Autor: Denise Rothenburg
Gabriela Vinhal
Na noite de terça-feira (24/7), o presidente do PSB, Carlos Siqueira, decidiu remarcar a reunião do Diretório Nacional que ocorreria na próxima segunda (30/7), em Brasília, para o final da semana que vem.
Para ganhar tempo antes de bater o martelo quanto às alianças, Siqueira e caciques da sigla decidiram adiar o encontro para uma data mais próxima da convenção partidária da legenda, em 5 de agosto. A ideia é dar um pouco mais de tempo para as negociações.
Tendências
O PSB está rachado, ainda sem conseguir chegar a um consenso sobre as coligações nacionais. Forte, a bancada de Pernambuco quer apoiar o PT, enquanto outros dirigentes querem marchar ao lado de Ciro Gomes (PDT), como o Rio de Janeiro, Espírito Santo e o próprio Distrito Federal, com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).
A neutralidade é o terceiro caminho possível para a sigla. Diretórios que, para evitar o mal estar entre os colegas, preferem deixar os estados livres para fazer as próprias coalizões. A exemplo de São Paulo, com o governador Márcio França (PSB-SP), que prefere que os diretórios sigam com as próprias pernas.
Neste ano, França não escondia as aproximações com o pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB). Ele argumentava em favor do tucano, mas por ser uma decisão impopular na legenda, prefere que o partido fique neutro.
Quem sabe contar votos dentro do MDB indica que o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles tem hoje, pelo menos, 70% do partido favorável à candidatura dele a presidente da República. A ala do contra, citada ontem na reunião da cúpula partidária em Brasília, se resume a Alagoas e parte do Paraná. Até mesmo o senador Eduardo Braga, do Amazonas, ex-ministro da presidente Dilma Rousseff, decidiu optar pela candidatura de Meirelles. Reza a lenda que há muito tempo o MDB não tem uma convenção tão tranquila quanto promete a de 2 de agosto.
Nos estados, entretanto, a conversa é bem diferente. Em Mato Grosso, por exemplo, o MDB fará parceria com o Democratas, que terá Mauro Mendes como candidato. O DEM no plano nacional apoia Geraldo Alckmin, que, em Mato Grosso, faz parceria com Pedro Taques, governador candidato à reeleição. Uma das vagas ao Senado na chapa de Taques é da ex-juíza Selma Arruda, do PSL, de Jair Bolsonaro. Nos estados, ao que tudo indica, está tudo junto e misturado, conforme a coluna já registrou.
Lealdade…
Se o ex-presidente Lula for candidato, Roseana Sarney vai apoiá-lo. Ela não se esquece de que, em 2006, quando estava ainda no PFL, Lula a apoiou. E se tem algo que os Sarney prezam são os gestos de apreço nos momentos difíceis.
…e neutralidade
O apoio de Roseana a Lula, entretanto, tem outros ingredientes. É que ninguém quer deixar Flávio Dino (PCdoB) desfilar sozinho na praça como o candidato com o apoio do petista mais popular no Nordeste.
Por falar em Lula…
As projeções petistas indicam que a candidatura de Lula e o discurso da perseguição política ao ex-presidente preso são ingredientes fundamentais para tentar evitar que a bancada de deputados federais do partido tenha o mesmo destino das prefeituras. Em 2016, o partido perdeu 60% dos seus prefeitos.
E o PSB, hein?
Os governadores do partido se reuniram ontem em Brasília e concluíram que haverá sequelas, se a convenção for para a disputa sobre o caminho a seguir na eleição presidencial. Mas ainda não há consenso, embora haja uma tendência pró-Ciro Gomes.
MDB e PT juntos/ É hoje a conversa do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (foto), com o presidente do MDB de Minas, deputado Saraiva Felipe. A depender da conversa, haverá parceria.
Releva aí/ Os candidatos a presidente da República tentam colocar a escolha dos vices em segundo plano. Mas não vai colar. Depois de dois impeachments em 24 anos, ninguém vai deixar esse assunto passar batido.
As razões de Josué/ O empresário Josué Gomes não quer magoar nem Lula nem a família do ex-presidente com quem seu pai convivia muito bem. Portanto, melhor os tucanos arrumarem outro.
Defesa & indústria/ Nem só de eleição vive o poder por esses dias. O ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, por exemplo, aproveitou o convite do Departamento de Defesa da Fiesp para apelar em prol da produção de equipamentos que atendam tanto a área de defesa quanto a de segurança. Ao seleto grupo de 50 empresários, ele afirmou que esse é um dos desafios do setor hoje.
