No Congresso, operação acirra polarização e mexe no tabuleiro

Publicado em coluna Brasília-DF, Congresso, GOVERNO LULA

Por Denise Rothenburg — A operação Tempus Veritatis, que teve o ex-presidente Jair Bolsonaro como alvo de busca e preensão, com ordens e ações para que ele não saia do país, ameaça turvar a visão de todos os partidos e respingar no bom andamento da pauta neste semestre. Nem é tanto por causa do ex-presidente. O que vai “pegar” é o pedido de cassação de registro do PL, apresentado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), considerado “fogo no parquinho”.

Essa ação proposta por um senador petista pode surtir efeito num palanque, mas, para quem precisa de tranquilidade institucional para administrar o país, não representa a melhor saída. É algo que, na avaliação de muitos senadores e deputados, amplia o ódio e reforça o discurso de calar a direita, a fim de comprometer a sua participação nas eleições deste ano e de 2026.

Centrão vai surfar nessa história. E, se o PL começar a perder força enquanto agremiação para disputar eleições, já tem gente pensando em isolar quem estiver envolvido nas operações da PF e atrair a maioria dos deputados do PL para outras legendas de direita, na janela para troca de partidos.

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O que falta

Os bolsonaristas estão convictos de que o próximo passo dessa operação será um pedido de prisão tendo como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro. A Polícia Federal, porém, não está com pressa e vai, primeiramente, avaliar tudo o que foi apreendido nesta semana.

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Prepare aí

O bolsonarismo quer se antecipar a essa prisão. O movimento, agora, é lançar nas redes a narrativa de que tudo isso está sendo feito num ano eleitoral para tirar o ex-presidente dos palanques.

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Militares constrangidos

Pelo menos uma parte expressiva das Forças Armadas está para lá de desconfortável com as 135 páginas da decisão de Alexandre de Moraes. Não está fácil para muitos saber que um major do Exército organizava manifestações, um coronel monitorava um ministro do Supremo Tribunal Federal e outro buscava apoio entre os generais para um golpe de estado.

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No embalo da prisão

Já tem gente no PL pensando em aproveitar a prisão de Valdemar da Costa Neto para tentar catapultá-lo do comando do partido. Só tem um probleminha: ele ainda manda na Comissão Executiva e, com Bolsonaro na mira da PF, não há liberdade de ação para tirar Valdemar.

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Por falar em registro…/ No mesmo PT que pretende cassar o registro do PL, tem gente dizendo que é melhor não mexer com isso. Afinal, com Valdemar da Costa Neto preso por porte ilegal de arma e por ter uma pepita de ouro em casa, há quem diga que está aí um ponto a ser abordado para desestabilizar qualquer adversário num debate.

… restam elas/ Em toda a confusão que envolve o PL, as mulheres do partido — em especial, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro — surgem como aposta para acompanhar os candidatos Brasil afora neste período eleitoral de 2024. É o aquecimento. Ontem, aliás, depois de falsas notícias de que ela teria ido para a Disney, Michelle gravou um vídeo na sede do partido, em Brasília.

Suspense do carnaPF/ Na política, há uma aposta para ver quanto tempo levará para que venha a público o vídeo da reunião do presidente Jair Bolsonaro em 5 de julho de 2022, que a PF trata como uma discussão da “dinâmica do golpe”, ainda antes das eleições. Há quem diga que será em plena folia.

Premonição/Também há quem destaque a fala de Mauro Cid na conversa com o coronel Sérgio Cavaliere, que também foi alvo da operação de busca de apreensão. Em 4 de outubro, o coronel manda a seguinte mensagem no Whatsapp: “Espero que vocês saibam o que estão fazendo”. Eis que Mauro Cid responde: “Eu também. Senão, estou preso”.

