Categoria: coluna Brasília-DF
A onda em favor de Lula, protagonizada por parte de tucanos, intelectuais e economistas ligados a partidos de centro, vem acoplada de um aviso ao PT: o mesmo apoio que se precisa para vencer deve ser usado para administrar, especialmente no quesito programa de governo. Logo, os petistas, diante de uma possível vitória do ex-presidente, não poderão levar a ferro e fogo um projeto que não se sustente sob o ponto de vista econômico e financeiro.
A dois dias das eleições, porém, não há tempo e muito menos disposição por parte do PT para clarear o programa de governo. Nesse sentido, não são poucos os recém-chegados que, entre quatro paredes, dizem estar preocupados com a perspectiva de os petistas desprezarem itens do programa de governo dos aliados, em caso de vitória no primeiro turno.
O que preocupa o PT
Com os números do Datafolha que deram 50% dos votos válidos em favor de Lula, a euforia tomou conta dos militantes petistas. No caso de o ex-presidente não fechar a eleição no primeiro turno, o risco de o partido ir para o embate final com ares de derrota é grande.
Ibaneis faz pontes
Os petistas, porém, avisam alguns, não têm tantos motivos para se preocupar. Haja vista a movimentação dos adversários. Por exemplo: os elogios do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), a Lula durante a sabatina do Correio Braziliense/TV Brasília, foram lidos por muitos políticos como um sinal de que o partido já trabalha com a vitória do ex-presidente, seja em primeiro ou segundo turno. Até a semana passada, Ibaneis só tinha olhos para a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A conta não fecha
Quem acompanha as pesquisas com uma lupa está intrigado com as diferenças entre as campanhas estaduais e a presidencial. Nos estados onde a eleição de governador pode fechar no primeiro turno, por exemplo, só dois têm partidos de esquerda na liderança.
Efeito Minas
Com Romeu Zema (Novo) na liderança, a esperança dos bolsonaristas é de que ocorra ali, na eleição presidencial, o que houve em 2018, quando o Datafolha divulgado a três dias da eleição indicava a vitória de Dilma Rousseff para o Senado, com 27%, e ela não foi eleita.
Tensão na Bahia I/ O caso da morte do subtenente da Polícia Militar Alberto Alves dos Santos, que trabalhava para a campanha de ACM Neto, vai parar no Ministério da Justiça e Segurança Pública. O pedido para que a Polícia Federal (PF) entre no caso, assinado pelos advogados de Neto, levanta a suspeita de que a PM da Bahia monitorava a campanha do principal adversário.
Tensão na Bahia II/ Em caso de segundo turno entre ACM Neto (União Brasil) e Jerônimo Rodrigues (PT), esse caso pode balançar o coreto do PT, que já ganhou de virada na Bahia, em 2006, quando Jaques Wagner foi eleito.
Por falar em Bahia…/ O saldo do debate da Globo por lá indica que ACM Neto e João Roma (PL) queimaram todas as pontes para uma parceria na eleição.
Viva a democracia/ Aos 99 anos, Heloísa Freitas já está pronta para votar no domingo, em Belo Horizonte. Ela nasceu em Formiga (MG), em 23 de março de 1923, e acionou os filhos para levá-la à seção eleitoral, na capital mineira. Um exemplo de cidadania.
Enquanto os políticos se dedicam às campanhas, os bastidores do Itamaraty fervem com a perspectiva de troca de postos-chaves ainda em 2022. Só tem um probleminha: falta combinar com o Senado, que terá que aprovar as mudanças antes da virada do ano. Caso as urnas confirmem as pesquisas que indicam uma vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a tendência é que as indicações do governo do presidente Jair
Bolsonaro (PL) terminem substituídas.
Tiro no pé I
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, deu aos seus partidários a missão de “resolver” o mal-estar provocado pelo documento técnico que fez ressalvas à urna eletrônica. Internamente, os tarimbados parlamentares do partido temem que o tal documento seja lido, nesta reta final, como “choro de perdedor”.
Tiro no pé II
O temor dos aliados de Valdemar é o de que esse documento, cuja divulgação é atribuída à ala bolsonarista, termine por ampliar a onda Lula, que já levou muitas celebridades a declarar o voto em favor do petista.
