Temer e o WO

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Adiada mais uma vez esta tarde, a leitura da denúncia contra Michel Temer no plenário da Câmara terá agora mais público do que o governo contava. A oposição vibrou e está convocando os seus para uma série de discursos reforçando o pedido. O governo também não reclamou. A turma de Temer avalia que quanto mais perto da eleição, mais difícil será a base largar Temer para colocar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, no comando do país e, 90 dias depois, eleger um presidente para cumprir o restante do mandato. Ainda que seja o próprio Maia, será muito difícil para qualquer presidente aprovar reformas em pleno ano eleitoral. E sentar-se à escrivaninha presidencial apenas para cumprir tabela é alto que a maioria dos políticos rejeita, especialmente, aqueles com chances eleitorais em 2018.

Além do calendário apertado, Maia é visto por muitos como alguém mercurial, ou seja, que não tem toda a frieza e paciência de Michel Temer para lidar com os colegas congressistas. Diante desse quadro, Michel vai ficando. Só sairá se vier um imponderável, como uma hipotética delação de Geddel Vieira Lima, que ainda na fase choro, aquela que primeiramente atinge quase todos aqueles recém-chegados ao sistema carcerário. Até concluir essa etapa, dizem alguns, já estaremos no ano eleitoral. E até se chegar a uma delação premiada de Geddel, a esperança dos governistas é a de que o Brasil já tenha um presidente eleito cuidando da transição e renovando as esperanças dos brasileiros. Por isso, muitos acreditam que Temer ficará ate´o final de seu mandato. Vejamos os próximos capítulos.

A jogada da defesa de Michel

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A derrota dos advogados do presidente Michel Temer essa semana já era esperada pelo estafe político. Porém, avaliam que era necessário recorrer, apesar da certeza do insucesso. Tudo para não deixar a arena livre para que Rodrigo Janot pudesse vir com novos ataques diretos. Também fez parte da estratégia manter o silêncio sobre o caso, até que chegasse à Câmara. Agora, com o processo na arena política, o presidente tomará a frente e não descarta inclusive falar sobre o tema nas redes sociais.

Aliás, o marqueteiro Elcinho Mouco foi visto chegando ontem ao Planalto. Cuidou de entregar ao presidente um esboço do que ele considera necessário explicar aos brasileiros. A ordem é não deixar fazer valer o ditado, quem cala consente.

Nem pestanejou
A delação de Lúcio Funaro não tirou o sono dos palacianos em relação ao presidente Michel Temer. Isso porque dizer que “tem certeza” de que havia propina para Temer não vale. É preciso apresentar provas.

Raquel, a muralha
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, não quer saber de vazamentos de delações, em especial, aquelas que estão em fase de homologação. Se está assim com quem resolveu falar, não será diferente se houver uma delação de Geddel Vieira Lima.

Eles são Cabral amanhã
Depois que Sérgio Cabral foi condenado a 45 anos de prisão, a mais alta pena imposta a um político corrupto, outros enroscados estão preocupados. Afinal, como escreveu o juiz Marcelo Bretas na sentença, “nada mais repugnante do que a ambição desmedida de um agente público que, tendo a responsabilidade de gerir o atendimento das necessidades básicas de milhões de cidadãos do Estado do Rio de Janeiro, opta por exigir vantagens ilícitas a empresas”.

Dória e o DEM
O jantar do prefeito de São Paulo, João Dória, com o DEM viria acompanhado de um convite para que o prefeito mude de partido. O PMDB também quer Dória. Daí, decorre parte do estresse entre os dois partidos.

CURTIDAS

Tensão a bordo/ Os passageiros do vôo da TAP que partiu de Brasília rumo a Lisboa ontem passaram a maior parte do tempo com medo de um “barraco”. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, estava sentado justamente na fileira atrás daquela onde ficou o ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Gilmar praticamente chamou Janot de “ladrão” na última quarta-feira.

Dois destinos/ Gilmar segue para a Alemanha, a fim de acompanhar a eleição. Janot saiu de férias. E não vai para a Alemanha.

Ele escapou/ O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o kakay,comemora seu aniversário de 60 anos em Portugal neste fim de semana. Não, ele não estava no mesmo vôo da dupla Janot e Gilmar. Viajou antes num avião… particular.

