PMDB do Senado ganha mais uma

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Aberto o rol de inquéritos baseados na lista da Odebrecht, o governo acelera algumas nomeações de quem não está citado nesse enredo. O Diário Oficial da União traz hoje o nome do ex-senador Luiz Otávio Oliveira Campos para a Secretaria de Portos do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. O governo apenas esperou para saber se Luiz Otávio, que já frequentou outras listagens, estaria na relação. Liberado, seguiu ontem mesmo para o DOU. Além da ligação com o senador Jader Barbalho, o secretário é considerado muito próximo do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros.

O diabo mora nos detalhes

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O país assiste já meio anestesiado aos desdobramentos da Lava-Jato. Porém, nessa “missa de réquiem” da classe política, de uma forma geral, há alguns aspectos que os citados vão reclamar assim que forem chamados a falar a respeito. Por exemplo, a validade das provas. Há quem esteja convicto de que o acordo de colaboração premiada da Odebrecht, cuja lista de 108 políticos sob investigação começa a surgir, foi feito mediante o compromisso dos 78 colaboradores de não questionem a validade das provas.

Os políticos, entretanto, não têm essa obrigação e se preparam para, logo na largada, pedir que se anule tudo o que tiver sido obtido por debaixo dos panos. E há quem diga inclusive que, se a Odebrecht foi obrigada a concordar em não questionar as provas, logo, há algo a esconder por parte dos investigadores. Essa novela vai começar em breve.

Se não votar a reforma…

Presidentes de partidos da base aliada do governo têm chamado seus parlamentares com a seguinte conversa: se quiser acesso ao fundo partidário, é melhor votar a reforma previdenciária.

… adeus tudo!

No tête-à-tête entram também os cargos que cada um mantém na administração pública. E ainda a tese de que, se não houver uma reforma capaz de recuperar a economia, não haverá discurso para a eleição da própria base.

E o Renan, hein?

Enquanto a lista de Edson Fachin circulava, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), estava em Alagoas, em reuniões com prefeitos e o governador Renan Filho. A preocupação dele é com as bases eleitorais. Afinal, Renan não tem saída: ou ele é candidato ao Senado ou estará fora de qualquer disputa eleitoral. É que, com o filho candidato à reeleição, o senador está legalmente impedido de concorrer a outro cargo que não o que ocupa atualmente.

Resta um

Com a inclusão do ex-prefeito do Rio Janeiro Eduardo Paes na lista de investigados, o partido volta os olhos para o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, como um provável candidato a governador pelo partido. Se nada acontecer com ele até 2018, é o nome.

Corujão

O listão do ministro Edson Fachin mudou a rotina dos deputados com voos marcados para horários nobres. Não foram poucos que, antes de deixar o plenário ontem à tarde, pediam às secretárias por telefone: “Me põe no último voo ou no primeiro da madrugada”. Tudo, menos ter que enfrentar o eleitor no aeroporto.

CURTIDAS
Ação & reação/ O Senado nem piscou diante da lista do ministro Edson Fachin. Continuou em sessão como se nada tivesse acontecido. Na Câmara, o plenário esvaziou na hora. Ninguém quer ser obrigado a ficar dando explicação. Foram todos comer chocolate, que é considerado antidepressivo.

Ora…/ Voo 6232, da Avianca, do Santos Dumont para Brasília, 11h10. Passada meia hora da decolagem, o comandante pergunta se havia algum médico a bordo. Nada. O jeito foi voltar ao Rio para socorrer uma jovem com falta de ar.

…Pois!/ Diante do retorno, os passageiros quiseram saber se o avião não tinha um kit de primeiros socorros. Sim, tinha. Porém, os comissários só podem abri-lo na presença de um médico.

Imagine o resto…/ Até o deputado Mauro Pereira (PMDB-RS), da base fiel ao presidente Michel Temer, tem dito em conversas reservadas que está com dificuldades em votar a reforma da Previdência.

