Categoria: Política
Deputados disseram a Michel Temer que não dá para tocar a reforma previdenciária de uma só vez, porém, não descartam a seguinte estratégia: Votar um pedaço agora e outro depois da eleição. Isso mesmo: Já tem gente pensando em aproveitar o período posterior à eleição, quando muitos parlamentares voltam endividados e muitos derrotados nas urnas, para concluir essa reforma que todo mundo ensaia e ninguém faz. Para um presidente eleito, seja quem for, a idade mínima para as aposentadorias não soaria o fim do mundo, uma vez que representaria economia no caixa e confiança aos investidores. Aliás, já tem pré-candidato torcendo para que Michel Temer faça todas as maldades, deixando ao sucessor um mar menos revolto nas contas.
Entre os deputados, há quem diga que não se deve ter nem uma coisa nem outra: O melhor é “customizar” o texto da reforma previdenciária na Câmara, de forma a deixar os deputados menos pressionados nas bases. Já chega o que muitos estão passando nas redes sociais depois dos votos favoráveis a Michel Temer essa semana.
Laços de família
Presidente da comissão destinada a emitir parecer sobre a MP do Funrural, o senador Dário Berger (PSDB-SC) vem adiando a sessão para votar o texto. Berger é sogro de Jeferson Rocha, diretor jurídico da Associação Nacional de Defesa dos Agricultores e Pecuaristas e Produtores da Terra (Andaterra), que começou um movimento contra a medida provisória. Tem gente apostando que o senador não quer é briga no almoço de Domingo.
Laços partidários
Produtores rurais à espera da aprovação da medida para conhecer o texto final e resolver as pendências procuraram integrantes do PSDB. Os tucanos, entretanto, esperam mais uma tentativa do senador Berger já na semana que vem, apesar do feriado.
Capitão em jogo quádruplo
O DEM está para lá de animado com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ): No mínimo Rodrigo será candidato a deputado federal para tentar mais dois anos no comando da Casa. As outras opções são o Senado, o governo do Rio de Janeiro e… A Presidência da República. Essa “aventura”, entretanto, vem depois.
Perillo sai da toca
O governador de Goiás, Marconi Perillo, estará na próxima segunda-feira em Brasília para traçar um roteiro de viagens e conversas dentro do PSDB. É a largada da campanha para presidir o partido. Aliás, a candidatura de Perillo, foi anunciada há meses pela coluna. O opositor é o senador Tasso Jereissati, que hoje responde oficialmente pelo tucanato.
CURTIDAS
Verão 2018/Com a sua delação homologada, o doleiro e operador Lúcio Funaro tem planos de deixar a cadeia em janeiro do ano que vem. E avisa desde já: Vai procurar jornalistas para falar tudo. E tome desgaste sobre o PMDB. Aos presos, como Geddel Vieira Lima, e soltos como muitos outros.
Por falar em Funaro…/ Ontem, durante depoimento ao juiz Wallisney, em Brasília, Funaro abriu aquele sorriso de “eu sou o cara”, quando a tela mostrou Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, contando as ameaças feitas pelo doleiro, de colocar fogo em sua casa. Quem estava na plateia ficou com a sensação de que o sorriso queria dizer “fiz mesmo, e daí?”
Sua segurança era só disfarce?/ Funaro tomou muito café ao longo do depoimento e suas mãos tremiam, apesar da segurança na voz.
Nem te ligo/ Num dado momento, Funaro ofereceu café ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O ex-deputado, que passou todo o depoimento evitando olhar para o doleiro, fingiu que não era com ele.
Lavar a poeira… / E acalmar a política. Nesse período em que a chuva deve voltar a Brasília, os poderes buscarão a calmaria. Rodrigo Maia viaja hoje com uma comitiva a Israel, Palestina, Pistoia (Itália), terminando em Portugal, num evento junto com o ministro Gilmar Mendes. Nada melhor do que uma viagem também para acalmar os ânimos acirrados ontem no Supremo. O ministro do STF, Gilmar Mendes, passará o feriadão de Finados em Portugal.