 

Bolsonaro procura um novo Ramagem

Publicado em coluna Brasília-DF

Por Denise Rothenburg — Da mesma forma que o presidente Lula aposta na polarização da eleição em São Paulo para tentar repetir a vitória da esquerda na capital paulista, o bolsonarismo joga as suas fichas nessa mesma linha no Rio de Janeiro para vencer o prefeito Eduardo Paes. Lula já arrumou o seu jogo para empreender essa estratégia em solo paulistano. Bolsonaro ainda tem um caminho pela frente para conseguir colocar esse plano em prática na capital fluminense. E, para isso, a avaliação dos seus aliados é a de que será preciso arrumar logo um substituto para Alexandre Ramagem no papel de candidato.

O temor é que Ramagem pode terminar afastado do mandato, algo que não pode ser descartado pela Justiça. Especialmente, se aparecerem novas provas de monitoramento ilegal de adversários do governo de Jair Bolsonaro. A ideia é, inclusive, adotar o papel de vítimas da Polícia Federal e de perseguição política. Esse discurso será lançado, amanhã, na megalive convocada pelos filhos do ex-presidente que exercem mandatos legislativos.

Lira joga parado

O presidente da Câmara, Arthur Lira, acompanha de perto os movimentos das frentes parlamentares no sentido de emparedar o governo. Pelo menos quatro delas começam o ano dispostas a enfrentar o Executivo na Reforma Tributária, nas portarias relativas ao trabalho aos domingos e feriados e… nas emendas.

Serviço não falta

As frentes parlamentares vão liderar, por exemplo, as manobras para derrubada de vetos presidenciais e da medida provisória da reoneração da folha de pagamento.

Vai enrolar

Arthur Lira já decidiu que não indicará candidato à Presidência da Câmara tão cedo. A ideia é deixar a disputa dentro do Centrão decantar para ver quem se viabiliza de forma mais robusta.

Dupla derrota

Ao não conseguir emplacar Guido Mantega na direção da Vale, Lula percebeu que seu poder tem limite e, de quebra, dificultou a acomodação de seu ex-ministro em uma estatal. Agora, é esperar baixar a poeira para encontrar um lugar ao Sol para o aliado.

Põe a lista aí/ O Grupo Prerrogativas pediu ao Supremo Tribunal Federal que torne pública a lista de todas as pessoas que teriam sido monitoradas pela Abin paralela instituída no governo de Jair Bolsonaro. A ideia é viabilizar “a reparação dos direitos fundamentais à intimidade, à vida privada e à proteção de dados, conforme assegurado pelo artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal”. O pedido é assinado pelos advogados Marco Aurélio Carvalho (foto), coordenador do Prerrô, e Fernando Hideo Lacerda.

E o Zé, hein?/ O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu volta à ativa com um plano de, pelo menos, 12 anos de poder para o PT. O partido trata a reeleição de Lula como líquida e certa, falta só definir quem será o sucessor.

Olhe lá/ Na esquerda, porém, muita gente olha com preocupação para o que ocorre nos Estados Unidos. Lá, os republicanos de Donald Trump voltaram para o jogo, tornando incerta a reeleição do presidente Joe Biden.

Ele gostou/ Autor do pedido de CPI da Pirâmides Financeiras, o deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) comemorou a prisão de Mirelis Diaz Zerpa, mulher de Gladison Acácio dos Santos, o “faraó dos bitcoins”: “Impossível não ter uma sensação de alívio com a prisão de Mireliz Diaz. É a certeza de que a impunidade foi vencida e a justiça está sendo feita para milhares de famílias que perderam tudo por acreditar neles. Parabéns à Polícia Federal”, afirmou.

Investigação sobre Abin deixa bolsonaristas sob tensão

Publicado em coluna Brasília-DF

Por Denise Rothenburg — Os bolsonaristas que se preparem. As investigações sobre o caso de monitoramento de adversários, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, não vão parar no deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). Além dele, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), há um núcleo superior, como o ex-chefe do Gabinete e Segurança Institucional (GSI), o general da reserva Augusto Heleno. Outros gabinetes do Legislativo também não estão tranquilos. Houve, por exemplo, um pedido para busca no gabinete do também deputado Gilberto Nascimento Silva (PSD-SP), que não foi autorizado, porque o parlamentar não é investigado na ação.

