“Hacker sincero” invade sistema do Ministério da Saúde e diz: “Arrumem esse site porco”

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O FormSus, sistema usado para captar dados e informações do Sistema único de Saúde e de usuários. O invasor ainda deixou um recado, zombando da capacidade técnica de gerenciamento e fiscalização do sistema:”O site continua uma bosta. Nada foi feito, a única ação foi colocar um aviso que o responsável pelos dados confidenciais expostos são sequem fez o formulário e não leu os termos”, critica o invasor, dando a entender que não é a primeira vez que ingressa no sistema. “Ou a equipe de TI são fantasmas ou não sabem o que estão fazendo lá”. E dá uma bronca: “Arrumem esse site porco ou da próxima vai vazar os dados dos responsáveis por esta porcaria”, diz o “Hacker Sincero”, que critica ainda a ANPD, Agência Nacional de Proteção de Dados, por deixar que o site fosse ao ar do jeito que estava.

Ao final da mensagem, Hacker Sincero ainda envia um alerta para outros invasores: “Hackers sem vergonhas, parem de vender dados, o custo para arrumar isto vai sair do seu bolso”. A invasão foi feita na quarta-feira e hoje chegou ao conhecimento do presidente da Associação Nacional dos Analistas de Tecnologia da Informação (Anati), Thiago Aquino, que há tempos alerta para a necessidade de maior segurança dos sistemas e valorização dos servidores dq área de TI __ cada vez mais estratégica em qualquer ambiente.

Hoje, são 450 servidores de segurança em tecnologia da informação para cuidar dessa área no governo federal, segundo os dados da Anati. “Não temos gente para fiscalizar. Cada setor tem quase 30 contratos de tecnologia, e, entre cinco a seis pessoas para fiscalizar e planejar. Quando não se tem pessoal, o serviço vira apagar incêndio”, diz ele. “Essa área hoje não tem um plano de carreira justo e compatível com o mercado. Foi inclusive esse setor que criou o APP que permitiu o pagamento do auxílio emergencial. Precisa ser valorizada. Já temos cinco acórdãos do TCU para o setor de ATI dentro do governo. não podemos brincar com isso”, completa. O ministério da Saúde ainda não se pronunciou sobre a invasão no FormSus.

Desfecho de caso Daniel Silveira na Câmara pode demorar

Publicado em coluna Brasília-DF

Em fevereiro do ano passado, a Câmara rejeitou o afastamento do deputado Wilson Santiago (PTB-PB) pedido pelo Supremo Tribunal Federal. Os deputados entenderam que, embora o parlamentar fosse acusado de desvio de recursos de obras na Paraíba, quem deveria tratar de afastamento de parlamentar era o Conselho de Ética da Casa. Até hoje, Santiago está no exercício do mandato, sem ser incomodado, assim como a deputada Flordelis, acusada de matar o marido. Por isso, no balanço das horas, os parlamentares começaram a ter dúvidas sobre repetir a dose no caso do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), que ultrapassou limites da liberdade de expressão, conforme definiu o STF, avaliação compartilhada por integrantes da Mesa Diretora. Ainda que se instale logo o Conselho, qualquer punição por ali ainda vai demorar.

O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), chegou a ser cobrado pelos bolsonaristas a cumprir a promessa de defesa das prerrogativas dos deputados, o que inclui se insurgir contra a punição a congressistas por parte do STF sem um julgamento. Com a votação aberta e o pouco relacionamento que Silveira tem na Câmara, muitos dizem que valerá ali a máxima “o Centrão não segura alça de caixão” e a manutenção da política da boa vizinhança com o STF. Se essa avaliação não mudar até o final da tarde, será o dia de se saber o tamanho real do bolsonarismo-raiz na Casa.

Me inclua fora dessa
O governo passou o dia em conversas com ministros do Supremo para dizer que Jair Bolsonaro discorda da posição de Daniel Silveira em relação ao STF. Se depender do Planalto, Silveira pode se preparar para voltar a ser um youtuber extremista.

Resolve aí, senão eu me lasco com eles
A audiência de custódia é a esperança de Arthur Lira e seus apoiadores para não precisar levar esse caso ao plenário. O presidente da Casa não quer ficar mal com o bolsonarismo, que o apoiou.