E lá se foi a “Paz-coa”…

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A lista liberada hoje pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin coloca sob os holofotes todos os ex-presidentes pós-democratização que ainda estão vivos. Sobrou apenas Itamar Franco, que governou o país depois do impeachment de Fernando Collor. Itamar até hoje é citado como um exemplo nessa seara de mal feitos. Ele afastou Henrique Hargreaves da Casa Civil em 1993 e o readmitiu quando Hargreaves foi inocentado no escândalo do Orçamento. Agora, nas próximas horas, veremos o conteúdo das delações. Jornalistas de plantão nesse feriado terão muito trabalho. De tédio, não morreremos jamais.

Temer e o Nordeste

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Ciente das dificuldades dos aliados na região onde o ex-presidente Lula tem os maiores índices de aprovação, o presidente Michel Temer deflagra uma série de ações para tentar acelerar a percepção da melhora na economia pelos nordestinos. Uma das primeiras medidas foi subsidiar o milho, que, a partir de segunda-feira, chegará aos balcões da Conab pela metade do preço.

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A forma que o governo escolheu para anunciar essa medida foi um simples telefonema ao senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) para que ele faturasse a boa nova nos jornais e blogs da região. Afinal, o senador havia sido um dos primeiros a alertar o governo para a necessidade da medida. Agora, Bezerra vai poder passar o fim de semana no Nordeste dizendo que ajudou a baixar o preço do milho. Outras medidas virão.

A lista e o dim-dim I

No início do governo Lula, em 2003, o então deputado Aldo Rebelo foi acionado pelo presidente para ajudar a convencer o presidente do PSB, Miguel Arraes, a aceitar a lista fechada nas eleições — aquela em que os partidos elencam os candidatos e os primeiros têm mais chances de angariar o mandato. Arraes ouviu toda a exposição. Ao final, apenas perguntou: “Posso fazer uma pergunta: Quanto vai custar o lugar na lista?”

A lista e o dim-dim II

Nos bastidores da Câmara e do Senado, há quem tenha o seguinte raciocínio: se hoje os partidos negociam tempo de tevê em busca de alianças — essa foi inclusive uma das explicações para o caixa dois do mensalão —, imagine o que não fariam com o poder de indicar quem tem mais chances de ser eleito.

Sérgio Cabral e o TCU

Quem conhece bem os meandros do Tribunal de Contas da União (TCU) acredita que, se o Ministério Público e a Polícia Federal pesquisarem a fundo, vão encontrar relações políticas entre o ex-governador presidiário Sérgio Cabral e o advogado Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz.

Só na primavera

Muito foi dito sobre os cenários para 2018 nos últimos dias, inclusive, por causa dos movimentos rebeldes do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Porém, dentro do governo, a ordem é só passar a considerar qualquer desenho para o ano que vem a partir de outubro. A expectativa no Planalto é a de que, até lá, a reforma da Previdência já terá sido aprovada e a gradual recuperação da economia estará mais nítida para a população.

Muito além da Odebrecht

Com tantos acordos de leniência na fila, alguns correm o risco de ficarem esquecidos, entre eles, o que envolve a Aceco TI, empresa de instalação de data-centers e salas-cofres. A Aceco é acusada de pagamento de propinas a autoridades federais e paulistas para obtenção de contratos. O deputado Hugo Leal (PSB-RJ) anda preocupado com a segurança de informações governamentais enquanto esse acordo não sai. A empresa tinha contrato inclusive com a Dataprev, guardiã dos dados previdenciários.

Renegociação em risco // Depois de fracassadas tentativas de votar a renegociação das dívidas dos estados, o tema volta à pauta amanhã à noite. Porém, a aposta geral é de que votação só ocorra mesmo na terça. E olhe lá. É a janela que tem antes da Semana Santa.

Nem vem // O PT começa a rechaçar a aproximação de políticos que eram aliados dos governo Lula-Dilma, apoiaram o impeachment e, agora, tentam fazer o caminho de volta. Em Pernambuco, por exemplo, o senador Humberto Costa já fez chegar a Lula que não há condições de reacomodar o senador Fernando Bezerra Coelho (foto), do PSB-PE.