A nota que o PR soltou há pouco para esclarecer que o empresário Josué Gomes não recusou a vaga de vice na chapa de Geraldo Alckmin foi considerada um sinal de que o partido ainda vai insistir nessa construção. Tanto é que, no PSDB, o candidato Geraldo Alckmin vai esperar mais um pouco antes de se voltar a outros nomes para candidato a vice na sua chapa. Diz o texto do PR: “A Executiva Nacional do PR esclarece que ainda não há registro de qualquer decisão do republicano Josué Gomes, convidado para ser o vice da chapa encabeçada por Geraldo Alckmin”.
Desde ontem à noite circula a notícia de que Josué Gomes teria recusado o convite, por causa da ligação da família com o ex-presidente Lula. O pai dele, José de Alencar, foi vice-presidente da República no governo Lula. Daí, a resistência do empresário em aceitar a vaga na chapa encabeçada pelo tucano. Josué tem ainda um convite do governador de Minas, Fernando Pimentel, para integrar a chapa, mas Josué adiou a conversa com Pimentel. A tendência é a de que termine fora da disputa eleitoral. Porém, qualquer anúncio oficial só virá depois que o PR e o grupo de Alckmin encontrarem um outro nome. E segue o baile.
Aliados do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, tentaram fazer correr um manifesto de apoio entre os deputados que estariam dispostos a fazer campanha para o ex-capitão em seus estados. A ideia era apresentar algo desse tipo na convenção do partido para mostrar que ele tinha apoio. Não conseguiram juntar sequer um terço dos 110 que ele diz ter. Alguns pediram que isso ficasse para um segundo turno, caso o candidato esteja na final.
Em tempo: é bom os candidatos a presidente não esperarem muito pela ajuda dos deputados. Agora, estão todos voltados ao pragmatismo de cuidar da própria eleição. Depois, no segundo turno, só quem estiver com o governo estadual a perigo é que vai se mexer para fazer campanha.
Redução à frente
Se tem um espaço onde a bancada feminina passará aperto é no Senado. Das 13 senadoras que exercem o cargo, cinco têm mais quatro anos de mandato. Das oito restantes, duas não tentarão a reeleição: Gleisi Hoffmann, do PT, e Lídice de Mata, do PSB, que saiu da chapa do governador Rui Costa (PT).
DEM marca data…
Antes da convenção que selará o apoio a Geraldo Alckmin, o DEM reunirá a Comissão Executiva Nacional nesta quarta-feira, para o que a direção partidária está chamando de “nivelamento de informação”. A ordem é obter logo o aval das bancadas da Câmara e do Senado para evitar surpresas mais adiante.
…e lança empreendimento “na planta”
A mesma reunião deverá ainda sacramentar a saída de Rodrigo Maia da corrida presidencial. Afinal, ele entrou na disputa com uma festa no auditório Nereu Ramos, da Câmara, e não dá para sair à francesa. Alguns mais animados dizem que será a hora de aproveitar para dizer que Maia é o candidato do partido a presidente da Câmara no ano
que vem. Nesse caso, só tem um probleminha: Combinar com o eleitor do Rio de Janeiro, em outubro, e com os demais parlamentares em fevereiro do ano que vem.
Campanhas descoladas
A demora em organizar os palanques nacionais fará com que praticamente todos os partidos cheguem à campanha com seus apoiadores misturados nos estados, e não há mais tempo para buscar alianças simétricas e verticalizadas. Na Paraíba, por exemplo, o DEM estará com o PSB, do atual governador Ricardo Coutinho, que torcia por um apoio dos socialistas ao PT.
Toffoli, o discreto/ Estes dias de Dias Toffoli no comando do Supremo Tribunal Federal serão muito diferentes do plantão de Rogério Favreto no TRF-4. Conforme antecipou a coluna há mais de um mês, a tendência é ele não se expor com decisões polêmicas na interinidade.
Sai Gleisi, entra Dilma/ O PT não está achando muito ruim as dificuldades eleitorais das senadoras. É que o partido considera favas contadas a eleição de Dilma Rousseff em Minas Gerais.
Democracia cristã/ José Maria Eymael (foto), que era PDC e agora é DC, está de volta. No fim de semana, em Manaus, ele lançou a pré-candidatura a presidente ao lado de três políticos que já têm presidenciáveis. Eduardo Braga (MDB), Alfredo Nascimento (PR) e o governador Amazonino Mendes (PDT).