Dinheiro tem, falta é decisão

O economista Felipe Salto, da Instituição Fiscal Independente (IFI), já informou aos senadores que, se o governo quiser, tem como arrumar dinheiro para o auxílio emergencial. Ele listou R$ 14 bilhões em subsídios e outros R$ 7,1 bilhões reservados para reajuste salarial do
pessoal militar.

Tem, mas acabou
O governo Bolsonaro não pretende deixar de conceder o reajuste aos militares e nem os congressistas querem rever subsídios nesse momento em que as empresas enfrentam dificuldades por causa da pandemia.

Deixa que eu pego!/ Se Daniel Silveira for expulso do PSL, o PTB de Roberto Jefferson será o seu destino, onde será recebido com tapete “verde a amarelo”.

Biografia manchada/ O senador Chico Rodrigues, que escondeu dinheiro na cueca durante operação da Polícia Federal em sua casa, está liberado para voltar ao Senado. Porém, terá dificuldades em retomar seu ritmo de circulação na Casa e nem é por causa da pandemia. A situação ainda incomoda os colegas e o próprio senador.

Ver para crer/ Apesar das promessas de mais de 400 milhões de doses de vacinas para este ano, os governadores saíram da reunião com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, meio desconfiados de que a imunização de todos os brasileiros só ocorrerá no ano eleitoral.

Enquanto isso, na Nova Zelândia…/ Auckland, a capital, entrou em estado de alerta por causa de três casos de covid-19 registrados. Por aqui, o vírus continua fazendo seu carnaval.

CPI da Covid é um teste para Rodrigo Pacheco

Publicado em coluna Brasília-DF

A falta de vacinas e o risco de colapso nos serviços de saúde de várias cidades brasileiras servem de combustível, nesta semana, para a instalação da CPI da Covid, que o governo deseja evitar. “Temos 31 assinaturas, podendo chegar a 32 e, até agora, não houve retirada das assinaturas. CPI, como o presidente da Casa bem sabe, é direito constitucional da minoria”, afirma o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Nesse cenário, avisam outros senadores, o presidente da Casa não tem saída a não ser instalar o colegiado, ainda que os líderes do governo já tenham alertado que isso pode contaminar o ambiente de votações das reformas. Esse será um dos problemas do governo nesta curta semana que tem pela frente, ainda, as discussões do auxílio emergencial e do preço dos combustíveis.

A granada de Guedes

A impressão dos congressistas é de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, aproveita a necessidade do auxílio emergencial para obter o gatilho de redução de salários de servidores, com o objetivo de amenizar os problemas fiscais. Ninguém esquece que, naquela reunião de 22 junho de 2020, ele tratou a suspensão dos reajustes salariais como a “granada no bolso do inimigo”.

Hora da “entrega”

Se o governo quiser aprovar a possibilidade de promover alguma redução salarial atrelada ao auxílio emergencial terá de acionar o rolo compressor da base aliada no Parlamento. O “botão vermelho” ou o “protocolo da crise”, a forma como Guedes se refere aos dispositivos que podem levar à redução de salários, sofrem resistência entre os políticos.

Por falar em “entregas”…

Depois do feriado de carnaval na praia, o presidente Jair Bolsonaro volta ao trabalho com um leque de problemas sobre a mesa. Da falta de vacinas ao preço dos combustíveis nas alturas. E com praticamente 10 meses para mostrar serviço antes de aberta a temporada eleitoral.

… a ampulheta virou

A avaliação geral é de que o quadro eleitoral ainda é incerto. No Planalto e fora dele, só se tem a certeza de que, a preços de hoje, o presidente Jair Bolsonaro tem a vantagem, e a oposição ainda não tem “aquele nome” para derrotá-lo. Porém, é preciso controlar a pandemia, com o fornecimento de vacinas, e recuperar empregos. O governo está atrasado nas duas frentes, e o tempo é curto.

Soma que diminui I/ A ideia da deputada Bia Kicis de, se eleita presidente da Comissão de Constituição e Justiça, estudar alterações regimentais que possam reduzir o chamado “kit obstrução” não é consenso entre os partidos que apoiam o governo. É que a turma que esteve na oposição no governo Dilma sabe que esses instrumentos farão falta se a maré mudar.

