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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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“A imprensa livre é o olhar onipotente do povo, a confiança personalizada do povo nele mesmo, o vínculo articulado que une o indivíduo ao Estado e ao mundo, a cultura incorporada que transforma lutas materiais em lutas intelectuais e idealiza suas formas brutas.”
Memória
Muito bem lembrada, por João Vicente Costa, a história de Brasília sobre o Sr. Jerônimo e D.ª Victória Abbadia Bezerra e Silva (viveu até os 102 anos), que vieram para Brasília em 1956 e ajudaram, com muito trabalho, a construir Brasília. Eram um dos primeiros moradores de onde seria a capital do país. Donos legítimos de muitos hectares. Que fique o registro desse casal que abraçou a nova capital com entusiasmo.
Bomba
Publicada no jornal da universidade de Berkeley, na California, entrevista com Joel Moskowitz, que é pesquisador da Escola de Saúde Pública e diretor do Centro de Saúde Familiar e Comunitária da UC Berkeley. O professor aponta os perigos da radiação dos aparelhos de celular e o efeito que o uso prolongado pode causar às células humanas. Veja o texto em português a seguir.
–> Moskowitz: A radiação do celular é prejudicial, mas poucos querem acreditar
Por Anne Brice , Berkeley News | 1 ° DE JULHO DE 2021
Por mais de uma década, Joel Moskowitz , pesquisador da Escola de Saúde Pública da UC Berkeley e diretor do Centro de Saúde Familiar e Comunitária de Berkeley, tem procurado provar que a radiação de telefones celulares não é segura. Mas, disse ele, a maioria das pessoas não quer ouvir.
“As pessoas são viciadas em smartphones”, disse Moskowitz. “Nós os usamos para tudo agora e, de muitas maneiras, precisamos que funcionem em nosso dia a dia. Acho que a ideia de que eles estão potencialmente prejudicando nossa saúde é demais para algumas pessoas. ”
Desde que os telefones celulares chegaram ao mercado em 1983, eles passaram de dispositivos desajeitados com má recepção para smartphones multifuncionais elegantes de hoje. E embora os telefones celulares sejam usados por quase todos os adultos americanos , pesquisas consideráveis sugerem que o uso a longo prazo apresenta riscos à saúde por causa da radiação que emitem, disse Moskowitz.
Desde então, ele disse, a pesquisa mostrou efeitos biológicos e de saúde adversos significativos – incluindo câncer no cérebro – associados ao uso de telefones celulares e outros dispositivos sem fio. E agora, disse ele, com a quinta geração da tecnologia celular, conhecida como 5G, há um motivo ainda maior para preocupação .
O Berkeley News conversou com Moskowitz sobre os riscos à saúde da radiação de celulares, por que o assunto é tão polêmico e o que podemos esperar com o lançamento do 5G.
Berkeley News: Acho que devemos abordar o quanto essa pesquisa é controversa. Alguns cientistas afirmam que essas descobertas são infundadas e que não há evidências suficientes de que a radiação do celular seja prejudicial à saúde. Como você responde a isso?
Joel Moskowitz: Bem, em primeiro lugar, poucos cientistas neste país podem falar com conhecimento de causa sobre os efeitos da tecnologia sem fio na saúde. Portanto, não estou surpreso que as pessoas sejam céticas, mas isso não significa que as descobertas não sejam válidas.
Um grande motivo pelo qual não há mais pesquisas sobre os riscos à saúde da exposição à radiação de radiofrequência é porque o governo dos EUA parou de financiar essa pesquisa na década de 1990, com exceção de um estudo de roedores de $ 30 milhões publicado em 2018 pelo National Institute of Environmental Health Sciences ‘Programa Nacional de Toxicologia, que encontrou “evidências claras” de carcinogenicidade da radiação do celular.