Colaborou Renato Souza
Rodrigo Maia era só sorrisos depois dessa notícia e de uma conversa com o presidente Michel Temer
O ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, que está licenciado do cargo para votar a denúncia contra o presidente Michel Temer, acaba de deixar o PSB, junto com a ex-líder do partido, Teresa Cristina (MS), Fábio Garcia e Adilton Saquetti. Em conversa há pouco com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, ficou acertado que não haverá qualquer gesto por parte da direção partidária no sentido de tentar reaver o mandato, alegando fidelidade partidária.
O destino do grupo não está selado, mas a tendência da maioria é a filiação no Democratas, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já apontado como um dos possíveis pré-candidato à Presidência da República. O único que talvez não siga esse caminho é o ministro, que seguirá o pai rumo ao PMDB do presidente Michel Temer.
Rodrigo, aliás, esteve hoje à tarde com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto. Conversaram por uma hora. Maia chegou ao Congresso só sorrisos. “Amiguinhos para sempre?”, perguntou uma jornalista. “Em política não tem amiguinho. Muitos menos para sempre”, respondeu.
Ou seja, está tudo bem entre Rodrigo Maia e Michel Temer até a próxima crise. Rodrigo considera que houve um erro do governo, quando da filiação do senador Fernando Bezerra Coelho (PE) ao PMDB. O senador foi o primeiro a deixar o PSB rumo a outro partido e a festa contou com a presença dos ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha, algo que contrariou Rodrigo Maia. Até segunda ordem, ele e Temer estão bem. Porém, se o PMDB investir muito para agregar Teresa e os demais deputados, a toada do afastamento será retomada.
O Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, entregou ao filtro político do Planalto o parecer da equipe econômica sobre o Refis aprovado no Congresso. Num jantar do site Poder 360, Meirelles evitou qualquer comentário a respeito. Mencionou apenas que o tema está com o Planalto. Agora, caberá ao presidente Michel Temer decidir se sanciona o projeto sem alterações.
Meirelles evita o tema, mas ninguém duvida que há vetos propostos pela equipe da Receita, ainda não conhecidos. E mais: O envio do texto para análise do Planalto antes da votação da denúncia contra o presidente no plenário da Câmara dá a Michel Temer mais um ingrediente para “vender” aos parlamentares, se preciso for, em troca do arquivamento da denúncia. Ele tem agté o final deste mês para decidir o que fará com o Refis.
Leitura do blog sobre essa situação: Se o presidente sancionar a medida antes da votação de quarta-feira, sem vetos, é sinal de que a situação não está tão segura quanto parece e que ele precisa desse ingrediente na “xepa” que o Planalto promove agora junto aos parlamentares. Se Temer esperar a votação da denúncia para sancionar a proposta, é sinal de que vetos não estão descartados. A bola está com Temer.
Os deputados estão tratando a votação dessa segunda denúncia envolvendo o presidente Michel Temer como o último portal para tentar arrancar alguma benesse do governo antes da eleição. Especialmente, quem ainda não foi atendido quando da votação da primeira denúncia. A preços de hoje, Temer não tem orçamento para atender a todos. Tampouco cargos. Corre o risco de cobrir um santo e descobrir outro. Aliás, pela conversa dos políticos nos bastidores, esse tem sido o processo do fim de semana. O troca-troca nos cargos de segundo e terceiro escalões promovido pelo governo nos últimos dias deixou vários políticos descontentes. Se essa onda de revolta da base não for contida nas próximas horas, o governo não terá meios de concluir a votação esta semana. E, dizem os deputados, quanto mais tempo demorar, pior para Michel Temer.
Para que a votação seja válida, são necessários 342 votos. Para que a denúncia seja acolhida, esses 342 votantes teriam que se manifestar a favor do pedido do ex-procurador Rodrigo Janot. A oposição não tem esse número. Nem o governo. Portanto, o desafio do Planalto agora é “validar” o resultado favorável ao governo, levando os deputados para o plenário a fim de garantir 342 votantes __ seja contra ou a favor.
Para tentar resolver esse imbróglio e evitar a falta de número para liquidar a denúncia ainda essa semana, o presidente reunirá daqui a pouco todos os líderes do governo e de partidos aliados, a fim de fazer um checagem nos votos e ter uma ideia mais exata de quantos pretendem comparecer. A ideia é ainda sentir o pulso dos partidos e das insatisfações, que não são poucas. Mais tarde, teremos o termômetro desses últimos dias de “feira” entre o Planalto e a base.