Soma que diminui II/
 Essa perspectiva pode, inclusive, ajudar a construir maioria em favor do deputado Lafayette Andrada (Republicanos-MG). Ele é do mesmo bloco que tem direito à CCJ, logo, avaliam alguns deputados, não seria ferir a distribuição das comissões. O PSL, porém, tem a maior bancada dentro do bloco e, portanto, o direito a indicar o presidente.

Home office/ O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, está convicto de que pegou covid em Brasília, de onde não saiu nos últimos 10 dias. “Agora, é isolamento e hidratação, mas não vou deixar de trabalhar”, disse à coluna.

E por falar em meio ambiente…/ A prioridade, agora, é conseguir um bom orçamento para não comprometer a fiscalização nem as ações de combate ao desmatamento e incêndios florestais. O problema é que todos os ministros já estão à caça do relator, senador Marcio Bittar (MDB-AC), com o mesmo pedido.

Prisão de Daniel Silveira deixa Arthur Lira entre a cruz e a espada

Publicado em Câmara dos Deputados, STF

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP_AL), se preparava para começar esta quarta-feira cuidando do auxílio emergencial, da definição das comissões técnicas da Casa e por aí vai. Eis que o fim do carnaval lhe deu um “baile”. Ele agora terá que trabalhar para dar uma resposta à prisão do deputado Daniel Silveira, levado pelos agentes da Polícia Federal depois do mandado expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou a prisão por causa das ameaças e incitação de violência contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Tudo o que Lira não precisava nesse momento em que começa a se firmar como presidente da Câmara era de um mal-estar institucional entre o Poder Legislativo e o STF. Afinal, é o momento em que ele, réu em processo que tramita no Supremo, tenta se firmar como presidente da Câmara. Sua primeira declaração, publica no twitter, indica que ele não fará nada sozinho, uma vez que disse com todas as letras que a solução para a prisão do deputado será encontrada com “serenidade”: “Irei me guiar pela única bússola legítima no regime democrático, a Constituição. É pelo único meio civilizado de exercício da Democracia, o diálogo e o respeito à opinião majoritária da instituição que represento”.

O fato de ouvir a Casa majoritariamente e, se possível, levar a questão ao plenário, é visto como um sinal de que Lira não quer ficar com essa batata quente nas mãos. Silveira nunca foi um dos mais queridos e respeitados do Parlamento, porém, uma prisão de parlamentar sempre é vista por grande parte dos congressistas como uma arbitrariedade, por causa da inviolabilidade do mandato. Entretanto, quando um parlamentar ataca diretamente a democracia, instiga a violência, a coisa muda de figura entre os deputados. Nesse quesito, dizem alguns, a ordem irá buscar uma solução nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Os assessores jurídicos vão passar a madrugada trabalhando para entregar tudo nas Maos do presidente da Casa logo cedo. A madrugada vai ser longa pra tentar colocar essa prisão como um fato isolado e tocar o barco.

As diferenças entre 2018 e 2022 que animam o PT

Publicado em coluna Brasília-DF

Os petistas analisam o quadro para 2022 com a certeza de sucesso com base em três premissas: 1) Em 2018, o candidato Fernando Haddad chegou ao segundo turno, mesmo com o ex-presidente Lula preso. Agora, Lula está solto. Logo, poderá fazer campanha Brasil afora. 2) O ex-juiz Sérgio Moro, na avaliação do PT, não tem mais empuxo para ajudar este ou aquele candidato. 3) O presidente Jair Bolsonaro já não tem a mesma “pegada” eleitoral e perdeu grandes apoios. Logo, não há motivos para evitar uma candidatura própria com o ex-prefeito na cabeça de chapa.

O PT, porém, ainda não sabe qual o grau de rejeição ao partido. É a única variável que eles consideram negativa hoje. Significa que o candidato terá que apostar mais na renovação de quadros. E aí mora o problema. A turma mais antiga não quer abrir mão da visibilidade para dar vez a novatos.

Onde mora o perigo

A ampliação da posse de armas, feita numa canetada pelo presidente Jair Bolsonaro, foi vista com muita desconfiança pela oposição. Há quem suspeite de que ele esteja criando um exército paralelo, para o caso de as coisas saírem do seu controle mais à frente.

Por falar em armas…

Os decretos também representam uma forma de o presidente dar um afago aos radicais que o apoiam, no mesmo momento em que ele começa a entregar os ministérios aos partidos, nomeando para a pasta da Cidadania o deputado João Roma, indicado do Republicanos. Até aqui, o presidente sempre dizia que não negociaria ministérios com os partidos. Essa negociação é hoje a maior arma de Bolsonaro no Parlamento.