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Um dos alvos da operação desta semana, o assessor Ricardo Minussi, é funcionário do gabinete do senador Alan Rick (União Brasil-AC), que também não é investigado nesse processo. Na própria polícia, há quem diga que todo cuidado é pouco a fim de evitar injustiças. Mas outros nomes virão.

Até aqui…

A busca e apreensão no gabinete de Ramagem era esperada, uma vez que ele é investigado há tempos nesse processo de monitoramento ilegal por parte da Abin. O que não estava no script era o pedido de suspensão do mandato, que foi negado pelo ministro relator, Alexandre de Moraes.

…segue o roteiro

Parte dos oposicionistas considera que se houvesse suspensão do mandato, seria mais fácil mobilizar todos os partidos de oposição em defesa da soberania do exercício do mandato e da vontade do eleitor.

Horário nobre

A megalive que o ex-presidente Jair Bolsonaro pretende fazer no domingo, 19h, ganha outro patamar depois da operação da Polícia Federal envolvendo Ramagem. Será a hora de a família se apresentar nesse novo cenário.

Mudança de foco

A live de domingo foi marcada para que o ex-presidente e os filhos com mandato na política possam mobilizar seus seguidores para as eleições municipais. Agora, alguns aliados consideram que será o momento de Bolsonaro montar um cinturão em sua defesa na internet.

O dinheiro manda…/ O fato de Lula querer seu ex-ministro Guido Mantega (foto) no comando da Vale não é sinal de passe livre para a nomeação. Numa empresa privada, mandam investidores e acionistas.

…e o partido atrapalha/ Quanto mais o PT pressionar para que Mantega assuma o cargo, mais difícil ficará para o ex-ministro de Lula e de Dilma Rousseff.

Pacheco distante/ A reação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) em resposta ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi uma demonstração de que o presidente do Senado não fará tudo o que os bolsonaristas desejam em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Lira quieto/ O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), permanece “fechado em copas”. Seus aliados dizem que ele quer esperar decantar esse processo para se posicionar quando da volta dos trabalhos do Congresso.

Campanha na laje/ A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) vai explorar a imagem de menina da periferia de São Paulo durante toda a campanha. A avaliação do partido é de que se ela conseguir se firmar sobre Guilherme Boulos (PSol-SP) nos subúrbios paulistanos, tem tudo para vencer.

 

Reforma tributária: voto favorável de Ciro Nogueira, ex-ministro de Bolsonaro, revela fidelidade conveniente

Publicado em Congresso, Governo Bolsonaro, GOVERNO LULA, Política, Senado

Por Denise Rothenburg — Ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira delimitou o campo ao votar favoravelmente à reforma tributária: ele continua apoiando o ex-presidente, mas naquilo que interessa ao partido, ele não deixará de votar. Afinal, Aguinaldo Ribeiro, do PP, foi relator da tributária na Câmara.

A leitura política, porém, é mais ampla. Deputados acreditam que o voto de Ciro ajudará Arthur Lira a negociar os cargos na Caixa Econômica Federal e, de quebra, alinha um pouco mais o próprio PP ao governo. Embora Ciro diga com todas as letras que continuará na oposição e não apoiará o PT ou seus candidatos, 2026 ainda está longe. Até lá, o PP se manterá como os demais partidos de centro: com um pé no governo e outro na oposição.

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Os influencers de 2024

Uma consultoria de Brasília está fazendo um estudo para verificar quem o eleitor ouve na hora de escolher em quem votar nas eleições municipais Brasil afora. Os cinco mais influentes até aqui são: o prefeito, o maior opositor do prefeito, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente Lula e o governador do estado. Nessa ordem.

