Autor: talitadesouza
Depoimento de Freire Gomes não muda roteiro dos ministros do STF sobre Bolsonaro
Por Denise Rothenburg — Até aqui, mantém-se o script. O depoimento do general Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército — aquele que aparece em mensagens dos bolsonaristas como “cagão”, conforme o classificou o ex-candidato a vice-presidente Walter Braga Netto —, não foi suficiente para mudar o roteiro dos ministros do Supremo Tribuna Federal (STF) a respeito do processo de apuração sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ideia é não queimar etapas do devido trâmite processual. Nesse sentido, qualquer pedido de prisão, só depois de transitado em julgado.
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Barroso x PT
O presidente da STF, Luís Roberto Barroso, e o PT se uniram contra Bolsonaro, mas estão separados quando o assunto é o julgamento da juíza Gabriela Hardt, que substituiu Sergio Moro na 13ª Vara Federal, em Curitiba. O ministro torce por um arquivamento, enquanto o partido, autor da reclamação, pressiona por uma condenação.
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Depois da desoneração…
…mantida, os parlamentares correm para tentar preservar o programa de socorro ao setor de eventos, o Perse. Até aqui, o governo não tem os votos para fazer valer sua vontade.
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Pauta boa passa fácil
Se tem um projeto que o governo tem tudo para aprovar, é o que regulamenta o trabalho dos motoristas por aplicativos — apresentado, ontem, no Palácio do Planalto. A avaliação geral é de que, salvo uma vírgula ali e outra acolá no texto, nenhum partido ficará contra.
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Por falar em votos…
Parlamentares e prefeitos ainda aguardam a liberação de recursos prometidos para antes das eleições. O medo dos congressistas é o de que não dê tempo de repassar os R$ 20 bilhões prometidos para este semestre.
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Aliás…
As emendas têm feito parte das audiências dos ministros no Palácio do Planalto. Hoje, por exemplo, André Fufuca (Esportes) tem reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há quem diga que este será um dos temas a ser tratado.
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Mudou, mas…/ Aos poucos, as mulheres vão ganhando espaço na Arábia Saudita, mas alguns aspectos ainda precisam ser revistos. Na sede da Federação das Câmaras de Comércio, por exemplo, o banheiro feminino era comparado aos dos postos de combustíveis das estradas brasileiras — sem espelho e com espaço ínfimo. A cúpula do LIDE bateu o pé e exigiu um banheiro condizente com as necessidades femininas e o respeito às mulheres.
Corre, senão alguém passa/ Presidente do LIDE Arábia Saudita e anfitrião da delegação brasileira da LIDE Brazil Saudi Arabia Conference, em Riad, Abdulmalik Al Qhatani mencionou em sua fala que, “em breve”, seu país será reconhecido como produtor de energia sustentável. “Planejamos construir a maior planta de hidrogênio verde”, adiantou. O Brasil tem planos semelhantes.
Nem vem/ De dentro do PSDB, vem a notícia de que é mais fácil a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (foto), deixar o partido do que o partido deixar de ser oposição ao governo Lula.
Em jantar, Dino e ministros do STF alinham resposta da Corte à manifestação na Paulista
Por Denise Rothenburg — Um jantar de despedida de Flávio Dino do Senado e de chegada ao Supremo Tribunal Federal reuniu todos os ministros da Suprema Corte e senadores de partidos aliados do governo. No encontro, aproveitaram para discutir, informalmente, o que vem por aí para o STF no pós-25 de fevereiro, data em que Jair Bolsonaro reunirá seus apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo. Há praticamente um consenso sobre a necessidade de seguir o ritmo. Se o ex-presidente escalar a tensão, o STF não ficará parado.
Assim, na verdade, soaram os primeiros acordes entre Dino e os demais ministros de Supremo, que o trataram como “colega de casa”.
Em tempo: os generais suspeitos de apoiar uma tentativa de golpe também foram assunto das rodas de conversa. Só as investigações dirão quais deles estão sob risco de prisão.
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Sem acordo
A reunião entre os integrantes da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e os ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi nada produtiva. Pelo menos, na avaliação de deputados que acompanharam o resultado do encontro. É que, ao marcar uma nova rodada de conversa para 7 de março, o Poder Executivo apenas ganhou mais tempo.