… o cartucho de Bolsonaro está cheio

Tem muita gente no DEM com a crença de que a revolta de ACM Neto com a nomeação de João Roma para ministro da Cidadania não passou de encenação. O partido ferve e a ala independente teme que Bolsonaro, num dos seus inúmeros rompantes, diga que Neto sabia da nomeação de João Roma e não lhe disse que não o fizesse. Foi mais ou menos o que o presidente fez com Sérgio Moro, ao dizer que havia prometido ao então ministro da Justiça uma vaga no Supremo Tribunal Federal.

Agora, lascou

A retirada dos militares da fiscalização da Amazônia deixa os embaixadores brasileiros com muita dificuldade de fazer com que autoridades e instituições ambientais estrangeiras acreditem que a região está protegida e vai se desenvolver de forma sustentável. O chanceler Ernesto Araújo e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, são vistos como aqueles que apenas repetem o discurso ideológico do chefe.

Moro na foto/ Em conversas com aliados, o senador Álvaro Dias (Podemos-PR) tem dito que, se Sérgio Moro não for candidato a presidente da República, será pule de dez para o Senado. Estaria eleito sem sair de casa.

Por falar em Moro…/ A pressão sobre os procuradores da Lava Jato é vista com desconfiança por quem não se enroscou nas falcatruas relevadas pelo Petrolão. Daqui a pouco, vão dizer que o desvio de recursos e as delações premiadas não passavam de ficção.

… ele tem narrativa/ Moro ensaia o discurso de que interessa ao PT e ao presidente Jair Bolsonaro desmoralizá-lo e a Lava Jato. Se o discurso pegar, o ex-juiz se manterá como um player e a ser considerado. Porém, tanto os bolsonaristas quanto os petistas estão convictos de que a polarização de 2018 se repetirá em 2022, com Bolsonaro versus Fernando Haddad num segundo turno.

Calma, pessoal!/ A porta de um apartamento num condomínio de classe média alta em Brasília amanheceu, dia desses, pichada com uma cruz. Tudo porque um cachorrinho novo chora e um vizinho não gostou do barulho. Ora, quem não tem tolerância para conviver com essas situações ou não sabe conversar para resolver diferenças, deveria optar por morar num descampado.

Bolsonaro ocupa espaços de adversários no campo da direita

Publicado em coluna Brasília-DF

A nomeação do deputado João Roma (Republicanos-BA) como ministro da Cidadania foi lida por alguns ases da política como uma forma de o presidente Jair Bolsonaro matar dois coelhos numa só cajadada. Primeiro, galvaniza a relação do Republicanos, partido de Flávio e Carlos Bolsonaro, com o governo. Em segundo, o governo acredita que a nomeação de Roma tira fôlego do presidente do DEM, ACM Neto, para a busca de caminhos alternativos rumo a 2022. Luciano Huck, por exemplo, conversa com outras agremiações e o PSDB, dividido, não tem hoje meios de formar uma parceria com o democratas ou outra legenda. Aos poucos, Bolsonaro vai tirando terreno dos adversários do seu campo político.

Entre os fiéis escudeiros do presidente, há, inclusive, quem defenda a vaga de vice para um nome do DEM. Sabe como é: com expectativa de poder, a galera sempre pensa duas vezes antes de se movimentar.

À la Flávio

Da mesma forma que Flávio Bolsonaro saiu do negócio de venda de chocolates para ficar longe de ter que responder sobre as contas da loja, o governo pretende fazer o mesmo na saúde. Há quem diga que, se substituir o ministro Eduardo Pazuello, o Poder Executivo sempre poderá dizer que o problema foi na “administração anterior”.

Tempo & razão
Os governistas consideram que outro ministro renovaria as esperanças de dias melhores em relação à pandemia. Para completar, acredita-se no Planalto, que a população nem vai se lembrar do tal “um manda e o outro obedece”, que o ministro mencionou no passado, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro.

Preocupante
Desde a instalação desta legislatura, foram 27 servidores diagnosticados com covid-19 na Câmara e oito, no Senado. Sinal de que ainda não dá para relaxar em relação à pandemia. Não por acaso, o presidente Arthur Lira (PP-AL) passou a cobrar que todos os parlamentares usem máscara no plenário.