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A novela não acabou

A avaliação de políticos, de aliados do governo, inclusive, é a de que Bolsonaro perdeu a eleição, mas não seu capital político. E vai desfilar pelos palanques para se apresentar como vítima do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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A nova estrela do MDB

Os políticos estão com um olhar voltado ao governador do Pará, Helder Barbalho. A aprovação cresceu para 77,6%, segundo a Paraná Pesquisa. Na anterior, em junho, era de 68,5%. Está, hoje, acima dos 70,41% que o elegeram no primeiro turno em 2022. Nesta eleição, foi, proporcionalmente, o governador mais votado do país. O MDB paraense, com nove deputados, é a maior bancada do partido na Câmara. Mês passado, na convenção do partido, passou a ter o maior número de delegados, 57, no Diretório Nacional.

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Cálculos políticos

Em 2025, véspera do ano eleitoral, Belém sediará a Cop30, sobre mudanças climáticas. Há quem diga que pode ser a oportunidade para o governador se projetar nacionalmente. Se mantiver o ritmo de aprovação que apresenta hoje, o MDB terá a oportunidade de testar um nome novo no cenário nacional. Só tem um probleminha: Se Lula estiver bem politicamente e decidir ser candidato, o MDB recolherá os flaps.

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Lula vai/ Aproveitar a chegada dos brasileiros que tiveram autorização para sair de Gaza para, ao lado deles, mais uma vez criticar essa guerra sem fim.

Devagar com o andor…./ A prioridade do PT hoje é aproveitar o governo para recuperar prefeituras. Até aí, faz parte do jogo.

… que a base é de barro/ Os partidos aliados já fizeram chegar ao Planalto que, se o governo puxar o tapete de outras legendas para favorecer o PT, problemas virão.

Parabéns, ParkShopping!/ 40 anos de uma história de sucesso e símbolo do empreendedorismo.

 

Presença de Bolsonaro em reunião da frente do agro enfraquece diálogo com governo

Publicado em Bolsonaro na mira, Câmara dos Deputados, GOVERNO LULA, Senado

Por Denise Rothenburg — A presença do ex-presidente Jair Bolsonaro na reunião da Frente Parlamentar do Agro (FPA) soou para integrantes do governo como uma declaração de guerra, por causa do veto do presidente Lula ao marco temporal de demarcação das terras indígenas. Era esse justamente o receio da turma que ficou para lá de incomodada com o convite ao ex-presidente para comparecer ao encontro.

A resultante foi um racha no grupo mais poderoso do Congresso Nacional e as associações e confederações que contribuem para o Instituto Pensar Agro (IPA), o braço técnico de planejamento da Frente. A presença foi considerada inoportuna, especialmente, por ocorrer num momento em que o agro tenta negociar com o governo.

A avaliação de parte das entidades que compõem o IPA e de parlamentares é a de que a pauta extensa da Frente — marco temporal, agrotóxico, reforma tributária — ficou em segundo plano. Bolsonaro participou da reunião a convite do deputado Luciano Zucco (Republicanos-RS). A FPA, que luta para não parecer bolsonarista,
acaba de colocar um carimbo na testa.

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Além dos vetos

A agenda econômica do governo passa por um momento crucial no Parlamento, justamente quando os deputados perceberam que parte dos petistas trabalha no sentido de obter um acesso direto para irrigar as prefeituras no ano eleitoral, de forma a prescindir das emendas de deputados e senadores. A estratégia tem tudo para atrapalhar ainda mais o governo.

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Veja bem

As emendas impositivas são de liberação obrigatória, ou seja, a concessão de recursos de forma voluntária, longe das emendas, exigirá do governo dois orçamentos para cumprir, o do Executivo e o das propostas do Legislativo. Em segundo lugar, os deputados estão irritados com a demora na liberação de seus pedidos e a cada dia reclamam mais do ministro da Casa Civil, Rui Costa.

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Tic-tac-tic-tac

Se o governo não agir rápido para resolver essas diferenças, a resposta do Congresso aparecerá no painel de votações, quando as propostas cruciais para o Poder Executivo estiverem em pauta. O aviso já foi levado ao Planalto.

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A volta de Araújo/ Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores no governo Bolsonaro, se incorporou a campanha pró-Javier Milei na Argentina. Em entrevista ao canal Ahora Play, ele disse que a “nova direita” portenha tem a vantagem de ser novo no pedaço: “(Em 2022), Bolsonaro era presidente e havia um desgaste. Milei tem uma mensagem nova e é a primeira vez que concorre”.