Nem tô/ Ali, Braga cuidará da própria campanha à reeleição, sem dar a menor atenção a Henrique Meirelles. Alfredo Nascimento, do PR, fará o mesmo em relação a Geraldo Alckmin.
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, está com um problemão para resolver no MDB desde a manhã de hoje, quando uma operação da Policia Federal levou para a cadeia o ex-governdaor André Puccinelli e o filho. Eles são acusados de desvio de recursos nos tempos em que Puccinelli governava o estado. Puccinelli seria aclamado amanhã candidato a governador numa convenção do partido. A situação é semelhante a de Lula, que está preso e será candidato. Agora, caberá aos filiados e a Marun decidirem se o partido lança outro nome ou espera Puccinelli. É o MDB sul-matogrossense em dia de PT.
A notícia de que o blocão de centro fechará com Geraldo Alckmin, do PSDB, tornou a convenção do PDT mais opaca. O partido chegou ao encontro que lançou Ciro Gomes candidato a presidente da República com a certeza de que tudo o que ocorreu nos últimos dias nada mais foi do que um jogo dos centristas, em especial, o DEM e o PP, para cobrar mais caro o apoio ao PSDB. Em conversas reservadas, muitos pedetistas dizem que nunca sentiram sinceridade nas conversas com o PR e com o DEM, por exemplo. O PR levou a vice. O DEM, a presidência da Câmara. Os partidos que negociaram com Ciro sempre foram profissionais nesse jogo. Valdemar Costa Neto fez algo semelhante com Lula em 2002. Foi o que levou José de Alencar, pai de Josué, à vaga de candidato a vice na chapa de Lula. Agora, Ciro tenta se voltar ao campo de seu partido, a centro-esquerda. Só terá jogo se ampliar um pouco mais. Se continuar enfraquecido, vislumbra-se um segundo turno entre Geraldo Alckmin e Fernando Haddad, do PT.
O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, chegará ao grid de largada com a maior aliança eleitoral da temporada. Mas isso não é sinal de que terá todos os deputados e senadores dos partidos aliados dedicados à sua campanha. No Nordeste, quem entende do andar da carruagem avisa que, se o ex-presidente Lula conseguir o registro no Tribunal Superior Eleitoral ou, ao menos, uma liminar que assegure seu nome na disputa, parlamentares do PP e do PR por lá vão virar Lula na mesma hora.
É o “modo MDB”, que nas duas vezes em que teve candidato a presidente — Ulysses Guimarães, em 1989, e Orestes Quércia, em 1994 — largou no meio da campanha sem a menor cerimônia.
A limonada de Ciro 1
Com a inclinação dos partidos de centro para Geraldo Alckmin, Ciro Gomes foi aconselhado a radicalizar hoje no discurso de lançamento oficial da candidatura na convenção do PDT. A ordem é bater no sentido de tentar jogar Geraldo Alckmin no rol daqueles que compactuam com malfeitos. E que ele, Ciro, não levará o apoio do grupo, porque não queria entrar no toma lá dá cá.
A limonada de Ciro 2
Os conselheiros dizem ainda que é preciso lembrar Eduardo Campos, o candidato do PSB que morreu em plena campanha de 2014, e ressaltar as qualidades dos socialistas pelo país afora. É o que resta ao PDT para ampliar suas chances.
Manda quem pode…
… obedece quem tem juízo. Deputados, senadores e, até mesmo candidatos a governador pelo MDB acenam com a aprovação da candidatura de Henrique Meirelles à Presidência da República por uma razão muito simples: É o desejo do presidente do partido, Romero Jucá. “Para quê atender Renan Calheiros se quem vai resolver a nossa vida é Jucá?”, ponderam em conversas reservadas. Jucá é quem vai distribuir o dinheiro para financiar as campanhas.
Amigo oculto
Nas idas e vindas do bloco de centro, quem trabalhou, e muito, nos bastidores para levar o grupo em direção a Geraldo Alckmin foi o senador Aécio Neves. Ele não dá mais as cartas no partido, está mais dedicado à própria defesa, mas sempre ajuda quando pode, em especial, no DEM, que o apoiou em 2014.
E Maricá ficou lindo 1/ Candidato do DEM ao governo do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (foto) se prepara para apresentar o deputado Marcelo Delaroli (PR-RJ) como candidato a vice na sua chapa. E Delaroli faz política em… Maricá!!! Na conversa de Paes com Lula em 2016, captada pelos grampos da PF, Paes compara Atibaia a Maricá e chama a cidade fluminense de “uma m… de lugar”. Chegou a pedir desculpas à população local depois da divulgação
do áudio.
