Cristiano Araújo: “Estamos procurando virar a chave do 8 de janeiro”

Publicado em Eixo Capital

Entrevista com o secretário de Turismo do DF, Cristiano Araújo

“Vejo o dia 8 de janeiro como um momento trágico para a história, não apenas de Brasília, mas de todo o país. Estamos procurando virar a chave deste dia, aproveitando a oportunidade de gerar a curiosidade para as pessoas conhecerem de perto Brasília”

Cristiano Araújo, secretário de Turismo do DF — Ed Alves/CB/D.A.Press

Como secretário de Turismo, você tem uma missão importante: incentivar o turismo cívico que ficou abalado no 8 de janeiro. Como você tem trabalhado essa questão?

Temos um acordo de cooperação técnica com a Secretaria de Educação que trabalha o turismo cívico nas escolas públicas, proporcionando aos alunos um tour pelos principais pontos turísticos da cidade. Estamos em tratativas com o Ministério da Educação para tornar esse dia de passeio uma atividade extracurricular, pois entendemos que essa é uma oportunidade de ampliar o conhecimento, a educação e a cultura dos alunos. O 7 de Setembro é um dia importante para o turismo cívico. O tradicional desfile, que acontece na Esplanada dos Ministérios, reúne pessoas de todos os cantos do país e conta com a apresentação das Forças Armadas, com momentos já consagrados como a apresentação da Esquadrilha da Fumaça, atraindo turistas e aquecendo todos os setores do turismo.

Temos uma cidade com tantos aspectos a oferecer para atrair turistas: de natureza, com um por do sol maravilhoso, bons restaurantes, comércio, rede de hotéis. Vamos conseguir deslanchar no turismo?

O turismo está a todo vapor. Estamos aumentando, cada vez mais, o fluxo de visitantes. A rede hoteleira, por exemplo, tem se mostrado bastante satisfeita com a ocupação dos hotéis. Eu vejo o turismo como um forte instrumento para o desenvolvimento econômico e estamos em parceria com todo o segmento para que Brasília cresça cada vez mais por meio do turismo, com destaque para a realização dos grandes festivais que já fazem parte do calendário anual da cidade, as atrações no esporte, das grandes feiras. Tudo isso tem colaborado para o crescimento e desenvolvimento da nossa cidade.

Quais têm sido suas principais ações? Seu foco?

Estamos trabalhando na promoção da cidade em parceria com todo o trade, atuando nas principais feiras e eventos voltados para o turismo, como a BTL – Bolsa de Turismo – Lisboa, a WTM Latin America – São Paulo, IMEX Frankfurt – Alemanha. Neste mês de setembro, estaremos participando da Feira da Associação Brasileira de Agências de Viagem (ABAV), no Rio de Janeiro, e Brasília está concorrendo para que, no ano de 2024, ela aconteça aqui. O objetivo de estarmos presentes nesses eventos é apresentar tudo o que Brasília tem a oferecer para o mundo. Estamos atuando também na elaboração da Lei de Incentivo ao Turismo.

Como é a programação para esse 7 de Setembro?

A Setur, em parceria com Associação Amigos do Futuro, e os representantes do segmento elaborou o evento “Brasília Monumental”, que será 100% coberto, contará com a participação de vários restaurantes, com pratos com valores acessíveis a partir de R$30, além de muito lazer e música para toda a família, começando às 11h até 19h30. Contará ainda com área gamer, mega parque de brinquedos infláveis, teatro infantil, shows musicais, apresentação da Orquestra Filarmônica de Brasília e queima de fogos. Será no espaço Eixo cultural Iberoamericano (ao lado da Torre de TV ), com entrada gratuita e livre para todos os públicos mediante retirada de ingresso no Sympla.

Você teme alguma violência depois do que ocorreu em 8 de janeiro?

O Governo do Distrito Federal tem tomado todas as providências para que ações violentas como essa não ocorram novamente. Vejo o dia 8 de janeiro como um momento trágico para a história, não apenas de Brasília, mas de todo o país. Estamos procurando virar a chave deste dia, aproveitando a oportunidade de gerar a curiosidade para as pessoas conhecerem de perto Brasília. Estive em reunião com Leandro Grass, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para juntos criarmos um memorial com todo o acervo com peças do que foi destruído. A intenção é criar oportunidades turísticas, como foi feito em Nova York, com o World Trade Center no 11 de setembro.

E a questão dos voos internacionais diretos para Brasília? Vocês têm trabalhado essa questão?

Nesta gestão, já conseguimos retomar os voos de Brasília para Lima, no Peru. Estive em reunião no escritório da companhia aérea Emirates, em São Paulo, juntamente com o secretário de Relações Internacionais, Paco Britto, e também estivemos com o CEO do Abra Group, Constantino Júnior, com o intuito de criarmos novas rotas. Estamos em tratativas, atentos a este assunto, mas sabemos que dependemos da demanda de turistas. Por isso, estamos atuando constantemente, trabalhando forte para a chegada de novos voos.