As escolhas da OAB I/As listas sêxtuplas do Conselho Federal da OAB para preenchimento de duas vagas de desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) contemplaram todas as advogadas mulheres que concorreram e um advogado representante do movimento negro. Mais de 20 profissionais apresentaram candidatura aos postos abertos com a ampliação do tribunal pela Lei n. 14.253/2021. Coube a OAB fazer duas listas, ambas com seis nomes.

As escolhas da OAB II/ As advogadas Rebeca Moreno, Clarice Viana Binda, Larissa Tork de Oliveira e Liz Marília Vecchi Mendonça e o advogado negro Thiago Lopes Campos compõem a lista que será analisada pelo TRF-1. A escolha foi feita pelo plenário da Ordem, em votação na segunda-feira. Agora, o próprio TRF1 reduzirá cada lista a apenas três nomes, e o presidente da República escolherá um de cada para preencher as vagas.

As escolhas da OAB III/ Os selecionados são os seguintes: Lista 1: Diogo Condurú, Flávio Jaime de Moraes Jardim, Thiago Lopes, Clarice Viana Binda, Marcus Lara, Liz Marilia Guedes Vecci. Lista 2: Eduardo Martins, Rebeca Moreno da Silva, Larissa Tork, João Celestino, Vicente de Paula Moura Viana e Marcus Gil.

 

Presença de Bolsonaro racha FPA

Publicado em Agricultura, Política
Alan Santos/PR

 

A presença do ex-presidente Jair Bolsonaro na reunião da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) rachou o grupo mais poderoso do Congresso Nacional e as associações e confederações que contribuem para o Instituto Pensar Agro, o braço técnico de planejamento da Frente. A presença foi considerada inoportuna, especialmente, por ocorrer num momento em que o agro tenta negociar com o governo. A avaliação de parte das entidades que compõe o IPA e parlamentares é a de que a pauta extensa da Frente __ marco temporal, agrotóxico, reforma tributária __ ficou em segundo plano. Bolsonaro participou da reunião a convite do deputado Luciano Zucco (Republicanos-RS), para lançamento da Frente Parlamentar Invasão Zero, uma “filha”da FPA. A pauta da frente-mãe ficou em segundo plano. A reunião-almoço, lotada, virou um convescote de apoiadores do presidente.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, considerado o sucessor natural de Bolsonaro, ficou em São Paulo. Com o ataque a uma escola ontem em São Paulo, não seria de bom tom, o governador aparecer em meio a uma festividade em Brasília.

 

 

Bancada do Nordeste prepara rebelião contra medida provisória de Lula

Publicado em coluna Brasília-DF, GOVERNO LULA

Coluna Brasília-DF, de 7 de setembro de 2023, por Denise Rothenburg

A bancada do Nordeste tem encontro marcado, na semana que vem, para deflagrar um movimento contra a medida provisória que determinou a cobrança de Imposto de Renda àqueles que receberam incentivos na região. Empresários, executivos de banco e instituições nordestinas estarão em Brasília para pedir que a MP só seja analisada depois da reforma tributária. “Essa medida provisória é decretar o fechamento de empresas no Nordeste e gerar um milhão de desempregados numa região que precisa crescer”, avalia o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024, deputado Danilo forte (União-CE). “Essa MP não passa”, avalia.

Em tempo: a reforma ministerial, anunciada ontem com dois ministros nordestinos, quer justamente evitar esse tipo de rebelião. Só tem um probleminha: é difícil que deputados da região votem contra os empregos em seus estados de origem. A aposta é de que no quesito medidas econômicas impopulares, a reforma ministerial terá dificuldades em garantir votos favoráveis às propostas do Planalto.