E Maricá ficou lindo 2/ Delaroli é dentista, foi criado em Maricá. É inclusive a aposta do PR para prefeito da cidade daqui a dois anos. E não é por acaso, o município é campeão em arrecadação de recursos dos campos de petróleo. Só de royalties, em 2017, foram mais de R$ 600 milhões.
Aliás…/ Foi no Rio de Janeiro que o acordo entre o PR e Bolsonaro ruiu. E quem leva a melhor é Eduardo Paes, do DEM, que ainda arrumou um vice de Maricá para compensar a agressão à cidade.
Em cada estado, uma história/ Integrantes do PR que acompanham à distância o que acontece no DF e entendem como funciona o dia a dia da política garantem que a desistência de Jofran Frejat em concorrer ao governo e a divisão dos partidos que tentam construir uma terceira via ajudará o governador Rodrigo Rollemberg.
Sem o blocão de centro, Ciro corre atrás dos eleitores de Lula e do reforço do PSB
O discurso de Ciro Gomes hoje para as centrais sindicais em defesa da liberdade do ex-presidente Lula deixa clara a estratégia que ele adotará a partir de amanhã, quando será oficializado candidato do PDT à Presidência da República. Ele foi direto ao dizer que o “Brasil nunca será um país em paz enquanto o companheiro Luiz Inacio Lula da Silva não restaurar a sua liberdade”. Para bons entendedores, o recado está claro: Ciro quer os votos petistas.
O PDT e eu candidato sabem que Lula dificilmente conseguirá o registro da candidatura. Ele é condenado em segunda instância e a Lei da Ficha Limpa proíbe candidaturas de quem é condenado em segunda instância. O PDT e Ciro também sabem que o jogo do PT é deixar para trocar de nome quando todas as chances de o ex-presidente figurar na urna estiverem esgotadas. Logo, até lá, o PT oficialmente estará fora da corrida eleitoral. Os pedetistas dizem que esse é o tempo que Ciro precisa para tentar consolidar uma posição do eleitorado petista.
Ciro espera ainda reforçar essa possibilidade no próximo dia 30 de julho, quando deve obter o apoio do diretório nacional do PSB. Assim, quando o candidato petista, seja quem for, entrar no salão dos candidatos oficiais, os pares já estarão formados.
Outro partido que Ciro espera atrair enquanto Lula está preso é o PCdoB. Os comunistas têm reuniões ao longo do fim de semana para avaliar cenários, pesquisas e decidir se mantêm a candidatura de Manuela D’Ávila ou seguem com outro candidato do campo das esquerdas. São três vertentes: Uma quer Manuela, outra prefere Ciro e ainda tem quem esteja disposto a esperar um pouco mais para esperar pelo PT.
Uma coisa nesse mar de incertezas é certa: Se Lula conseguir ao menos registrar a candidatura desmontará tanto o castelo de Ciro quanto o de Geraldo Alckmin. Esse é o maior pesadelo do pedetista e do tucano.
O tucano Geraldo Alckmin caminha para ter a maior aliança dos presidenciáveis. Ele acaba de obter maioria entre os partidos de centro reunidos em São Paulo. Pelo menos duas legendas, DEM e PP, têm hoje um número maior de líderes interessados na parceria com o PSDB do que com Ciro Gomes. E, para não deixar o PR de fora, está em curso uma negociação para fazer de Josué Alencar, filho do ex-presidente José Alencar, vice na chapa de Alckmin. Se Josué aceitar, Alckmin marca um golaço. É um nome que Lula não poderá atacar, porque, afinal, José Alencar, pai de Josué, foi o vice do ex-presidente por oito anos. O próprio Josué foi cogitado para candidato a vice inclusive na chapa do PT.
