O jeitão do Congresso

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Enquanto o PT mobiliza seus militantes e simpatizantes do governo Dilma em busca de apoio contra o impeachment, a Arko Advice publicou o resultado de um levantamento no qual 62% de 100 deputados entrevistados acreditam que a Câmara aprovará o impeachment .Em fevereiro, dizem os cientistas políticos da Arko esse percentual era de apenas 24,5%. Em apenas três semanas, o resultado quase triplicou. O índice daqueles que acham que será rejeitado caiu de 66,66% para 27% no mesmo período. A pesquisa foi feita entre 15 e 17 de março, ou seja, no calor da polêmnica posse de Lula na Casa Civil e da divulgação dos grampos telefônicos.

A paralela do impeachment

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Enquanto o PMDB e os partidos tradicionais se preparam para a batalha do impeachment, a Rede, da ex-senadora Marina Silva, vai tentar trazer à baila uma proposta de antecipação das eleições de 2018. A primeira conversa da Rede se deu com o deputado Chico Alencar, do PSol. A ideia em curso é propor uma emenda constitucional para que se faça o recall do mandato da presidente Dilma Rousseff. Se ela for rejeitada pela população — e hoje tudo indica que será —, o país teria nova eleição em 90 dias. Diante da contaminação da linha sucessória, em especial, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha; e o do Senado, Renan Calheiros, a Rede considera que quem vier a assumir o poder no lugar de Dilma Rousseff tem que ter a chancela das urnas. Falta combinar com o PMDB, o maior partido da Casa; o PSDB; o DEM e quem mais chegar.

Cunha no comando
As indicações dos deputados Rogério Rosso (PSD-DF) para presidir a comissão especial do impeachment e de Jovair Arantes (PTB-GO) para relatar foram obra do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O fato de o governo não ter reclamado é sinal de que os aliados de Dilma estão com poder de fogo reduzido na Casa.

Fui…!
As ausências do vice-presidente Michel Temer e do presidente do Senado, Renan Calheiros, à posse dos ministros dissiparam as esperanças de quem considerava possível atrair uma parcela maior do PMDB contra o impeachment. Ficou cristalino que o vice e seus aliados já estão no aquecimento para assumir o poder.

E vou mudar!
Michel Temer tem maturado nos últimos dias que um futuro governo sob seu comando não poderá ser de continuidade, ou seja, terá de renovar propostas e projetos para tentar aglutinar apoios. “Se chegar propondo só a volta da CPMF não atrairá ninguém”, diz um experiente político da oposição.

Agora lascou
Os diálogos de Lula com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) foram considerados pelos próprios petistas como um tiro no pé. “Se Lula queria alguma tábua de salvação ali, perdeu”, comentavam os conhecedores do humor dos ministros da Suprema Corte.

Enquanto isso, no Planalto…
A presidente garante em discurso: “A gritaria dos golpistas não vai me tirar do rumo e colocar nosso povo de joelhos”. Mas, internamente, ministros avaliam que as manifestações de 16 de março e as de ontem foram bem mais preocupantes do que as de domingo, porque foram espontâneas. Estão todos inseguros.

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O jeitão dele…/ O semblante do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (foto), mudou. Há tempos, ele não se mostrava tão feliz, desfilando com uma gravata verde-bandeira. Acredita que, enquanto o impeachment estiver em cena, poderá tratar de se segurar no cargo.

…Não nega/ A aposta dos aliados de Cunha é de que depois do impeachment vem a eleição municipal, e a Câmara ficará esvaziada. Assim, creem os amigos do presidente da Câmara, ele terminará seu mandato no comando da Casa.

Juiz & justiceiro/ Por mais apoios que Sérgio Moro agregue hoje, há uma sensação entre os políticos das mais diversas matizes que o juiz ultrapassou um limite ao expor o diálogo entre Dilma e lula, captado quando a ordem da escuta estava revogada. O estrago político, entretanto, está feito. Só resta ao governo reclamar às instituições competentes.

E o Mauro Lopes, hein?/ Adalclever Lopes, filho do novo ministro da Aviação Civil, não foi à posse ontem no Planalto. Dos ministros do PMDB presentes, o do Turismo, Henrique Eduardo Alves, fez questão de ficar “à paisana”, no meio dos convidados, sem ocupar um dos lugares de destaque. Senadores do PMDB faltaram. Um deles comentava ontem reservadamente que não queria fotos ao lado de Lula.