Corrija o rumo
A turma de Valdemar espera que esse tema não faça muita “marola” e que os políticos do PL se concentrem em mostrar confiança na Justiça Eleitoral. A avaliação é de que a hora é de mostrar os bons números do governo e não ficar
discutindo urna.
Por falar em PL…
Se o retrato que elas apresentam hoje se refletir nas urnas, o partido de Valdemar poderá eleger, pelo menos, quatro senadores.
O PSD faz o mesmo cálculo, e olho na reeleição e Rodrigo Pacheco (MG) para presidir o Senado.
A porta-voz do agro
A deputada Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura, é citada na Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) como a maior promessa eleitoral da bancada ruralista. Chegará com força, independentemente de quem seja o futuro presidente da República.
Enrolou o PIB/ Ao dizer que estava ali “para ouvir” o empresariado e não para falar, Lula deixou em muitos dos presentes ao encontro de terça-feira à noite a sensação de que o candidato quis usar da “esperteza” para tentar esconder as reais intenções de seu governo na economia.
Compensação e tempo/ Depois de chegar atrasado ao jantar na casa do empresário João Carlos Camargo, do grupo Esfera, Lula fez questão de cumprimentar um a um dos presentes. Só aí gastou quase uma hora.
Quem?/ A candidata do PT ao Senado no DF, Rosilene Correia, encerrou sua campanha na tevê sem abrir a boca. Apenas Lula falou, pedindo votos para ela. Em um dos vídeos que Rosilene divulgou na internet e em grupos de WhatsApp contra o voto útil em favor de Flávia Arruda (PP) para evitar Damares Alves, a petista sequer menciona o nome e o número. Em vários grupos, soou a pergunta: “quem é essa?”
Dois pesos, duas medidas/ Rosilene se posiciona contra a debandada em favor de Flávia Arruda para evitar Damares, mas o PT se desdobra em apelos ao voto útil pró-Lula.
Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza
A poucos dias da eleição, os presidenciáveis elevaram o tom da disputa e partiram para ataques pessoais e agressivos. “Mentiroso” e “nazista” são alguns dos termos empregados pelos concorrentes, que deixaram de lado qualquer decoro nesta reta final da campanha. É natural que, com a proximidade da hora decisiva, os ânimos fiquem exaltados. Mas, considerando-se os prognósticos da maioria das pesquisas eleitorais, a refrega presidencial parece se concentrar em torno de um percentual ínfimo de votos, que seriam provenientes de eleitores que não pretendem votar em Lula nem em Bolsonaro. É a tal busca pelo voto útil.
A radicalização pouco contribui para uma escolha consciente neste 2 de outubro. Espinafrar o adversário não parece ser a melhor estratégia para conquistar alguns votos adicionais. Mas os candidatos demonstram que vão intensificar os ataques. Essa situação não costuma trazer bons resultados. Votar com o fígado não é boa solução. O Brasil está pagando caro — vide os casos de violência política — por causa da polarização política. Enquanto os políticos insistirem em táticas de guerra para vencer nas urnas, eleitores continuarão a ver como inimigo aquele que pensa diferente ou tem preferência por outro candidato.
Fake áudio
O ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mandou excluir uma série de publicações com áudio falso do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que sugere que o petista queria assassinar Antônio Palocci, ex-ministro da Casa Civil no governo Lula. As publicações suspensas estão no Twitter, Facebook, YouTube, TikTok, Kwai e Gettr, além de sites de apoiadores do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Entre os posts impugnados estão tweets dos perfis do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do cantor Roger Moreira, do Ultraje a Rigor.
Outros tempos
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa gravou um vídeo no qual manifesta apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A gravação será veiculada pela campanha do petista. Barbosa foi indicado por Lula em 2003 ao STF. Anos depois, foi relator da ação penal 470, que trouxe a público o escândalo do mensalão.