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Onde mora o perigo
A reunião deixou muita gente desconfiada de que o governo arraste, ainda mais, a liberação das emendas de 2024, de modo que fique impossível liberar tudo antes das eleições. Detalhar cronograma, conforme avisou o governo, é prerrogativa do Poder Executivo. Logo, a briga não terminará tão cedo.
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O funil do governo
A ideia do Poder Executivo é liberar o que há na área de saúde e de assistência social. O restante deve esperar o pós-eleição.
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PAC Seleções tem selo
Os deputados consideram que o PAC Seleções — citado como uma possibilidade de receber emendas parlamentares — vem com a marca da Casa Civil, leia-se o ministro Rui Costa e, por tabela, o presidente Lula. E não dos parlamentares. Será outro argumento para a queda de braço.
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Diálogo ou “entrevero”
Ao dizer que a Praça dos Três Poderes está meio abandonada e malcuidada, Lula abre um clima de constrangimento com o Governo do Distrito Federal. Vejamos os próximos capítulos.
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O dia do PSB/ Empossado na Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Capelli se afasta da área jurídica, onde as arestas entre o grupo do PSB e do PT cresceram por causa do Ministério da Justiça. Nem a posse de Flávio Dino, no Supremo, abrandou esse clima.
Ausência percebida/ Enquanto Dino tomava posse no STF, o advogado Marco Aurélio Carvalho, do grupo Prerrogativas, embarcava de Brasília para São Paulo. Ao contrário da posse de Cristiano Zanin, o Prerrô não foi em peso ao STF.
Tudo bem entre eles/ Na ala reservada da solenidade da posse de Dino, os presidentes dos Poderes mantiveram um diálogo amistoso e amigável. Inclusive, os da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), conversaram animadamente.
E por falar em paz…/ Ex-secretário-executivo do Ministério das Cidades, Hildo Rocha (foto) voltou à pasta como assessor especial. É o ministro Jáder Filho buscando a paz com o grupo do ex-presidente José Sarney, depois da discussão que terminou por afastar Hildo do cargo, em janeiro.
Tempo esgotado: Congresso cobra propostas concretas do governo sobre pautas econômicas
Por Denise Rothenburg — O governo esticou o que foi possível na discussão sobre os temas relativos à reoneração da folha de salários e ao fim do socorro ao setor de eventos criado na época da pandemia. Agora, é hora de apresentar propostas concretas e números. E se insistir em medida provisória, os líderes avisam que o Poder Executivo vai perder. A contar pela declaração do presidente da Câmara, Arthur Lira, à coluna — ele que segue religiosamente o sentimento majoritário da Casa —, colocar esses assuntos da MP 1202 por projeto de lei “já é muito”, porque foram temas já tratados no Parlamento. Na opinião dos líderes, isso quer dizer que, se os projetos não chegarem logo ao Congresso, a derrota virá.
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A pauta do Congresso
Os projetos de lei relativos à reoneração da folha interessam mais ao governo do que ao Parlamento. Deputados e senadores colocam como ponto crucial a derrubada dos vetos ao Orçamento. Tanto em relação aos recursos (R$ 5 bilhões) quanto ao cronograma de liberação até junho deste ano.
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Vem por aí
No impasse em torno do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), o governo começa a citar as empresas brasileiras e fundos envolvidos na produção de Taylor Swift e Paul McCartney. Empresários compram os shows e vão vendendo desonerados.
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Só no concreto
Os líderes consideram que o estica-e-puxa em torno do Perse só se resolverá quando os congressistas tiverem todos os números de forma transparente. Até aqui, eles avaliam que não obtiveram essas informações do governo.
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Lusco-fusco
O presidente Jair Bolsonaro não quer saber de ver o PL apoiando o deputado Marcus Pereira para a presidência da Câmara. Assim, tenta empurrar Pereira para o governo Lula. Só tem um probleminha: quem tiver o carimbo, seja do governo, seja do bolsonarismo, terá dificuldades em vencer essa disputa.
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Um “comunista” temente a Deus
O senador Flávio Dino, que já foi do PCdoB, faz questão de marcar a sua posse como ministro do Supremo Tribunal Federal com uma missa de ação de graças hoje, depois da solenidade de praxe no plenário do STF. A missa está marcada para 19h.
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Ele vai/ O deputado Osmar Terra (MDB-RS) irá ao ato promovido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados no próximo domingo, na avenida Paulista. Sinal de mais uma divisão na legenda que tem ministério no governo Lula.