Em 1996, a Federal Communications Commission, ou FCC, adotou diretrizes de exposição que limitavam a intensidade da exposição à radiação de radiofrequência. Essas diretrizes foram elaboradas para evitar o aquecimento significativo do tecido devido à exposição de curto prazo à radiação de radiofrequência, não para nos proteger dos efeitos da exposição de longo prazo a baixos níveis de radiação de radiofrequência modulada ou pulsada, que é produzida por telefones celulares, sem fio telefones e outros dispositivos sem fio, incluindo Wi-Fi. No entanto, a preponderância de pesquisas publicadas desde 1990 encontra efeitos adversos biológicos e para a saúde da exposição de longo prazo à radiação de radiofrequência, incluindo danos ao DNA.
Mais de 250 cientistas, que publicaram mais de 2.000 artigos e cartas em periódicos profissionais sobre os efeitos biológicos e à saúde de campos eletromagnéticos não ionizantes produzidos por dispositivos sem fio, incluindo telefones celulares, assinaram o International EMF Scientist Appeal , que pede advertências e limites de exposição mais fortes. Portanto, há muitos cientistas que concordam que essa radiação é prejudicial à nossa saúde.
Ouvi você falar pela primeira vez sobre os riscos à saúde da radiação de telefones celulares em Berkeley em 2019, mas você tem feito essa pesquisa desde 2009. O que o levou a fazer essa pesquisa?
Eu entrei neste campo por acidente, na verdade. Durante os últimos 40 anos, a maior parte da minha pesquisa se concentrou na prevenção de doenças relacionadas ao tabaco. Eu comecei a me interessar pela radiação de telefones celulares em 2008, quando o Dr. Seung-Kwon Myung, um médico cientista do National Cancer Center da Coreia do Sul, veio passar um ano no Center for Family and Community Health. Ele estava envolvido em nossos projetos de cessação do tabagismo e trabalhamos com ele e seus colegas em duas revisões da literatura, uma das quais abordou o risco de tumor pelo uso de telefones celulares.
Naquela época, eu não acreditava que a radiação do celular pudesse ser prejudicial. Porém, por ter dúvidas de que a radiação do celular pudesse causar câncer, mergulhei na literatura a respeito dos efeitos biológicos da radiação de micro-ondas de baixa intensidade, emitida por celulares e outros dispositivos sem fio.
Depois de ler muitos estudos de toxicologia animal que descobriram que essa radiação poderia aumentar o estresse oxidativo – radicais livres, proteínas do estresse e danos ao DNA – fiquei cada vez mais convencido de que o que estávamos observando em nossa revisão de estudos em humanos era de fato um risco real.
Enquanto Myung e seus colegas estavam visitando o Center for Family and Community Health, você revisou estudos de caso-controle que examinaram a associação entre o uso de telefone celular e o risco de tumor. O que você achou?
Nossa revisão de 2009 , publicada no Journal of Clinical Oncology , descobriu que o uso pesado de telefones celulares estava associado ao aumento da incidência de câncer no cérebro, especialmente em estudos que usaram métodos de maior qualidade e estudos que não tiveram financiamento da indústria de telecomunicações.
No ano passado, atualizamos nossa revisão , publicada no Jornal Internacional de Pesquisa Ambiental e Saúde Pública , com base em uma meta-análise de 46 estudos de caso-controle – o dobro de estudos que usamos em nossa revisão de 2009 – e obtivemos resultados semelhantes. Nossa principal conclusão da revisão atual é que aproximadamente 1.000 horas de uso vitalício do celular, ou cerca de 17 minutos por dia em um período de 10 anos, está associado a um aumento estatisticamente significativo de 60% no câncer cerebral.
Por que o governo parou de financiar esse tipo de pesquisa?
O setor de telecomunicações tem o controle quase total da FCC, de acordo com a Captured Agency , uma monografia escrita pelo jornalista Norm Alster durante sua bolsa de 2014-15 no Centro de Ética da Universidade de Harvard. Há uma porta giratória entre a filiação à FCC e pessoas de alto nível na indústria de telecomunicações que já dura algumas décadas.
