Autor: Denise Rothenburg
Apoio do Republicanos a Lira deixa Maia mais dependente da oposição
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, precisa agora, mais do que nunca, do apoio da oposição a fim formar um bloco capaz de superar a marca dos 202 já obtida por Arthur Lira em suas articulações. Nesse sentido, a expectativa é a de que o PT ajude essa construção, aprovando hoje a formação desse bloco com Maia e os outros seis partidos. Até aqui, Arthur Lira tem o apoio de nove partidos, que somam 191. Chegará a 202 quando o PTB de Roberto Jefferson anunciar formalmente seu ingresso nesse bloco.
A tendência da bancada do PT é fechar esse apoio em reunião da bancada marcada para daqui a pouco. Se o PT fechar essa composição, atrairá a maioria dos partidos de esquerda para essa construção, o que pode levar o bloco composto por DEM, MDB, PSDB, Cidadania, PSL e PV a 290 deputados. A dúvida é o PSB, que, embora tenha recomendado à bancada não apoiar o candidato alinhado ao governo, uma parcela expressiva deseja seguir com Arthur Lira.
A união do PT ao bloco de Maia levará Arthur Lira a jogar no “varejo, ou seja, tentar buscar apoios individuais, nos bastidores. Como a eleição secreta, Lira esperar que as traições lhe permitam alcançar um número seguro para garantir a vitória em fevereiro. São 46 dias de muitas negociações, traições, acordos feitos e desfeitos. De tédio, não morreremos.
O samba doido da reeleição no Legislativo mais um vez no STF
A ação que o PSDB ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) deixou a reeleição de Rafael Prudente na Câmara Legislativa do Distrito Federal sub júdice e se transformou em uma ação a ser acompanhada com uma lupa na seara política. Afinal, se a reeleição não vale para o Congresso, não pode valer para as Assembleias Legislativas e há muitos ministros do STF que têm esse entendimento. Nesse sentido, ainda que o relator, ministro Kassio Nunes Marques, não tenha se pronunciado num prazo capaz de evitar a votação na Câmara, a aposta de muitos é a de quando o caso for levado ao plenário do Supremo, Rafael pode sofrer um revés, tal e qual sofreram o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o da Câmara, Rodrigo Maia.
Alguns ministros consideram que esse tema está hoje uma lambança. Em alguns estados, os deputados podem ser reeleitos indefinidamente, em outros não. No amazonas, por exemplo, o atual presidente da Assembleia, Josué Neto, foi candidato a primeiro vice-presidente, indicou um nome para a Presidência e se saiu vitorioso. Agora, qualquer impedimento do titular, estará pronto para assumir. A Justiça não barrou essa “solução”, que nada mais é do que o velho “jeitinho” brasileiro dando o ar da graça. As ações que chegam ao STF indicam que já passou da hora de resolver essa questão: Ou se estabelece uma regra em que a reeleição seja uma opção para para todos, ou se estabelece a proibição para todos.
O lançamento do Plano Nacional de Vacinação contra covid-19 do Ministério da Saúde era para ser apenas um evento técnico. O presidente Jair Bolsonaro fez questão de transferir o lançamento para o Planalto, chamando governadores e parlamentares. O de São Paulo, João Dória, que faz aniversário hoje, não compareceu. Paralelamente, o governador paulista negocia com vários governadores a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantã.
Na seara politica, Dória tem nadado de braçada no tema vacinas. Especialmente, depois da noticia de que a principal aposta do governo federal, a vacina de Oxford, da AstraZeneca, vai atrasar. O governo também dá todos os sinais de que não deixará Dória cumprir a data de 25 de janeiro para começar a vacinação em São Paulo.”Só será concreto, e a partir daí, temos a obrigação de cumprir prazos, quando tivermos registrada a vacina”, diz o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ao comentar que esse registro não será feito da noite para o dia. “AstraZeneca, temos transferência de tecnologia. Com Butantã, sinalizamos a compra. Pela lei, só posso efetivar o pagamento do que for registrado. Nunca deixamos de trabalhar com o Butantã, continuamos lidando tecnicamente com o instituto”, diz o ministro.
nas internas, os parlamentares informam que o script está posto: O governo fará tudo o que puder para deixar João Dória na posição ter que explicar por que não cumprirá o cronograma. Obviamente, ele jogará a responsabilidade para o Ministério da Saude. Essa guerra política vai adentrar 2021, avisam os políticos mais atentos à disputa de 2022, que já pauta movimentos dos principais atores em todas as áreas. Infelizmente, até nas vacinas.