Nem vou // O ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, não tem motivos para deixar a base do presidente Michel Temer. Aliás, no Planalto, não são poucos os elogios ao jovem ministro, filho do senador Fernando Bezerra Coelho. Entre os tucanos aliados de Geraldo Alckmin, há, inclusive, quem aposte que pode sair dali o candidato a vice em uma chapa presidencial. Sabe como é: a quase dois anos da eleição, todos os cenários estão na roda.

Orações & despedidas // A comunidade política e diplomática do Brasil tem encontro marcado nesta segunda-feira, às 19h30, na Catedral de Brasília. Missa pelo 7º dia do falecimento da eterna embaixatriz Lúcia Flecha de Lima.

O que interessa

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Os deputados respiraram aliviados com a concordância do governo em mudar alguns pontos da reforma da Previdência, em especial, a aposentadoria rural. Porém, é preciso saber como a população vai receber essas propostas e se elas serão suficientes para aplacar as insatisfações. Se for assim, a reforma passa. Caso contrário, as dificuldades para conseguir os 308 votos permanecerão.
Em sentido contrário, o governo tenta tirar a temperatura do mercado e dos investidores. Afinal, se Temer ceder demais, o efeito será zero. “As mudanças previstas até agora não alteraram os humores. Afinal, se for para garantir força à aprovação, ok. Agora, quando a mudança é por fraqueza, desespero, aí sim é razão para se preocupar”, diz Richard Back, da XP Investimentos, de olho no andar da base aliada nos próximos dias.

Sinais

A revisão da meta fiscal de 2018, de R$ 79 bilhões para R$ 129 bilhões, tirou o humor do mercado, que esperava
R$ 11 bilhões a menos. Se não vier uma reforma da Previdência a contento, a chapa vai ferver.

Entre a cruz e a espada

O presidente Michel Temer vem sendo aconselhado a cortar os cargos do líder do PMDB do Senado, Renan Calheiros, da mesma forma com a qual o parlamentar está podando os espaços daqueles que o enfrentam no Senado. Quem conhece o estilo do alagoano procura fazer com que o presidente não enfrente Renan assim. Reza a lenda que ele não pode abrir guerra a Renan, como Dilma Rousseff abriu contra Eduardo Cunha. Especialmente, nessa temporada de reformas.

Temer, o pêndulo

O presidente, considerado um craque na política, faz gestos de aproximação para os dois extremos. Ao mesmo tempo em que chama o governador de Alagoas para dizer que não haverá retaliação, deixa nas entrelinhas um recado de que isso pode acontecer. Há quem diga que quem começa a ficar perdido com esses sinais é Renan.

“Quem quiser se posicionar agora pode estar comprando gato por lebre”

Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE),
senador, ao comentar os resultados das pesquisas que traçam cenários sobre 2018
Turismo na luta

Responsável por milhões de empregos no país, o setor de turismo não vai ficar quieto com o corte de 68% nos recursos do Ministério do Turismo, valores destinados à promoção do Brasil no exterior. A primeira ação do presidente do Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo, Felipe Carreras, foi divulgar um manifesto em protesto contra o corte de recursos. O documento considera que um setor responsável por movimentar a economia nacional não poderia ter o Orçamento reduzido a menos da metade.

De golpes & vices I/ Essa semana, num jantar na casa do deputado Weverton Rocha (PDT-MA), Jandira Feghali, Orlando Silva, Alice Portugal e Alessandro Molon comentavam a reforma política e a necessidade de acabar com os vices. Todos acreditam que vice gasta demais e só fica conspirando.

De golpes e vices II/ Foi nessa hora que o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), presente ao jantar e que não perde uma resposta, brincou: “Vocês, hein?! Acusaram a gente de dar um golpe e agora querem mudar a lei só para proibir que o PMDB chegue ao poder. Isso é que é golpe!”