A indústria gasta cerca de US $ 100 milhões por ano fazendo lobby no Congresso. A CTIA , que é o maior grupo de lobby de telecomunicações, gasta US $ 12,5 milhões por ano com 70 lobistas. De acordo com um de seus porta-vozes, os lobistas se reúnem cerca de 500 vezes por ano com a FCC para fazer lobby em várias questões. A indústria como um todo gasta US $ 132 milhões por ano em lobby e fornece US $ 18 milhões em contribuições políticas para membros do Congresso e outros no nível federal.
A influência da indústria de telecomunicações sobre a FCC, como você descreve, me lembra da indústria do tabaco e do poder da publicidade que ela tinha ao minimizar os riscos de fumar.
Sim, existem fortes paralelos entre o que a indústria de telecomunicações fez e o que a indústria do tabaco fez, em termos de marketing e controle de mensagens para o público. Na década de 1940, as empresas de tabaco contrataram médicos e dentistas para endossar seus produtos a fim de reduzir as preocupações de saúde pública sobre os riscos do fumo. O CTIA atualmente usa um físico nuclear da academia para garantir aos formuladores de políticas que a radiação de microondas é segura. A indústria de telecomunicações não apenas usa o manual da indústria do tabaco, mas é mais econômica e politicamente poderosa do que as Big Tobacco jamais foram. Este ano, a indústria de telecomunicações gastará mais de US $ 18 bilhões em publicidade de tecnologia celular em todo o mundo.
Você mencionou que os telefones celulares e outros dispositivos sem fio usam radiação de radiofrequência modulada ou pulsada. Você pode explicar como os telefones celulares e outros dispositivos sem fio funcionam e como a radiação que eles emitem é diferente da radiação de outros eletrodomésticos, como um microondas?
Basicamente, quando você faz uma chamada, você tem um rádio e um transmissor. Ele transmite um sinal para a torre de celular mais próxima. Cada torre de celular possui uma célula geográfica, por assim dizer, na qual pode se comunicar com telefones celulares dentro daquela região geográfica ou celular.
Em seguida, essa torre de celular se comunica com uma estação de comutação, que então procura para quem você está tentando ligar e se conecta por meio de um cabo de cobre ou fibra óptica ou, em muitos casos, uma conexão sem fio por radiação de microondas com o ponto de acesso sem fio . Então, esse ponto de acesso se comunica diretamente por meio de fios de cobre por meio de um telefone fixo ou, se você estiver ligando para outro celular, enviará um sinal para uma torre de celular dentro da célula do receptor e assim por diante.
A diferença é o tipo de radiação de microondas que cada dispositivo emite. No que diz respeito aos telefones celulares e Wi-Fi e Bluetooth, existe um componente de coleta de informações. As ondas são moduladas e pulsadas de uma maneira muito diferente do seu forno de micro-ondas.
Quais são, especificamente, alguns dos efeitos à saúde associados à exposição de longo prazo à radiação de radiofrequência modulada de baixo nível emitida por dispositivos sem fio?
Muitos biólogos e cientistas do campo eletromagnético acreditam que a modulação de dispositivos sem fio torna a energia mais biologicamente ativa, o que interfere em nossos mecanismos celulares, abrindo canais de cálcio, por exemplo, e permitindo que o cálcio flua para a célula e para as mitocôndrias dentro da célula, interferindo em nossos processos celulares naturais e levando à criação de proteínas de estresse e radicais livres e, possivelmente, danos ao DNA. E, em outros casos, pode levar à morte celular.
Em 2001, com base na pesquisa epidemiológica biológica e humana, os campos de baixa frequência foram classificados como “possivelmente carcinogênicos” pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde. Em 2011, o IARC classificou a radiação de radiofrequência como “possivelmente carcinogênica para humanos”, com base em estudos de radiação de celular e risco de tumor cerebral em humanos. Atualmente, temos consideravelmente mais evidências que justificariam uma classificação mais forte.