Queixa recebida
Por maioria, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu a queixa-crime apresentada pelo ministro Luís Roberto Barroso contra o ex-senador Magno Malta pelo crime de calúnia. Em junho, Malta disse falsamente que o ministro “batia em mulher” e respondia a dois processos por isso. Logo após a fala, Barroso declarou, em nota oficial, que foram feitas em 2013 falsas acusações, já arquivadas, e que não havia veracidade na declaração do ex-senador. O STF acompanhou o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, que considerou presentes os requisitos para o recebimento da queixa.
Guerra dos 100 anos
Enquanto o governo Bolsonaro impõe sigilo de 100 até às visitas à primeira-dama Michelle Bolsonaro, o ex-presidente Lula promete jogar luz sobre os segredos no Planalto. “Vou acabar com o sigilo dele no primeiro mês. Ele fez o decreto do sigilo e vou decretar o fim”, disse o ex-presidente.
A receita de Alckmin
O vice-candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSB) afirmou ontem que o agronegócio brasileiro precisa de acordos internacionais para não ficar dependente da China. Disse também que o país necessita de produção nacional de fertilizantes para não depender de empresas instaladas no Canadá, na Noruega e na Rússia. Alckmin tem sido uma ponte para aproximar Lula do agronegócio, segmento que, majoritariamente, apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Tem uma questão muito séria que foi a maneira como o Lula tratou a herança recebida pelo governo FH. Ele diz que foi uma herança maldita. Não adianta ele levar o Geraldo Alckmin e continuar dizendo que pegou um Brasil destruído, porque não é verdade. Isso é um desrespeito com todo mundo que trabalhou no Plano Real”
Elena Landau, economista da campanha de Simone Tebet (MS)
O movimento nos bastidores a uma semana das eleições indica que o Centrão — mais especificamente o PL, o PP e o Republicanos — trabalha para continuar no comando do Orçamento, seja quem for o presidente eleito. A preços de hoje, esses partidos já olham para as pesquisas, se preparando para um possível governo Lula, e as bases que pretendem impor para essa relação, algo muito diferente daquela que se deu em 2002, quando o PL de Valdemar Costa Neto indicou José Alencar para vice na chapa do petista. A decisão já tomada no calor da reta final desta campanha é que não haverá alinhamento automático com o petista, caso Lula vença, e caberá ao petista se adaptar aos novos tempos.
Os aliados de Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, lembram que o mundo mudou. Quando Lula foi eleito pela primeira vez, o Poder Executivo dominava o Orçamento e não havia emendas individuais e de bancada de liberação obrigatória. Tampouco as emendas de relator, que Lula abomina, mas uma parte de seus correligionários adota.
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Os líderes do Centrão têm dito que, nestes 20 anos, o grupamento ganhou contornos mais ideológicos, ficou mais orgânico e tomou gosto pela gerência orçamentária. Logo, ainda que o STF venha a propor alguma mudança, a destinação de recursos a determinados projetos faz parte das atribuições constitucionais do Congresso. Logo, ou Lula, se vencer, aceita isso ou haverá um embate antes mesmo de 1º de janeiro. O recado, aliás, já foi dado ao comando de campanha petista.
Digitais
Advogados aliados a Lula têm sondado o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o fim das emendas de relator. Ainda não dá para definir um placar, mas a transparência terá que ser absoluta.
Projeções I
Se as projeções das mais diversas consultorias estiverem corretas, a esquerda deve chegar a algo entre 150/170 deputados. E os mais conservadores devem dominar a Câmara. Nesse caso, o Centrão acredita que terá condições de continuar dando as cartas no Parlamento.
Projeções II
Aliás, é justamente essa projeção em favor dos mais conservadores que leva o presidente da Câmara, Arthur Lira, a fazer uma postagem em defesa dos institutos que erram em “demasiado”.
Tensão no MDB/ Os emedebistas olham com preocupação para Roraima, onde o ex-senador Romero Jucá tenta voltar à ribalta. É que o Ipec desta semana por lá apontou Dr. Hiran, do Progressistas, com 36% de intenções de voto e Jucá, 27%.
Primeiros acordes/ Passadas as eleições, o presidente da Câmara, Arthur Lira, chamará a turma que deseja concorrer para ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) a fim de buscar um acordo de cavalheiros entre Soraya Santos, Jonathas de Jesus e Hugo Leal, todos aliados de Lira.