No ar, o bi-presidencialismo

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Nas conversas entre PMDB e PSDB antes das manifestações de Domingo, cogitou-se o semi-presidencialismo, ou seja, um acordo no qual seria colocado sobre a mesa a redução dos poderes da presidente Dilma Rousseff. Menos de 10 dias depois,a resposta do governo e do PT vem na forma de colocar o ex-presidente Lula na Casa Civil, implantando aí algo inédito na história recente do Brasil. Lula coordenará a parte política do governo e a presidente Dilma o dia-a-dia da administração, numa espécie de administração compartilhada. Vejamos como e se funcionará.

Por que a Casa Civil?
O fato de Lula ter ido para a Casa Civil, deslocando assim Jaques Wagner e não Ricardo Berzoini (Relações Institucionais e Secretaria Geral da Presidência), surpreendeu a muitos. A explicação, segundo assessores palacianos, está no trabalho da bancada paulista do PT, que pressionou para não perder uma vaga palaciana. Mesmo em baixa e quase nas cordas, o PT não abandona a luta interna.

Positivo e negativo

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A chegada do presidente Lula para integrar o comitê anti-impeachment terá o papel de ajudar o governo dentro do parlamento. Aí, avaliam nove em cada 10 políticos, a presença dele será positiva. Mas, para o público externo, o sinal será inverso: é levar para dentro do Palácio do Planalto o nome mais rejeitado nas manifestações do último domingo.

O governo, entretanto, avalia que desgaste por desgaste, a presença de Lula mais ajudará do que atrapalhará. Afinal, ele, a partir de agora, será o centro das atenções e, mal ou bem, tem o dom do trato político. É ali que ele vai atuar.

Périplo

O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, passou os últimos dias em rodadas de conversas com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para colocar a posição do governo em relação ao rito de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a ser
definido hoje.

A esperança

O governo reza para tentar matar o pedido de impeachment ainda na Câmara e, aí sim, reformular todo o governo. Falta combinar com os deputados.

Por falar em deputados…

… Aí, ministra Kátia Abreu: a Frente Parlamentar da Agropecuária tem reunião hoje para definir uma posição a respeito do impeachment da presidente Dilma. Até ontem à tarde, 57 parlamentares já haviam confirmado presença.

Marina em gestação

A ex-ministra Marina Silva se posicionou no domingo de forma muito ponderada, defendendo a Constituição e rejeitando qualquer golpe. Tudo para se preservar rumo a 2018 (ou talvez antes) e atrair aqueles desapontados com seu antigo partido, o PT.

CURTIDAS

Conta outra/ José Eduardo Cardozo (foto) gravava uma entrevista na TV Brasil quando o assessor entrou com um telefone. Era a presidente Dilma Rousseff. Por duas vezes, ela telefonou, interrompendo a entrevista. Sem graça, o ministro, ao voltar, apenas respondia: “Despachos de rotina”. Ahã.

Entre quatro paredes…/ Dilma Rousseff ficou furiosa com o fato de o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ter recebido Eduardo Marzagão. São impublicáveis as palavras que ela disse quando viu a notícia de que Marzagão e Mercadante conversaram a respeito de ajuda a Delcídio são impublicáveis.

Sensações I/ O presidente de um partido aliado ao Planalto definia assim a situação do governo: “É como aquele paciente terminal que a família insiste em não desligar os aparelhos. E nós ficamos aqui, esperando um milagre”.

Sensações II/ A oposição também não está nada satisfeita com a atual situação. Embora mantenha a pose em público, há quem diga: “Estamos todos no mesmo barco. Se continuar assim, em 2018, teremos um bravateiro ou um ET”.

Depois das manifestações

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Tá bom. Você foi pra a rua, as manifestações foram expressivas, está tudo resolvido, Dilma sai em junho. Não. Nada é tão simples assim, nem se pode tratar qualquer coisa nesse momento como fato consumado. Porém, é notório que o impeachment bate à porta da presidente com maiores chances de ser aprovado do que no ano passado e as margens de manobras do governo são cada vez menores. Mas não dá para cravar que isso ocorrerá, uma vez que o imponderável Lava jato continua dando as cartas e agitando a política. Vejamos alguns fatores:

PMDB _ O partido vai tentando se mostrar uma opção de poder. A decisão da convenção, de impedir seus filiados de assumirem cargos no governo, tem endereço certo: o deputado Mauro Lopes, do PMDB de Minas Gerais. Que esta terça-feira seria nomeado ministro. A bancada de Minas Gerais é importante demais para deixar que seja cooptada pelo governo nesse momento. Michel Temer e Eliseu Padilha, o ex-ministro da Aviação Civil que Lopes iria assumir, decidiram apoiar essa moção contra as indicações porque foram pressionados pelo grupo contrário ao governo, o que mais apoia Michel hoje. Além do mais, se, em 30 dias, o partido vai definir seu destino, não dá para ficar nomeando ministro.

