“MDB gaucho não apoiará Eduardo Leite”, diz ex-ministro de Temer

Publicado em ELEIÇÕES 2022
Osmar Terra
Crédito: Wilson Dias/Agência Brasil.

 

 

A decisão do MDB tirada em Brasília, de ceder a candidatura do governo do Rio Grande do Sul ao tucano Eduardo Leite ameaça implodir o partido no estado. “Se o Gabriel quiser ser candidato a vice de Eduardo Leite, vamos à convenção com a candidatura de Cesar Schirmer”, diz o ex-ministro do Desenvolvimento Social e deputado Osmar Terra (MDB-RS), referindo-se a Gabriel Souza, pré-candidato ao governo gaúcho pelo MDB e ao vereador de Porto Alegre César Schirmer, que já foi deputado federal e prefeito de Santa Maria. Terra embarcou há pouco para Porto Alegre em busca da candidatura do próprio partido ao governo estadual. “O MDB é quem tem maior estrutura. Se o PSDB quiser ter candidato, é um direito dele, mas isso não quer dizer que o MDB apoiará. Vamos à convenção”, afirma Terra ao blog.

PSDB fechou esta semana o apoio a Simone Tebet ao Palácio do Planalto e, como gesto de parceria, espera o apoio do MDB à recandidatura de Eduardo Leite ao governo estadual. Na segunda-feira, os tucanos gaúchos vão anunciar a candidatura de Leite ao governo do estado. E esperam o apoio. do MDB. O acordo foi chancelado pelo presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, e por representantes do partido no Rio Grande do Sul, como o ex-governador Germano Rigotto, Tebet, que testou positivo para covid-19, participou da reunião por vídeo. Faltou combinar com a ala que promete lutar até a convenção para que o partido tenha candidato próprio ao governo gaúcho. Terra, por exemplo, é ada ala do partido que apoiará no primeiro turno a reeleição de Jair Bolsonaro e, se não pretende fazer campanha para Simone Tebet, nem tampouco para um representante do PSDB ao governo estadual.

Eduardo Leite enfrenta dificuldades com o MDB gaúcho

Publicado em coluna Brasília-DF

Os tucanos vão decidir sua posição sobre a terceira via esta semana com o MDB resistente a ceder a cabeça de chapa a Eduardo Leite no Rio Grande do Sul. Lá, a imagem usada é a seguinte: o ex-governador gaúcho está igual ao marido que sai de casa para tentar a sorte com uma amante, no caso a candidatura ao Planalto, e, agora que deu errado, quer voltar para casa. Pode até conseguir, mas vai demorar. E talvez não seja nesse pleito.

Eduardo Leite está fadado a encontrar um partido dividido

Publicado em Política

Jogada de risco

Independentemente da decisão que tomará nos próximos dias, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, está fadado a encontrar um partido dividido. O esforço de um grupo do PSDB para que ele permaneça no partido fez ressurgir o clima de guerra que antecedeu a prévia de novembro. A contar pelos discursos de bastidores das duas alas, nada levará os tucanos a se aglutinarem em torno de um nome, seja João Doria, escolhido candidato da legenda, seja Leite.
Para completar, no PSD, onde há um grupo simpático a Jair Bolsonaro e outro interessado em apoiar Luiz Inácio Lula da Silva, a união também não será tão fácil, embora haja uma vontade do presidente do partido, Gilberto Kassab, em conseguir ampliar esse apoio. Nesse sentido, qualquer decisão que Leite tomar hoje será arriscada. Porém, na política, vale o ditado: “Quem não arrisca não petisca”. A contar pelos telefonemas que recebeu, Leite decidiu reavaliar seu ingresso no PSD e vai aproveitar esses 10 dias para refletir.

Pressão por reajustes, o maior desafio

A prevalecer o reajuste dos policiais previsto para este ano, o governo terá que encontrar, ainda, recursos para atender as categorias que se mobilizam para garantir a correção inflacionária. Na lida, estão os servidores da Receita Federal, que fazem um ato, hoje, em Brasília, os do Banco Central e outros.