Hoje, quem quer entrar na política, não tem muitas chances. Apenas quatro partidos se mostram abertos a receber futuros candidatos sem um leque de exigências ou mesmo o pagamento de uma “jóia”. A intenção dos idealizadores do RenovaBR é abrir as portas para a sociedade tentar quebrar essa regra
Depois de lançar a fundação Renova no último dia 6 em São Paulo, o empresário e professor Eduardo Mufarej passou nesse Sábado por Brasília para discutir o Renova com colunistas de política radicados na cidade, centro nervoso da política nacional. “Não temos uma bala de prata (para mudança da prática política), mas temos uma iniciativa”, diz ele, num bate-papo informal que entrou na madrugada de hoje. A ideia é selecionar 150 pessoas da sociedade civil que desejem concorrer a uma vaga de deputado federal em vários estados e no DF, a partir daí, oferecer a esses interessados um curso de formação política que inclui, além de aulas sobre ética na politica, formação de campanhas, etc. Nos dez primeiros dias, o renovabr.org recebeu 600 inscrições.
A ideia é excelente. Porém, na conversa, viu-se o maior gargalo: O acesso aos partidos. O teste feito pelos próprios idealizadores do movimento indicam que as portas da política são pesadas e difíceis de abrir. Só quatro legendas não cobram “pedágio” ou fazem muitas exigências para receber gente interessada em mudar a política _ Rede, PPS, Livres e Novo. Dos tradicionais, há até quem cobre uma “jóia” que pode chegar até R$ 100 mil. Ou seja, os partidos não querem a mudança.
Como empurrar essa pesadas portas, visto que a candidatura avulsa não vingou? O jeito é preparar candidatos e anunciá-los à sociedade com um “selo de qualidade”. É isso que o RenovaBR pretende fazer. Dar o selo de qualidade a quem deseja ingressar na política e apresentar esses pré-candidatos à sociedade. Em relação aos partidos, cada pré-candidato terá livre escolha para ingressar naquele que achar melhor e terá que buscar seu próprio financiamento, mas o RenovaBR não descarta, por exemplo, apresentar seus bolsistas a pessoas físicas com recursos para financiar uma campanha.
Antes desse encontro, Mufarej explicou em detalhes o seu projeto numa entrevista ao Correio Braziliense feita por Natalia lambert e Paulo Tarso de Lyra. Se você quer mudar algo na política, vale a pena ler de novo:
“Anunciado há pouco menos de três semanas, o Renova BR já vem sendo alvo de uma enxurrada de críticas, sobretudo dos partidos de esquerda. Idealizado pelo empresário Eduardo Mufarej e com o apoio de nomes de peso do cenário nacional, como o do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, o empresário Abílio Diniz e o apresentador Luciano Huck, o Fundo é visto como um meio de financiar candidatos a deputados simpáticos às ideias liberais.
Em entrevista exclusiva ao Correio, Mufarej nega que esse seja o intuito. “É um movimento político. Não tem agenda para pautar pessoas. Queremos que essas pessoas que tenham vontade de disputar cargos tenham competência, criem rede de apoio”. Ele explica que a decisão de alguém largar tudo e concorrer a um mandato eleito é muito difícil e que não há apoio nos partidos para que isso aconteça.
A partir do momento em que o bolsista se inscreve no Renova, ele vai passar por um curso, que inclui temas mais gerais e até módulos específicos de acordo com as áreas de interesse. “Se forem eleitos, nossos bolsistas serão cobrados pela transparência dos gastos do mandato, pelos votos que proferirem e para que concluam os mandatos”, explicou o empresário.
Mufarej, CEO da Somos Educação e presidente da Confederação Brasileira de Rúgbi, disse que cabem todos os espectros ideológicos no Renova e que os mecanismos de financiamento serão os mesmos incluídos n legislação em vigor. “Se a sociedade quiser, como pessoa física, apoiar nossos bolsistas, ótimo. Mas é uma decisão dos brasileiros.”
O empresário apoia as ações de investigação da Rio 2016 e torce para que o país encontre um caminho de convergência política, embora reconheça que o atual momento de dificuldade ajude a fomentar ideias radicais. Confira a seguir os principais trechos da entrevista.