Nos bastidores do próprio PMDB, entretanto, há quem diga que essa pressa para se afastar do governo e abraçar a tese do impeachment tem um outro objetivo velado: entregar a cabeça de Dilma para ver se, em meio à confusão na sala principal da política, os peemedebistas enroscados na Lava Jato terminem esquecidos. Ocorre que as mesmas ruas que pedem o afastamento da presidente Dilma também citam Eduardo Cunha e Renan Calheiros. No geral, os peemedebistas sabem que Dilma não etá sendo investigada na operação e que esses dois peemedebistas estão. Portanto, ainda não se sabe se o PMDB terá esse fôlego todo para conduzir o país, apesar do equilíbrio de Michel Temer.

TSE _ A maioria dos oposicionistas deseja mesmo é uma nova eleição. Esse tema está a cargo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que analisa a legalidade das campanhas. O processo no Tribunal é lento. Seus ministros, para julgar, precisarão ter acesso às delações da Lava Jato que falam em caixa dois na campanha de 2014. Se isso ficar realmente comprovado, adeus Dilma e… Temer.

O futuro julgamento do TSE é hoje mais um incentivo para que os peemedebistas tentem correr com o processo de impeachment de Dilma. O raciocínio de alguns é o seguinte: quem sabe se, com um fato consumado, Temer na Presidência, o TSE termine não cassando a chapa e deixe o vice governar em paz?

Lava Jato _ O maior vitorioso das passeatas de ontem foi mesmo o juiz Sérgio Moro. É nele que a população deposita suas esperanças. E, embora muitos não gostem, o Supremo Tribunal Federal hoje deseja muito mais se assemelhar a Moro do que a um Tribunal que deixa as coisas correrem frouxas. Melhor assim.

Moral da história:
Com tantos fatores ainda para acontecer e tantas perguntas ainda sem resposta fica difícil traçar um cenário preciso para o futuro, apesar das manifestações de ontem. O fato é que, dentro de alguns dias, a Câmara começará a analisar o processo de impeachment, que deve atrair mais a imprensa como um todo. Paralelamente, o Conselho de Ética segue suas apurações sobre Eduardo Cunha e o ministro Teori Zavaschi vai despachando os processos contra os parlamentares. E Sergio Moro detonando novas fases da Lava Jato. Tudo indica que antes do final de maio não teremos um desfecho da crise. É o Brasil vivendo a cada dia a sua aflição.

A luta de Lula

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A luta de Lula

Que ministério que nada. O que o presidente Lula está disposto a discutir no momento é o tema Poder Judiciário. Por isso, reuniões intermináveis com advogados e juristas nos últimos dias. O debate que ele e o PT não enfrentaram no mensalão, quando viram a cúpula partidária na cadeia, o ex-presidente pretende fazer agora no petrolão. Sabe como é: pimenta nos olhos dos outros levou Lula a adiar o tema no passado, para não jogar luz sobre algo incômodo ao PT, especialmente, quando se tratava de temporada eleitoral. Entretanto, neste momento, em que ele próprio, Lula, entra no centro do debate e no risco da prisão, não dá mais para fugir. Ainda que seja um ano eleitoral, é aí que o ex-presidente pretende dispender sua energia.

A malemolência do PMDB
Diante das incertezas sobre o futuro, o PMDB vai ficar hoje com uma pizza metade calabresa, metade mussarela. A ideia de deixar os pedidos de rompimento com o governo para votação daqui a 30 dias é sinal de que o partido ainda não tem segurança sobre o fim do governo Dilma, tampouco confia nos tucanos para lhe ajudar a reorganizar a economia, caso venha o impeachment e Michel Temer assuma o poder. Afinal, todos têm seus planos para 2018.

Por que 30 dias?
Daqui a um mês, calculam os peemedebistas, haverá mais clareza a respeito das conversas deflagradas essa semana com o PSDB sobre as saídas para a crise. De mais a mais, qualquer atitude agora dividiria um partido que quer se mostrar unido para tentar convencer as demais forças políticas de que consegue tocar o barco, se houver um impeachment de Dilma.