Mais um tijolinho

De grão em grão, João Doria trabalha para tentar tornar sua candidatura irreversível dentro do PSDB. Na filiação de Alessandro Vieira ao partido, por exemplo, o senador mencionou a necessidade de cumprir “compromisso”. Entre os tucanos paulistas, a declaração foi vista como um recado ao gaúcho: foi feita uma prévia, ele foi escolhido e brigar com o PSDB de São Paulo não fará bem a ninguém que pretenda representar o partido numa corrida presidencial.

A dupla missão do general

No papel de candidato a vice numa chapa encabeçada por Jair Bolsonaro, o quase ex-ministro da Defesa, Walter Braga Neto, terá dupla função: primeiro, manter a comunidade militar fechada com a reeleição do presidente da República. Em segundo, garantir que, independentemente do desenrolar de um possível futuro governo Bolsonaro, não terá impeachment pela frente.

Conservadores divididos em Goiás

O apoio de Bolsonaro à candidatura do deputado Vitor Hugo (PL-GO) ao governo goiano deixa o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) com a missão de unir os demais partidos de centro em torno do seu nome. Até aqui, essa unidade não se confirmou.
Briga alagoana respinga no Congresso/ Pegou mal o fato de o senador Renan Calheiros (MDB-AL) respaldar as críticas de Lula ao Parlamento. Renan, porém, tem uma meta para este ano: derrotar Arthur Lira em Alagoas. O senador fará tudo o que estiver ao seu alcance para derrubar o adversário. Até criticar o Parlamento do qual faz parte, com os canhões voltados para a Câmara dos Deputados.
Terreno no céu I/ Assim os petistas se referem à possibilidade de o PT apoiar Guilherme Boulos (PSol) para a Prefeitura de São Paulo, em 2024. Se nem quando o PT estava mal nas pesquisas o partido desistiu, não será agora que tem esperança de eleger Lula presidente mais uma vez.
Terreno no céu II/ Desde que Boulos anunciou que não correrá ao  governo de São Paulo este ano, circula no PSol a notícia de que Lula teria oferecido apoio do PT para que Boulos concorra à Prefeitura, daqui a dois anos. O ex-presidente, porém, só se esqueceu de combinar com o diretório paulistano de seu partido, que é quem decide sobre a candidatura local.
A volta de Delcídio/ O ex-senador Delcídio Amaral (foto) circulou por Brasília dia desses. Num passeio pela cidade, foi parado para tirar as tradicionais selfies. Absolvido, no ano passado, de todas as acusações relacionadas à suspeita de organização de fuga de Nestor Cerveró, Delcídio é candidato a deputado federal pelo PTB de Mato Grosso do Sul.

Bolsonaro distribui a ministros cartilha sobre condutas vedadas a agentes públicos nas eleições

bolsonaro
Publicado em Política

Cumpram a lei

Desconfiado em relação à Justiça Eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro distribuiu, via Advocacia Geral da União (AGU), uma cartilha aos presentes à reunião ministerial. Ali, constam todas as condutas vedadas aos agentes públicos em período eleitoral. Na avaliação do Planalto, todo cuidado é pouco no sentido de evitar uso da máquina, inclusive e-mails, e atos de campanha no horário de expediente. Embora o presidente possa disputar eleição no cargo, o governo considera que é preciso ter muita atenção para não dar margem a ações judiciais que possam colocar a campanha ou pré-campanha em xeque nos tribunais eleitorais.

 

A cartilha foi distribuída aos ministros que ficam e também àqueles que deixam o governo em 31 de março, conforme fechado na reunião. Hoje, haverá um encontro no Planalto de um representante da AGU com todas as assessorias de comunicação dos ministérios para que sejam informados sobre as condutas vedadas no período eleitoral.

 

Não convenceu

Dentro do governo, as áreas técnicas são contrárias ao afastamento do general Joaquim Silva e Luna da presidência da Petrobras. Alegam que uma mudança com viés puramente político provocará insegurança no mercado. Porém, Bolsonaro e a área política consideram que, do jeito que está, não dá para ficar.

