Mais uma missão para o STF e o TSE

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Com os prazos para a reforma política esgotados no Congresso, restará ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) fechar as lacunas do texto. A principal delas se refere à regulamentação da distribuição do “fundão”, aprovado a toque de caixa na Câmara, ao autofinanciamento e às regras para as redes sociais. A ideia dos partidos que tentaram distribuir melhor o fundo e impor limites ao autofinanciamento é recorrer à Justiça, depois de conhecidos os vetos presidenciais ao projeto. Muita coisa ali pode terminar barrada pela Justiça, especialmente a liberdade de gastos pelos mais ricos, que tira a igualdade de condições entre os candidatos.

O império contra-ataca
A ala governista do PSDB está se mobilizando para abrir uma dissidência em relação ao comando de Ricardo Trípoli na bancada da Câmara. Há quem diga que o líder não disse a verdade ao presidente do partido, Tasso Jereissati, ao se referir como “ampla maioria” ao grupo que desejava tirar Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) da relatoria contra o presidente Michel Temer.

A maior aliança
A parceria entre PT e PMDB na madrugada de votação da reforma eleitoral fez estremecer ainda mais a relação entre o DEM e os peemedebistas. O partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o do presidente da República, Michel Temer, estão tomando caminhos diferentes rumo a 2018. A irritação dos democratas é que petistas e peemedebistas se juntaram para evitar o crescimento dos partidos médios.

Por falar em DEM
A semana do feriadão de Nossa. Senhora Aparecida será dedicada a movimentos no sentido de instigar Rodrigo Maia a conspirar contra o presidente Michel Temer. Maia, entretanto, continua “jogando parado” na maior felicidade.

Aldo em campo
Nos bastidores das conversas entre os partidos que instigam Maia, é dada como certa inclusive a apresentação do ex-deputado Aldo Rebelo, hoje no PSB, como candidato a vice numa chapa encabeçada por Maia. Isso em caso de eleição indireta.

Só tem um probleminha
Até o momento, ninguém calcula que Michel Temer terá menos de 200 votos no plenário.

Decidiu, mas não resolveu/ O fato de Bonifácio de Andrada relatar a denúncia na vaga do PSC, conforme antecipou o Blog da Denise, no www.correiobraziliense.com.br, não vai tirar a referência PSDB-MG depois do nome do parlamentar. Já tem cabeça-preta incomodado com isso.

Por pouco/ Renata Abreu, do Podemos, tentou abrir uma janela de 30 dias para que deputados pudessem mudar de partido levando o tempo de tevê e o pedaço do fundo partidário. A emenda foi derrotada em votação simbólica.

Foi ele!/ Os defensores de limites para o autofinanciamento culparam o presidente do Senado, Eunício Oliveira, pela derrubada dessa parte do texto da Câmara. “Eunício é candidato à reeleição no Ceará, é rico e agora poderá pagar a própria campanha sem problemas”, afirmam uns.

Tasso com Aécio/ Tasso Jereissati planejava visitar Aécio Neves (foto) antes de voar para o Ceará. A ideia, dizem aliados de Tasso, era tirar o mal-estar criado depois que Tasso não discursou no plenário esta semana em defesa do senador mineiro.

Bonifácio vai relatar denúncia na vaga do PSC

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Uma das guerras do PSDB teve a primeira batalha encerrada há pouco, numa reunião entre o presidente do partido, Tasso Jereissati, o líder na Câmara, Ricardo Tripoli, e o relator da denúncia do contra o presidente Michel Temer, deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG). “Oferecemos várias alternativas a ele. Ele afirmou que não deixaria a relatoria e deixamos claro que, diante da falta de consenso sobre o tema no partido, a relatoria na vaga do PSDB não ficaria adequado”, disse Tasso ao blog. Diante do impasse, chegou-se a uma solução que Tasso considerou pacificadora: Andrada continua na relatoria, porém, na vaga de outro partido. Será o PSC, mesmo partido do líder do governo, André Moura (SE).

Na reunião, Bonifácio de Andrada repetiu o que já havia dito desde o início da semana, que tinha compromisso com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça e que sua escolha para relatar a denúncia estava diretamente relacionada à sua capacidade jurídica. Não mencionou, entretanto, o que já havia dito aos tucanos há alguns dias. Que o presidente Michel Temer tinha telefonado sugerindo que, se ele fosse relator, o processo estaria nas mãos de um jurista. A conversa por telefone e um encontro entre Temer e o relator foram lidos por vários tucanos como um convite de Temer a Bonifácio para relatar o pedido.