Mais recentemente, em 1º de março de 2021, foi divulgado relatório do ex-diretor do Centro Nacional de Saúde Ambiental dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças , que concluiu que há uma “alta probabilidade” de que a radiação de radiofrequência emitida por celulares cause gliomas e neuromas acústicos, dois tipos de tumores cerebrais.
Vamos falar sobre a quinta geração da tecnologia de celular, conhecida como 5G, que já está disponível em áreas limitadas nos Estados Unidos. O que isso significa para os usuários de celular e que mudanças virão com isso?
Pela primeira vez, além do micro-ondas, essa tecnologia vai empregar ondas milimétricas, que têm frequência muito maior do que as micro-ondas usadas pelo 3G e 4G. As ondas milimétricas não podem viajar muito longe e são bloqueadas por neblina ou chuva, árvores e materiais de construção, então a indústria estima que precisará de 800.000 novos locais de antenas de celular.
Cada um desses sites pode ter antenas celulares de vários provedores de telefonia celular, e cada uma dessas antenas pode ter microarrays consistindo em dezenas ou mesmo centenas de pequenas antenas. Nos próximos anos, nos Estados Unidos, veremos a implantação de cerca de 2,5 vezes mais antenas do que o uso atual, a menos que os defensores da segurança sem fio e seus representantes no Congresso ou no sistema judiciário parem com isso.
Como as ondas milimétricas são diferentes das microondas, em termos de como elas afetam nossos corpos e o meio ambiente?
A radiação de ondas milimétricas é amplamente absorvida na pele, nas glândulas sudoríparas, nos nervos periféricos, nos olhos e nos testículos, com base no corpo de pesquisas que tem sido feito em ondas milimétricas . Além disso, essa radiação pode causar hipersensibilidade e alterações bioquímicas nos sistemas imunológico e circulatório – coração, fígado, rins e cérebro.
Ondas milimétricas também podem prejudicar insetos e promover o crescimento de patógenos resistentes a medicamentos, portanto, é provável que tenham alguns efeitos ambientais generalizados para os microambientes ao redor dessas antenas celulares.
Quais são algumas coisas simples que cada um de nós pode fazer para reduzir o risco de danos causados pela radiação de telefones celulares e outros dispositivos sem fio?
Primeiro, minimize o uso de telefones celulares ou sem fio – use um telefone fixo sempre que possível. Se você usa um telefone celular, desligue o Wi-Fi e o Bluetooth se não os estiver usando. No entanto, quando estiver perto de um roteador Wi-Fi, seria melhor usar seu celular no Wi-Fi e desligar o celular, porque isso provavelmente resultará em menos exposição à radiação do que usar a rede celular.
Em segundo lugar, a distância é sua amiga. Manter o celular a 25 centímetros de distância do corpo, em comparação com um décimo de polegada, resulta em uma redução de 10.000 vezes na exposição. Portanto, mantenha o telefone longe da cabeça e do corpo. Guarde seu telefone em uma bolsa ou mochila. Se você tiver que colocá-lo no bolso, coloque-o no modo avião. Envie mensagens de texto, use fones de ouvido com fio ou viva-voz para fazer chamadas. Não durma com ele próximo à sua cabeça – desligue-o ou coloque-o em outro cômodo.
Terceiro, use o telefone apenas quando o sinal for forte. Os telefones celulares são programados para aumentar a radiação quando o sinal é fraco, ou seja, quando uma ou duas barras são exibidas em seu telefone. Por exemplo, não use o telefone no elevador ou no carro, pois as estruturas metálicas interferem no sinal.
Além disso, incentivo as pessoas a aprenderem mais sobre os mais de 150 grupos locais afiliados ao Americans for Responsible Technology , que estão trabalhando para educar os formuladores de políticas, incitando-os a adotar regulamentos de torres de celular e limites de exposição que protegem totalmente a nós e ao meio ambiente dos danos causados por radiação sem fio.