 

Tal e qual

Há quem diga que, quando da entrada de Silva e Luna, o país viveu um período de estabilidade nos preços dos combustíveis. É essa estabilidade que o governo quer resgatar.

 

Entra, mas não atrapalha

O partido do ministro da Defesa, general Walter Braga Neto, ainda é uma incógnita, uma vez que tanto o Republicanos quanto o Partido Progressista não estão ansiosos por recebê-lo. Esta semana, porém, andou uma casa: A Vice-Presidência não será considerada “cota” de nenhum partido na hora de definir o ministério do segundo mandato, caso Bolsonaro seja reeleito.

 

Ele vai

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, vai mesmo para o PSD. Afinal, João Doria venceu a prévia e tem muita gente no ninho tucano dizendo que não dá para fazer uma eleição interna para, depois, não dar ao vencedor — no caso o governador de São Paulo — o direito de colocar sua campanha na rua. Afinal, a eleição é só em outubro.

 

A aposta de Márcio França/ Ao aparecer como segundo colocado na pesquisa de intenção de voto para o governo de São Paulo, Márcio França não pretende abrir mão dessa disputa. Considera mais fácil, num estado conservador, chegar ao segundo turno nessa disputa do que vencer Luiz Datena na corrida para o Senado.

 

Enquanto isso, no PT…/ Embora Fernando Haddad (foto) lidere a corrida para o governo paulista, os petistas estão preocupados, com receio de que uma união dos candidatos conservadores no segundo turno contra o ex-prefeito.

 

…e no PSDB…/ Além do próprio Doria, o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes, tem tudo certo para concorrer à reeleição, quando Doria deixar o cargo daqui a 10 dias para ser candidato a presidente. É mais um a jogar contra a qualquer mudança no resultado das prévias.

 

Enfermagem/ Funcionou a mobilização dos enfermeiros no aeroporto e no Congresso para a apreciação do projeto que define o piso salarial da categoria. Na semana que vem, vota-se a urgência para análise da proposta. É uma sinalização que, agora, todas as demais categorias querem adotar.

Eduardo Leite pediu para Doria adiar a vacina em dia de mais de mil mortos por covid

Publicado em Covid-19

 

 

 

Como diz o ditado, “o diabo mora nos detalhes”. E, às vésperas da prévia do PSDB que escolherá o candidato do partido à Presidência da República, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, será confrontado com um dado no mínimo constrangedor para sua a campanha e seus apoiadores. O fato de ter telefonado ao governador de São Paulo, João Doria, em 15 de janeiro deste ano, para pedir que o paulista adiasse o início da vacinação contra covid. E o fez a pedido do general Eduardo Ramos, então ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro. Naquelas 24 horas, o país registrou 1.059 mortes e o país olhava __ e ainda olha __ para a perspectiva da vacinação como o prenúncio de dias melhores.

O telefonema foi admitido por Eduardo Leite em entrevista ao jornalista Igor Gielow, da Folha de S.Paulo. A resposta de Dória à época, publicada há pouco por Lauro Jardim, de O Globo, foi direta: “Lamento, Eduardo, que você tenha se prestado a atender um pedido dessa natureza do general Ramos. Diga a ele que vamos iniciar a vacinação, tão logo a Anvisa autorize a utilização da Coronavac. E que eu estou ao lado da vida e dos brasileiros”.

O que não se tinha ideia era do número de mortes por covid, àquela altura o equivalente à lotação de sete Boeings 737-700.  Não dava para esperar nem um minuto para começar a vacinação, ainda mais a pedido do próprio governo que deveria correr para vacinar as pessoas. O governo federal, porém, queria ter a primazia de ofertar a primeira vacina aos brasileiros. Hoje se sabe que, graças às vacinas, metade dos hospitais estaduais de São Paulo não tem mais pacientes da covid. No Distrito Federal, as internações pela doença não chegam a 25%. O ultimo levantamento aponta que na terça-feira foram registradas 140 mortes em todo o país.