Qual é o principal objetivo do Renova BR?
Nosso objetivo é criar condições para que gente talentosa, com vontade de atender à sociedade, se sinta estimulada a participar do processo eletivo. Os entraves para renovação dos quadros políticos são gigantescos. Queremos apoiar essas pessoas. Permitir uma inovação política e aceleração de lideranças. Hoje, um jovem de 30 anos que deseja concorrer a algum mandato não tem nenhum estímulo a deixar de atuar na área que em atua para candidatar-se.
Como o Renova BR vai funcionar? A ideia é fazer uma think tank,estabelecendo um debate e auxiliando candidatos que se afinarem com a proposta?
Nossa intenção não é criar uma pauta nem estimular um debate sobre temas concretos, como as reformas que aí estão. Queremos gerar um movimento político. Não tem agenda para pautar as pessoas. Queremos que essas pessoas que tenham vontade de disputar cargos tenham competência, criem uma rede de apoio a elas. A decisão de alguém que está empregado e que resolve entrar na política é muito binária. Hoje, as chances de essa escolhadar certo são muito baixas. As estruturas dos partidos são analógicas. Acesso do cidadão à política é restrito. Não queremos pautar ninguém. Queremos ajudar quem queira participar do processo.
E como funciona?
Essas pessoas interessadas vão participar de um processo seletivo, composto por várias etapas: avaliação cognitiva, análise de competências, capacidade de resiliência, debate sobre questões éticas. São processos para entender a visão de futuro que as pessoas têm do Brasil. Quem for aprovado passa a ser um bolsista Renova e entra em uma academia de formação composta por três módulos. O primeiro é focado no candidato. O segundo é a compreensão do sistema político brasileiro atual. Por fim, teremos módulos optativos de acordo com as áreas de interesses das pessoas: educação, saúde, saneamento.
Quando começam e terminam esses módulos?
O processo seletivo vai até dezembro. As aulas vão de janeiro a junho, seis meses de curso. (As campanhas eleitorais de 2018 terão início no mês de agosto).
Vocês vão financiar candidaturas?
Não. Não temos instrumentos jurídicos para isso. As empresas que nos apoiam e que quiserem doar para as campanhas farão isso dentro das regras estabelecidas pela lei. Se a sociedade quiser, como pessoa física, apoiar nossos bolsistas, ótimo. Mas essa é uma decisão dos brasileiros.
O que um bolsista do Renova BR precisa ter em mente caso seja eleito?
Eles serão cobrados em diversos pontos: respeito à democracia; gestão fiscalmente responsável; foco que o pagador de impostos tenha os benefícios dos impostos que pagou; promoção de acesso e redução de desigualdades; respeito às liberdades individuais; gestão responsável dos recursos naturais.
São esses os compromissos que deverão ser cumpridos caso o bolsista seja eleito?
Além disso, vamos cobrar transparência nas contas, nas ações e nos votos. E que ele conclua o mandato para o qual foi eleito. Não queremos que eles sejam eleitos e logo depois, assumam cargos de secretariado ou outros, porque ficará mais complicado para analisar o trabalho.
Seria possível a formação de uma base governamental composta exclusivamente por bolsistas do Renova BR? Há previsão do lançamento de um candidato à Presidência da República?
Estamos muito focados na renovação legislativa. A gente espera oferecer novas possibilidades de debate. O foco será nos legislativos federal e estaduais. Em cargos majoritários, é mais difícil termos bolsistas, pois, nestes casos, é mais raro a participação de candidato que jamais tenha participado de um processo eletivo anterior.
As interlocuções do apresentador Luciano Huck com partidos políticos, como o DEM e o Novo, ajudam ou prejudicam o ideal de imparcialidade do Renova BR?
O Luciano, como várias outras pessoas que nos ajudam, é um apoiador da ideia de renovação, as interlocuções dele, tanto políticas quanto sociais, não têm nenhum impacto.
No atual modelo de campanha sem financiamento eleitoral de empresas, a criação de um fundo não provoca distorções no sistema político?
Não criamos um fundo. O Instituto é para apoiar a formação de novas lideranças políticas. Queremos criar instrumentos de fomentação e desenvolvimento de novos líderes, que poderão se candidatar ou seguir outros caminhos após o curso. Vai depender da vontade de cada um de onde ele vai querer servir a sociedade. Não queremos ser camisa de força para ninguém.