Para dicas de segurança sobre como reduzir a exposição à radiação sem fio do Departamento de Saúde Pública da Califórnia e outras organizações, Moskowitz recomenda que os leitores visitem seu site, saferemr.com , Physicians for Safe Technology e Environmental Health Trust.
Limão e limonada
Trifill e Lupo foram as empresas brasileiras que mais apostaram na fabricação de máscaras. A Lupo está perto dos R$200 milhões de faturamento com a venda de máscaras tanto para adultos quanto para crianças.
Negligência
Resta saber se a empresa pouco caprichosa que está fazendo a reforma no asfalto do Lago Norte, ao lado do Iguatemi, vai consertar os estragos já feitos nas calçadas, gramado e meios-fios.
Prata da casa
Toninho Pop é uma das vozes mais conhecidas da cidade. Na imprensa desde menino, Toninho é um arquivo vivo da história do jornalismo em Brasília.
Mais uma
Suspensa a produção de soja no DF até setembro. Todos as áreas de produção devem estar vazias para prevenir da Ferrugem Asiática. O “vazio sanitário” foi adotado também por mais 13 Estados.
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Quem se der ao trabalho de verificar a coloração político e ideológica que tinge o mapa, composto por doze países na América do Sul, poderá constatar que, nesse momento da nossa história, seis nações estão sob governos de esquerda e outras seis estão em mãos de governos de direita.
À primeira vista, não há nada de importante nesse fato, uma vez que governos e ideologias vão e vêm, ao sabor da mudança dos desejos da sociedade ao longo do tempo. Também é preciso atentar para o fato de que, em países do nosso continente, tanto a ilha dos irmãos Castros, como a Venezuela, uma espécie de filha bastarda de Cuba, estão há anos sob o cobertor espinhento do comunismo, não por vontade expressa de suas populações, mas pelo desejo sádico de uma camarilha que comanda essas localidades a ferro e fogo.
O mesmo se pode dizer de países centro americanos como a Nicarágua, transformada numa espécie de megacárcere pelo ditador Daniel Ortega, que não admite o surgimento de opositores, que logo arruma um jeito de mandá-los para a cadeia sob falsas alegações de crime.
Para muitos analistas, a Nicarágua se transformou num verdadeiro “Gulag” da região, com perseguições de políticos, jornalistas, religiosos e organizações civis. Governando desde 1997 aquele país, Ortega é hoje um dos símbolos máximos e exemplo de personalidade política apenas para as esquerdas de outros países, já que, dentro daquele território, é malquisto pela maioria dos políticos nicaraguenses.
Ortega, Maduro, Díaz-Canel e outros longevos ditadores de esquerda da nossa triste América compõem o panteão do que restou de velhas figuras caricatas, que ainda são tomadas como exemplos de governo a ser seguido, em caso de uma nova vitória dos petistas nas próximas eleições de 2022.
É o que há de novo nesse horizonte de escombros. A guinada do Brasil para a direita não possuiu o condão de incentivar outras mudanças no continente e muito menos serviu de exemplo para parcela de nossos irmãos latino-americanos, colocados sob o tacão de ditadores de esquerda. Pelo contrário: a nossa situação política atual parece ter servido de alerta para os perigos que rondam aquelas nações, que, para fugirem das esquerdas, atiram-se nos braços da direita, como num bote salva-vidas.
Pelo menos fica a lição de que não é pela via ideológica, tão somente, que um país pode experimentar sua imersão num ambiente de pleno desenvolvimento social e econômico. A performance do nosso atual governo tem servido como alerta para os muitos inconvenientes obtidos com “saídas fáceis”, que deixam de lado as verdadeiras opções que poderiam fazer a diferença para o bem de todos.