Desânimo geral

Reforma ministerial anunciada, baixou um “banzo” na turma que está desde o começo do governo Lula. É que muitos esperavam ser possível prescindir do Centrão que havia apoiado Jair Bolsonaro. Mas as urnas deram maioria a esses partidos e o jeito, agora, é conviver. Embora Lula tenha esclarecido a todos que a reforma é necessária, vem aí uma fase de “trancos e barrancos” internos.

Uma coisa…

Juristas e políticos estão preocupados com a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, de rever os acordos de leniência da Odebrecht. Uma coisa é considerar um exagero a prisão de Lula. Aliás, houve controvérsias à época a esse respeito e o STF não reagiu. É preciso separar essas estações.

… Outra coisa

Na avaliação de muitos juristas, que preferem aguardar maiores desdobramentos para falar publicamente, não dá para apagar o processo de corrupção descoberto a partir da Lava-Jato. A operação gerou, inclusive, devolução de recursos aos cofres públicos e à Petrobras. Se a “revisão” em curso desse caso levar o governo a ter que entregar o dinheiro a quem se disse corrupto, a imagem do país perante o mundo ficará abalada. Já chega o escândalo das joias envolvendo autoridades do governo anterior.

Embaixador começa a se despedir do Brasil

Sob um céu típico de Brasília, com o sol batendo forte sobre o iluminado prédio da Embaixada da Itália concebido pelo arquiteto Pier Luigi Nervi, o artista Carlos Bracher pintou esta semana o retrato do embaixador Francesco Azzarello. Para refrescar o ambiente, o repertório de Verdi, Bach, Beethoven, Mozart e Schubert. Depois de cumprir quatro anos de sua missão no Brasil, Azzarello volta à Itália no final do mês. O novo embaixador italiano será o diplomata Alessandro Cortese, que desembarca por aqui em outubro.

#fiqueemcasa

Bolsonaro tem replicado a amigos uma mensagem de seus apoiadores pedindo que as pessoas não compareçam à festa de Sete de Setembro. Integrantes do atual governo que receberam uma mensagem desse tipo brincavam: “Quem diria que um dia o Bolsonaro iria mandar as pessoas ficarem em casa”.

Por falar em Bolsonaro…

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, fez questão de explicar, durante sua palestra na Faap, na capital paulista, que não continha crítica ao indagar: “Eu ao lado de Bolsonaro?”. A fala do prefeito foi apenas para checar se havia entendido a pergunta de uma estudante.

… Nunes não o descartará

Para reforçar que o mal-entendido foi de comunicação, e não de posicionamento político, o prefeito lembrou a auxiliares que, na mesma palestra, elogiou a importância do governo Bolsonaro nas finanças estáveis da prefeitura e que iria, sim, ter o apoio do ex-presidente.

Bom feriado a todos

Por que Mauro Cid vai confessar

Publicado em Bolsonaro na mira

Ministério da Cidades Bolsonaro

O ex-ajudante de ordens Mauro Cid decidiu confessar seus crimes de contrabando de joias depois que viu seu pai, o general Mauro Lourena Cid, enroscado no esquema de venda das joias que o governo brasileiro havia recebido de presente da Arábia Saudita e do Bahrein. O general entrou nessa trama a pedido do filho. Agora, é o filho quem confessa, para tentar limpar o nome do pai, que, até então, era respeitado por todo o Exército brasileiro. Porém, desde que foi alvo de busca e apreensão, o general emudeceu. Foi o limite para seu filho, que, conforme contou o advogado César Bittencourt à revista Veja, decidiu confessar que fez tudo por ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Mauro Cid se sente abandonado e nos tuítes de pessoas ligadas a Bolsonaro um sinal de que o ex-presidente deixaria o pai e o filho à deriva.

Bolsonaro está irritado e aposta na tese de que Mauro Cid não está bem emocionalmente e, por isso, acabou seguindo pelo caminho da confissão. Não é bem assim. Paralelamente à vontade de restabelecer o nome do pai, Mauro Cid sabe que. Policia Federal tem farta comprovação de que ele atuou na venda das joias. E, dizem alguns, não dá o coronel segurar isso sozinho, ficando junto com o pai, como aqueles que desviaram os presentes recebidos de governos estrangeiros. Tudo tem limite. Mauro Cid chegou ao seu.