Ele também/ O PL de Bolsonaro estará em peso. O deputado Alberto Fraga (DF) brinca, dizendo que levará até uma mala com muda de roupa. E explica: “O Lindbergh (PT) disse que vamos sair de lá presos? Então, já vou preparado!”
Os planos do GDF/ Capitaneado pelo ex-governador Paulo Octávio, o LIDE Brasília reunirá hoje os cem maiores empresários do Distrito Federal para ouvir o secretário de Economia, Ney Ferraz Júnior. A ideia é saber quais as prioridades e vocações que o governo pretende incrementar em 2024.
Vale lembrar/ O governador Ibaneis Rocha confirmou presença, assim como o presidente do Correio Braziliense, Guilherme Machado. Brasília não tem eleição este ano. Portanto, os empresários calculam que os investimentos não devem parar à espera de resultados das urnas.
Pacheco voltou do recesso disposto a manter distância de Lula
Por Denise Rothenburg — O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, voltou do recesso disposto a manter uma distância regulamentar do presidente Lula. No embalo da independência, cobrou uma “retratação” do presidente no quesito Israel e as comparações da ação em Gaza ao Holocausto. De quebra, colocou para votar o fim das “saidinhas”. Entre os aliados do senador, há quem diga que o movimento é calculado. O PSD, embora afinado com o Planalto, não compactua com a ideologia petista e tem afinidades com o conservadorismo. É hora de tentar resgatar esse eleitorado desde já.
Em tempo: daqui para frente, a tendência é o presidente do Senado apoiar a regulamentação da reforma tributária e estabelecer limites que deem mais nitidez ao seu viés político em outros temas. Aliás, ao que tudo indica, Pacheco e o presidente da Câmara, Arthur Lira, acabam de trocar de posição. O senador toma distância do Planalto, enquanto o deputado se aproxima. Essa é a largada do ano eleitoral.
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Nem se preocupe
O presidente da Câmara, Arthur Lira, fez chegar a aliados do presidente Lula que não levará adiante o pedido de impeachment apresentado pelos oposicionistas tomando por base as declarações sobre o conflito entre Israel e Hamas.
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Ângulo de desvio
Os petistas viram um “gol” do presidente Lula nas declarações sobre as ações do governo de Israel. Consideram, por exemplo, que o petista tirou de cena o ato de 25 de fevereiro, em São Paulo, convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. De quebra, ainda aglutinou os governos de esquerda.
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Jogo calculado
A fala do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), sobre a comparação “impertinente” de Lula do conflito de Gaza com o Holocausto, vem no sentido de abrir uma brecha para que o presidente possa refazer a sua declaração. Só tem um probleminha, colocado pelo ministro Paulo Pimenta: Israel distorce as palavras de Lula e, nesse sentido, fecha-se a janela aberta pelo senador.
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E a lista só cresce
Lula ainda não decidiu se vetará o fim da saidinha temporária de presos, mas alguns aliados ouvidos pela coluna juram que a tendência é essa. Ocorre que o governo já está criando arestas demais com o Congresso. Por isso, tem senadores dispostos a convencer o presidente a não vetar integralmente a proposta.
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Defesa na lida/ O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Marcelo Damasceno (foto), abriram a série de debates da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) de 2024. A ideia é aproximar as Forças Armadas do setor produtivo e ampliar o conhecimento sobre o trabalho dos militares. O comandante Damasceno lembrou que 20% dos casos de dengue do país estão no DF.
Aliás…/ As Forças Armadas avaliam a instalação de um segundo hospital de campanha para cuidar dos pacientes com dengue no país. A previsão é que seja montado no Rio de Janeiro.
Fome de tribuna/ Por volta das 18h, a Câmara registrava 120 deputados inscritos para falar. Sinal de que a turma voltou disposta a partir para o enfrentamento e mandar seu
recado ao eleitor.
Climão/ A contar pelo clima beligerante no plenário, o mês de março será dedicado a tentar organizar o Congresso.
Boulos & Nunes/ Até aqui, a contar pela pesquisa do Instituto Paraná, divulgada esta semana, o eleitor paulistano tende a polarizar a disputa para a prefeitura entre Guilherme Boulos e Ricardo Nunes, tal e qual polarizou a nacional com Lula e Bolsonaro.