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#ficaadica/ O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), telefonou para alguns senadores amigos com sugestão de perguntas ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Foi algo como apagar incêndio com querosene.

Por falar em Saúde…/ O deputado tem dito que não quer ser ministro, que já foi e coisa e tal, mas ninguém no Congresso acredita.

Sem festa, mas com irreverência I/ O carnaval virtual não perdeu o bom humor, nem a criatividade. Nas redes e em páginas oficiais de partidos de oposição, como o PCdoB, ganha o mundo a marchinha de Edu Krieger com imagens de Maria Bopp, que começa assim: “Aê Unidos da Cloroquina! Aglomera!”

Sem festa mas com irreverência II/ O refrão já está na boca dos bem-humorados da política, para inveja ao Pacotão, que este ano não sai: “Pega a grana do auxílio/ põe no meio do Centrão/ Deus proteja o filho zero um do capitão/ Se o calor está rachar, o que é que há/ Uma rachadinha não faz mal”.

“A missão deste Ministério é não deixar nenhum brasileiro para trás”
Do novo ministro da Cidadania, deputado João Roma (Republicanos-BA), considerado um dos talentos desta Legislatura, que assume com a responsabilidade de reestruturar o Bolsa Família e o novo auxílio emergencial

 

João Roma, do Republicanos, na Cidadania, para atrair o DEM

Publicado em Governo Bolsonaro

O novo ministro da Cidadania, João Roma, chega ao cargo como resultante de uma estratégia desenhada no Palácio do Planalto, de reforçar o Republicanos e a ala governista dentro do DEM, uma vez que Roma é ligado ao presidente do partido, ACM Neto, e já foi presidente da juventude do DEM. Na última semana, ACM Neto ponderou ao deputado que não aceitasse o cargo. Porém, o republicanos bate o pé e Bolsonaro disse que sua escolha estava feita. Era João Roma e não se falava mais nisso. Se o Republicanos não quisesse, ele buscaria um nome de outro partido. Nesse sentido, não houve jeito.

Por mais que ACM Neto tenha dito que não indicou ninguém para o governo, entre os políticos prevalece a desconfiança de que ele não disse não e que o fato de o DEM não ter fechado o apoio a Baleia Rossi na disputa pela Presidência da Câmara foi crucial para a nomeação de João Roma. Mal ou bem, é mais um nome da confiança da cúpula do DEM que vai para o governo.

Risco de CPI da Covid-19 é alto

Publicado em coluna Brasília-DF

Depois das duras cobranças dos senadores ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ficou difícil o governo escapar da CPI da Covid-19. Os líderes do governo dizem que o ministro se saiu bem e a oposição avalia que somente uma comissão de inquérito permitirá que se apure as responsabilidades por problemas no atendimento à população. No meio desse caminho, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), tentará ganhar mais uns dias, porém não tem como negar se todos os requisitos regimentais estiverem cumpridos.

Pacheco teve votos do governo e da oposição, e prometeu adotar uma postura de independência em relação ao Planalto. Diferentemente de Arthur Lira (PP-AL), Pacheco não deve a eleição ao presidente Jair Bolsonaro, e, sim, ao consenso que conseguiu criar na Casa, em parceria com o ex-presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP). E não deseja quebrar a confiança de seus pares atropelando o regimento, se as premissas para a CPI estiverem preenchidas.

É pegar ou largar

No ano passado, Jair Bolsonaro propôs um auxílio de R$ 200, o Congresso subiu para R$ 500 e o presidente elevou para R$ 600. Agora, com as contas mais apertadas, essa manobra para ficar bem junto à população não vai funcionar. A base do governo terá que se contentar com o valor que for proposto pelo Executivo e ponto.

Lupa nos gastos
A oposição, porém, começou a vasculhar todos os gastos do governo para confrontar o Planalto com discursos do tipo “não tem dinheiro para o auxílio, mas tem para outras despesas não tão urgentes”. E, dessa vez, não terá a controvérsia do leite condensado.

MDB vai dar trabalho
Pelo simples fato de o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga, ser do Amazonas, onde a situação da pandemia da covid-19 é dramática, o governo já esperava que ele fizesse muitas cobranças ao ministro da Saúde. Mas o que não se esperava era que outros senadores do partido, considerados aliados do governo, seguissem pelo mesmo caminho.