Aliados de Bolsonaro pretendem tratar caso das joias como “trapalhada”

Publicado em coluna Brasília-DF

Por Denise Rothenburg – Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro bem que tentaram tirá-lo da linha de tiro do escândalo das joias, colocando na roda uma portaria dos tempos de Michel Temer, que tratava esse tipo de presente como bens de “natureza personalíssima”. Só tem um probleminha: o próprio Bolsonaro revogou a portaria em 2021 e, além disso, a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a devolução dos bens foi baseada em lei. Logo, a posse das joias por Bolsonaro e a venda por ex-auxiliares não se sustenta.

Com a “natureza personalíssima” descartada, a ideia é tratar o caso como uma “trapalhada”, uma vez que os bens foram devolvidos. Pelo menos, esse será um dos caminhos a ser traçado por aliados, no campo da política.

No campo jurídico, porém, é diferente. A esperança dos bolsonaristas é que, se o remédio for muito amargo, Bolsonaro vire vítima. O ex-presidente, segundo relatos, não está ajudando a construir essa imagem. Irritado, tem batido na mesa e diz que não quer saber de ir para a cadeia por causa de joias que foram devolvidas, depois de Lula, segundo ele, tirar contêineres do Alvorada quando era presidente.

A ideia dos bolsonaristas é colocar as comparações na roda.

No varejo

A ideia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de fechar a reforma ministerial esta semana, dará aos novos ministros Silvio Costa Filho (PE), do Republicanos, e André Fufuca (MA), do PP, a missão de conquistar os votos da legenda a conta-gotas. Ambos seguirão na linha de “independência” ditada por seus presidentes, Marcos Pereira e Ciro Nogueira, respectivamente.

Vocês que se virem

Avisado de que nos dois partidos o percentual de oposicionistas é maior do que o de potenciais governistas, Lula repete a velha máxima que norteia suas conversas, quando quer atrair um interlocutor: “Os meus eu já tenho, preciso que você me traga os seus”.

Todo cuidado é pouco

O governo ficou assustado com o fato de os líderes cancelarem a reunião que discutiria o texto das novas regras fiscais porque o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia dito que a Câmara tem poder demais e não pode humilhar o Executivo e o Senado. A avaliação, porém, é de que, depois da conversa dele com Arthur Lira (PP-AL) para esclarecer uma fala mal-entendida sobre o poder da Câmara, ainda há tempo e clima para votar o
arcabouço fiscal.

E a Argentina, hein?

O arcabouço é o tema mais importante em pauta. Em conversas reservadas, os governistas consideram que a economia afundou a esquerda na Argentina. Para que isso não se repita por aqui, é preciso ter claro que os temas econômicos são prioritários e não podem ser deixados de lado.

A pauta que une I/ O velório da agente da Polícia Civil Valderia da Silva Barbosa Peres colocou quase que lado a lado a deputada Érika Kokay (PT-DF), sempre muito combativa na causa feminina, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Segundo relatos, as duas chegaram a trocar um cumprimento com acenos.

A pauta que une II/ A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (foto), que já foi coordenadora da bancada feminina na Câmara dos Deputados, nunca teve dificuldades em colocar todas as mulheres de diferentes colorações partidárias na mesma sala para conversar sobre soluções quando o assunto é o crescimento do feminicídio no país e no DF.

Estou tranquila/ A presença de Michelle, além do óbvio ato de solidariedade à família e à luta contra o feminicídio, teve um viés político: mostrar que a ex-primeira-dama não cancelou nada por causa do escândalo das joias.

Mantenha a agenda/ Embora muita gente no PL prefira que o casal Bolsonaro fique mais recolhido, Michelle pretende manter a agenda e as viagens pelo país.