Coluna Brasília-DF
A afirmação do presidente Jair Bolsonaro de que deseja a aprovação do excludente de ilicitude pelo novo Congresso, acendeu o pisca-alerta dos oposicionistas que apoiam Arthur Lira (PP-AL), candidato a presidente da Câmara com o selo do governo.
Nos bastidores, os oposicionistas sabem que Lira tem muitos votos no varejo, mas a ordem agora é que Bolsonaro não estaria patrocinando tanto essa candidatura se não fosse para fazer valer a sua pauta. Por mais que Lira diga que será independente, a desconfiança impera.
Os partidos ficaram ainda muito desconfiados do bate-boca entre o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e Marcelo Álvaro Antônio, ex-ministro do Turismo. Sinal de que o governo foi mesmo para o tudo ou nada, e para mandar na Presidência da Câmara da mesma forma que deseja fazer em todas as instituições de Estado.
Condição
O vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP), tem dito que só apoiará o grupo de Rodrigo Maia (DEM-RJ) se for o candidato. Caso contrário, levará seu partido para Lira, líder do PP.
Só que não
Se Pereira fizer isso, jamais vai tirar a pecha de obediência a Edir Macedo, o todo-poderoso bispo da Igreja Universal.
A tensão vai continuar
A nova prorrogação do inquérito sobre a suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal serve de recado ao Planalto, em especial depois das notícias de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) prestou assessoria informal às advogadas do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso das rachadinhas. Na seara da política, ninguém tem dúvidas de que, a partir de agora, o governo terá que ter cuidado para tratar dessa história.
Por falar em tensão…
A convivência entre o presidente do DEM, ACM Neto, e o da Câmara, Rodrigo Maia, passa por um momento para lá de difícil. Aliados de Maia têm dito que Neto joga contra Rodrigo.
Descanse uma rodada/ Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) voltou alguns pontos na corrida para ser candidato. É que tem muita gente com medo de repetir o que houve com o PT, em 2005. Naquela ocasião, Virgílio Guimarães e Luiz Eduardo Greenhalgh (foto), ambos do PT, eram candidatos. Deu Severino Cavalcanti, que foi para o segundo turno contra Greenhalgh.
Avance uma casa/ O deputado Baleia Rossi (MDB-SP) voltou a subir na bolsa de apostas. Se garantir o apoio do MDB e de alguns pequenos partidos, será o candidato.
E as vacinas, hein?/ Ainda que o governo venha a insistir, a maioria dos líderes partidários não vai aceitar colocar o termo de responsabilidade no plano de imunização.
Esperem que eu já chego, talkey?/ Bolsonaro vai manter esse suspense sobre sua filiação partidária porque sabe que, assim, todos vão gravitar ao seu redor, na esperança de que ele se filie. Enquanto mantiver a aprovação registrada nas últimas pesquisas, ninguém moverá suas peças antes de o presidente escolher uma legenda.
Relator vai consultar líderes sobre termo de responsabilidade para vacina
O presidente Jair Bolsonaro conversou com deputado Geninho Zuliani (DEM-SP), relator do plano global de imunização contra covid-19, o consórcio da Covas, em tramitação no Congresso, sobre a inclusão do termo de responsabilidade para quem quiser tomar a vacina. Geninho ouviu do presidente que a preocupação do governo é com possíveis ações judiciais que possam comprometer as contas púbicas mais à frente. A Pfizer, por exemplo, em seu pré-contrato de fornecimento da vacina, quer que os países compradores assinem um termo de responsabilidade. Outros não têm essa cláusula. Geninho vai ouvir os líderes, antes de apresentar seu relatório e a tendência é que isso fique fora do relatório. Zuliani estuda o assunto há meses. Visitou a Fiocruz, o Butantã e outros laboratório e não vai tirar mais polêmica sobre o tema.