No Congresso, o perigo para o governo é a falta de acordo para reoneração da folha
O sonho mais distante
Cessar fogo
Dois pesos
A hora das comissões
Antes da prisão de Bolsonaro, investigação sobre tentativa de golpe terá outros alvos
Por Denise Rothenburg — Antes de partir para a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, a investigação sobre a tentativa de golpe terá outros alvos. Como o leitor assíduo da coluna já sabe, o braço financiador de atos, os acampamentos e os movimentos em prol da ruptura institucional ainda não foram totalmente detalhados. A tendência da Policia Federal, agora, é tentar comprovar se há veracidade nas citações de áudio encontrado no celular de Mauro Cid, em que há reverências, por exemplo, ao empresário Luciano Hang, da Havan.
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Enquanto os investigadores fazem seu trabalho, a defesa de Bolsonaro pode se preparar para perder alguns de seus pedidos. Os ventos do Supremo Tribunal Federal não se inclinam no sentido de atender aos pedidos da defesa do ex-presidente nem no quesito devolução do passaporte, muito menos na ideia de tirar o ministro Alexandre de Moraes do caso.
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Expectativa…
O governo espera que, depois da liberação de emendas da semana
pré-carnaval, os deputados voltem mais tranquilos desse longo recesso que já dura, praticamente, dois meses.
…realidade
A turma, porém, quer mais. Até aqui, as emendas deste ano não saíram do papel. O governo só liberou as pendências do ano passado. No Poder Executivo, a avaliação é que a liberação deste ano será a conta-gotas.
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Os desunidos
União Brasil e PSDB enxergam o seguinte cenário atrapalhando a construção de uma alternativa ao bolsonarismo e ao petismo: uma parte do centro da política está próxima de Lula, e o outro pedaço, afeito à direita bolsonarista. Nesse ritmo, não sairá nada com força eleitoral para vencer os extremos.
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O construtor
O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, aproveita esse feriadão no Parlamento para buscar uma reaproximação com os tucanos da velha guarda. Recebeu, por exemplo, o ex-deputado Nárcio Rodrigues. No PT, ninguém tem dúvidas de que Geraldo Alckmin é quem mais pode ajudar nessa tentativa de levar o PSDB para as reuniões governamentais.
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“Esse ato na Paulista não será, certamente, para que Bolsonaro se defenda dos crimes que praticou nem pode ser visto como liberdade de expressão. É mais uma tentativa de se contrapor ao devido processo legal, já que as provas contra ele e sua turma não param de aparecer. Será para seguir ameaçando as instituições e os adversários, que ele trata de inimigos. Será para mentir ainda mais sobre suas próprias mentiras”
Gleisi Hoffmann, presidente do PT
Grandes diferenças/ Diplomatas descontentes com o governo Lula comentavam à boca pequena: O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, foi recebido no aeroporto pelo presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi. O presidente Lula foi recebido pelo ministro do Turismo, Ahmed Issa.
Grandes diferenças II/ Os aliados de Lula, porém, lembram que Turquia e Egito estão no processo de reatar laços, e a ida de Al-Sisi ao aeroporto foi justamente para mostrar que os dois países estão em nova lua de mel.
No Congresso, operação acirra polarização e mexe no tabuleiro
Por Denise Rothenburg — A operação Tempus Veritatis, que teve o ex-presidente Jair Bolsonaro como alvo de busca e preensão, com ordens e ações para que ele não saia do país, ameaça turvar a visão de todos os partidos e respingar no bom andamento da pauta neste semestre. Nem é tanto por causa do ex-presidente. O que vai “pegar” é o pedido de cassação de registro do PL, apresentado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), considerado “fogo no parquinho”.
Essa ação proposta por um senador petista pode surtir efeito num palanque, mas, para quem precisa de tranquilidade institucional para administrar o país, não representa a melhor saída. É algo que, na avaliação de muitos senadores e deputados, amplia o ódio e reforça o discurso de calar a direita, a fim de comprometer a sua participação nas eleições deste ano e de 2026.
Centrão vai surfar nessa história. E, se o PL começar a perder força enquanto agremiação para disputar eleições, já tem gente pensando em isolar quem estiver envolvido nas operações da PF e atrair a maioria dos deputados do PL para outras legendas de direita, na janela para troca de partidos.
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O que falta
Os bolsonaristas estão convictos de que o próximo passo dessa operação será um pedido de prisão tendo como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro. A Polícia Federal, porém, não está com pressa e vai, primeiramente, avaliar tudo o que foi apreendido nesta semana.