Constrangimento/ Petistas estão distribuindo via WhatsApp um vídeo em que aparecem imagens do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em Nova York. O áudio é de manifestantes gritando “golpista”, “canalha”. Meirelles caminha quase um quarteirão e, depois, entra num táxi.

DEM VERSUS PMDB

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Jantar do DEM com Dória hoje em São Paulo: Não está descartado um convite para ingresso no partido

O DEM vai aproveitar essa segunda denúncia contra o presidente Michel Temer para crescer. É por ái que deve ser lida a reclamação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em relação ao afã com que os peemedebistas correm atrás dos deputados que buscavam acordos para migrarem para o DEM, em especial os do PSB. O caso de Pernambuco é o mais emblemático. O DEM convidou o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, e o senador Fernando BEzerra Coelho para se filiarem ao partido. Na hora H, o senador fechou com o PMDB. Fernando Bezerra sabe que, no PMDB, tem mais tempo de tevê para seu projeto de concorrer ao governo estadual. Também sabe que no PMDB não existe “pacto de sangue” com um candidato a presidente da República. O partido sempre entrega os seus à própria sorte sem pestanejar.

O DEM, entretanto, que de bobo náo tem nada, joga a culpa da opção de Fernando Bezerra Coelho na cúpula peemedebista. Assim, evita que, logo ali na frente, o PMDB tente segurar qualquer outro movimento do partido.

Hoje, por exemplo, o DEM tem um jantar com o prefeito João Dória em São Paulo. O PMDB também já fez gestos de aproximação com o prefeito paulistano, movimento que contou com a ação direta do presidente Michel Temer. Hoje, será a vez do DEM e não está descartado um convite para que Dória se filie à sigla com vistas a uma candidatura em 2018. É esse movimento que a reclamação de Rodrigo Maia quer reforçar. O que Rodrigo Maia fala de público, nos bastidores tem a seguinte leitura dos próprios integrantes do DEM “PMDB, fica na sua e não nos atrapalhe no caminho para 2018. Afinal, PMDB, se Michel Temer terminar o seu mandato de presidente da República, para vocês já terá sido um feito e tanto”.

E, sabe como é, caro leitor, em tempos de denúncia contra Temer chegando na Câmara dos Deputados, o PMDB não tem outra saída, a náo ser recolher os flaps eleitorais e deixar que os aliados façam suas evoluções. Caso contrário, o prejuízo será muito maior. Por enquanto é esse o aviso do DEM, ávido por crescimento e de olho (no momento) apenas em 2018. Se isso vai mudar, dependerá das atitudes do PMDB. E segue o baile.

Os trabalhos de Eduardo

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Os trabalhos de Eduardo

O ex-procurador-geral Rodrigo Janot tem razão quando disse, em entrevista exclusiva ao Correio, que a pressão sobre ele vai aumentar. O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, por exemplo, aproveita essa temporada nas dependências do Departamento de Polícia Especializada em Brasília para estudar tudo o que pode da Lava-Jato e das delações. Políticos amigos dele garantem que o
ex-deputado suspeita, por exemplo, que o Ministério Público fazia um mosaico das delações,
pegando anexos de uma e colocando em outras, obrigando os interessados em delação premiada a confirmarem o que havia dito outro enroscado. É por aí que Eduardo das contas na Suíça tentará comprometer o trabalho do MP.

Em tempo: Eduardo Cunha está longe de fazer delação. A raiva que ele tem do Ministério Público é maior. Por enquanto.

Segura aí, Geddel

Aliados do presidente Michel Temer que já fizeram as contas até o final do mandato dizem que o único estrago que Geddel Vieira Lima pode causar ao governo é resolver falar qualquer coisa neste momento, em que a denúncia será apreciada pela Câmara. A Casa é política e Temer correria o risco de perder votos no plenário.

O remédio tempo

Aos poucos, a ansiedade das excelências vai diminuindo em relação a uma possível delação do homem das malas e caixas de dinheiro. É que falta um ano e três meses para terminar o mandato e até qualquer delação de Geddel ter um resultado prático, ou seja, ser negociada e aceita, vai demorar.

Exceção

As delações mais rápidas, calculam políticos, foram aquelas que Rodrigo Janot deflagrou na reta final do seu mandato. Deu no que deu. Hoje, os delatores estão presos.