A lei das compensações/ A ideia é quem for eleito deputado abrir mão para o colega. Se os três conseguirem se reeleger, a preferência do grupo de Lira será por Jonathas.
Ciro em modo avião/ A forma como Ciro Gomes tem se referido à estratégia do PT de buscar o voto útil em cima de seus eleitores afastou de vez o pedetista de Lula.
Uma olhada no resultado da eleição de 2018 indica que uma parcela do eleitorado já optou pelo voto útil antes mesmo de o PT entrar nesta campanha. A conclusão é da consultoria Vector, que comparou os 12,5% que Ciro Gomes (PDT) obteve na urna, naquele ano, e o total de hoje nas pesquisas (entre 6% e 8%). À direita, a percepção é idêntica em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL), uma vez que João Amoedo (Novo) obteve 2,5% dos votos e, hoje, Felipe D’Ávila tem 1%.
Os analistas da Vector alertam, ainda, que a pregação de voto útil agora corre o risco de atingir o eleitor cirista mais fiel. Esse universo pode acabar rejeitando Lula, uma vez que se trata do eleitorado mais fiel ao pedetista, que pode achar desrespeitosa essa pressão do PT.
Decreto das armas, próximo capítulo
Passadas as eleições, o governo vai investir contra a decisão do STF de limitar o decreto sobre armas e quantidade de munição que pode ser comprada mensalmente. “É privativo do Legislativo questionar decreto”, disse Bolsonaro em entrevista à Rede Vida, que foi ao ar ontem à noite. Ele avisou: “Depois das eleições, a gente resolve essa parada aí”.
O motivo da dúvida
No QG de Bolsonaro, a desconfiança permanece alta em relação às pesquisas. Isso porque, em 20 de setembro de 2018, o Datafolha apresentava o então candidato do antigo PSL com 28% das intenções de voto. Quando as urnas foram abertas, ele apresentou 46,03%. Agora, o Datafolha apresenta 33% para o presidente contra 45% de Lula.
Efeito Zema
Nos comandos de campanha de Simone Tebet (MDB) e Ciro, há a esperança de que a eleição, na semana que vem, para presidente da República, repita o que houve em Minas Gerais no pleito de 2018: Antonio Anastasia (PSDB) e Fernando Pimentel (PT) se atacaram tanto que o eleitor migrou para a “novidade” Romeu Zema.
Enquanto isso, no QG de Lula…
As apostas são de que a vitória no primeiro turno não pode ser descartada. Afinal, o ex-presidente conseguiu tirar de cena dois de seus antigos adversários na última eleição: Geraldo Alckmin, que virou vice, e Marina Silva, candidata a deputada federal por São Paulo.
Drogas na campanha I/ O discurso do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, na ONU, no qual defendeu que os países latino-americanos se unam para acabar com a guerra às drogas, vai ecoar nesses últimos dias de caça aos votos no Brasil.
Drogas na campanha II/ A ideia é dizer que Petro, por vias indiretas, defendeu que não se combata mais produção da cocaína, um negócio lucrativo na Colômbia. E nesse embalo, associar o PT de Lula ao presidente colombiano, que é de esquerda.
Os democráticos/ Enquanto Lula já avisou que não irá ao debate do SBT, neste sábado, Bolsonaro comunicou que irá a todos os encontros entre os candidatos. Além da defesa de seu governo, quer aproveitar para tentar se mostrar mais democrático do que quem falta a esses eventos.
“Toquei mesmo”/ Perguntado por um amigo por que tocou no rei Charles III, e se o cerimonial não orientou para que não o fizesse, Bolsonaro foi direto: “Ah, ele não tem muita frescura e é pavio curto”.
Quando foi candidato a presidente da Câmara, em 2015, o então deputado Eduardo Cunha ajudou a buscar recursos para seus potenciais eleitores junto à elite brasileira. Agora, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem feito algo parecido. Alguns empresários receberam uma lista de nomes com pedidos de doação de recursos na pessoa física. O movimento não tem nada de ilegal, mas mostra que Lira está ajudando seus aliados. É a pré-campanha para mais dois anos no comando da Câmara.
