Berlinda dos responsáveis por atos terroristas gira como grande carrossel

Publicado em CB.Poder, Eixo Capital

Por Samanta Sallum –  Os primeiros dedos foram apontados para as autoridades responsáveis pelo governo do Distrito Federal: governador afastado Ibaneis Rocha, comando da PM e, claro, Anderson Torres. Mas a cada dia aparecem indícios de negligência de outras esferas, como de alguns integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), do Exército, da Polícia Legislativa…. Até os ministros de Lula, Flávio Dino, da Justiça, e José Múcio, da Defesa, entraram na berlinda, criticados por petistas por não terem, durante o governo de transição, debelado a conspiração de golpe.

Guerra de narrativas

Ibaneis se antecipou e foi espontaneamente prestar esclarecimentos à Polícia Federal (PF). Antes mesmo de intimação. E levou os mesmos documentos que já foram mencionados por Dino e pelo interventor Capelli. Mas a leitura dos advogados dele é bem diferente da apresentada pelo ministro da Justiça. Resta saber qual versão irá prevalecer.

Desilusão …

Múcio e Dino confiaram em Ibaneis Rocha,
que um dia confiou em Anderson Torres…

Defesa

Dino saiu em veemente defesa de Múcio e das Forças Armadas. Não aceitou que entrem na berlinda de forma generalizada.

Fim da intervenção pode ser antecipado

O ministro da Justiça, Flávio Dino, sinalizou que a intervenção federal na Segurança Pública do DF pode terminar antes de 31 de janeiro. Ele declarou que espera que seja possível o mais breve o retorno do comando da área ao GDF. No caso, agora, à governadora em exercício, Celina Leão.

Conversando

“Estamos conversando com a Celina no sentido de negociar para que o DF assuma suas atribuições o quanto antes. Como diz a Constituição, a intervenção é para restabelecer a ordem pública. Quando isso ocorrer, não tem por que manter”, destacou Dino.

Proteção à autonomia política

O deputado distrital Fábio Felix (Psol), campeão de votos no DF para o Legislativo local, saiu em defesa da autonomia política de Brasília. “Compreendemos como necessária a intervenção na Segurança pelo descaso e gravidade do que houve. Mas como algo pontual. Não aceitamos ataques à autonomia política do DF. Os responsáveis pelos atos golpistas devem ser punidos, mas não a cidade”, disparou.

Casuísmo

Até advogados de lado divergente de Ibaneis Rocha na OAB/DF criticam a medida do ministro do STF Alexandre de Moraes. “O afastamento sumário do governador, sob a mera presunção segundo a qual concorreu para barbárie que atassalhou a civilidade, consiste em decisão arbitrária, fruto de casuísmo, principalmente porque não lhe fora assegurado o exercício do direito de defesa”, avalia o advogado Luis Carlos Alcoforado.