Por Jéssica Eufrásio (interina)
Uma aposta estratégica no mercado de cogumelos
A insatisfação com o mundo corporativo somada a conhecimentos nas áreas de programação, economia e produção rural sustentável levaram a uma virada na vida de Adriel Oliveira. Aos 32 anos, ele é responsável por um negócio inovador que nasceu em Brasília e, agora, se mantém em Portugal, com ponte para diversos países. A Shimejito, empresa de tecnologia para agricultura, nasceu com o propósito de permitir a qualquer um iniciar a própria produção de cogumelos, com gestão remota, em pequenos espaços e garantia de distribuição.
Adriel é de Brasilinha (GO), mas morou em Brasília por quase toda a vida. Em 2018, quando a Shimejito tinha seis meses e rodava o país, o empresário inscreveu o projeto na maior feira de tecnologia da Europa, a Web Summit. Preocupado com os rumos da sustentabilidade no Brasil a partir daquele ano, fez um teste de mercado e levou o negócio para Portugal, onde conseguiu apoio do governo lusitano por meio do programa StartUP Visa. Os resultados vieram por meio de prêmios, parceria de colaboração na Espanha, chamado para incubação na França e faturamento de 200 mil euros em 2020. A criação do plano de negócios da empresa contou com apoio do Sebrae e, atualmente, a iniciativa promove trocas contínuas com a Embrapa e o Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (UnB).
“Desenhei a Shimejito para qualquer pessoa que quisesse largar esse sistema de bilionários que fazem pandemias acontecerem e acompanhar o que o mundo tem feito. A empresa foi uma forma de conseguir algo economicamente sustentável, que desse retorno e, também, estimulasse produtores rurais de outros itens”, afirma Adriel, que destaca o crescimento da demanda por cogumelos em todo o mundo. “Operamos como dinamizador para lugares que não têm autossuficiência. Temos capilaridade para apoiar pessoas no universo da agricultura 4.0 e somos uma empresa lúcida, prestando atenção em todos os movimentos acontecendo economicamente no mundo, não ensimesmada em nosso local de atuação.”
Com a explosão de casos da covid-19 neste mês, o Grupo Sabin reforçou o atendimento na capital federal, com mais colaboradores, equipamentos e três novas unidades de atendimento exclusivas para detecção do Sars-CoV-2: no Mané Garrincha (drive-thru), no Trecho 3 do SIA e na 710/711 Norte. Ao todo, o DF conta com 14 postos da empresa especializados nessa testagem. As ações de restabelecimento da capacidade produtiva decorreram do aumento da procura por exames nos últimos 45 dias. A média semanal de resultados positivos subiu de 2,24%, no início de dezembro, para 39,2%, de 1º a 16 de janeiro.
Na terça-feira, o Distrito Federal atingiu o maior número de registros diários de covid-19 (10.697) desde o início da pandemia, segundo a Companhia de Planejamento do DF. Ontem, outro recorde: 42 mil casos ativos da doença. E, neste mês, o DF repetiu o resultado mais alto da taxa de transmissão desde o começo da crise sanitária (2,61). Entre 3 e 25 de janeiro, a quantidade de resultados positivos confirmados em 24 horas subiu 1.371%, de acordo com a Codeplan. As perspectivas indicam piora nas próximas semanas. Felizmente, a quantidade de mortes não acompanha o ritmo ascendente.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou, ontem, a prévia da inflação de janeiro para Brasília. A estimativa ficou em 0,19% — ante 0,33% em janeiro de 2021 e 0,78% em dezembro último —, sendo a menor das 11 regiões metropolitanas consideradas. O grupo com maior alta foi o de alimentação e bebidas. Já o de transportes teve variação negativa, com previsão de queda, principalmente, dos preços de passagens aéreas, gasolina e etanol.
Números do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), divulgado esta semana pela CNC, revelam que, na avaliação das atuais condições da economia brasileira, o clima é de pessimismo: a maioria dos donos de negócios (42,6%) considera que elas pioraram um pouco ou muito (26,8%). Na percepção sobre o segmento, porém, eles se dividem — 42,8% afirmaram que elas melhoraram um pouco; enquanto, para 42,6%, pioraram um pouco.
Apesar disso, o olhar sobre o futuro da economia brasileira é mais otimista. A maior parte dos entrevistados acredita que ela melhorará um pouco (63,5%) ou muito (23,3%). Sobre as expectativas para o comércio, os resultados são semelhantes: 94,7% esperam avanços, e 88,9% responderam que as contratações devem aumentar.