O lulopetismo tem aproveitado, como pode, esse balanço equilibrado entre esquerda e direita no continente para dar início ao que seria um revival, com o retorno do Partido dos Trabalhadores ao comando do país. Tem aproveitado também as muitas falhas do atual governo, na pavimentação de uma via expressa, que poderá levá-los, novamente, a subir a rampa do Palácio do Planalto.
No momento, são apenas possibilidades, mas que contam com o apoio explícito dos companheiros do continente e dos desacertos desse governo, que elegeu, como adversários, não os opositores reais, mas a sombra imensa de seus próprios erros.
Enquanto o país não amadurece politicamente, o perigo de voltarmos ao outro lado do abismo é grande.
A frase que foi pronunciada:
“Cada ideologia tem a inquisição que merece.”
Millôr Fernandes
Sexista
Já em vigor, a nova Lei 14.188/21 teve acrescentado o artigo 147-B no Código Penal: “Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação”. Pergunta que não quer calar: Contra os homens a tortura psicológica está liberada? Só o artigo 129 basta?
Trânsito
Polícia prepara o trânsito da Esplanada para a manifestação de amanhã. Começa por volta das 11 horas, no Museu da República, que será o ponto de encontro para quem defende voto impresso e eletrônico juntos.
Gastronomia
De volta a nova edição da Restaurant Week, em Brasília, a partir do dia 6 de agosto. “Histórias do Cerrado” será o tema mostrado em gastronomia pelas 40 casas que já confirmaram presença. Mais detalhes no link Brasília Restaurant Week.
História de Brasília
Vamos voltar ao assunto dos mercadinhos da W4. Os estabelecimentos precisam possuir um nível de serviço que compense uma viagem até lá. Os japoneses deixaram os cubículos em estado de devastação. Portas e pisos quebrados e telhas danificadas. (Publicado em 04.02.1962)
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Um dos muitos problemas para todos aqueles que se posicionam nos extremos é que, nessa situação, os indivíduos correm um sério risco de ficarem à beira do precipício. Em caso de escolha, tendo como motivo os matizes políticos e ideológicos radicais, as chances dos indivíduos se verem lançados num abismo de irracionalidade e violência é ainda maior. Dentro de um relativo livre arbítrio, essa é a escolha que a cada um cabe.
As consequências dessa escolha, no entanto, restarão também a cada um, conforme a sua posição. É da vida. Assim é que todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, aliaram-se politicamente quer ao atual governo, ou aos governos petistas do passado, possuem sua parcela de responsabilidade por tudo de bom ou de ruim produzido nesses períodos.
Estão fora dessa lista apenas aqueles que, por interesses pragmáticos e pessoais, juntaram-se a esses governos para deles colherem benefícios de toda a ordem. Para esses, não existem governos ideologicamente radicais que mereçam ser desprezados. Todos, indistintamente, rendem bons dividendos, independente para que lado do precipício estão em marcha.
Trata-se, aqui, exatamente do grupo aglutinado no que ficou conhecido como Centrão, uma ninhada degenerada da espécie Curupira Brasiliense, que, com os pés virados para trás, finge seguir ora à direita, ora à esquerda, marchando, na realidade, na única direção em que sabem ir: os cofres públicos. A questão é compreender a razão de, no entra e sai de mandatários eleitos, como esse grupo permanece intocável e acolhido no seio desses governos e sempre em cargos estratégicos, que lidam diretamente com grandes somas de recursos públicos?
Seria esse grupo formado por especialistas nas intrincadas ciências contábeis da gestão pública e financeira? Obviamente que não. Muitos deles, quando muito, se limitam a desenhar o nome sobre uma folha de papel. Essa verdadeira vanguarda do atraso vem aproveitando, ao máximo e há anos, as brechas escancaradas do nosso esdrúxulo modelo de presidencialismo de coalizão, que faz com que todo e qualquer presidente só possa governar, de fato, com o apoio desse grupo no parlamento.
