Pesquisa comprova que mulheres têm menos orgasmos

Publicado em Educação Sexual, Pesquisas, Sexo e saúde

 

Uma pesquisa mostrou que as mulheres chegam ao orgasmo em muito menos quantidade que os homens. Isso é chamado de lacuna de orgasmo e vários outros estudos mostram que ela é bem real 

Um estudo deste ano da Universidade de Chapman, em Orange, Califórnia (EUA), com mais de 50 mil pessoas, mostra que  95% dos homens heterossexuais disseram que, geralmente ou sempre, têm orgasmo em relações sexuais, enquanto apenas 65% das mulheres heterossexuais disseram o mesmo.

O resultado é semelhante em várias outras pesquisas. Como a divulgada pela Sage Journals, uma editora acadêmica americana independente, que publicou uma pesquisa em 2018 mostrando que algumas pessoas acreditam que essa diferença se deve ao fato de os orgasmos femininos serem biologicamente evasivos e que mulheres têm mais orgasmos quando estão sozinhas ou com parceiras. Pelo menos 92% das mulheres têm orgasmo quando dão prazer a si mesmas. 

As mulheres também têm mais orgasmos quando fazem sexo em relacionamentos em comparação com o sexo casual. Esse foi o resultado obtido por outro estudo, desta vez da Universidade de Nova York, com mais de 12 mil estudantes universitários. Nele, apenas 10% das mulheres afirmaram ter orgasmo durante os primeiros encontros, enquanto 68% afirmaram ter orgasmo durante o sexo que ocorre em um relacionamento comprometido. Além disso, 64% das mulheres bissexuais disseram que geralmente ou sempre têm orgasmo quando têm intimidade sexual com outras mulheres.

Outros dados pertinentes foram publicados no livro “Qual é o seu caminho mais confiável para o orgasmo?”, publicado em 2021, em que apenas 4% dizem penetração, outras 96% dizem que a estimulação do clitóris, sozinha ou combinada com a penetração.

A pesquisa também notou que em todos esses cenários, em que as mulheres estão chegando mais ao clímax, há um foco maior na estimulação do clitóris. A principal razão para a lacuna no orgasmo seria que elas não estão recebendo a estimulação clitoriana necessária. 

Segundo os autores, muito disso vem de conceitos sociais errôneos. Como as mensagens culturais da maioria dos filmes, séries e dos pornôs em que a mulher chega ao ápice só com a penetração. 

Outra ideia improcedente apontada é de que “sexo” e “relação sexual” são a mesma coisa. Os entrevistados classificaram como sexo “padrão” o que incluiu preliminares (apenas para preparar a mulher para a relação sexual), relação sexual, orgasmo masculino e fim do sexo. A partir daí, os pesquisadores notaram que os homens consideram como seu trabalho “dar” orgasmo à mulher e, por conseguinte, que eles se sentem mais másculos quando a parceira chega ao orgasmo durante sexo com eles. 

Outro dado que corrobora com a conclusão é que as mulheres fingem orgasmos principalmente durante a relação sexual, pois 53% a 85% delas admitiram fingir orgasmo e que já fingiu, pelo menos, uma vez na vida.