Por Samanta Sallum
As entidades que representam o comércio e a indústria no país acompanharam ontem, em peso, no Senado, a aprovação da alíquota de 20% de imposto de importação para produtos de até 50 dólares comprados em plataformas internacionais. A isenção a esses itens tinha sido concedida em agosto do ano passado pelo Ministério da Fazenda. A iniciativa de cobrar tributo sobre essa importação ficou conhecida como “taxação das blusinhas”, tendo em vista que as compras mais afetadas seriam as feitas na Shopee, AliExpress e Shein.
Por serem grandes marketplaces, muitas pessoas acabam buscando essas opções para comprar roupas, – ou ‘blusinhas’ – pagando um preço mais barato. Por isso, o segmento da indústria têxtil brasileira foi um dos que mais esbravejou contra a isenção.
“Manter isso seria uma grave ameaça à economia brasileira. Causaria danos pela concorrência desleal provocada pela desigualdade tributária, que já eliminou dezenas de milhares de empregos apenas na indústria e no varejo têxteis e de confecção, a imensa maioria em micro, pequenas e médias empresas”, argumentaram os sindicatos da indústria do vestuário do país e a associação brasileira do varejo têxtil.
CNC defende produção brasileira
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em nome do varejo nacional, apoiou a manutenção do texto que tratou do fim da isenção do imposto de importação para produtos de até US$ 50. Estudos da Confederação indicam que a não taxação ocasionava uma queda de até 57% no volume de vendas do varejo, considerando efeitos diretos, indiretos e induzidos.
“A CNC reitera a importância da aplicação da alíquota de 20% como forma de minimizar os danos à economia brasileira e proteger os empregos e a renda gerada pelo setor de comércio. A medida garante a justa competitividade entre produtos nacionais e importados, promovendo um ambiente mais equilibrado para o desenvolvimento do varejo brasileiro.”