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Prepare aí
O bolsonarismo quer se antecipar a essa prisão. O movimento, agora, é lançar nas redes a narrativa de que tudo isso está sendo feito num ano eleitoral para tirar o ex-presidente dos palanques.
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Militares constrangidos
Pelo menos uma parte expressiva das Forças Armadas está para lá de desconfortável com as 135 páginas da decisão de Alexandre de Moraes. Não está fácil para muitos saber que um major do Exército organizava manifestações, um coronel monitorava um ministro do Supremo Tribunal Federal e outro buscava apoio entre os generais para um golpe de estado.
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No embalo da prisão
Já tem gente no PL pensando em aproveitar a prisão de Valdemar da Costa Neto para tentar catapultá-lo do comando do partido. Só tem um probleminha: ele ainda manda na Comissão Executiva e, com Bolsonaro na mira da PF, não há liberdade de ação para tirar Valdemar.
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Por falar em registro…/ No mesmo PT que pretende cassar o registro do PL, tem gente dizendo que é melhor não mexer com isso. Afinal, com Valdemar da Costa Neto preso por porte ilegal de arma e por ter uma pepita de ouro em casa, há quem diga que está aí um ponto a ser abordado para desestabilizar qualquer adversário num debate.
… restam elas/ Em toda a confusão que envolve o PL, as mulheres do partido — em especial, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro — surgem como aposta para acompanhar os candidatos Brasil afora neste período eleitoral de 2024. É o aquecimento. Ontem, aliás, depois de falsas notícias de que ela teria ido para a Disney, Michelle gravou um vídeo na sede do partido, em Brasília.
Suspense do carnaPF/ Na política, há uma aposta para ver quanto tempo levará para que venha a público o vídeo da reunião do presidente Jair Bolsonaro em 5 de julho de 2022, que a PF trata como uma discussão da “dinâmica do golpe”, ainda antes das eleições. Há quem diga que será em plena folia.
Premonição/Também há quem destaque a fala de Mauro Cid na conversa com o coronel Sérgio Cavaliere, que também foi alvo da operação de busca de apreensão. Em 4 de outubro, o coronel manda a seguinte mensagem no Whatsapp: “Espero que vocês saibam o que estão fazendo”. Eis que Mauro Cid responde: “Eu também. Senão, estou preso”.
Parlamentares preparam exigências para o governo na volta do Congresso
Por Denise Rothenburg — Nos bastidores da posse de Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça, o assunto entre os parlamentares era a volta do Congresso, na próxima semana. As informações que chegam da turma que tem conversado muito com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), são as de que as arestas entre o Centrão e o governo cresceram durante o recesso.
Diante dos problemas acumulados, a turma mais ligada a Lira vai chegar cobrando, prioritariamente, a devolução da MP da reoneração da folha de salários, a derrubada dos vetos às emendas orçamentárias e algum limite às “batidas” da Polícia Federal nos gabinetes dos parlamentares.
Porém, nem tudo será “tiro, soco e bomba”. A tendência é encontrar um meio termo no caso das operações da Polícia Federal no Congresso e negociar as questões orçamentárias. O mais difícil para o governo está na negociação da MP da reoneração. É que os líderes de centro se juntaram aos da oposição pela devolução da MP. O governo ganhou tempo, mas ainda não achou um meio de evitar uma derrota nesse campo.
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Corrida de resistência
Os deputados estão convictos de que vencerá a eleição para presidente da Câmara aquele que criar menos arestas. O grid de largada apresenta os líderes Antônio Brito (PSD-BA), Elmar Nascimento (União-BA) e o vice-presidente da Câmara, Marcus Pereira (Republicanos-SP).
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Questão de datas
O ex-presidente Jair Bolsonaro não perdoa o fato de o PSD de Gilberto Kassab, hoje secretário do governo de Tarcísio de Freitas, ter votado a favor do relatório final da CPI da Covid. Em entrevista ao canal da revista Oeste no YouTube, Bolsonaro disse com todas as letras que Kassab agiu assim para indicar ministros de Lula. Opa! A CPI terminou em 2021, um ano e meio antes das eleições.
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Prerrô festeja
Com a chegada de Ricardo Lewandowski ao Ministério da Justiça, o grupo Prerrogativas ampliou espaço no governo do presidente Lula. Saiu dali a indicação de Jean Uema para a Secretaria Nacional de Justiça.