O desfecho dessa batalha em torno da relatoria não resolve o problema do PSDB. Os tucanos que pregaram a saída de Bonifácio para não ver a sigla partidária estampada quando o relator fosse abordado. Porém, tecnicamente, o parlamentar continuará citado como o relator da denúncia contra o presidente Michel Temer, deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG). Embora, ocupe uma vaga do PSC, Bonifácio não deixou de ser tucano. Caberá agora esperar a nova reação dos cabeças pretas, que não ficaram muito contentes em ver que o relator, embora assuma a vaga de outro partido continuará respondendo como um deputado do PSDB. OU seja, a guerra continua e outras batalhas virão.

Tá voando pena para todos os lados!

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Da mesma forma que a primeira denúncia contra o presidente Michel Temer desgastou o PSDB em infindáveis reuniões para discutir o encaminhamento da votação, esta segunda denúncia consome o partido por causa do relator na Comissão de Constituição e Justiça. (CCJ). Esta tarde, estamos assim: Bonifácio de Andrada (PSDB_MG), o deputado escolhido para relatar a denúncia, avisou aos tucanos que não arredará o pé. Ainda que tenha que se licenciar do PSDB.

Bonifácio, entretanto, não é o único a erguer o bico. Os cabeças-pretas, como ficou conhecida a ala jovem tucana, pressionam o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, a expulsar Bonifácio do partido. Enquanto isso, os tucanos aliados de Michel Temer _ hoje, equivalente a metade mais um da bancada _ ameaçam destituir Ricardo Tripoli do posto de líder do partido, caso ele insista em tirar Bonifácio da CCJ. A medida, aliás, seria inócua, uma vez que outros três partidos já se ofereceram para dar ao relator da denúncia uma vaga de titular. Assim, o deputado mineiro permaneceria relator, mas não numa vaga do PSDB.

É nesse pé de bicadas para todos os lados que o PSDB chega a um ano da eleição de 2018. Com a energia jogada numa disputa que não une a bancada e só aumenta a divisão. Projetos para o país, que é bom, ninguém vê.

Fala, Ângelo!

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Aliados do presidente Michel Temer não conseguiam esconder a frustração por um adiamento da exposição do procurador Ãngelo Goulart Villela à Comissão Parlamentar de Inquérito da JBS. Villela é acusado de receber da JBS para manter a empresa informada sobre os passos da Operação Greenfield, que investigou os fundos de pensão. Seu depoimento estava previsto para esta quarta-feir. Ele alegou problemas de saúde de seu pai para não comparecer essa semana à CPI. O depoimento foi remarcado para 17 de outubro.

A expectativa dos aliados do presidente é a de que o procurador reforce o que disse em entrevista à Folha de São Paulo, ou seja, que o ex-procurador Rodrigo Janot queria tirar Michel Temer da Presidência da República e barrar a nomeação de Raquel Dodge para o cargo de procuradora-geral. Para os governistas, é importante que esse depoimento ocorra antes da votação da segunda denúncia contra Michel Temer no plenário da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). Assim, se Ângelo Villela confirmar as declarações dadas anteriormente, haverá um reforço do discurso do governo.

De acordo com a previsão de integrantes da CCJ, a votação do parecer sobre a segunda denúncia deve ocorrer no dia 18, ou seja, um dia depois do depoimento do procurador à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. A votação no plenário da Câmara está prevista para 24 de outubro.

Eletrobras, a próxima fronteira

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Depois da Petrobras, os olhos dos procuradores se voltam para o setor elétrico. Especialmente, para a notícia de privatização da Eletrobras. Há quem esteja desconfiado de que um seleto grupo soube antes do anúncio oficial e ganhou muito dinheiro no mercado, uma vez que as ações da empresa deram um salto de quase 50% na semana em que foi anunciada a venda da companhia, cujo modelo ainda será definido. Caberá agora à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) esclarecer esse mistério. Tem gente dizendo, à boca pequena no mercado, que virá desse setor mais uma dor de cabeça para o governo federal, em especial, para os responsáveis pelas privatizações. Tem muita gente de olho.