Surge outra incógnita: por que esse grupo, que constantemente age na contramão dos princípios mais básicos da ética pública e sobre o qual pesam sérias denúncias de crimes de corrupção, está sempre com cadeiras cativas no Congresso? Algumas explicações estão em suas bases eleitorais, sempre bem irrigadas com os recursos públicos que conseguem extrair desses apoios pragmáticos. Outras explicações vêm do fato de que, nesses redutos, o aliciamento e a compra de votos correm soltos, bem como as maquinações políticas, feitas à meia luz, e que permitem a perpetuação desses grupos, num ciclo vicioso e, obviamente, prejudicial à nossa democracia.
Nesse ponto, mais uma questão se abre: por que os diversos governos de diversas orientações ideológicas, e que sempre prometem correção e combate aos atos de corrupção, acabam sempre se aliando com grupos dessa natureza? A resposta poderia vir resumidamente quando se verifica que todos os governos, de uma maneira ou de outra, possuem uma identificação ética com esse grupo, não se observando quaisquer dissemelhanças.
Outra razão pode ser encontrada na certeza da impunidade e no fato notório da justiça jamais ter alcançado esse grupo, que segue impávido e influente.
A frase que foi pronunciada:
“A justiça tardia se parece muito com a injustiça.”
Sêneca
Pela beirada
Continuam conquistando audiência, documentários, filmetes e verdadeiras aulas. Brasil Paralelo trata da história do país sem ocupar lados. Entra na estrada e segue adiante. Veja algumas dicas para assistir a seguir.
IoT
Análise do TCU em relação à Internet das Coisas é desanimadora. Baixa cobertura, parcos investimentos, dificuldade para divulgação e implementação pelo país, impostos altos. Além disso, políticas públicas nesse setor ainda são muito tímidas. Há também problemas na coordenação. A nota do TCU termina com a seguinte informação: “No mundo, o impacto da tecnologia é estimado em entre U$ 3,9 trilhões e U$ 11,1 trilhões por ano até 2025. No mesmo período, o Brasil deve alcançar cerca de U$ 200 bilhões no mesmo período, o que representa 10% do PIB anual.”
Educação
Universidade gratuita para a população do DF e entorno. Autorizada a construção da Universidade do Distrito Federal Jorge Amaury (UnDF) com um investimento de R$ 200 milhões e um prazo de quatro anos para estar pronta. Jorge Amaury era advogado na cidade que faleceu depois de ter contraído Covid.
História de Brasília
“O Cine Brasília está infestado de pulgas. Mas a gerência deve ter razão para não ligar tanto para a sala de espetáculos. A frequência é lamentável. Poltronas estão desaparafusadas, assentos rasgados e as costas de tôdas as cadeiras, menos da última fila, estão vermelhas de lama dos sapatos dos seus frequentadores.” (Publicado em 06.02.1962)
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Dizia o saudoso professor e historiador, autor de diversos livros sobre a matéria, Dicamor de Moraes, que, em história, não há, como muitos creem, a possibilidade de julgamentos e outros processos capazes de recompor o que foi feito. E a razão é simples: trata-se de fatos ocorridos numa dobra distante do tempo, inacessível aos homens, a seus critérios de análise, sempre de acordo com as mudanças do presente. “Mudam-se os tempos, mudam-se os desejos”, ensinava Camões no século 16.
Trata-se, aqui, de uma questão que, por sua abrangência, tem sido alvo constante de polêmicas e conflitos de toda a ordem. É o caso daquele indivíduo adulto que, por questões íntimas, não consegue estabelecer um acordo de paz com seu passado e, portanto, se vê em constante conflito interno, incapaz de entender e aceitar que essas amarras, que o prendem à memória, impossibilitam o desenrolar do seu próprio presente.
Essa reinterpretação da história, com base em análises e estudos fornecidos por descobertas recentes e outros documentos — que alguns reconhecem como sendo uma nova disciplina intitulada e inserida nos meios acadêmicos —, é denominada, pelos entendidos no assunto, de “revisionismo histórico”.