De golpes e vices III/ Diante da gargalhada geral, Orlando Silva (foto) fez as contas: o PMDB só chegou à Presidência pela vice. José Sarney era vice de Tancredo Neves; Itamar Franco, de Fernando Collor (embora ainda não estivesse filiado ao PMDB quando virou presidente, entrou logo depois). E Michel Temer, de Dilma Rousseff.

Enquanto isso, na residência do Senado…/ A primeira-dama do Senado, Mônica Paes de Andrade Oliveira, ofereceu um almoço de Páscoa a um seleto grupo de funcionárias da Presidência da Casa, entre chefes de gabinetes, de cerimonial, responsáveis pela obra na residência oficial, entre outras. Do alto de quem convive com a política desde a infância, o ex-presidente do PMDB, Paes de Andrade, dona Mônica, discretamente, ajuda o marido. Não se espantem se ela começar a chamar as mulheres dos senadores e as senadoras.

De bodes e vitórias

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É bom o país voltar a se acostumar a um governo que ouve os parlamentares e não toma os projetos que propõe como cláusulas pétreas. A frase foi dita a amigos pelo presidente Michel Temer. A proposta da reforma da Previdência, aliás, chegou ao Congresso recheada de pontos colocados sob encomenda para serem retirados pela base aliada, de forma a dar aos deputados e senadores vitórias em relação ao texto original. Algo usual no Congresso desde os tempos da Constituinte e amplamente usado nos governos de Fernando Henrique e Lula, e praticamente abandonado no governo de Dilma Rousseff.

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Os aliados de Michel Temer com assento no Planalto lembram que, no período de Dilma Rousseff, a ordem era aprovar o que havia sido enviado pela presidente. As modificações, muitas vezes, eram motivos de vetos, o que terminava por desautorizar os líderes do próprio governo que negociavam as alterações. Temer avisou que não recorrerá a essa fórmula. O que ele precisa hoje é da manchete com a aprovação da reforma da Previdência.

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Só tem um probleminha nessa estratégia: o texto não pode desagradar aos investidores que aguardam a aprovação da reforma como um dos sinais de retomada da confiança na recuperação da economia. É esse limite que será o do governo. Por enquanto, afirmam alguns, esse limiar não está tão claro aos olhos dos parlamentares.

O caminho do dinheiro

Na temporada do mensalão, o publicitário Duda Mendonça terminou inocentado, depois de dizer que havia recebido dinheiro de campanha de Lula no exterior. À época, porém, ninguém perguntou como os pagamentos haviam sido feitos, qual era a sistemática e coisa e tal. É esse o esquema que ele ajudará a desvendar agora, no petrolão.

E os bancos?

Na trilha da Lava-Jato já tem gente sentindo falta de uma perna do esquema: as instituições financeiras, tais como bancos e corretoras. Até agora, pouquíssimas instituições desse ramo foram importunadas e há quem diga que só os bancos suíços estão ajudando.

E o PP, hein?

A convenção do partido que reelegeu Ciro Nogueira comandante por aclamação teve seu momento de constrangimento. O presidente do partido no Rio Grande do Sul, Celso Bernardi, aproveitou o discurso para defender a Lava-Jato. Os enroscados na investigação, que não são poucos dentro do PP, fizeram “cara de paisagem”.

Um domingo qualquer/ Acostumados com grandes rodas de bate-papo e amigos no Rio de Janeiro, Fernando Henrique Cardoso e Aécio Neves aproveitaram o lusco-fusco para conversar numa discreta mesa de fundo, na Osteria dell’Angolo, em Ipanema.

E aí, beleza?/ No dia em que Jorge Picciani foi alvo de condução coercitiva no Rio de Janeiro e os desembargadores presos, o governador Luiz Fernando Pezão foi recebido num almoço na primeira-vice-presidência da Câmara. O primeiro-vice, Fábio Ramalho, fez questão de convidar toda a bancada. Nenhum deputado do PMDB ficou para almoçar com o governador.