A bola está
com o TCU

O Tribunal de Contas da União (TCU) é quem vai dizer ao governo se o modelo de privatização da Eletrobras terá ou não “golden share”, ação que dá poder de veto à União nas empresas privatizadas. O ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, é a favor desse tipo de ação. O da Fazenda, Henrique Meirelles, discorda.

A estreia de
Marlon Reis

O juiz da Lei da Ficha Limpa, Marlon Reis, vai mesmo concorrer ao governo do Tocantins no ano que vem. A festa de pré-lançamento para os filiados da Rede está marcada para 24 de novembro com a presença de Marina Silva. “Vou colocar em prática o que sempre preguei. Dar o exemplo e fazer o convite para que as pessoas participem e sejam candidatas. Não dá para demonizar a política. É preciso participar”, diz.

Enquanto isso, no PMDB…

Não duvide da vontade dos peemedebistas. A um ano da eleição, os maiores caciques sonham em voltar aos salões azuis vitoriosos. Estão no páreo em busca de mais um mandato, pelo menos, oito senadores: Valdir Raupp (RO), Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM), Romero Jucá (RR), Eunício Oliveira (CE), Jader Barbalho (PA), Waldemir Moka (MT) e Marta Suplicy (SP).

…o céu é o limite

Contados os sete que em 2018 ainda terão mais quatro anos de mandato, o PMDB tem chances reais de permanecer como a maior força do Senado. É nisso que o partido jogará a maior parte de sua energia.

Quem tem a força

Qualquer um que for perguntar a Renan Calheiros se ele se aproximou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para facilitar a vida eleitoral, o senador logo responde: “Lá atrás, com o Serra (José Serra, candidato a presidente da República), derrotamos o Lula. Serra só ganhou em Alagoas”.

Quem manda I // A escolha do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) para relatar a denúncia contra Michel Temer foi considerada por parlamentares mineiros um “golaço” do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Rodrigo Pacheco, do PMDB-MG. “Bonifácio não é nem Aécio, nem governo. É Andrada e jurista”, dizem, referindo-se à tradicional família do congressista, professor de direito.

Quem manda II // Pacheco, da mesma forma que não atendeu o PMDB, quando da primeira denúncia, e nomeou quem quis, fez o mesmo agora com o PSDB. Na CCJ, dizem os parlamentares, ninguém tem dúvidas de que hoje há comando.

Quem manda III // Se depender de Gabriela, neta do senador José Serra (PSDB-SP), ele vai concorrer ao governo do Estado. Ela tem 10 anos, quer o avô por perto e gostava dos espaços do Palácio dos Bandeirantes.

Só bola de cristal // Um parente de Joesley Batista esteve com o vidente Carlinhos na semana passada em Brasília. Foi saber o que será da família depois da prisão dos donos da JBS. Faz sentido. Como disse Joesley na gravação, “nunca mais vamos ganhar a vida fazendo rolo. Acabou”.

Colaboraram Júlia Campos e Natália Lambert

Adiamento à frente

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Um grupo de senadores caminha para tentar adiar a votação prevista para a próxima terça-feira sobre a devolução do mandato do senador Aécio Neves. É que existe uma grande parcela de parlamentares que prefere não ter que apreciar o destino do colega, deixando a bola nos pés do Supremo Tribunal Federal. Parece medo das reações nas redes sociais e opinião pública. E é.

Em conversas reservadas, alguns senadores que votaram a favor da urgência na quinta-feira avaliam que a decisão do STF sobre o afastamento, marcada para 11 de outubro, deu discurso aos que não querem aparecer defendendo o colega. Eles têm plena certeza de que o STF errou ao determinar o afastamento e o recolhimento noturno do senador Aécio com base no Código de Processo Penal (CPP). Porém, torcem para não terem que se posicionar a respeito. Foi esse sentimento que evitou a votação na última quinta-feira e promete se repetir na terça-feira.

Denúncia furacão

Parlamentares avaliam que a primeira denúncia contra o presidente Michel Temer chegou à Câmara numa categoria 5, com alto poder destruição, e virou uma tempestade tropical. Com essa segunda acusação de Rodrigo Janot a Temer, o sentimento da Casa é o inverso: chegou como apenas uma chuva forte, alguns ventos, mas à medida que o tempo passa, o poder de destruição vai aumentando.