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Eleição no TJ-MA
O desembargador José de Ribamar Froz Sobrinho foi eleito por unanimidade presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, para o biênio 2024/26. Na composição da nova Mesa Diretora, o desembargador Raimundo Moraes Bogéa assumirá a 1ª vice-presidência, enquanto o desembargador José Jorge Figueiredo dos Anjos ocupará a 2ª vice-presidência. A Corregedoria ficará sob a responsabilidade do desembargador José Luiz Oliveira de Almeida.
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Marta, o retorno/ Deputados do Partido dos Trabalhadores estarão em peso, hoje, em São Paulo, para a festa de filiação de Marta Suplicy (foto) à legenda. A ideia é reforçar a polarização, uma vez que a presença de Marta na chapa de Ricardo Nunes à reeleição foi vetada por Jair Bolsonaro.
Dancinha de João Campos/ Candidato à reeleição, o prefeito de Recife, João Campos (PSB), tem inaugurado obras com uma dancinha. A última foi durante a entrega de escadarias na cidade. Já foram 800 escadarias, num total de R$ 44 milhões.
A história ensina/ Em 1989, Fernando Collor de Mello xingou o então presidente José Sarney ao longo de toda a campanha presidencial. Ainda assim, Sarney fez questão de lhe entregar a faixa presidencial, em 1990. Ontem, estavam novamente, lado a lado, na posse do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Não são amigos nem aliados. Mas respeitam e entendem os gestos e rituais da democracia.
Por falar em gestos…./ O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também marcou presença no Planalto. Na chegada, conversou com o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli, sentado na primeira fila.
Ministro do Trabalho deve enfrentar negociação de trabalho nos feriados no Congresso
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi, tiveram uma discussão para lá de ríspida numa reunião para discutir o trabalho nos feriados. Galassi queria saber por que os supermercados seriam obrigados a ter um acordo coletivo com sindicatos para abrir nessas datas e as lojas que vendem comida para pets estavam fora dessa exigência.
Ao ouvir do ministro, de forma incisiva e repetida, que ninguém havia ficado de fora, Galassi afirmou que resolveria o assunto no Congresso. O ministro, com cara de poucos amigos, perguntou: “Você está trucando comigo?” Foi um Deus nos acuda. O deputado Joaquim Passarinho (PL-PA) e outros presentes conseguiram acalmar os ânimos, mas o mal-estar ficou. O governo, pelo visto, terá mais um entrevero no Congresso que, de perfil mais reformista, apostará num decreto legislativo para barrar mais essa portaria de Luiz Marinho.
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Em tempo: os empresários estão convencidos de que o ministro fará de tudo para dar protagonismo aos sindicatos dos trabalhadores, uma vez que ele é sindicalista. Paralelamente à medida provisória da reoneração e aos cortes orçamentários, esse será mais um tema para desgastar a relação dos congressistas e o governo, tal e qual foi a portaria que tentou instituir o acordo coletivo para trabalho aos domingos e terminou revogada.
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O que eles suspeitam
A pescaria de Jair Bolsonaro e seus filhos no dia seguinte à live é tratada como uma mera coincidência por todos os seus aliados, mas os opositores duvidam e estão atônitos. Essa turma avessa aos bolsonaristas acredita que, se havia mesmo um serviço de informações paralelo dos Bolsonaro, o esquema continua ativo. Vêm mais afastamentos por aí. Na Abin e na Polícia Federal.
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Só aumenta
O que elevou o grau de suspeição dos opositores foi o senador Flávio Bolsonaro, o filho 01 do ex-presidente, dizer que, pelo andar da carruagem, pode ser o próximo alvo da “PF paralela”.
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O silêncio dos líderes
Alvos de cobrança dos parlamentares em relação às emendas cortadas por Lula, os líderes partidários e o presidente da Câmara, Arthur Lira, terão que renegociar com o governo a forma de atender o baixo clero. Foi esse grupo o maior prejudicado com o corte das emendas. Até aqui, não houve acordo.
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Por falar em recursos…
Com a queda dos juros, começa a perder força o discurso do Poder Executivo que sempre que pode culpa o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pelas mazelas na seara econômica. Agora que a renda média do brasileiro cresceu e os juros estão em queda, caberá ao Executivo tentar equilibrar as suas contas. É o que falta, na avaliação de muitos economistas.