Esqueceram dele

A pesquisa da CNT divulgada nesta semana não trouxe cenários com o nome do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. O PSD se sentiu excluído.

Pedrinha no sapato/ Aliados do presidente Michel Temer garantem que ele está para lá de incomodado com essa segunda denúncia do ex-procurador. A um amigo, Temer chegou a comentar que não estava feliz de ir conversar com outros chefes de Estado com a sombra da denúncia sobre a cabeça.

À flor da pele/ A comissão de finanças da Câmara virou um pandemônio ontem. O deputado Mário Negromonte Jr (PP-BA) e o deputado Edmilson (PSol-PA) quase foram às vias de fato, porque o paraense demorou mais de 15 minutos falando sobre a votação de um recurso regimental. A deputada Yeda Crusius (PSDB-RS) precisou ficar entre os dois para apartar a briga. Justo ela, uma gaúcha, buscando a paz no dia em que o Rio Grande do Sul comemora a Revolução Farroupilha.

Barulho por nada/ A Câmara pode espernear. O que não for do agrado dos senadores na reforma política, o Senado vai retirar do texto sem pestanejar, avisou o presidente da Casa, senador Eunício Oliveira (foto), durante jantar do site Poder 360.

Por falar em Eunício…/ O presidente do Senado avisa que, se Tasso Jereissati decidir concorrer ao governo do Ceará, o próprio Eunício será candidato à reeleição na chapa
do tucano.

Aliança estratégica

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Parlamentares governistas e oposicionistas detectaram uma parceria de bastidores entre o PT e o PMDB na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da JBS. Ali, os dois partidos jogarão juntos. Afinal, estão no mesmo barco, acusados de recebimento de propina. Por isso, atuarão no sentido de expor as mazelas da Procuradoria-Geral da República para ver se conseguem pôr um freio na Lava-Jato. O que for pedido pelo PMDB não será barrado pelo PT e vice-versa.
Na CPMI, que tem reunião de trabalho hoje, o espectro político se dividirá entre partidos investigados e os que não estão sob a mira da Justiça. E adivinha qual é maioria? É, pois é.

Sutil diferença
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, não vai pedir revisão dos processos da Lava-Jato em curso no STF. Nem mesmo da denúncia contra Michel Temer. O que está judicializado, não muda. O Ministério Público só vai se pronunciar quando o processo for enviado para vista na Procuradoria.
A bola está com o Supremo Tribunal Federal.

O que eles temem
Os políticos que compareceram à posse da procuradora-geral saíram com uma certeza: depois de tanta atenção ao “devido processo legal” mencionado várias vezes no discurso, quem ela denunciar pode se preparar para a condenação. Tudo o que ela fizer terá peso maior.

Movimentos eleitorais
O PSB, do governador Rodrigo Rollemberg, descarta aliança nacional com o PT em 2018. Se o partido não lançar um nome próprio, tem conversa apenas com o PSDB, PDT e Rede.
Diante das incertezas, o congresso que ia discutir cenários ficou para março do ano que vem.

Condição
As conversas com o PSDB só têm chance de prosperar se os tucanos voltarem às origens de centro-esquerda. Caso contrário, tchau. Os socialistas acreditam que os candidatos mais conservadores da eleição presidencial serão Jair Bolsonaro e Henrique Meirelles.

Plano A
Aliados de José Serra acreditam que, pelo andar da carruagem, o senador se apresentará para concorrer ao governo
de São Paulo. Aliás, ele é hoje o único que tira dessa corrida o ministro das Comunicações, Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab. Contra Serra, Kassab
não vai.

Casamento marcado/ O PSB fará um ato solene em Brasília, em 27 de setembro, para a filiação do ex-deputado e ex-ministro Aldo Rebelo (foto). Depois, haverá outra festa, em São Paulo. A data ainda não foi definida.

Prêmio Marco Maciel/ A Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig) lança hoje, no Panteão da Pátria, às 19h, o prêmio “Marco Maciel — ética e transparência na relação entre o público e o privado”. A homenagem ao ex-vice-presidente da República, ex-senador e ex-ministro faz sentido. Maciel sempre se mostrou preocupado em regulamentar o lobby no Brasil. Ele será representado pelo ex-secretário da Receita Everardo Maciel.