Por enquanto, categoria 2

A avaliação geral dos deputados é a de que a denúncia não derrubará Michel Temer. Porém, avisam: “Se vier uma terceira, o presidente pode esvaziar as gavetas”.

E o Renan, hein?

No Planalto, há quem diga que Renan Calheiros (PMDB-AL) resolveu atacar novamente o presidente Michel Temer porque sabia da gravação, divulgada ontem pelo site da revista Veja. Na conversa, o empresário Joesley Batista cita um jantar que teve com o senador alagoano e que chegou a comentar o depoimento ao Ministério Público.

Rede convida Marlon Reis

O juiz da Lei da Ficha Limpa, como Marlon Reis é conhecido, foi convidado pela Rede para concorrer ao governo do Tocantins. Será palco certo para Marina Silva no ano que vem.

CURTIDAS

O especialista/ Num determinado ponto dos áudios das conversas de Joesley Batista, divulgadas ontem pela revista Veja, ele diz à advogada Fernanda Tórtima: “Quer aprender a corromper os outros? É a técnica, sabia?”. Eis que Fernanda pergunta: “Qual a técnica?” A prosa segue para outro rumo e Joesley não revela.

Dois pesos/ Os senadores aliados a Aécio Neves coletam todas as informações a respeito do caso do deputado Celso Jacob (PMDB-RJ) que, condenado à prisão, passa o dia na Câmara, no exercício do mandato, e se recolhe à noite. O senador foi afastado do mandato e levado ao recolhimento sem julgamento.

Bauer e Falcão I/ Senadores viram um quê de Rui Falcão no gesto do líder do PSDB, senador Paulo Bauer, de pedir o adiamento da votação sobre o mandato de Aécio Neves para a semana que vem. Assim como Falcão prejudicou o líder do governo Dilma, Delcídio do Amaral, Bauer não ajudou Aécio. Agora, ainda que Bauer tenha dito que não defenderá um novo adiamento, o estrago está feito.

Bauer e Falcão II/ Em novembro de 2015, o ex-senador Delcídio do Amaral (foto) foi preso, acusado de tramar a fuga do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Estava tudo pronto para os senadores revogarem a prisão quando veio uma carta de Falcão, com críticas a Delcídio. Aí, criou-se a porta de saída para a base do governo Dilma, incomodada em votar a favor do senador petista.

Planalto ataca delatores e PGR de Janot

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Os novos áudios da JBS divulgados pela revista Veja foram rebatidos há pouco pelo Planalto. A visão do governo é a de que as gravações acidentais reveladas agora mostram “cabalmente” que o presidente Michel Temer foi vítima de “uma grande armação urdida desde 17 de maio”, data em que veio a tona a conversa entre Temer e Joesley no Jaburu, o estopim de todas as denúncias envolvendo o presidente da República. As gravações, aliás, serão agora usadas para reforçar a defesa do presidente na Câmara dos Deputados, uma vez que tudo indica uma combinação entre os delatores do grupo JBS e o doleiro Lúcio Funaro, cuja delação embasa a segunda denúncia contra Michel Temer.

A seguir, a íntegra da nota do Planalto

Brasília, 29 de setembro de 2017.
Nota à imprensa

A cada nova revelação das gravações acidentais dos delatores da JBS, demonstra-se cabalmente a grande armação urdida desde 17 de maio contra o presidente Michel Temer. De forma sórdida e torpe, um grupo de meliantes aliou-se a autoridades federais para atacar a honradez e dignidade pessoal do presidente, instabilizar o governo e tentar paralisar o processo de recuperação da economia do país.

Agora, descobre-se que integrantes do Ministério Público Federal ficaram decepcionados com a gravação que usaram para embasar a primeira denúncia contra o presidente. “Eu acho, Fernanda, que precisam construir melhor a história do Temer. Não ficou muito claro. Eu acho que quando ouviram o Temer não gostaram muito. Tinham uma expectativa maior”. E isso dito por Ricardo Saud, uma das vozes usada para atacar o presidente por dias, semanas, meses no noticiário nacional.