A soma que diminui na disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados
Coluna Brasília-DF
Longe de ser uma ciência exata, a política no Congresso entrou na fase de “quem somar, diminui”. O grupo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está no seguinte pé: tem três candidatos, e, ao fechar por um deles, corre o risco de perder os votos dos demais.
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) era melhor para tentar angariar alguns votos no Centrão, mas perde no MDB, que tem Baleia Rossi (SP) como pré-candidato. No caso de Baleia Rossi sair candidato, o PT é que racha. Ainda mais, em se tratando de voto secreto.
Essa divisão colocou novamente Marcos Pereira (Republicanos-SP), atual vice-presidente, na roda como candidato. O movimento é perigoso, porque, embora leve votos dos evangélicos, ele é visto como a tomada de poder por Edir Macedo e a pauta de costumes. Ou seja, nenhum deles levará o grupo todo.
Bolsonaro quer tirar o discurso técnico de Doria
Jair Bolsonaro está convencido de que, ao liberar o dinheiro para compra das vacinas de covid-19, desde que aprovadas pela Anvisa, conseguirá deixar João Doria batendo boca com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, de quebra, ainda tirará do governador paulista o discurso de que está com a ciência.
A ideia do presidente, caso demore a aprovação do imunizante, é dizer que fez sua parte, ao liberar os recursos, e que os técnicos da agência é que devem dizer que vacinas devem ser aprovadas.
A internet mudou as finanças
A mais nova pesquisa da B3 — uma das maiores empresas de infraestrutura do mercado financeiro — sobre o comportamento dos brasileiros em relação à bolsa de valores, deixará os grandes bancos de cabelo em pé.
A pesquisa mostra que os brasileiros estão descobrindo a bolsa, 74% dos investidores são homens, têm em média 32 anos e 60% não têm filhos. E essas pessoas estão ingressando no mundo da bolsa via internet, segundo a pesquisa.
Palavra de especialista I
Marcelo Teixeira, investidor e ex-chefe global da área de seguros do HSBC, analisa detalhadamente a pesquisa da B3 e destaca que os brasileiros querem aprender sobre mercado de capitais e ter autonomia. “A bolsa de valores entrou definitivamente na vida dos brasileiros com poder de poupança, com muito espaço para crescer”, disse.
Palavra de especialista II
Teixeira destaca ainda que canais do YouTube e influenciadores aparecem como principal fonte de conhecimento (73%) versus 7% em ajuda do gerente do banco ou assessor financeiro, o que indica uma “exaustão do modelo tradicional de varejo bancário”. Chama a atenção ainda que 85% dizem saber o que é suitability (adequação do ativo ao apetite de risco/conhecimento do cliente). “Parece alto demais. Os reguladores estão atentos, mas será que é o suficiente?”, indaga.
CURTIDAS
Na solidão da urna…/ A discussão dentro do PSB sobre quem apoiar para presidente da Câmara promete ser acirrada antes mesmo de o grupo de Rodrigo Maia apresentar seu candidato. Tem uma turma que votará em Arthur Lira (PP-AL) e não tem conversa. Afinal, o voto é secreto.
… dá vontade de trair/ O maior medo dos deputados ligados a Maia, hoje, é terminar repetindo o que cenário que elegeu Severino Cavalcanti (foto), em 2005, contra Luiz Eduardo Greenhalgh, o candidato oficial do PT com a chancela do governo Lula. Severino era do PP, partido de Lira. Derrotou José Carlos Aleluia (PFL-BA), Virgílio Guimarães (PT-MG) e… Jair Bolsonaro (PFL-RJ), que obteve… dois votos!
Por falar em Bolsonaro…/ Nada tirou mais o presidente do sério do que a decisão da ministra Cármen Lúcia (STF) de pedir à Abin e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que expliquem a suposta ajuda ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), no caso das rachadinhas. E em 24 horas. Ou seja, não dá muito tempo.
Nem tão cedo/ Entre os aliados do presidente, há quem diga que Bolsonaro precisa se preparar para conviver com essa história de Flávio e as rachadinhas por muito tempo. Até aqui, serve de consolo aos bolsonaristas o fato de a população ter separado o presidente dessa investigação. A esperança dos aliados de Bolsonaro é a de que continue assim.