Os questionamentos judiciais sobre o fundo são plausíveis? Como responder a eles?
Foi curioso. Nem havíamos lançado o projeto e um deputado disse que o que estávamos fazendo era incoerente. A gente está defendendo a tese de que as pessoas recebam informação fora do período eleitoral. Temos várias instituições que fomentam formação, o Renova BR é apenas mais uma delas. Ele fomenta a formação política, algo que os institutos ligados aos partidos deveriam fazer também e quase nunca fazem.
A presidente do Instituto Brasileiro de Renovação Política, Renata D’Aguiar, afirma que ideia do fundo partiu de um projeto dela para a criação de um selo certificador de políticos. É verdade?
Não conheço a Renata. Além disso, o Renova não pretende dar um certificado de formação política.
Passado pouco mais de um ano da consolidação do presidente Temer no poder, o país melhorou do ponto de vista político? Esta segunda denúncia criminal reforça o clima de instabilidade?
Não sou especialista em política, mas é claro que estamos vivendo um momento de instabilidade. O país precisa superar essa fase, ninguém aguenta mais. Do ponto de vista econômico, melhoramos um pouco, a economia descolou da política, o que foi até positivo. O político está muito difícil de se resolver. A sociedade quer votar em novas lideranças, gente de fora. Tem muita gente boa querendo participar do processo e não consegue.
O que senhor acha das reformas aprovadas e propostas pelo governo, como a trabalhista e a previdenciária?
A gente precisa de coragem para tomar as decisões que não são fáceis de tomar. Pensar menos dentro de um setor, dentro de uma área específica e pensar na sociedade como um todo.
Todos os envolvidos diretamente no projeto – você, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, o empresário Abílio Diniz e o apresentador Luciano Huck – têm uma visão mais liberal , especialmente do ponto de vista econômico. Isso não pode influenciar no debate promovido pelo Renova BR?
Esse movimento foi idealizado por mim, sou voluntário do projeto. Eles (Armínio Fraga, Luciano Huck e Abílio Diniz) são endossadores, acreditam na renovação, mas não têm indicação política ou ideológica. Minha mãe foi militante do PT, dirigente do sindicato dos professores de São Paulo. Tem gente boa nos diferentes espectros políticos e estaremos felizes por acolhê-los em nosso projeto. Estamos focados nas pessoas. Se as pessoas cumprirem os requisitos, para nós vai ser uma honra apoiar, independentemente de em qual partido elas estiverem.
Os bons números de intenções de voto do deputado Jair Bolsonaro são assustadores? E os do Lula?
A população está insatisfeita com tudo que está aí, o que ajuda nesses resultados. Mas esperamos que seja encontrada uma solução para a crise que vivemos, sem radicalismo.
E o fato de alguns setores efenderem a volta do regime militar? Acredita que existe esse risco?
Difícil dizer, porque, com a força das mídias sociais, as coisas se polarizam demais e fica mais difícil mensurar. A população tenta encontrar as respostas que não está vendo no debate diário. Nesse contexto em que a vida está mais difícil, tem espaço para o surgimento de ideias e soluções mais radicais. Mas gostaria de acreditar que a gente vai conseguir achar uma posição convergente apesar do discurso polarizado. Sem adotar o caminho da radicalização.
O senhor tem atuação na área esportiva, como presidente da Confederação Brasileira de Rúgbi. Como avalia os escândalos da Copa de 2014 e a recente prisão de Arthur Nuzmann, do COB, por pagamento de propinas para aprovação da Rio 2016?
Como brasileiro, eu me envergonho do legado da Rio-2016. O lado positivo é que o Brasil está sendo passado a limpo pelas medidas anticorrupção, fazendo com que as atividades ilícitas não passem incólumes. Isso é positivo. É um marco na nossa história.
Se alguém tinha alguma esperança de pacificação no PSDB, pode esquecer. O partido está fraturado de um jeito que nem o “budista” Fernando Henrique Cardoso conseguirá colar os cacos. Está igual a uma casa que não tem sequer um can to arrumado.
Na Câmara, o grupo ligado ao presidente licenciado, Aécio Neves, se movimenta para tirar Ricardo Tripoli do comando da bancada.