As acusações caem uma após a outra, revelando a verdade da conspiração que foi construída durante meses. “Eles querem foder o PMDB”, sentencia o advogado Francisco de Assis, sem saber que está sendo grampeado por Joesley Batista. Mostrando todo planejamento da ação controlada que o grupo da JBS tentou fazer contra o país, Assis acrescenta:

“Viu, seguinte, Joesley, no momento certo, temos de dar sinal pro Lúcio pular dentro. Aí ele fecha a tampa do caixão”. Falavam sobre Lúcio Funaro, delator que foi incluído numa segunda denúncia contra o presidente pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, cujas ambições de comandar o país são ressaltadas pelos delatores. “Janot quer ser o presidente da República, ou indicar quem vai ser”, diz Joesley. Funaro, por sua vez, já havia enganado o Ministério Público Federal e a Justiça em delação anterior. Não mudou suas práticas.

O país não pode ficar nas mãos de criminosos e bandidos que manipulam autoridades, mercado, mídia e paralisam o país. É hora de retornar o caminho do crescimento e da geração de emprego. Não se pode mais tolerar que investigadores atuem como integrantes da santa inquisição, acusando sem provas e permitindo a delatores usarem mecanismos da lei para fugir de seus crimes. Cabe agora, diante de tão grave revelação, ampla investigação para apurar esses fatos absurdos e a responsabilização de todos os envolvidos, em todas as esferas.

Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República

Bons companheiros, parte II

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A operação de hoje da Policia Federal, que envolve filhos e enteados do senador Romero Jucá foi vista pelos parlamentares como mais uma forma de cercar o PMDB de Michel Temer. Líder do governo e ex-ministro do Planejamento, Jucá é visto como um elo entre o grupo de senadores do partido e aquele que conhecido como do grupo da Câmara, do qual muitos já estáo presos.

Ao grupo da Câmara pertenciam originalmente Michel Temer, Henrique Eduardo Alves, Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha e Moreira Franco, para citar os mais emblemáticos há mais tempo. No Senado, o poder peemedebista há tempos se divide entre José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros e Romero Jucá. De todos eles, Jucá foi quem sempre transitou com mais desenvoltura junto ao PMDB da Câmara.

A disputa entre os grupos se acirrou há alguns anos quando Eduardo Cunha chegou com sede de poder ao entorno de Henrique Eduardo Alves e, por intermédio de Henrique, ganhou seu lugar ao sol junto ao PMDB da Câmara.A chegada de Cunha e sua rápida ascensão abalaram os alicerces que sustentavam a convivência entre os dois grupos.

Quem sempre ajudou a evitar rupturas foi Jucá, o mais jeitoso de todos. Inteligente, organizado e trabalhador, Jucá sempre buscou acordos, pacificação e solução de conflitos internos, externos, politicos e até de projetos governamentais. Se ficar sob pressáo por causa dos familiares, não terá tanta energia e foco para trabalhar em prol do governo. Sarney já se diz aposentado, Jader também está mais afastado. Eunicio, embora tenha pertencido por um período ao grupo da Câmara e hoje comande o Senado, nunca foi o principal articulador de Michel.

Hoje, estáo presos Cunha, Henrique, Geddel. Rocha Loures nunca foi considerado um formulador do grupo. Moreira e Padilha são ministros e estáo sob pressão por causa dos processos. Padilha ainda tem as questões de saúde, que lhe tiram energia e ainda tem a parte administrativa do governo. Assim, Michel, presidente da República graças ao acordo com o PT no passado e pela queda de Dilma Rousseff, está cada vez mais sozinho. Se não recompor seu grupo com novos companheiros, ficará à deriva.

Os bons companheiros

Publicado em coluna Brasília-DF, Política

Cresce na base aliada do presidente Michel Temer no Congresso a certeza de que, se ele quiser realmente escapar com folga da segunda denúncia em análise no Congresso, terá que rever a coordenação política. Não dá para deixar esse núcleo restrito ao secretário-geral da Presidência, Wellington Moreira Franco, e ao chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que já está sobrecarregado. Tampouco entregar tudo ao ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, que enfrenta um forte desgaste nos partidos do chamado Centrão.
O primeiro sinal da necessidade de mudança foi a votação da medida provisória que deu a Moreira Franco status de ministro. A proposta que manteve o status passou por um triz, 203 votos a 198 e sete abstenções. Deputados passaram o dia debruçados sobre o mapa de votação e concluíram que, se o presidente não ampliar seus interlocutores e o núcleo estratégico, surpresas desagradáveis virão em outras votações.