Ele sabe
A outra variável que deixa o partido de Michel Temer no lusco-fusco entre governo e oposição é a Lava-Jato. Os peemedebistas estão inseguros sobre o que virá nas delações em curso. Embora Delcídio do Amaral tenha dito a amigos que não mencionou os peemedebistas, outros delatores o fizeram. Ontem mesmo houve mais um pedido de abertura de mais um inquérito contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Risco
Depois de uma nota de promotores e procuradores com críticas ao que chamam de “banalização da prisão preventiva”, acendeu-se um pisca-alerta nos partidos de oposição. Há quem esteja preocupado com a hipótese de Lula se transformar em vítima nesse contexto.

Dilma falante
A entrevista da presidente Dilma Rousseff ontem vai se repetir mais vezes. Ela gostou de falar e voltará a fazê-lo em breve.

CURTIDAS

Walter, o recolhido/ Pouco tem se ouvido do senador Walter Pinheiro (foto), do PT-BA, a respeito da crise política em plenário. Justifica-se: ele está a caminho do PSD do senador Otto Alencar (BA).

Sono difícil/ As olheiras de Dilma indicam que o batidão diário não está fácil, apesar das pedaladas matinais.

Por falar em pedaladas…/ Nos bastidores do Planalto, esse tema é visto como matéria vencida. Ou seja, na visão palaciana, não será por aí que se conseguirá o impeachment da presidente Dilma.

E o Beto Richa, hein?/ Com a abertura de inquérito para investigar o governador do Paraná, Beto Richa, que é do PSDB, os petistas se preparam para provocar os tucanos na semana que vem no embate congressual.

Lula e o xadrez político-policial

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Diante do pedido de prisão preventiva do ex-presidente Lula, ficou em segundo plano a nova fornada de delações premiadas, capaz de pôr em xeque todas as conversas políticas da quarta-feira em Brasília — tanto as que o petista manteve no sentido de preservar o mandato da presidente Dilma Rousseff, tanto os ensaios feitos por tucanos e peemedebistas desenhando cenários sobre um hipotético afastamento de Dilma.

A contar que seja verdade o pouco que se sabe, virão à baila doações em caixa dois da campanha de 2014, o que reforçará a ação contra a presidente e seu vice, Michel Temer, dentro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Comprovada essa irregularidade, todos os movimentos para assunção de Temer estariam comprometidos. É a Lava Jato mandando no presente e deixando um mar de incertezas sobre o futuro.

Ele sabia

O ex-presidente Lula foi quem sugeriu que o presidente do Senado, Renan Calheiros, buscasse o PSDB para sentir o clima e começar a tentar construir cenários para sair da crise. Uma pergunta foi feita pelos peemedebistas: “Tem saída com Dilma? Se tiver, nos digam”.

Ele já sabia

A resposta dos tucanos, o “fora Dilma”, também já era esperada. A ordem agora é saber com quem se pode contar na hora da verdade, quando o processo de impeachment chegar ao plenário. O que o ex-presidente não esperava era uma prisão preventiva pelo Ministério Público paulista.

Enquanto Dima tiver caneta…

Jorge Picciani não faz segredo de que o filho dele, Leonardo Picciani, líder do partido na Câmara, continua com Dilma até o fim, contra o impeachment, ainda que o PMDB desembarque. Mas na mesma hora completa que o governo Dilma não durará mais 90 dias.

Moro pegou pouco

São, pelo menos, 172 offshores que abrigam recursos de brasileiros no exterior. Até aqui, as apontadas pela Lava Jato não chegam a 10.

CURTIDAS

Corrida da preventiva/ Os integrantes da força-tarefa da Lava-Jato não engoliram o pedido de prisão preventiva de Lula pelo Ministério Público de São Paulo: “Pô, foram na frente da gente”, reagiu um procurador.

Suspense desfeito/ O delegado Márcio Anselmo, que integra a força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, passou a semana em Brasília. Calma, pessoal! Ele não veio prender ninguém tampouco preparar uma nova condução coercitiva ou prisão preventiva. Estava num curso na Academia Nacional de Polícia.

Valdemar ainda manda/ De tornozeleira e tudo, Valdemar Costa Neto (foto) continua reinando no PR. Com a janela partidária aberta, tratou pessoalmente da filiação de dois deputados: Delegado Waldir, em Goiás, e Christiane Yared, no Paraná. Waldir saiu do PSDB. Yared, do PTN.

Por enquanto, tá pesado/ Os peemedebistas começaram ontem as conversas para a convenção de sábado, de olho na valorização das ações de Michel Temer para presidir o país. Ocorre que, enquanto a Lava-Jato estiver fervendo, difícil os grandes mastros da política içarem a bandeira de Michel, com Eduardo Cunha na garupa..