Ao liberar R$ 20 bilhões para as vacinas, Bolsonaro espera sair da discussão política sobre o tema
Ao governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, o presidente Jair Bolsonaro assegurou que sai ainda hoje a medida que destinará R$ 20 bilhões para compra de vacinas contra Covid-19, “e para todas, desde que autorizadas pela Anvisa”. Assim, o discurso presidencial está pronto: “Eu liberei os recursos, fiz a minha parte, agora os técnicos que resolvam”. Quanto às áreas técnicas, entretanto, a história é outra. Não por acaso, hoje o governador de São Paulo, João Dória, disse inclusive que não será possível os servidores da Anvisa fecharem tudo na agência e partirem para um recesso de fim de ano, com a população esperando a vacina.
Bolsonaro considera que, ao liberar os recursos, vai sair dessa discussão, deixando que Dória faça a guerra politica com os técnicos. Afinal, o presidente sempre poderá dizer que essa área de eficácia das vacinas não é a sua e, portanto, ele não pode dar opinião sobre a vacina A ou B.
Essa postura, porém, não significa que Bolsonaro deixará de polemizar com João Dória. Na avaliação dos mais assíduos frequentadores do Planalto, Dória é hoje o pré-candidato a presidente da República com uma visibilidade tão grande quanto a do presidente Jair Bolsonaro e, justiça seja feita, está com o discurso de que trabalhou muito em busca da vacina, algo que Bolsonaro ainda não levou para o seu portfólio rumo a 2022. Agora, com a liberação dos recursos, acredita ter encontrado um discurso. O jogo da reeleição ainda está longe, mas estão todos em construção de ativos para o futuro.
Diretório do PSB recomenda à bancada não votar em candidato de Bolsonaro
Em reunião do diretório nacional, o PSB decidiu recomendar a seus deputados que não votem no candidato do presidente Jair Bolsonaro para presidente da Câmara dos Deputados, ou seja, o líder do PP, Arthur Lira (AL). Os socialistas decidiram ainda que terão candidato próprio em 2022 e a recomendação de fechar uma grande frente contra Bolsonaro.
O primeiro lance nesse sentido será tentar evitar que o presidente da República emplaque o comando da Câmara dos Deputados nos próximos dois anos. Afinal, se tiver ali um nome alinhado à sua gestão, Bolsonaro terá condições de fazer valer a pauta de costumes, como a questão das armas, e a do meio ambiente, tema em que o confronto entre os partidos de esquerda e governo tem sido mais forte.
A decisão do PSB, porém, não representa uma imposição à bancada que, agora, vai se reunir para tomar uma posição. No entanto, o diretório nacional sempre teve peso sobre as deliberações da bancada federal. Sem o apoio formal do PSB, restará a Arthur Lira apostar no varejo, ou seja, na conquista de votos nos bastidores. Como o voto é secreto, Lira aposta que conseguirá quebrar a unanimidade dos partidos em prol de outro nome.
Os pedetistas já fizeram circular entre os partidos de esquerda que seus deputados não votarão em um candidato a presidente da Câmara que venha com a chancela do governo de Jair Bolsonaro. Logo, não apoiará a candidatura do líder do PP, Arthur Lira. Na bancada do PDT pesou o fato de o ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro ter denunciado num grupo de WhatsApp o uso do toma-lá-dá-cá para arregimentar votos em favor de Lira, que tem o apoio e o trabalho do presidente da República. O PDT, partido de Ciro Gomes, não quer ser fiador desse processo. Prefere buscar um outro caminho que ainda não está definido.
A decisão do PDT fez com que os demais partidos de esquerda corressem para tentar avaliar o cenário. A cúpula do PSB, por exemplo, está há horas reunida a fim e tentar fechar um caminho na disputa pela Presidência da Câmara. Socialistas e pedetistas tinham combinado joga juntos na busca de um candidato a presidente da Casa. Mas essa unidade está ameaçada, porque a ala mais pragmática e majoritária do PSB quer apoiar Arthur Lira. Muitos de olho na distribuição de espaços dentro da Câmara e recursos para as prefeituras. Eleito prefeito de Maceió, o deputado JHC defende o apoio a Lira. Afinal, obteve o apoio do PP no segundo turno em Maceió, contra o candidato patrocinado pelo governador Renan Calheiros. A posição do PDT, porém, balançou os socialistas. O fim de semana será de muitas conversas.