Os trabalhos
de Geraldo
O PSDB de São Paulo votou em bloco contra a permanência de Moreira Franco no papel de ministro de Estado. Há quem veja aí o governador Geraldo Alckmin balançando o partido no sentido de afastá-lo ainda mais do governo e do presidente Michel Temer, que recentemente fez acenos positivos em prol do prefeito paulistano, João Doria, o outro presidenciável de ponta hoje no ninho tucano.

Se arrependimento matasse…
Não é pequeno o número de senadores que se mostra disposto a enfrentar o Supremo Tribunal Federal (STF) e devolver a Aécio Neves o direito de exercer o mandato. Há muitos arrependidos do voto favorável à prisão do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) em novembro de 2015. E olha que, no caso de Delcídio, os próprios senadores consideraram que houve o flagrante da tentativa de promover a fuga do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

O Fux da união
De todos os votos do caso Aécio no STF, o que mais incomodou os parlamentares foi o de Luiz Fux. “Soou como adversário político e não como ministro do STF”, comentavam alguns. O líder do PMDB, Renan Calheiros, atacou Fux publicamente, enquanto, no Planalto, o ministro também foi objeto de comentários. Fux conseguiu colocar Renan e Michel Temer no mesmo lado.

Corra, Temer, corra!
O governo reviu a estratégia de caminhar lentamente com a denúncia contra o presidente Michel Temer. A ordem agora é acelerar a tramitação, a começar pela decisão de não fatiar o texto, adotada ontem pela Comissão de Constituição e Justiça. Aliás, é ali que o governo terá a sua real batalha. O plenário não é considerado o maior problema.

Aposta tucana
O PSDB continuará dividido em relação ao presidente Michel Temer. Com ou sem Aécio, muitos acreditam que os votos serão praticamente os mesmos da primeira denúncia. Ontem, aliás, muitos tucanos não se cansavam de repetir que “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. Em tempo: qualquer semelhança com a mesma frase dita no passado pelos petistas é mera coincidência.

A chuva chegou, mas…/ Atenção, autoridades! Moradores de bairros mais nobres da cidade, como o Lago Sul, começaram a ampliar a profundidade dos poços artesianos, muitos irregulares. A fonte de muitos secou.

Serra na articulação/ O senador José Serra (PSDB-SP) tem trabalhado nos bastidores a favor da devolução do mandato de Aécio Neves. Os argumentos usados nas conversas são as de que não houve flagrante, que Aécio está à disposição da Justiça e que é preciso fixar a separação de poderes.

Renan, o coerente/ Uma parcela do PT que hoje defende que o Senado devolva o mandato de Aécio votou no passado contra Delcídio. Um dos poucos que à época ficou ao lado do senador foi o então presidente da Casa, Renan Calheiros.

Nem todos/ O senador Cristovam Buarque (foto), do PPS-DF, avisava ontem que, antes de mais nada, é preciso definir o que o Senado vai votar. Ele é contra qualquer confronto direto com o Supremo Tribunal Federal. Esse enfrentamento, entretanto, já está instalado, dizem outros.

Depois da carta aos brasileiros…

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Em 2002, Antonio Palocci ajudou o então candidato Lula a escrever a Carta aos Brasileiros, aquela que soou como um carimbo no passaporte do futuro presidente da República. Foi a senha que deu ao país, em especial à classe média, a garantia de que o PT não romperia contratos se assumisse o poder. Agora, num tom duríssimo, Palocci praticamente recusa o visto para que Lula se candidate a um novo mandato. Sua nova carta praticamente desarma o discurso de Lula. A carta, certamente, será usada nas redes, no horário eleitoral e onde mais o ex-presidente se apresentar pedindo votos no ano que vem. Internamente, embora os petistas minimizem de público as críticas do agora ex-petista Palocci, há quem diga que o estrago está feito. Lula já estava cercado de dúvidas sobre uma nova candidatura em 2018. Agora, diante da carta de Palocci, a situação se complicou ainda mais. O PT, entretanto, vai cobrar provas de Palocci, assim como a Justiça. Se o Italiano tiver algum dado mais concreto de que tudo o que diz é a mais pura verdade, resta ao PT a leniência sugerida por Palocci. Será, então, a terceira carta. A do pedido de desculpas à Nação, algo que até agora o Partido dos Trabalhadores não fez. Aliás, nenhum deles. Vejamos os próximos capítulos.

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