Vaquejada/ O ministro Marco Aurélio pede que se esclareça que a decisão do tribunal sobre a vaquejada se referia apenas ao Ceará. Em relação ao país, ainda existe um suspense se valerá ou não, uma vez que a ação direta de inconstitucionalidade ainda não foi decidida. Os políticos, entretanto, consideram que, se não há decisão proibindo, está valendo.

Que Deus a proteja e a ilumine/ A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, fez questão de ressaltar sua religião no discurso. Ela cumprimentou os embaixadores na figura do núncio apostólico, citou o papa Francisco e fez uma saudação especial ao presidente da CNBB e arcebispo de Brasília, Dom Sergio da Rocha. A PGR ainda citou Deus cinco vezes, numa delas pedindo sabedoria nos momentos mais difíceis. Ela sabe que virão.

Governo ganha tempo para azeitar a base

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Enquanto o Supremo Tribunal Federal se dedicará à análise do pedido dos advogados de Temer para que a denúncia contra o presidente fique em suspenso até que se esclareça se houve irregularidades na delação da JBS, o governo terá tempo de organizar a base para análise dessa última flecha de Rodrigo Janot. Embora a tendência seja de rejeição do pedido, o presidente ganha uns dias para arrumar o tabuleiro antes da denúncia aterrissar na Câmara dos Deputados. Já está definido, por exemplo, que, na hipótese de um relator hostil ao governo, a ordem será repetir a estratégia da primeira denúncia e apresentar um voto em separado, tal e qual fez o deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG).

Desta vez, embora não tenha o fato de os delatores estarem livres, leves e soltos morando nos Estados Unidos, os governistas contarão com os tropeços da delação em si, por exemplo, o trabalho do ex-procurador Marcelo Miller em favor dos delatores quando ainda trabalhava na Procuradoria. Também vai pesar o fato de a nova procuradora-geral, Raquel Dodge, trocar a equipe de procuradores dedicados hoje à Lava Jato.

Nesse caso, ainda que o STF rejeite a ideia de suspensão da denúncia até o julgamento final da delação da JBS, politicamente esses fatos vão pesar. Afinal, quem está enroscado na Lava Jato não vê a hora de ter espaço para criticar o trabalho de Janot. E, no momento, a melhor resposta dos congressistas será dar ao presidente Michel Temer mais uma vitória contra Janot. É nisso que o governo trabalhará essa semana.

No mais…
É olho vivo na primeira semana de Raquel Dodge, nos discursos de Temer aqui e na ONU, em Nova York. Teremos ainda a a missa de réquiem da reforma política, que tem pouquíssimas chances de aprovação.

A semana prossegue quente até sexta-feira com o depoimento de Eduardo Cunha ao juiz Vallisney sobre o desvio de recurso de FI-FGTS. Se mencionar o presidente,MP será mais uma fogueira para o governo pular.

Daiello cancela férias e aceita convite para permanecer no cargo

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O diretor-geral da Policia Federal, Leandro Daiello, se preparava para sair de férias quando recebeu a indicação de que seria convidado a permanecer no cargo. Ele, então, desistiu de sair por uns dias e hoje o ministro da Justiça, Torquato Jardim, confirmou que não haverá mudança na PF. Nos bastidores, há quem diga que uma troca nesse momento poderia passar a ideia de que o governo de Michel Temer estaria interferindo no trabalho da PF. Sabe como é: Com mais uma denúncia contra o presidente da República na roda, quanto menos marola, melhor.

Em todas as últimas trocas de comando no Ministério da Justiça se falou em mudanças na direção da Polícia Federal. Porém, com o governo enfraquecido diante das denúncias que não param de expor a cúpula do PMDB e os nomes ligados ao presidente Michel Temer, o governo não encontrou ainda uma “janela” para promover qualquer alteração. Assim, Daiello, vai ficando. Agora, diante e um convite formal para permanecer, há quem aposte em vida longa ao diretor no comando de uma das instituições mais prestigiadas no Brasil.

Adeus, reformas

Publicado em coluna Brasília-DF

Com a nova denúncia contra Michel Temer entrando em cena, a reforma da Previdência volta aos escaninhos do Parlamento, sem data para sair. E justamente no momento em que o governo se preparava para mandar o texto ao plenário. Na equipe econômica, há quem diga que Rodrigo Janot dividiu a denúncia em duas partes em junho, justamente para evitar que o Planalto tivesse a chance de tentar se fortalecer para levar a reforma previdenciária ao plenário da Câmara. Agora, tudo o que estava em gestação para conseguir aprovar as mudanças no sistema de aposentadorias será direcionado para fazer o presidente pular mais uma fogueira.