Projeto Dória em xeque
Com a inclusão do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, no leque de opções tucanas para 2022, está claro que o governador João Dória, de São Paulo, pelo menos até aqui, não conseguiu unir o partido. E reza a lenda que quem não consegue unir a própria turma, tem dificuldades de convencer os outros.

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Base, o retorno/ Aos poucos, Bolsonaro vai se reaproximando daqueles aliados dos quais tirou cargos no governo, por causa da eleição para Presidência da Câmara. O deputado Hildo Rocha (MDB-MA), por exemplo, um dos coordenadores da campanha de Baleia Rossi (MDB-SP), fez parte da comitiva à Base de Alcântara.

Começaram as entregas/ A viagem ao Maranhão foi justamente na semana em que o Diário Oficial da União trouxe a exoneração de um aliado de Hildo Rocha no governo para dar lugar a um apadrinhado do deputado Aluísio Mendes (PSC-MA), eleitor de Arthur Lira (PP-AL).

Vem mais/ Aliás, a turma do Congresso não tira os olhos do DOU e das nomeações da Câmara. Depois que Lira exonerou os ocupantes de cargos em comissão, estão todos interessados em saber quem será agraciado com a ocupação dessas vagas.

Quem já foi rei…/ A briga interna do PSDB ressuscitou alguns personagens. Além de Aécio Neves (MG), que estava mergulhado, o grupo de WhatsApp da bancada trouxe comentários do tipo “saudades de Geraldo Alckmin”.

Contenção de danos políticos na saúde é prioridade

Publicado em coluna Brasília-DF

Os estrategistas do governo no Congresso querem jogar mais luz sobre a CPI da Saúde, criada no Amazonas, no ano passado, para usar como justificativa a fim de evitar a CPI da Covid no Senado. Essa será uma das missões de Eduardo Pazuello, hoje (11/2), na exposição que fará ao Senado, reforçando que, se não fosse a atuação do governo federal, a situação estaria muito pior. Se o ministro da Saúde não for convincente, não evitará a comissão de inquérito.

O receio do Planalto é que os senadores ampliem a apuração para vários estados, deixando o governo novamente na defensiva nesse tema, justamente no momento em que o presidente Jair Bolsonaro tenta reformular o próprio discurso em relação às vacinas. Na visão do governo, daqui até 2022, não dá para deixar nenhuma aresta solta rumo à reeleição. E este é um tema que ainda deixa a desejar.

A missão de hoje I

A viagem do presidente, hoje, à Base de Alcântara, foi fechada depois que ONGs e professores universitários no Brasil e nos Estados Unidos firmaram um documento que defende a suspensão do acordo do Centro de Lançamento de Alcântara enquanto durar a gestão Jair Bolsonaro.

A missão de hoje II
O documento, de 31 páginas, está com o governo de Joe Biden. Agora, Bolsonaro quer dar visibilidade ao acordo firmado na gestão Trump e mostrar que o Brasil está fazendo sua parte.

Ganhar tempo…
O governo espera ter um tempo até a aprovação do Orçamento de 2020 para que o Congresso vote o auxílio emergencial. A avaliação interna é a de que, enquanto o Orçamento não estiver aprovado, o benefício não pode sair. Ou seja, nada será pago antes de março.

…e mudar o nome
No Planalto, também se cogita mudar o nome do auxílio para Renda Brasil ou algo do gênero. Ainda não está totalmente fechado, mas a ideia é evitar que se tenha um discurso de redução do valor pago no ano passado. A ordem é montar o discurso de “novo benefício”, diferente daquele de 2020, e dentro da responsabilidade fiscal que o momento exige.

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Nem vem/ A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, já fez chegar às autoridades que não cumprirá a decisão do Conanda de permitir relações sexuais de jovens do mesmo sexo que cumprem pena em instituições socio-educativas ou mesmo visitas íntimas. “Motel com dinheiro público não dá. Enquanto eu for ministra, é livro, bola, arroz e feijão”, disse a ministra em entrevista ao programa Frente-a-Frente, da Rede Vida.

Veja bem/ Damares cita, por exemplo, que não pode permitir colocar dois adolescentes do mesmo sexo que se dizem apaixonados na mesma cela, porque pode, inclusive, tratar-se de caso de abuso sexual, em que um dos dois tem medo de denunciar. Portanto, essa recomendação não será cumprida.