Na Executiva Nacional, Tasso Jereissati, que sempre era visto como ponderado e cordato, agora, abre o verbo e ameaça largar o comando partidário, caso Aécio Neves não renuncie ao cargo de presidente do partido. Enquanto isso, o governador de Goiás, Marconi Perillo, recebe o prefeito de São Paulo, João Dória, e, juntos, defendem a permanência de Aécio.
Para completar, GEraldo Alckmin e João Dória jogam um truco eleitoral que ainda promete consumir muita energia dentro do partido. Na semana que vem, novos lances dessas crises fabricadas por eles mesmos, sem combinar com os eleitores.
Causou estranheza a defesa enfática que o Senador Randolfe Rodrigues (PSol-RR) fez aos bancos na Comissão que discute o novo Estatuto de Segurança Privada. A lei em discussão no Senado limita a atuação dos bancos em transportes de valores. Eles poderão transportar seus próprios valores, mas não poderão oferecer o serviço ao mercado. A regulamentação busca proteger a concorrência leal no setor ao impedir que os maiores clientes, os bancos, tenham poder abusivo sobre o preço praticado pelas empresas, usando inclusive a TB forte, da TecBan, a qual tem entre os acionistas os maiores bancos nacionais (Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa) e grandes bancos internacionais (Santander e Citi). A TB forte é hoje responsável pelo transporte de valores do Banco24H. Quem atua na área de segurança privada prefere que fique assim. Cada um no seu quadrado. Esse é um dos pontos nevrálgicos do estatuto que irá a votos em breve no Senado.
Resposta da TecBan
“Gostaríamos de informar que a TBForte, empresa de transporte de valor da TecBan, foi criada há 10 anos, possui hoje 5% de market share e emprega mais de 2.000 funcionários diretos. Mesmo tendo os bancos públicos e privados como acionistas, a TBForte atende atualmente apenas 3,17% das agências bancárias brasileiras e ressalta que não apoia a divisão de mercado ou protecionismo.
A TecBan também esclarece que a TBForte atua de forma ética, respeitando a legislação vigente e as regras de concorrência e de mercado estabelecidas. Acreditamos na livre participação de empresas nos diversos setores e a concorrência é um dos propulsores da eficiência do mercado, do desenvolvimento nacional e da redução de preços para população, beneficiando assim toda a sociedade. TecBan – Tecnologia
TecBan – Tecnologia Bancária S.A”
“A vontade de prender Marcelo Miller era tão legítima quanto uma nota de R$ 3”. A frase foi dita hoje na CPI da JBS pelo procurador Ãngelo Goulart Villela, que ficou 77 dias preso preventivamente sob a acusação de levar R$ 50 mil para ajudar a JBS junto ao Ministério Público. “Se tinha alguém infiltrado para ajudar a JBS, esse alguém não era eu”, disse ele, sem citar o nome de Marcelo Miller, o procurador que deixou o Ministério Público para trabalhar num escritório que atendia a JBS. Villela acusou Janot de agir com o “fígado” em relação a ele, por causa da aproximação com a procuradora Raquel Dodge.”Janot agiu com fígado em relação a mim, porque se sentiu traído. Porque eu estaria me bandeando para o lado da arquirrival dele”, disse Villela, referindo-se à então candidata ao comando do MPF.
Os parlamentares ligados ao presidente Michel Temer saíram convencidos de que houve uma “conspiração politica” para “pegar” o presidente Michel Temer, embora Villela tenha deixado claro que não acredita em provas forjadas para incriminar o presidente da República. O procurador chegou a chorar mais para o final de seu depoimento, quando mencionou a “dor” de passar 77 dias preso e ver vizinhos e amigos que frequentavam a sua casa, simplesmente, não lhe darem sequer o benefício da dúvida. Ele colocou ainda em dúvida a forma como os procuradores tratam da delação premiada “Eu não tinha nada para delatar e não ia inventar nada para sair da prisão”, disse ele.
Villela reclamou ainda do chamado “recall”, ou seja, quando um delator fala de A, B e C e, mais à frente, as investigações encontram algo referente a um personagem D e ha uma nova chamada para que o delator fale sobre essa outra pessoa. “Nesse caso, o certo seria simplesmente anular a delação”, disse Villela.