O que leva os partidos a Geraldo Alckmin é mais o quadro de incerteza diante de Ciro Gomes do que propriamente uma certeza da vitória do tucano. Ciro, embora esteja um “anjo”, na avaliação e integrantes do PP e do DEM, não é considerado um aliado fiel. “Um belo dia, ele acorda da pá virada e nos ataca sem a menor cerimônia, porque éramos aliados do governo Temer. aí não dá”, diz um deputado do PP. O DEM tem um grupo majoritário pró-Alckmin e o PRB também. O DEM, por sua vez, quer fazer de Rodrigo Maia novamente presidente da Câmara no ano que vem, algo que o PDT de Ciro Gomes resistia a garantir. Além disso, nos estados, esses dois partidos têm muito mais afinidades com o PSDB do que com o PDT de Ciro Gomes, que tende a obter o apoio do PSB. Nesse quadro, quem caminhará para o isolamento é o PT de Lula.
quem trabalhou e muito para esse apoio do blocão de Centro a Alckmin foi o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Recolhido em Minas Gerais, ele atuou ativamente nos bastidores, especialmente, nos contatos com o presidente do DEM, ACM Neto, e do PP, Ciro Nogueira. No PP, quando alguém pergunta se o partido fechou mesmo com Geraldo Alckmin, a resposta tem sido: “Ainda não, vai fechar. E detalhe para a vírgula. Nesse caso, faz diferença”.
No mesmo dia em que ganhou o apoio do PTB, partido enroscado no escândalo do Ministério do Trabalho, o pré-candidato do PSDB a presidente da República, Geraldo Alckmin, se reuniu com os delegados da Polícia Federal para ouvir propostas. Ao contrário do que se diz dos tucanos, não ficou no muro. Respondeu a todas as perguntas, fez altos elogios à Lava-Jato e à forma como os policiais se comportam. Chamou a PF de “polícia republicana”. A leitura que deixou para os policiais é a de que não jogará para estancar investigações. Para a classe política, entretanto, o recado está dado: Alckmin quer apoios, mas marcará diferenças entre os enrolados no escândalo.
De quebra, o tucano tenta ainda empatar o jogo com Jair Bolsonaro, do PSL, que se dizia até aqui o maior defensor das investigações. Se todos prometerem apoiar a Lava-Jato e passarem a confiança que Geraldo Alckmin transmitiu aos policiais, o tema terminará fora da campanha.
E por aí
No mercado financeiro, os analistas são unânimes em afirmar que um segundo turno entre Ciro Gomes, do PDT, e Fernando Haddad, do PT, será dólar a R$ 6. E não é lá na frente. É se e quando as pesquisas indicarem um cenário como esse. É que ambos são considerados anti-reformistas e o que investidor não suporta é perder dinheiro.
Volta, Malta!
Valdemar Costa Neto já disse que o PR não fechará com Bolsonaro e vai jogar junto com o bloco dos partidos de centro — se é que esses partidos ficarão juntos mais à frente. Mas Jair Bolsonaro pretende insistir em colocar o senador no seu palanque. Tanto é que adiou a escolha do vice para 5 de agosto.
“A neutralidade é uma posição inaceitável. A conjuntura exige posição e compromisso com o país”
Do presidente do PSB, Carlos Siqueira,
que aproveita para dizer que não trabalha com a possibilidade da candidatura da senadora Lídice da Mata à Presidência da República.
Deu ruim
A reunião do economista Claudio Adílson Gonzales, um dos pais do Plano Cruzado, hoje ligado ao DEM, com Mauro Benevides, da equipe de Ciro Gomes, foi considerada internamente um balde de água fria na perspectiva de aliança entre DEM e PDT. E mais um indício de que o bloco de centro vai se esfacelar logo ali na frente.
Liquida Temer/ Alguns deputados ficaram eufóricos ontem ao receber a informação de que, apesar de a lei eleitoral proibir liberações de recursos voluntários, há como fazer isso dentro do Fundo Nacional de Saúde. Sinal de que a romaria de políticos no setor vai continuar a mil por hora em pleno período eleitoral.
Foi só uma paradinha/ Flávio Rocha, do PRB, desistiu de ser candidato a presidente e voou para a Europa. Paulo Octávio abriu mão da candidatura ao governo do Distrito Federal e ao Senado e também foi espairecer fora do Brasil. Jofran Frejat anunciou que havia desistido de concorrer ao governo do Distrito Federal e…ficou por aqui. Sinal de que ainda quer jogar.
Não contem com ela/ O PSL, de Jair Bolsonaro, fechou o apoio à candidatura de Luiz Carlos Heinze (PP-RS) ao governo do Rio Grande do Sul. Indicou, inclusive, um vereador para vice na chapa. Lá a maior estrela do PP é a senadora Ana Amélia Lemos (foto), mais próxima de Geraldo Alckmin do que do bonde bolsonariano.
Ops!/ O deputado cearense Danilo Forte terminou a janela partidária no PSDB e não no DEM, conforme publicado pela coluna. Portanto, nada mais natural do que abrir um comitê pró-Alckmin no Ceará.