Lula, o coordenador

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Que ninguém se surpreenda se, depois dos senadores, Lula vier a buscar a oposição. Seja dentro ou fora do governo, ele assumiu ontem o papel de coordenador da campanha contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, e as conversas com os oposicionistas são inevitáveis mais à frente, quando terminar o périplo pelos partidos da base aliada.

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A ideia é colocar sobre a mesa um programa econômico que possa ser usado como atrativo. O tema, aliás, foi mencionado num artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Nada acontece, entretanto, antes do embate do 13 de março nas ruas.

Bala de prata

Integrantes da força-tarefa da Lava-Jato discutiram as consequências políticas da condução coercitiva do ex-presidente Lula. Apenas um deles foi contra e queria indícios mais fortes para pedir logo a prisão do petista. Foi voto vencido, mas deixou uma pista: a força-tarefa ainda não tem essa prova definitiva.

Pasadena, o retorno

Com a suspeita da delação premiada de Delcídio do Amaral, o Tribunal de Contas da União (TCU) volta ao foco por causa do processo de investigação sobre a refinaria de Pasadena. O relator é o ministro Vital do Rêgo, do PMDB de Renan Calheiros.

Herói da resistência I

Lula tem vários motivos para resistir ao tapete vermelho que lhe foi estendido em frente à rampa do Planalto para subir como ministro de Dilma. O primeiro deles é que a família está enroscada na teia da Lava-Jato e não há espaço para todos no gabinete presidencial. Outro é a proteção ao próprio governo: seria colocar a operação dentro do Planalto, que já tem problemas demais para resolver, haja vista a proximidade do processo de impeachment e a crise econômica.

Herói da resistência II

Além desses dois problemas, há um que Lula considera com carinho: seria o reconhecimento público de que ele teme ser preso. E, diz o ditado popular, quem não deve não teme. Se a força-tarefa da Lava-Jato requerer a prisão do ex-presidente, o risco de virar vítima é grande. Isso, aliás, já está no radar dos investigadores.

CURTAS

Coisa antiga/ Circula nas redes sociais reportagem do Jornal Nacional exibida em 2010 sobre a Bancoop, suspeita de desvio de dinheiro da cooperativa para o PT, e ainda reclamações dos mutuários sobre a paralisação das obras do condomínio no Guarujá. À época, Lula foi citado como dono do tríplex. Ao fim, aparece Fátima Bernardes dizendo que o Planalto não quis comentar o assunto.

Porteira aberta/ Aprovada ontem no TRE do Amazonas, a cassação do mandato do governador José Melo desaguará em breve no TSE. Será o primeiro grande teste das ações por abuso de poder político. Inclua-se aí a chapa Dilma-Temer.

Acredite se quiser/ O ex-senador Delcídio do Amaral (foto) mandou avisar ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ue não o citou na delação premiada. Mas a situação é tal ue a desconfiança prevalece diante da palavra.

É o bicho!/ No café da manhã com os senadores de vários partidos da base, Lula ouviu de um deles que ficasse tranquilo em relação ao PSDB: “O que mata jararaca é gavião, tuiuiu e carcará. Tucano só come frutinhas e, se estiver com muita fome, pega filhotes de outras aves”.

Dilma e Lula

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Na luta pela sobrevivência, o ex-presidente Lula janta agora no Alvorada com a presidente Dilma Rousseff, os ministros Jaques Wagner, Ricardo Berzoini, e ainda o governador de !inas Gerais, Fernando Pimentel. A ordem no encontro é discutir saídas para a crise política e estratégias para tentar blindar o governo diante da iminente abertura do processo de impeachment.

O alerta do governo disparou quando parte da bancada mineira e o filho do deputado Mauro Lopes, Adalclever Lopes, pressionaram para que o parlamentar dispensasse o convite para ocupar a Secretaria de Aviação Civil e se guardasse para uma troca de comando no Planalto. Mauro Lopes, entretanto, está pronto para assumir e tentar ajudar o governo que lhe abre espaço, nem que seja por pouco tempo.

Os mineiros, portanto não representam a grande preocupação do governo. A dor de cabeça é o risco iminente do partido de Michel Temer desembarcar do Planalto, como você lerá na coluna Brasília DF desta quarta-feira no Correio. Não por acaso, Lula toma café amanhã cedo com o presidente do Senado, Renan Calheiros. É uma conversa para sondar o índice de fidelidade do partido para com o governo. Depois de perder tantas batalhas importantes nos últimos tempos e de brigarem enquanto o processo de impeachment ganhava corpo, Lula e Dilma agora acertam os ponteiros e trabalham juntos. Ambos na torcida para que não seja tarde demais.