As apostas para o pós-eleição
Embora o PT esteja convicto de que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, vá derrubar as emendas de relator, a avaliação de ministros é a de que nada será feito sem uma negociação com o Congresso. A aposta de quem conhece a fundo o andar da carruagem do Supremo é de que a nova presidente exigirá transparência total na aplicação desses recursos.
Os comerciais é que valem
Lula está convencido de que será tão atacado no debate do SBT, no fim de semana, que preferiu ficar de fora dessa roda. A aposta da campanha é a de que os ataques a ele vão desaguar em direito de resposta.
Sintomático
Nas campanhas adversárias à de Lula, o fato de o petista trocar o debate por comícios em Minas Gerais foi recebido como um sinal de que a vantagem por lá começou a cair.
Precavido
O encontro de Lula com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Douglas Koneff, é visto pelos aliados do petista como mais uma forma de buscar apoio para evitar reclamações por parte de Jair Bolsonaro (PL), caso o presidente não se reeleja no primeiro ou no segundo turno.
Qualquer semelhança…
O mesmo PT que agora reclama do discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral das Nações Unidas foi, em 2014, acusado de “usar o discurso na ONU para fazer campanha”. Naquela época, a então presidente Dilma Rousseff era candidata à reeleição e citou as eleições na tribuna. Em entrevistas, quem reclamou foi o então candidato ao Palácio do Planalto, Aécio Neves (PSDB), com quem Dilma concorreu no segundo turno.
…não é mera coincidência
Bolsonaro fez seu discurso mais moderado ao longo de seus quatro anos de governo e sem deixar de citar todos os pontos que aborda na campanha para o público interno. Guardadas as devidas proporções, foi o que Dilma fez em 2014.
Vice hoje, candidato amanhã/ A turma de Geraldo Alckmin olha é para 2026 e, embora ainda tenha uma semana e meia de campanha, muitos já falam em “quando terminar o governo Lula”.
Reguffe vai de Tebet/ O senador Reguffe (sem partido) tem dito que votará em Simone Tebet (MDB) para presidente da República. “O Brasil precisa ser pacificado. Considero que ela é quem tem condições de promover essa pacificação, ter responsabilidade na condução da economia e, também, preocupação com o social”, afirmou à coluna.
Por falar em Reguffe…/ Ele vai tirar uma temporada “sabática” da política quando terminar seu mandato de senador, em janeiro de 2023. Mas, aos amigos, sempre faz questão de lembrar que, em 2026, tem nova eleição.
Veja bem/ Se conseguir um mandato de deputada distrital, Ana Cristina Vale, ex-mulher de Bolsonaro, já vai chegar precisando se explicar. Os partidos de oposição acompanham com uma lupa as investigações sobre a mansão e as movimentações financeiras da mãe de Jair Renan. Já a campanha de Bolsonaro tem dito que Ana Cristina não é problema do presidente.
Congressistas não querem abrir mão das emendas de relator para o piso da enfermagem
Resistentes a tirar recursos das emendas de relator para pagar o novo piso da enfermagem, alguns senadores chegam hoje para a reunião com presidente em exercício, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), certos de que não há meios de conceder ainda este ano o valor previsto. Ainda que estejam dispostos a votar projetos que garantam esse pagamento no ano que vem, 2022 já era. O argumento principal é o de que as emendas já estão em grande parte empenhadas. Mas o fato é que, em ano eleitoral, ninguém quer anular o que já se comprometeu.
Para completar, eles querem é levar mais recursos para a saúde e não tirar o pagamento de enfermeiros do bolo de R$ 10 bilhões dessa área que os políticos indicam para as suas bases eleitorais.
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Moral da história: a dificuldade em tirar recursos de emendas de relator para o piso da enfermagem mostra o tamanho da encrenca que vem por aí, caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito e tente acabar com esse recurso dos parlamentares. Se os congressistas não querem abrir mão desse dinheiro a fim de custear os novos valores para a categoria da saúde, imagine deixar recursos para o Poder Executivo dizer onde aplicar.