Bolsonaro define três alvos para elevar tom contra descriminalização da maconha e renovar apoio do eleitorado

Publicado em Política, STF

Por Denise Rothenburg — O tema da conversa do ex-presidente Jair Bolsonaro com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o governador do estado, Tarcísio de Freitas, foi escolhido a dedo para marcar a diferença do trio com os adversários que defendem a descriminalização das drogas — o deputado Guilherme Boulos (PSol-SP), o PT e ministros do Supremo Tribunal Federal que já votaram a favor da maconha. Aliás, a ida de Bolsonaro a São Paulo visa justamente colocá-lo novamente em sintonia com parte do eleitorado que não tolera a descriminalização e, paralelamente, mostrar que, mesmo inelegível, o ex-presidente tem um ativo eleitoral forte.

Todo esse trabalho, seja a ida a uma galeteria de Brasília, onde foi aplaudido, e o almoço em São Paulo, pretende colocar na vitrine do ex-presidente temas que possam compensar o desgaste sofrido com o caso Carla Zambelli e o da suposta tentativa de venda do relógio Rolex feita pelo tenente-coronel Mauro Cid. Com os candidatos que planejam suceder Bolsonaro — caso do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tropeçando no discurso —, o ex-presidente acredita que não perderá influência.

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Deixe que digam…

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, faz cara de paisagem em relação às críticas que vem recebendo de senadores e vai bater o pé em defesa dos pareceres do Ibama, seja no tema exploração de petróleo na Amazônia, seja no quesito BR-319 — rodovia que, na avaliação dos ambientalistas, precisa de mais estudos.

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… ela está segura

Marina, aliás, avisam seus aliados, está do mesmo jeito que sempre esteve. Se sentir falta de respaldo no governo para pareceres técnicos, não terá o menor constrangimento em pedir o boné e ir cuidar da vida no exterior, onde é requisitada para quase todas as conferências.

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Anderson na CPMI

Sentindo-se abandonado por Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres vai falar. Quem esteve com ele, garante que a ideia é reforçar depoimentos anteriores, em que declarou que nunca fez qualquer movimento contra as urnas eletrônicas ou expediu qualquer documento sobre fraude em eleições.

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Anticlímax

Os senadores, porém, querem saber dele todo o histórico da minuta do golpe encontrada na casa do ex-ministro e na preparação do 8 de janeiro. Sobre esses temas, avisam alguns, será difícil Anderson fornecer
muitos detalhes.

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A hora do cinema I/ O setor cinematográfico e audiovisual brasileiro fará um corpo a corpo no Congresso esta semana, em prol da Lei dos Direitos Autorais Digitais e outros. Diretores, produtores, roteiristas e atores querem visitar as principais lideranças dos partidos políticos, deputados e senadores para tratar da tramitação de projetos de lei vitais para a atividade.

A hora do cinema II/ Hoje, por exemplo, está prevista a votação do projeto de Direitos Autorais Digitais, de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). A proposta trata da remuneração de direitos de roteiristas, diretores e músicos pela exibição de filmes e séries nas plataformas digitais. O setor agrega ao PIB nacional
R$ 24,5 bilhões todos os anos. E quer tratar também da regulação das plataformas de streaming, que tramita em dois PLs, um com relatoria do senador Eduardo Gomes (PL-TO) e outro com o deputado André Figueiredo (PDT-CE).

Brunet, a eterna musa/ A empresária e ativista Luiza Brunet passa a semana em Brasília, a convite de instituições públicas, privada e do Congresso. A intensa agenda deve-se aos 17 anos da Lei Maria da Penha, relembrados nesta segunda-feira. “O tema é sempre latente. Vou onde posso potencializar a voz de mulheres a darem um basta a violência de gênero”, conta a ativista, que somente retorna ao Rio na sexta-feira.

Brasília em Belém/ O governo brasileiro praticamente se transferiu para Belém nesta semana da Cúpula da Amazônia. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que desembarcou por lá nesta segunda-feira, leva na bagagem a expectativa de o presidente Lula liderar o Sul Global na transição energética.

Esperem mais um pouquinho/ Enquanto a Cúpula da Amazônia estiver na ordem do dia, a reforma ministerial continuará em banho-maria.