Dieta providencial/ Até o deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ), relator da proposta, saiu de fininho, dizendo que o cardápio era muito “pesado”. Fábio Ramalho sempre capricha na cozinha mineira, com leitoa à pururuca.

Por falar em Pedro Paulo…/ Em conversas reservadas, o deputado tem dito que o ex-prefeito Eduardo Paes (foto) está fazendo campanha de
Nova York. Quietinho, esperando o furacão da Lava-Jato perder força no Rio de Janeiro.

Jogo de figurões

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Enquanto o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, dizia de viva-voz no plenário que o presidente da República, Michel Temer, não tem para onde ir com a política econômica do governo, quatro senadores peemedebistas eram convidados para um jantar no Palácio do Jaburu. A ideia do presidente agora é reunir sempre pequenos grupos para explicar que sua política tem começo, meio e fim. Ontem, foram chamados Garibaldi Alves, Rose de Freitas, João Alberto e Valdir Raupp. Outros encontros desse tipo virão.

Certos & duvidosos
O presidente Michel Temer nomeará Tarcísio Vieira de Carvalho Neto para a vaga de Luciana Lóssio no Tribunal Superior Eleitoral. Assim como Admar Gonzaga, Tarcísio é ministro substituto e encabeça a lista tríplice. A ideia é não demorar com a escolha para que Tarcísio possa começar a tomar conhecimento dos detalhes do processo sobre a chapa Dilma-Temer. A dúvida agora no Planalto é se o julgamento será concluído antes da saída do ministro relator Herman Benjamin, em setembro.

Vem mais
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a proibição de greve na segurança pública arrisca ser ampliada para outros setores essenciais, tais como hospitais públicos e privados. É que até hoje o Congresso não definiu o que são serviços essenciais e, se brincar, depois da decisão de ontem, quem fará isso é o STF.

A hora do Judiciário
Ministros do Supremo Tribunal Federal e de outros tribunais superiores trabalham com um olho nos processos e outro na sociedade. É que virou voz corrente no meio político que o povo já avaliou o Poder Legislativo, o Executivo e só falta o Judiciário. Se os processos demorarem muito a serem julgados, não restará um Poder de pé.

“Só se convoca uma Constituinte quando a Constituição entra em colapso cardíaco. Não é o caso atual. No freio de arrumação, sempre quem não está com o cinto de segurança se machuca, mas o pior já passou”

Carlos Ayres Britto, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, ao comentar as crises que o país atravessa. Ele foi o entrevistado de ontem do CB.Poder, na TV Brasília.

Doria sai da toca
As afirmações do prefeito de São Paulo, João Doria, sobre lutar para evitar a volta de Lula foram vistas como um sinal de que ele entrou no jogo da sucessão de 2018. Falta combinar com o resto do PSDB.

A la Churchill/ O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) está se aprimorando na arte de ser o último a chegar. Apareceu com duas horas de atraso no jantar da senadora Kátia Abreu esta semana. Winston Churchill, o eterno primeiro-ministro britânico, gostava de entrar por último em eventos sociais e políticos (fez isso até no casamento da rainha Elizabeth).

Sobrou/ No jantar da senadora Kátia Abreu, o caranguejo foi secundário. Os martelinhos bateram pesado na Polícia Federal, nos procuradores e, para resguardar a tradição, na imprensa.

Terceirizaram a oposição!/ A imagem foi usada ontem pelo senador Lindbergh Farias (foto), do PT, logo depois do discurso de Renan Calheiros. “Ele foi terceirizado. Trabalha sem direito a férias e nem décimo terceiro!”, brincou.

E não é que… / …os petistas estão encantados com Renan? Ontem, enquanto o senador José Pimentel discursava, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) conversava animadamente com Renan e Jader Barbalho (PMDB-PA). Há tempos não se via o líder peemedebista tão à vontade.

