A menos de um mês de completar 68 anos (21 de novembro), faleceu hoje (28/10) o perito criminal Celso Nenevê, ex-diretor do Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e ex-presidente da Associação Brasiliense de Peritos em Criminalística (ABPC).
Nenevê sofreu um AVC há alguns meses e estava com problemas cardíacos. Agora, ele teve um novo Acidente Vascular Cerebral, o que o levou à morte.
Em 2020, os peritos Celso Nenevê e Mauro Yared apresentaram a série Investigadores da História, do canal fechado History Channel, sobre os mortos e desaparecidos durante o regime militar brasileiro, de 1964 a 1985.
Nos programas, eles investigaram a fundo as mortes de Vladimir Herzog, Carlos Marighella, Carlos Lamarca, Stuart Angel e Juscelino Kubitschek.
Os peritos integraram o núcleo pericial da Comissão Nacional da Verdade, criada para apurar os crimes praticados pelo Estado brasileiro durante o regime militar.
Nenevê era muito admirado e respeitado pelos colegas. “Celso Nenevê era um perito de excelência e, ao mesmo tempo, uma pessoa humilde que sabia ouvir e aconselhar os mais novos. Sempre estava pronto para colaborar com os demais investigadores na elucidação dos crimes”, afirma o delegado aposentado Miguel Lucena.
Para o delegado Fernando Cesar Costa, foi uma perda para o país. “Nenevê ajudou a Polícia Civil do DF a atingir os seus notáveis resultados de combate à criminalidade, que sempre foram uma marca da instituição”, sustenta Fernando Cesar. “Onde ele colocava a mão saía a perfeição do trabalho de produção de provas criminais e um ensinamento aos colegas”, acrescenta.
A Associação Brasiliense de Peritos em Criminalística (ABPC) divulgou nota de pesar. “Lamentamos a perda dessa referência na perícia brasileira e na balística forense, e nos solidarizamos pela família e amigos neste momento”, afirma a entidade.
A Polícia Civil do DF também lamentou a perda. “Sua dedicação incansável à investigação e à justiça deixou legado inestimável na área forense. Que sua contribuição valiosa para a sociedade seja honrada e que seu trabalho continue a inspirar gerações futuras”, diz a instituição.