Delegado que comanda presídio ataca a própria corporação: “não teve um policial civil nos ajudando”

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ISA STACCIARINI

Além de acusar a Polícia Militar de não manter homens nas guaritas externas do Complexo Penitenciário da Papuda (leia mais na reportagem), o diretor da Penitenciária I do Distrito Federal (PDF I), delegado Mauro Cézar Lima, atacou até a corporação a qual faz parte. Em um áudio de desabafo, ele reclamou que não recebeu apoio da Polícia Civil para o resgate dos fugitivos. No entanto, o subsecretário do Sistema Penitenciário do DF (Sesipe) e também delegado, João Carlos Lóssio, garantiu que no domingo (21/2) helicópteros do Departamento de Operações Especiais (DOE) e da Divisão de Operações Aéreas (DOA) auxiliaram nas buscas. Lóssio reforçou, ainda, que chegou a conversar com o delegado do Departamento de Atividades Especiais (Depate).

 

Na gravação que circulou pelas redes sociais, Lima disse que “não teve um policial civil nos ajudando”. Ele ainda declarou que “tentou falar com o corregedor e com o diretor geral da polícia, dr. Eric Seba, para deslocar helicóptero na intenção de ajudar e nenhum colega apoiou”. E concluiu: “para vocês verem a que ponto a Polícia Civil está chegando. A gente quer ser respeitado, quer benefício, mas infelizmente no momento em que nós mais precisamos da polícia unida ajudando o sistema penitenciário não conseguimos acessar os colegas. Deixo registrada a minha indignação com essa instituição que precisa repensar suas atitudes e seu profissionalismo. Fico muito triste, indignado e respondo por todos e quaisquer atos que venha falar ou proferir.”

 

Informações de bastidores revelam que o objetivo do diretor da PDF I seria atingir o diretor-geral da corporação, Eric Seba. Em entrevista ao Correio, Lima informou que não vai polemizar o assunto. “A minha preocupação agora é recuperar os quatro presos que ainda não foram localizados. Queria o helicóptero da Polícia Civil no Lago Sul e mais agentes para recapturar os foragidos. Não vou polemizar o assunto porque sou profissional e o meu dever, agora, é recapturar os demais”, alegou.

A Divisão de Comunicação da Polícia Civil (Divicom) informou que a aeronave da DOA sobrevoou para dar apoio à captura dos presos, inclusive com um agente penitenciário a bordo, e prestou assistência até as 00h30 desta segunda-feira (22/2). Quatro equipes da DOE também apoiaram as diligências. Ainda segundo a corporação, a 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião) solicitou perícia com prioridade.  Além disso, a Divicom confirmou que a Divisão de Inteligência Policial (Dipo) “adotou todas as medidas para subsidiar as ações operacionais”.