Morde-assopra
Ao dizer que a perspectiva de Lula colocar alguém liberal no Ministério da Fazenda é zero, o ex-ministro Luiz Dulci assustou o mercado. A presença do ex-presidente do Banco Central no governo petista, Henrique Meirelles, no encontro com os ex-candidatos a presidente simpáticos ao PT ajudou a amenizar a fala de Dulci. A economia de Lula ainda é uma incógnita.
A pressão de Lula
Os petistas ampliam a pressão sobre os partidos. Nos bastidores, eles têm feito pontes com dirigentes e líderes partidários em busca de movimento para vencer no primeiro turno. O próprio Lula, no encontro com os ex-presidenciáveis, foi direto: “Eu sempre quis vencer no primeiro turno, mas não deixaram”.
Enquanto isso, em Londres e Nova York…
A passagem de Jair Bolsonaro (PL) pela Inglaterra para os funerais da rainha Elizabeth II poderia ter sido menos tumultuada, avaliam aliados do presidente. O discurso de hoje, na abertura da ONU, esperam alguns ministros, poderá compensar. Quanto ao embate entre apoiadores e adversários, em Londres, o problema, dizem alguns, é de quem fez algazarra. E, nesse caso, afirmam, não dá para responsabilizar Bolsonaro.
Oposição no Planalto/ O fato de Rodrigo Pacheco estar no exercício da Presidência da República levará o PT para o Planalto hoje. É que o presidente do Senado reunirá seus pares para debater o que precisa ser feito para garantir o pagamento do novo piso da enfermagem.
Ela faltou/ A ex-candidata a presidente Heloísa Helena (Rede) recusou o convite para o encontro com Lula. Ela está cuidando da própria campanha para deputada federal, no Rio de Janeiro.
O clube dos sem voto/ É assim que os aliados de Ciro Gomes se referem aos pedetistas que lideram o movimento para que o partido apoie Lula no primeiro turno.
Regina na campanha/ Em suas redes sociais, a atriz Regina Duarte tem pregado o voto em “senadores de Bolsonaro” e diz que “para limpar o STF é preciso primeiro limpar o Senado”. Ao listar os nomes dos candidatos, ela incluiu apenas Damares Alves (Republicanos), no DF, sem mencionar a ex-ministra Flávia Arruda (PL).
Enquanto os políticos correm atrás de votos país afora, seus assessores técnicos começam a preparar os projetos para votação assim que terminar a eleição. O foco principal será o Orçamento de 2023. Se Lula vencer, os parlamentares planejam aprovar logo a peça orçamentária para as emendas de relator, de forma a não dar margem para muitas mudanças mais à frente.
O Centrão está convicto de que, aprovado, o Orçamento de 2023 se tornará uma espécie de “moeda” para a negociação com o PT. Afinal, se Lula quiser modificar a lei, depois de aprovada pelo Parlamento, precisará de aval do grupo que hoje comanda a Casa.
Ponte congressual
Distante da campanha à Presidência da República, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem feito pontes com todos os partidos, de olho em mais dois anos de mandato no comando da Casa.
Há controvérsias
Já tem gente no Parlamento disposta a causar polêmica nessa tentativa de reeleição de Pacheco. Como o Regimento Interno impede a reeleição na mesma legislatura, e Pacheco tem mais quatro anos de mandato, há interesse em levantar a tese de que ele não poderá concorrer.
Nem vem
Aliados de Pacheco, porém, já preparam a resposta: embora o senador seja o mesmo, a legislatura é outra, e a candidatura, válida. Esse jogo vai começar tão logo fechem as urnas em 2 de outubro. É que Pacheco, por pertencer a um partido “híbrido”, pretende se colocar na disputa, seja quem for o futuro presidente da República.
A luta deles
Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT), Felipe D’Ávila (Novo) e Soraya Thronicke (UB) passam esses dias tentando arregimentar eleitores para levar a eleição ao segundo turno. Acreditam que seja a melhor alternativa para baixar a bola dos “polarizados” e não dar a quem vencer o sentimento de “todo-poderoso”.
Piso da enfermagem/ Sem quórum para votações nesses 14 dias que restam até a eleição, a tendência é o Senado buscar saídas neste período e deixar tudo pronto para garantir recursos e retomar as votações logo na segunda semana de outubro.