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Quando a primeira denúncia foi apresentada, o cenário era semelhante e o que era preparado para votar a reforma previdenciária, em junho, acabou sendo direcionado para evitar que Temer fosse afastado. Assim, dizem integrantes da equipe econômica, aquelas categorias mais abastadas e que se aposentam cedo poderão continuar a usufruir do sistema atual, sem problemas.

Blindou-se
As acusações de Rodrigo Janot a Joesley Batista e a executivos da JBS e o pedido para que sejam mantidos na cadeia vão enfraquecer a tese do governo de que o procurador-geral se aliou aos delatores apenas para “pegar” Temer.

Simbólico
O PMDB, de Ulysses Guimarães, se esvai. O partido se prepara para afastar o deputado Jarbas Vasconcelos (PE) e mantém a legenda na Bahia nas mãos de Geddel Vieira Lima, que, apesar de suspenso, continua com poder em solo baiano.

É lá
Os advogados do presidente Michel Temer vão tentar matar essa segunda denúncia no Supremo Tribunal Federal, mas políticos conhecedores do humor dos ministros da Corte consideram difícil. Por isso, o governo dependerá, mais uma vez, da Câmara, o terreno em que Michel Temer venceu a primeira batalha.

Enquanto isso, no PT…
Parlamentares petistas ficaram mais tranquilos quando saiu a notícia da segunda denúncia contra Temer. Assim, a parte da delação de Antonio Palocci sobre entrega de dinheiro vivo a Lula, publicada pela revista Veja, ficaria longe das manchetes
de sites e jornais.

CURTIDAS

Deixa quieto/ A ex-presidente Dilma Rousseff foi aconselhada a não comparecer à posse de Raquel Dodge.

Dilma e Irma/ Brasileiro faz piada com tudo, até com furacão. Entre os parlamentares, houve quem se saísse com esta: “Olha, avisa lá para o pessoal de Cuba que, se eles não conseguirem segurar o Irma, nós mandaremos a Dilma. Ela tem ideias para estocar vento”.

Geraldo na roda/ O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vai a Minas Gerais na segunda-feira. Aproveitará para se aproximar dos deputados ligados ao senador Aécio Neves.

Enquanto isso, em Brasília…/ A reforma política subiu no telhado. As chances de aprovação, na semana que vem, são mínimas.

As armas de cada um

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Pronto. Rodrigo Janot fecha o pano de sua performance no comando da Procuradoria Geral da República com a nova denúncia contra o presidente Michel Temer, anunciada desde junho. Para reforçar, colocou no balaio os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. Incluiu ainda os presidiários Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha, Rodrigo Rocha Loures e Henrique Eduardo Alves, além do delator que foi para a cadeia depois da delação (surreal, não é?), Joesley Batista e Ricardo Saud, que tiveram os acordos de delação suspensos pela PGR. A inclusão de Joesley e Saud nesse grupo é para ver se sensibiliza mais deputados a votarem pela licença para que Temer seja processado no STF. Para completar, vêm fatos desde 2006, ainda no governo do presidente Lula, no pós-mensalão, quando essa parcela do PMDB se aproximou do PT.

O Planalto, por sua vez, tenta há meses se preparar para apresentação dessa denúncia da mesma forma que as autoridades da Flórida se organizaram para receber o furacão Irma. Já sabiam que viria. Não previram, porém, o roteiro, por exemplo, a inclusão de Joesley e Ricardo Saud entre os denunciados, tampouco com fatos anteriores ao governo do presidente Michel Temer. Aliás, o fato de citar episódios antigos, é visto no Planalto como algo que pode ajudar Temer, porque o presidente só pode responder por ações dentro do mandato. Da parte dos congressistas, a ordem é votar essa denúncia até meados de outubro. Vem por aí, a segunda edição do discurso da perseguição do procurador ao presidente e também da melhora na economia. A avaliação inicial é a de que, se Temer venceu a primeira, com todo o impacto que houve à época, essa será mais fácil. Falta combinar com a base.

