Vans piratas são preferidas aos transportes legais

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Foto: brasiliadefato.com

 

Pesquisa divulgada pelo Instituto Americano Expert Market em 2018 colocou o Distrito Federal como a capital com um dos piores transportes públicos de todo o planeta. As longas distancias entre a moradia e o local de trabalho para a maioria dos trabalhadores que dependem desse tipo de transporte, a situação precária de parte da frota, a falta de fiscalização efetiva pelos órgãos que deveriam cuidar da segurança dos usuários e da pontualidade dos ônibus, entre uma série de outros problemas ajudaram a colocar a mais moderna capital do País nessa posição, absolutamente, vexatória.

Durante as últimas décadas, o poderoso lobby dos proprietários dessas empresas de transporte junto aos políticos locais favoreceu a manutenção desse estado de coisas, como o afrouxamento na fiscalização apesar dos aumentos constantes nas tarifas praticadas. Campanhas eleitorais eram bancadas diretamente por esses empresários que, em troca, desfrutavam das benesses e da leniência do Estado. Com isso, foi sendo estruturado um verdadeiro cartel nos transportes que controlava as mais lucrativas rotas e itinerários.

Para a população dependente desse tipo de locomoção, restava pagar altos preços e se amontoar em ônibus inseguros, superlotados e sempre fora do horário. Foi justamente nessa brecha deixada pelo Estado na prestação de um serviço, essencial e de qualidade, que surgiram e se multiplicaram os serviços de vans, mais conhecidos como transportes piratas.

Dentro da lógica comum que diz que onde não há Estado, há o caos, os transportes de vans se espalharam rapidamente por todo o Distrito Federal, o que rendeu também, a essa modalidade clandestina de transporte, um status e um poder de lobby difícil de ser contrariado. Tanto é assim, que os sucessivos governos que ocuparam o Palácio do Buriti prometeram por ordem nesse setor, sem nunca ter alcançado sucesso digno de nota.

A tática desses empresários se resume em desaparecer quando o controle e a fiscalização arrocham, reaparecendo tão logo os fiscais somem de vista. É nesse vai e vem que as vans piratas continuam, ano após ano, atuando livremente em todo o DF. Lei sancionada há poucos dias pelo presidente Bolsonaro (Lei 13.855/19) promete pôr um ponto final nessa modalidade de transporte não apenas em Brasília, mas em todo o Brasil.

O endurecimento na punição para esse tipo de transporte, principalmente para as vans que fazem condução escolar, será bem mais rigorosa, inclusive com a apreensão do veículo e multas elevadas.

O curioso é que em enquete informal feita juntos aos milhares de usuários desse tipo de transporte mostrou que a maioria deles consideram que as vans são melhores que os ônibus tradicionais, pois chegam mais rápido, todos viajam sentados com mais conforto, apesar de a tarifa ser um pouco mais alta.

Diante de uma situação como essa, em que um sistema de transporte considerado um dos piores do mundo compete com os chamados piratas, não chega a ser surpresa que os usuários mostrem preferência pela “qualidade” do concorrente ilegal.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Acho que exagerei”

Sérgio Cabral Filho, ex-governador do Rio de Janeiro, a seus colegas de prisão em Bangu. Cabral tornou-se réu pela quarta vez — agora, acusado de 184 crimes de lavagem de dinheiro.

Foto: Vagner Rosário/VEJA.com

 

 

Grande evento

Arquitetos, Engenheiros e Designers, além de estudantes da área participarão do 9º Studio Arqflex que será no Museu Nacional nos dias 14 e 15 de setembro. O público também será bem-vindo e poderá fazer as inscrições para participar do evento. Vejam todos os detalhes no link 9º STUDIO ARQFLEX – ENCONTRO NACIONAL DE PROFISSIONAIS DE PROJETO.

 

 

Aos poucos

Administração Regional do Paranoá e DF Legal promovem uma iniciativa muito importante. A conscientização dos lojistas em relação à mobilidade dos consumidores. O hábito de estender as lojas até as calçadas prejudica os pedestres e não é permitido. Assim, o encontro da próxima segunda-feira será para a orientação. Depois, orientação e repressão e para quem não conseguiu assimilar, as mercadorias que ocuparem a área pública serão apreendidas.

 

 

Terceira fase

Nesse momento, enquanto você lê essa coluna, Davi Klein Levi e José David Salviano dos Santos Monte de Almeida estão se preparando para as provas que farão na Universidade de Brasília. Eles são alunos do colégio Marista e foram classificados na Olimpíada de Química do Distrito Federal (OQDF).

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Esta nota vem a propósito de um desastre verificado segunda-feira na estrada de Anápolis. O ônibus da Araguarina, de número 605, vinha atrás de uma lambreta, que transportava dois senhores. Um pneu estourou, e ambos se projetaram ao solo, ficando gravemente feridos. (Publicado em 29/11/1961)

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