era um fato isolado e não uma posição de governo. “Agora, não tenho mais cara para fazer esse papel. Bolsonaro já trocou dois, três ministros para melhorar essa relação e, agora, vai lá, ele mesmo, e faz insinuações de guerra química. Vai ser difícil renovar contratos no futuro, caso Bolsonaro não mude o discurso”, diz Pinato.
O deputado não vê mudança de comportamento do presidente no horizonte. Nesse sentido, ele vislumbra que não haverá solução.”Quem dá o rumo é o presidente da República. Não vejo essa mudança (de comportamento dele) E, se não mudar, não tem solução. Se faltar vacina e insumo, Bolsonaro precisa ser afastado imediatamente.Não tem conversa”, afirma.
Pinato não é apenas um deputado do interior de São Paulo. É um dos principais aliados do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). São amigos e parceiros, inclusive na convivência social em Brasília. Pinato foi ainda um dos coordenadores da campanha e hoje é citado nos bastidores como aquele que dá os recados incômodos do Centrão, uma vez que, as falas anteriores dos filhos de Bolsonaro contra a Chin terminaram por afastar o deputado da convivência com o presidente. Outros aliados do presidente recomendam que é bom não desprezar tudo o que Pinato diz.
“Votei em Bolsonaro, não nos filhos. Ou ele dá um castigo no filho ou será castigado junto “
A crise que o deputado Eduardo Bolsonaro criou com a China deixa o governo brasileiro a um passo de perder o apoio da poderosa Frente Parlamentar de Agricultura e do setor que, em meio à crise econômica causada pelo coronavírus, ainda dar pode dar algum respiro à economia. O recado, acompanhado de uma espécie de ultimato a Bolsonaro, foi levado ao governo pelo deputado Fausto Pinato (PP_SP), presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, da frente parlamentar Brasil-China e também da Frente dos BRICS Brasil-Rússia-India-China e África do Sul. Pinato diz que foi informado pelo governo chinês que não haverá retratação por parte do embaixador Yang Wanming porque quem foi ofendida foi a China. A nota do Ministério das Relações Exteriores, diz o deputado, só piorou as coisas. “O pior agora e se acovardar, se esconder atrás do do Ministério de Relações Exteriores”, diz Pinato, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro. Pinato vai mais além: “Ou ele está passando a mão de um menino mimado ou é chantageado pelos filho. Votei em Bolsonaro, não nos filhos. Ou ele castiga o filho ou será castigado junto”, diz Pinato ao blog.
O deputado é aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro. É amigo, de frequentar inclusive o Palácio da Alvorada. Participou da comitiva de Bolsonaro à China e hoje, entro da frente parlamentar Brasil-China, ajuda a fazer ponte para investimentos. Durante toda a tarde, o deputado tentou falar diversas vezes com o presidente, para, na camaradagem, apelar pela retratação. Enviou mensagens para o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Até agora, não obteve resposta. “Sou amigo do Bolsonaro, gosto dele, gosto muito do Flávio. Mas, sou deputado federal e tenho que pensar no país”, diz ele, cobrando uma retratação do presidente, a fim de restabelecer o bom clima com os chineses que atualmente preparam uma série de investimentos no Brasil, em especial, na área de infraestrutura.
“Aplaudo a aproximação com os Estados Unidos, mas quem investe aqui é a China. Politica internacional não tem ideologia. Se a China errou ou deixou de errar é o que menos importa agora. Temos uma parceria forte com a China e precisamos manter-la pelo bem do Brasil. Temos que acabar com o ‘coronaestupidez’, que faz parte da família do presidente e do entorno que serve ao insano Olavo de Carvalho”, comenta.