Temer respira

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A decisão dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral de ouvir mais testemunhas e conceder cinco dias de prazo para as alegações finais da defesa após esses novos depoimentos jogará a retomada do processo de cassação da chapa Dilma-Temer para maio. E o maior beneficiário é o presidente Michel Temer. Isso porque, ao adiar o julgamento, o TSE tirou um foco de tensão deste mês de abril, considerado período crucial para o avanço da reforma da Previdência na Câmara. Para um governo que, desde o início, vive a cada dia a sua aflição, a decisão de hoje e o clima da largada mostram que Michel Temer terá muito tempo até ter que voltar os olhos novamente para o que se passa no TSE.

Em tempo: O clima entre os ministros tribunal, conforme observaram vários advogados ouvidos pelo blog, indica que a estabilidade política do país será considerada, uma vez que, no geral, todos se mostraram muito cautelosos. Logo, as chances de cassação do mandato do presidente são remotas. Portanto, Temer ganhou hoje mais fôlego para levar adiante as reformas. E segue o baile.

O plano B de Lula

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Recuperado do baque pela morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, o ex-presidente Lula se volta à
pré-campanha presidencial levando a tiracolo o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, sempre citado nos discursos do pré-candidato. Para bons entendores, está clara a mensagem do eterno presidente de honra do PT: Haddad é nome para concorrer à Presidência da República em 2018 caso o próprio Lula esteja impedido de disputar. Aliás, a amigos, Lula tem deixado isso muito claro. Por que Haddad? Porque é um dos nomes que, pelo menos até aqui, está longe da Lava-Jato.

Em tempo: Ciro Gomes procurou Haddad para fazer dele vice na chapa do ano que vem. E o fez sem
onsultar Lula. O ex-presidente não gostou. E em várias conversas deixa transparecer a indignação.
Que ninguém se surpreenda se Haddad surgir ainda como o nome para presidir o partido. Seria a forma de o
ex-prefeito rodar o Brasil para se aproximar dos petistas e construir a plataforma presidencial.

Pato manco

O desfecho do julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral ainda vai demorar, o que pode dar ao presidente Michel Temer tempo de terminar o mandato. Porém, muitos consideram que só o fato de o TSE cogitar cassar a chapa e o presidente ter de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para permanecer no cargo vai minar a força que resta para aprovar a reforma previdenciária. No PSB, a contabilidade interna aponta apenas seis votos favoráveis ao projeto do governo em tramitação na Casa. No PTB e no PSDB, os votos também estão minguando.

Cabral, onde mora o perigo

Interlocutores de Sérgio Cabral comentam nos bastidores que uma delação do ex-governador será direcionada especialmente ao Poder Judiciário no Estado. Há quem diga, inclusive, que os tentáculos do esquema vão muito além do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro. Pelo sim, pelo não, melhor aguardar o que virá de Cabral do que acusar as pessoas sem provas.

Comparações

Importantes observadores do cenário político consideraram um erro o presidente Michel Temer deixar Renan Calheiros lhe escorrer pelas mãos. “O gênio que o aconselha a enfrentar Renan deve ser o mesmo que recomendou a Dilma Rousseff que voltasse os canhões contra Eduardo Cunha.”

Enquanto isso, no PSDB…

Os paulistas ligados ao governador Geraldo Alckmin querem que ele pressione o presidente do partido, Aécio Neves, a indicar ainda este ano o candidato tucano à Presidência da República. Aécio, no entanto, vai no estilo do avô: deixa estar para ver como é que fica.

E o Doria, hein? // O prefeito de São Paulo, João Doria (foto), está adorando o fato de ser citado para concorrer à Presidência da República. Como Eduardo Campos fez em 2013, Dória hoje caminha de costas para a candidatura. Só tem uma diferença: Campos era dono do PSB. Doria não manda no ninho tucano.

Temer sentindo o terreno // O presidente Michel Temer aproveitou, ontem em São Paulo, para sentir o clima dentro do PSDB. Sabe como é. Quando as vaidades eleitorais afloram, eles não conseguem disfarçar as animosidades.