Orçamentos turbinados para a eleição da Mesa Diretora da Câmara
Coluna Brasília-DF
A sessão do Congresso Nacional, prevista para a semana que vem, vai reforçar orçamentos e complementar o PLN 30, que, no último esforço concentrado na Casa, aprovou a distribuição de R$ 6 bilhões para vários ministérios, sendo R$ 1 bilhão para o Fundo Nacional de Saúde, para estruturação da rede básica de saúde; R$ 2,8 bilhões para Desenvolvimento Regional; R$ 1,3 bilhão para infraestrutura, mais precisamente para o Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit), que faz a alegria das bases com obras pelo país afora. Agora, serão R$ 48 milhões para algumas pastas, sendo R$ 17 milhões para “infraestrutura turística” em “destinos estratégicos” para o setor, fora recursos para o Incra e para a Sudene.
No Congresso, os parlamentares aguardam mais as liberações que já foram aprovadas no PLN 30, de forma a garantir emendas normais e as “extras”, que vão atender os mais fiéis. Nas conversas reservadas, há quem diga que essas verbas vão ajudar a irrigar a candidatura de Arthur Lira (PP-AL). Os ministros negam e os parlamentares não vão deixar de votar projetos que podem ajudar os municípios por causa da briga em torno da Presidência da Câmara. Mas, já tem muita gente de olho nas liberações de recursos.
Corra, Maia, corra
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RE), é orientado a não abrir a próxima semana sem um candidato a presidente da Casa. Explica-se: é preciso ter logo um nome para não deixar Arthur Lira sozinho na pista principal.
Melhor de dois
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP) são os dois candidatos na reta final para definição, e está mais para Rossi. A preferência pessoal de Maia é Aguinaldo, mas Rossi leva 30 votos do MDB.
Onde mora o perigo
Os partidos de oposição estão meio resistentes a apoiar Arthur Lira, com receio da pauta mais ideológica do governo. Ontem mesmo, em sua live, o presidente disse que não iria conversar sobre “armamento” com o PT, tampouco “agenda de costumes” com o PSol.
Não tem almoço grátis
Nem toda a oposição tem esse medo de que, se Bolsonaro ajudar a eleger Arthur Lira, vai cobrar lá na frente a aprovação de seus projetos. O PSB, por exemplo, espera que o governo libere recursos para os prefeitos eleitos, que precisam cumprir suas promessas de campanha.
Vitória da CNC/ O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou, por unanimidade, o pedido de anulação das eleições para Diretoria e Conselho Fiscal da Confederação Nacional do Comércio (CNC), ocorridas no segundo semestre de 2018. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, demonstrou, por meio da sua assessoria jurídica, que o papel constitucional do TCU é o de controle externo, voltado à fiscalização da aplicação de recursos federais. Ou seja, “fiscalizar eleições não é objeto de análise do TCU”, conforme definido pelos ministros na decisão.
Derrota de Adelmir/ O recurso ao TCU havia sido apresentado pelo ex-senador Adelmir Santana, que perdeu as eleições da CNC, em 2018, para Tadros, pelo placar de 24 a 4. Santana ingressou, primeiramente, na Justiça do Trabalho, com oito reclamações, entre mandado de segurança, recursos de agravos, recursos ordinários e de revista, tentando barrar a realização das eleições, sem sucesso. O recurso ao TCU foi visto no meio jurídico como uso indevido do tribunal. A Corte não tem como finalidade anular eleições sindicais. O caso deixou uma lição: quem quiser vencer, que seja no voto.
Me inclua fora dessa/ Na live desta semana, o presidente tratou de se afastar das derrotas de candidatos alinhados ao governo, ao dizer que conversou com candidatos e não passou de 20. Como está sem partido, não tinha prefeitos. Logo, “não ganhou, nem perdeu”.
Por falar em ganhar…/ Mesmo quem não gosta do governador de São Paulo, João Doria, no campo da política, tem dito entre quatro paredes que é graças aos movimentos dele que o governo federal acabou entrando na corrida pela vacina e tentando antecipar seu calendário. Esse mérito já está no currículo do governador paulista. Se a vacina der certo, esse gesto não será esquecido.