O depoimento reforçou a visão de alguns parlamentares da CPI, de que é preciso pôs um freio nas delações que ocorrem depois que o sujeito é submetido à prisão preventiva. A ideia dos políticos é dizer que preso não pode delatar. A proposta, entretanto, é vista como algo do tipo “segura Geddel”, o ex-ministro que está preso e que teve R$ 51 milhões encontrados no apartamento em Salvador. Se um projeto desse tipo virar lei, o ex-ministro estará fadado a ficar na cadeia e a turma do Planalto, hoje preocupada com uma possível delação de Geddel, terá sonos mais tranquilos.
Pronto. Era o que faltava. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, acaba de jogar no colo do governo as dificuldades de votar a MP 784, que trata do acordo de leniência dos bancos, considerada prioridade pelo Banco Central. “Foi o governo que obstruiu e não atendeu o presidente do Banco Central”, disse Rodrigo.
A obstrução, anunciada pelo blog no twitter no início da tarde, foi para garantir a leitura do relatório da denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O regimento impede que as comissões se reúnam no momento da Ordem do Dia. Entre a votação da MP e a leitura, o Planalto ficou com a leitura do relatório, sacrificando a MP defendida pelo Banco Central. Agora, Maia diz que não haverá prazo para votar a MP, que vence em 19 de outubro.
A decisão e a fala do presidente da Câmara expõem mais um afastamento entre Maia e o Planalto. Desta vez, com um agravante: Maia coloca o presidente e seus escudeiros no Parlamento como quem evita a aprovação de medidas defendidas pela equipe econômica, no caso, o Banco Central. É a primeira vez que alguém relaciona a denúncia contra o presidente como algo que atrapalha a economia. O que Maia quer com isso? Dizem alguns, viabilizar seu nome para substituir Michel, caso o presidente derreta.
O que levou muitos a acreditarem que Maia age nesse sentido foi o fato de as declarações surgirem justamente depois da apresentação do relatório favorável ao presidente Michel Temer na CCJ. Esse mal-estar entre Maia e Temer, tendo como pano de fundo algo relacionado à economia, era tudo o que Temer não precisava nesse momento. Mas, como diz um deputado, “todas as vezes em que há dinheiro na roda, a base se estranha”. Fiquemos atentos aos próximos lances dessa rodada.
Uma das guerras do PSDB teve a primeira batalha encerrada há pouco, numa reunião entre o presidente do partido, Tasso Jereissati, o líder na Câmara, Ricardo Tripoli, e o relator da denúncia do contra o presidente Michel Temer, deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG). “Oferecemos várias alternativas a ele. Ele afirmou que não deixaria a relatoria e deixamos claro que, diante da falta de consenso sobre o tema no partido, a relatoria na vaga do PSDB não ficaria adequado”, disse Tasso ao blog. Diante do impasse, chegou-se a uma solução que Tasso considerou pacificadora: Andrada continua na relatoria, porém, na vaga de outro partido. Será o PSC, mesmo partido do líder do governo, André Moura (SE).
Na reunião, Bonifácio de Andrada repetiu o que já havia dito desde o início da semana, que tinha compromisso com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça e que sua escolha para relatar a denúncia estava diretamente relacionada à sua capacidade jurídica. Não mencionou, entretanto, o que já havia dito aos tucanos há alguns dias. Que o presidente Michel Temer tinha telefonado sugerindo que, se ele fosse relator, o processo estaria nas mãos de um jurista. A conversa por telefone e um encontro entre Temer e o relator foram lidos por vários tucanos como um convite de Temer a Bonifácio para relatar o pedido.
O desfecho dessa batalha em torno da relatoria não resolve o problema do PSDB. Os tucanos que pregaram a saída de Bonifácio para não ver a sigla partidária estampada quando o relator fosse abordado. Porém, tecnicamente, o parlamentar continuará citado como o relator da denúncia contra o presidente Michel Temer, deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG). Embora, ocupe uma vaga do PSC, Bonifácio não deixou de ser tucano. Caberá agora esperar a nova reação dos cabeças pretas, que não ficaram muito contentes em ver que o relator, embora assuma a vaga de outro partido continuará respondendo como um deputado do PSDB. OU seja, a guerra continua e outras batalhas virão.