Dever de casa // O novo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Admar Gonzaga, estará hoje na plateia do julgamento da chapa Dilma-Temer anotando tudo. É que, se o julgamento se prolongar para depois de 16 de abril, ele tem de estar pronto para proferir o voto sem delongas.

Sob encomenda // A sessão destinada a ouvir o Poder Judiciário sobre a Lei de Abuso de Autoridade, à qual até o relator Roberto Requião faltou, foi vista pelos juízes como a prova de que as excelências estão decididas a aprovar a proposta com o claro objetivo de segurar o juiz Sérgio Moro e estancar a sangria da Lava-Jato

Operação isola PT

Publicado em coluna Brasília-DF, Política

A oposição que o líder do PMDB, Renan Calheiros, faz à reforma previdenciária não é considerada tão ruim como muitos possam imaginar. Dentro do governo, há quem diga que o movimento do senador colocou o partido numa posição na qual o PT nadaria de braçada. Agora, com Renan na roda da oposição, o PMDB ocupa tudo, e as considerações dos petistas terminam em segundo plano. Renan também está gostando do jogo. Em Alagoas, seus índices de popularidade melhoraram no último mês.

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Vale registrar: enquanto a posição de Renan mantiver o PT num cantinho, o governo vai administrar essa situação. Mais à frente, porém, dará alguma vitória ao senador. Assim, ajuda ainda mais a melhorar os índices do peemedebista em Alagoas.

O troco

Depois da nota da Confederação Nacional de Agricultura (CNA) em defesa do pagamento do Funrural pelos produtores rurais horas antes do Supremo Tribunal Federal concluir o julgamento, os agricultores que esperavam não ter que pagar planejam uma vingança. Vem aí uma chuva de ações contra o pagamento do imposto sindical que financia a entidade.

Por falar em Funrural…

A decisão do STF será mais um problema para a JBS-Friboi. É que a empresa não vinha recolhendo a contribuição. Agora terá que pagar tudo de uma lapada só. É conta para a casa dos milhões.

Meu foro, minha vida

Depois da condenação de Eduardo Cunha e da notícia do mensalão aos deputados do PP, ninguém quer saber de acabar com o foro privilegiado. E tem mais: o medo de muitos deputados agora é que Eduardo Cunha, ciente que o tempo de cadeia não será tão curto quanto imaginava, opte pela colaboração premiada.

Romaria

O anúncio do corte de R$ 42 bilhões no Orçamento levou vários deputados ao gabinete do ministro Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo. Estão todos preocupados com o futuro das verbas destinadas às bases eleitorais justamente agora, quando todos preparam o terreno para eleição do ano que vem.

Enquanto isso, no Ipea…

A previsão do grupo de conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicam que a inflação deste ano fechará abaixo do centro da meta e, para completar, o PIB fechará o ano com um aumento de 0,7%.

CURTIDAS

Tô chegando…/ Renan Calheiros deu um chá de cadeira de quase meia hora nos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria de Governo, Wellington Moreira Franco, na noite de quarta-feira. Esperaram calmamente. Sinal de valorização do senador. E de desconsideração de Renan.

…e de turma/ Renan demorou porque não queria conversar com os dois ministros longe dos demais senadores da bancada, como ocorreu na noite de terça-feira e resultou em especulações sobre a recriação do Ministério de Portos. Preferiu esperar que suas secretárias chamassem os demais. Só subiu depois que cinco deles tinham sido localizados.

A campanha de Osmar Serraglio/ O Ministério da Justiça inicia
neste domingo uma campanha publicitária para reforçar o plano nacional de segurança. O mote é a valorização da vida.

Muita calma nessa hora/ A coluna quis saber do senador Tasso Jereissati se ele concorrerá ao governo do Ceará em 2018 e em quem ele aposta para candidato do PSDB a presidente da República. A resposta: “Não sei o que vai acontecer na semana que vem e você querendo saber de 2018?!!!!”