Chegou para dialogar/ Ao reunir sua equipe e a da Comissão de Orçamento para uma primeira rodada de trabalho, o ministro da Economia, Paulo Guedes, elogiou bastante a escolha da deputada Flávia Arruda (PL-DF) para presidir o colegiado, dizendo que ela tem tudo para fazer a união entre a responsabilidade social e fiscal. Flávia, por sua vez, prometeu ajudar: “A situação é muito grave, sem entendimento, as coisas só vão se agravar”.

Dupla jornada/ Primeira deputada a comandar a CMO, ela começou o dia cuidando das duas filhas, Maria Luísa e Maria Clara. Fez questão de levá-las à escola antes de ir para o Congresso. E já avisou aos colegas de parlamento: “Eu não abro mão de cuidar das minhas meninas”.

Bolsonaro divide PSDB, DEM e busca o MDB

Publicado em coluna Brasília-DF

Na esteira da eleição de Arthur Lira (PP-AL) para presidente da Câmara, Jair Bolsonaro conseguiu dividir o DEM e o PSDB, enfraquecendo os partidos que, até aqui, são vistos como promessas para a construção de um adversário forte no campo eleitoral no qual o presidente nadou de braçada na eleição de 2018. No DEM, a briga continuará, pelo menos até o final deste ano, quando a ala ligada a Bolsonaro não descarta até mesmo tirar ACM Neto do comando da legenda. No PSDB, a briga entre o governador de São Paulo, João Doria, oposição a Bolsonaro, e o deputado Aécio Neves (MG), é outro fator que beneficia o presidente. O MDB, que tem dois líderes do governo, é o próximo alvo de Bolsonaro.

Doria, que de bobo não tem nada, chamou ACM Neto para conversar. Afinal, se a ala governista for majoritária no DEM e levar um pedaço do PSDB, a construção de uma candidatura contra Bolsonaro no campo do centro, em 2022, estará seriamente prejudicada. É lá que o presidente joga e jogará daqui para frente.

Maia leva algumas joias da coroa

O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, seguirão com o deputado Rodrigo Maia (RJ) para fora do DEM. E o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta também não ficará.

Recuo tático
O MDB, que tem no comando os maiores profissionais da política, se recolheu depois da disputa pela Presidência da Câmara. A ordem é ficar quieto para ver como os partidos vão se acomodar até meados deste ano e, aí, começar a pedir cartas. O partido é congressual e assim permanecerá.

Por falar em cartas…
Numa eleição em que não haverá coligação para as eleições proporcionais, o MDB acredita que sua maior cartada será a estrutura por todo o país. É assim que o partido pretende atrair deputados de outras legendas para 2022.

O capricho de Arthur Lira
A decisão do presidente da Câmara de tirar o comitê de imprensa do lugar requer uma ampla reforma no local, num momento em que o país passa por uma escassez de recursos. Não há dinheiro para pagar o auxílio emergencial, equipar hospitais, mas haverá para mudar a sala da Presidência da Casa. Será a primeira reforma de Arthur Lira no comando. Cada um com a sua prioridade.

Renan, o líder/ Por integrar o maior partido do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), virou líder da maioria. Só tem um probleminha: não é governo. Logo, prevalecerá ali a figura de um líder experiente e independente. Que não jogará ao sabor do governo.

Tumulto geral I/ A fila para acesso dos elevadores do Anexo IV da Câmara, esta semana, está tão grande, que chegou a ser confundida com candidatos a uma vaga de emprego. A fila terminava na calçada, do lado de fora do prédio.

Tumulto geral II/ A maioria era de prefeitos, vereadores e até lobistas de alguns setores, interessados nas emendas do Orçamento deste ano. Chegou a dar briga, porque a medida de segurança sanitária proíbe mais de quatro pessoas em cada elevador que, no período pré-pandemia, subiam lotados.

E o Mourão, hein?/ Jair Bolsonaro quer deixar o vice-presidente Hamilton Mourão cada vez mais decorativo. Dilma Rousseff fez isso inicialmente com Michel Temer. Deu no que deu. A diferença era que Dilma não tinha a Presidência da Câmara, comandada por Eduardo Cunha. O presidente acredita que tem, porque ajudou a eleger Arthur Lira –– que tem fama de cumprir os acordos que fecha.