Ofensiva final

Publicado em coluna Brasília-DF

O procurador-geral Rodrigo Janot ganhou o embate de ontem no Supremo Tribunal Federal, mas ainda não levou o grande prêmio, uma vez que é preciso esclarecer como fica a situação da JBS, de seus executivos e das provas. O Planalto já se prepara para dar aos aliados o discurso de que Janot baseará a segunda denúncia em uma delação que ainda está sub judice. Afinal, se a Câmara derrotou a primeira denúncia antes de conhecidas as novas gravações de Janot, agora será mais fácil pular o novo obstáculo.

O Planalto se prepara inclusive para enfrentar a hipótese de que Janot utilize apenas a delação de Lúcio Funaro, o doleiro que apontou os peemedebistas Geddel Vieira Lima e Rodrigo Rocha Loures como operadores de Michel Temer. Para esse caso, os aliados do presidente vão fazer circular o discurso de que Funaro é um mentiroso contumaz que já enganou diversas vezes a Justiça para se livrar de processos.

Esquecidos
O PMDB suspendeu Geddel Vieira Lima, que está preso, mas se esqueceu da trinca na cadeia há mais tempo: Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Rodrigo Rocha Loures. todos continuam peemedebistas de carteirinha.

Nem vem
O vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho, que xingou o ministro Antonio Imbassahy, pode reclamar onde quiser. O presidente Michel Temer não planeja tirar o tucano do cargo de ministro da Secretaria de Governo. Do jeito que vai o PSDB, qualquer movimento mais brusco só aumentará o problema.

Mal-estar na PGR
Está um climão na procuradoria entre Raquel Dodge e o cerimonial de Rodrigo Janot, que cuida da posse, em 18 de setembro. Os “Janozistas” não têm facilitado a vida dos aliados de Raquel e ainda convidaram a
ex-presidente Dilma Rousseff para a cerimônia, que contará com a presença do presidente Michel Temer. Ela ainda não confirmou presença.

CB.Poder
O CB.Poder, que pode ser visto no site do Correio Braziliense, traz o professor Marcelo Vitorino (foto), especialista em marketing digital, que analisa as chances dos candidatos que já se apresentaram para 2018. Ele garante que as redes terão mais importância,
mas a tevê continuará como o carro-chefe das campanhas.

E o Lula, hein?
Adversários do ex-presidente que acompanharam o depoimento ontem consideram que Lula conseguiu transformar sua fala num ato político. Ao dizer, por exemplo, que, se voltar a ser candidato em 2018, o apartamento vizinho ao seu terá mais movimento, o ex-presidente deixou a porta aberta para reforçar o discurso de que, se for preso até lá, terá sido perseguição.

Efeito Geddel I/ A apreensão de malas e caixas de dinheiro de Geddel Vieira Lima em um apartamento em Salvador mudou a estratégia dos ladrões em Brasília. Na terça-feira, em pleno horário de almoço, uma moradora da 305 Sul quase teve um infarto quando homens bem-vestidos tocaram a campainha de seu apartamento e entraram dizendo que não iriam machucá-la, mas queriam… A mala
de dinheiro.

Efeito Geddel II/ A tensão durou mais de uma hora. Eles fizeram uma busca na casa e só saíram quando se convenceram de que não havia malas de dinheiro ali. Um dos meliantes fez uma ligação telefônica na frente da senhora de mais de 70 anos e foi direto: “Ô seu …! Você me deu o endereço errado. Não tem mala de dinheiro aqui”. Saíram sem levar nada.

Olho vivo!/ Atenção moradores da cidade: os assaltantes conseguiram passar pela portaria porque estavam bem-vestidos e aproveitaram a chegada de um morador da mesma prumada da tal senhora. Fica a lição. Não se pode mais fazer a gentileza de deixar alguém desconhecido entrar junto com você no seu prédio. Os bandidos atrás dos bunkers de dinheiro chegam com cara de executivos e confiantes no velho ditado: “Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”.

Por falar em tensão e ladroagem…/ A coluna foi saber de brasileiros que moram na Flórida o que eles preferem: voltar ao Brasil ou ficar na Flórida e enfrentar as tempestades. A maioria opta por permanecer nos EUA. “Comparados com o rastro de destruição do atual furacão brasileiro, os daqui são brisas de baixa intensidade e acabam logo.” Faz sentido.

Colaborou Leonardo Cavalcanti