Campanha é assim/ Não eram nem 14h de um sábado, e o ex-senador Lobão Filho, do MDB, candidato a deputado federal pelo Maranhão, já visitava o quarto município, no dia do seu aniversário. Lá, a família se mobiliza para percorrer o maior número de cidades nesses 16 dias que faltam até a eleição.
Justiça Federal em festa I/ Considerada uma das entidades de classe mais atuantes no cenário nacional, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) completa 50 anos nesta terça-feira. Além de sessão solene no Senado, às 10h, tem lançamento da agenda político-institucional, também no plenário da Casa.
Justiça Federal em festa II/ A Ajufe lançará, no Conselho da Justiça Federal, um livro que conta um pouco da história da associação, hoje composta por 2 mil magistrados federais.
Partidos monitoram, nos estados, eleição para deputados federais
Os partidos começam a prestar mais atenção na eleição para deputado federal, tanto no Ceará quanto no Maranhão, onde concorrem, respectivamente, o ex-senador Eunício Oliveira e a ex-governadora Roseana Sarney, ambos do MDB. É que tanto Roseana quanto Eunício são vistos no partido como dois nomes que têm tudo para conseguir uma vaga no Parlamento e surgirem como potenciais adversários de Arthur Lira, o atual presidente que busca a reeleição para a Câmara de olho no comando da Casa por mais dois anos.
Alguns petistas dizem em conversas reservadas que, caso Lula seja eleito presidente, será preciso ceder a Câmara para algum aliado. No PP, os petistas têm Aguinaldo Ribeiro (PB), mas o MDB lulista “é mais parceiro” e, no partido, Roseana teria a preferência. A musa do impeachment de Fernando Collor, em 1992, e filha do ex-presidente José Sarney, que acompanhou Lula até São Paulo, quando o ex-presidente passou a faixa presidencial em 1º de janeiro de 2011, será um nome forte da articulação política para 2023. Aliás, seja quem for o futuro presidente da República, a ex-governadora é um nome a ser acompanhado de perto.
O que eles pensam
Presidentes de partido começam a avaliar que o melhor dos mundos será mesmo um segundo turno. É que, se o PT de Lula levar no primeiro, a tendência é o partido considerar que pode prescindir de muitos apoios para governar.
O histórico preocupa
Lula não é Dilma, está longe disso, entende a política. Mas ninguém tira da cabeça que, em 2014, quando a então presidente foi reeleita, seu primeiro discurso e atitudes desconsideraram a divisão do eleitorado, à época entre PT e PSDB. Essa divisão continua, só mudaram os atores.
Imagem é tudo
A viagem de Jair Bolsonaro ao funeral da Rainha Elizabeth II vem sendo criticada pelos adversários com referências à ausência do presidente em cerimônias fúnebres de brasileiros vítimas da covid no auge da pandemia. Aliados do presidente, porém, consideram que o que vale nesta passagem por Londres é a presença entre os maiores líderes mundiais e a foto com o Rei Charles III. O resto será narrativa de um lado e de outro.
Estratégias
Candidato ao governo de São Paulo e já vendo o governador-candidato Rodrigo Garcia se aproximando na pesquisa do Datafolha, Tarcísio de Freitas (Republicanos) continuará com sua campanha colada no presidente Jair Bolsonaro. Rodrigo, porém, não faz o mesmo em relação a Simone Tebet (MDB). É que, para ultrapassar Tarcísio, Rodrigo precisará de votos de eleitores que tendem a optar por Bolsonaro.
Ela conquistou os policiais/ Quem mais empolgou os delegados da Polícia Federal foi Vera Lúcia, a candidata à Presidência da República pelo PSTU. Ela não só defendeu a autonomia administrativa e financeira da corporação como disse, também, que o diretor-geral deve ser escolhido por eleição direta entre os delegados. Só tem um probleminha: a candidata é praticamente traço nas pesquisas.
Às ruas!/ Os petistas do Distrito Federal tomaram espaços públicos da cidade ontem. O partido apostará no empenho dos militantes para tentar mostrar força no “Quadradinho”, onde Jair Bolsonaro lidera.