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“Jair Bolsonaro confunde composição política com hierarquia militar. Ele indicou um general para vice dele e agora quer indicar um coronel para Ricardo Nunes”
Do presidente do PP de São Paulo, deputado federal Fausto Pinato, reclamando um lugar à mesa para discutir o candidato a vice na chapa de Ricardo Nunes à reeleição. Hoje, Bolsonaro quer indicar o coronel Ricardo Melo.
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Helder reeleito/ Os nove estados que integram o Consórcio da Amazônia Legal reelegeram o governador do Pará, Helder Barbalho (foto), para seu presidente. Helder, atendendo a um desejo do presidente Lula, foi um dos articuladores para que o Brasil seja o anfitrião da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em novembro de 2025, em Belém (PA).
Visibilidade/ A ideia é que a Região Amazônica aproveite a COP30 para ganhar mais protagonismo, aliados e recursos internacionais para a sua preservação.
“Telhado” novo/ Depois de receber uma série de telefonemas de amigos, perguntando se ele estava doente, o deputado Joaquim Passarinho (PL-PA) abriu o jogo na reunião da Frente Parlamentar do Empreendedorismo esta semana: “Esta cabeça quase raspada não é doença. Eu aproveitei o recesso para recorrer à tecnologia e fechar o telhado”, comentou, referindo-se ao implante de sete mil fios de cabelo.
Projeto de regulamentação da reforma tributária deixará Receita só na fiscalização
Por Denise Rothenburg — A reunião das frentes parlamentares com o intuito de propor um projeto de regulamentação da reforma tributária, aprovada no ano passado, definiu que as novas leis terão de ser autoaplicáveis. Essa será uma espécie de linha mestra dos 19 grupos de trabalho que as frentes montaram, copiando o modelo adotado pelo Poder Executivo.
A ideia é construir textos que não deixem espaço para que a Receita Federal edite portarias e sugira decretos presidenciais para complementar a legislação que sair do Congresso. A decisão segue a determinação dos congressistas de reforçar o poder do Parlamento em todos os temas. É o Legislativo cuidando de si.
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Contorne a Janja
Técnicos da Receita Federal entraram em contato com parlamentares pedindo ajuda para limitar compras que cada CPF pode importar com isenção de imposto no e-commerce. A ideia é montar um projeto que tenha a lavra do Parlamento e, assim, evitar bater de frente com a primeira-dama Janja da Silva, que foi contra a taxação
das “blusinhas”.
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A hora de Heleno
O fato de o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional general Augusto Heleno ter sido chamado a depor na Polícia Federal sobre a “Abin paralela” não significa que ele esteja livre de ser alvo de alguma operação. Tem gente no Supremo desconfiada que o militar sabia de tudo o que se passava na alçada do então diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem.
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Questão de tempo
Amigo de Lula, o diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, entra em estágio probatório, conforme avaliação do Planalto. Se Lula se convencer de que deve demiti-lo, só o fará quando encontrar um novo lugar ao sol para acomodá-lo.
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E a corrupção, hein?
O governo vai jogar na transparência das contas públicas e das emendas para tentar melhorar de posição no ranking da corrupção divulgado esta semana, no qual o Brasil caiu 10 posições. Até lá, vai tentar empurrar tudo como herança maldita do governo
de Jair Bolsonaro.
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Quem comemora…/ …a demissão de Alessandro Moretti da cúpula da Abin é o senador Renan Calheiros (foto), do MDB-AL. O parlamentar foi o primeiro a alertar Lula sobre o fato de Moretti ter trabalhado com Anderson Torres na Secretaria de Segurança Pública do DF.
Esse, não/ Os paulistas registraram a frase do ministro da Casa Civil, Rui Costa, na entrevista sobre o túnel submerso Santos-Guarujá, depois da conversa do presidente Lula com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas: “Muitos estavam céticos com os investimentos do PAC, nós estamos materializando”. Esse projeto não é exclusivo do PAC e tem
muitos padrinhos.
Sorrisos republicanos/ A obra que o governo pretende carimbar como um “sucesso” do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na verdade, será em parceria com o governo paulista. O projeto estava em análise antes do governo Lula, quando o atual governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, era ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro. Quando assumiu o governo de São Paulo, o ex-ministro colocou o empreendimento como prioridade de sua gestão.