Duas semanas de tensão/ Quem faz pesquisa qualitativa tem observado um movimento muito maior no eleitorado do que aquele captado pelas pesquisas quantitativas. Nada está tão consolidado quanto tem aparecido, inclusive o segundo turno.
Por falar em pesquisas…/ Com tantos institutos, leia-se empresas, pesquisando o que pensa o brasileiro, os números estão para lá de discrepantes no quesito diferença de voto entre Lula e Bolsonaro. Algumas campanhas fizeram uma avaliação e apontaram que a diferença entre os dois que lideram as pesquisas varia de 15 pontos percentuais, no caso do Ipec, a 3,1 pontos, número da Paraná Pesquisas.
Coluna Brasília/DF, por Denise Rothenburg
Disposto a vencer no primeiro turno, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), retomou a estratégia de 2018 — de bater no PT, aliado do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), principal adversário ao governo estadual. Para os bolsonaristas, essa estratégia de Zema ajudará o presidente da República. Minas, aliás, é considerado um estado fundamental para todos os candidatos. Tanto é que, ali, há uma pressão dos petistas para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vá ao estado mais vezes ainda neste primeiro turno.
Por falar em pressão…
Da mesma forma que os mineiros querem Lula mais presente, de forma a tentar conquistar os indecisos, os petistas paulistas pregam mais andanças do ex-presidente pelo estado. O receio deles é que se deixar São Paulo para Geraldo Alckmin nessa reta final, os militantes podem perder espaço nas eleições proporcionais — e quem vai subir é o PSB, não o PT. Isso se Alckmin não terminar ajudando algum tucano, uma vez que o ex-governador ainda é muito identificado com o PSDB.
Paciência esgotada
Alguns institutos de pesquisa estão com problemas para conseguir realizar suas consultas. É que o eleitor está cansado de ter que responder todas as semanas aos levantamentos das mais diversas empresas. E para os próximos 15 dias, vai ficar pior.
Discrição é a palavra
As qualitativas de diversas campanhas detectaram que, hoje, o eleitor está mais quieto do que de costume. E num cenário assim, o 2 de outubro ficará muito mais difícil de captar.
Sem retorno
O interesse de uma parcela do PDT em apoiar Lula levou Ciro Gomes a aumentar o tom contra o candidato do PT. A cada dia ele amplia o fosso que o separa do ex-presidente. Se não estiver no segundo turno, o candidato do pedetista dificilmente apoiará um dos finalistas abertamente.
Desgaste à vista
Tão logo soube da reportagem do jornal O Estado de S.Paulo com os cortes no programa Farmácia Popular, o governo e a campanha de Bolsonaro se mobilizaram para tentar reverter a redução no Orçamento desse setor. Nas demais campanhas, estão todos prontos para adotar dois discursos: o primeiro é dizer que o governo não se preocupa com as pessoas e o segundo é colocar a culpa no Congresso, caso o valor de R$ 2 bilhões não seja recomposto.
Heleno em campanha
Não é só a turma de Lula que entra de cabeça na campanha pelo voto útil. Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), postou em suas redes sociais pedidos de voto útil para Bolsonaro. E escreveu com todas as letras que Ciro e Simone Tebet (MDB) não irão para o segundo turno. Afirma, ainda, que “votar neles é ajudar Lula”.
Sinais trocados, mesmo discurso
A campanha de Heleno não difere em quase nada daquela que o PT faz em seus grupos de WhatsApp em prol do voto útil. Os petistas têm dito que voto em Ciro ou Simone ajuda Bolsonaro.
Enquanto isso, no Senado…
Hoje tem sessão especial do Senado para homenagear a “constelação familiar”, conforme pedido do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), aprovado no final de agosto. Em tempos de tanta polarização e violência eleitoral, será também a oportunidade de refletir sobre a constelação política.
Santinhos trocados
O desembargador aposentado Carlos Rodrigues, que concorre ao Senado pelo PSD, informa que sua “colinha” eleitoral sem o nome do candidato ao GDF pelo PSD, Paulo Octávio, foi “um erro da produção vinculada ao comitê”. Depois que a coluna publicou, ele disse que o novo material, com o nome e número do candidato ao governo, e de quebra o do candidato a deputado federal André Kubitschek, foi impresso no mesmo dia.