Livros e uma infinidade de teses foram escritas sobre o assunto, na maioria das vezes, tendo como pano de fundo a situação política e ideológica do momento, bem como a evolução contínua dos costumes e práticas sociais hodiernas. Por certo, o ciclo perverso da escravidão, entre os séculos 16 e 19, por seus métodos cruéis, contrários aos mais básicos princípios da ética e da integridade humana, teve, em países como o Brasil e os Estados Unidos, por longos períodos, seus principais palcos de atuação. Esse fato, para o bem ou para o mal, moldaria o caráter histórico e formativo dessas nações, com reflexos diretos e duradouros na sua organização política, econômica e social.
As reparações históricas dos danos às populações negras, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, onde essa questão parece um pouco mais evoluída do que em nosso país, acontecem num ritmo que desagrada os explorados, uma vez que parecem não surtir os efeitos práticos desejados.
Toda e qualquer pesquisa que analise os dados relativos a Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) demonstra que, aqui e nos EUA, as populações negras são as mais desfavorecidas e as mais mal situadas na pirâmide social. E existe uma raiz histórica para esse fato e que remonta ao ciclo da escravidão.
As chamadas ações afirmativas, que alguns estudiosos indicam como sendo o início de uma reparação histórica, ao estabelecer um programa de cotas raciais nas universidades públicas, buscam o estabelecimento de uma igualdade de oportunidades a uma parcela da população que, historicamente, foi alijada dos mais básicos direitos de cidadania, e não um julgamento tardio e inócuo do período da escravidão.
Julgar a escravidão pelo retrovisor da história, com a depredação de monumentos e a condenação de personagens do passado, como é o caso recente da queima da estátua de Borba Gato, em São Paulo, por grupos radicais que desprezam temas dessa natureza, nada acrescenta ao fato de que, no período do Brasil colônia e posteriormente, os escravos eram as mãos e os pés dos senhores do engenho, responsáveis por erguer, pela ação do trabalho forçado, um país que nascia, como bem afirmou Antonil em Cultura e Opulência do Brasil.
Julgar e condenar esse fato, com base no presente, por meio de ações niilistas e sob o manto falso da iconoclastia, no máximo, deixará atrás de si escombros e cinzas, distantes do que poderiam ser ações concretas, visando a integração real dessas populações, historicamente, marginalizadas.
O fato é que nem aos vândalos, nem a ninguém é dado o poder de mudar o passado. São com mudanças, civilizadamente pensadas, no presente, que poderemos vislumbrar alguma melhora no futuro, para que fatos, como a exploração do homem pelo homem, não voltem a se repetir sob quaisquer pretextos.
A frase que foi pronunciada:
“Ninguém nasce odiando outra pessoa por sua cor da pele, sua origem ou sua religião. As pessoas podem aprender a odiar e, se podem aprender a odiar, pode-se ensiná-las a aprender a amar. O amor chega mais naturalmente ao coração humano que o contrário.”
Nelson Mandela
Direito
Perfil constitucional da família é examinado a partir da ópera A Valquíria. Quem convida para o novo episódio do podcast Direito de Família e Arte é o Instituto Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam). Acesse no link Perfil constitucional da família.
Opostos
Leitora elogia a Clínica da Família, em Águas Claras / Areal. Acolhimento excelente. Já a UBS 6, de Taguatinga, também não tem conseguido muitos fãs. O sistema é bruto!
Por acaso
A troca de um vídeo de Elis Regina entre Sophie Schweizer e Eunice Abdala trouxe à tona uma curiosidade sobre a vida de Dr. Peter Billaudel. Por causa da cantora popular brasileira, ele colecionava músicas e fez questão de aprender português.
História de Brasília
A estrada velha de Taguatinga está impraticável. Todo mundo cai e sai dos buracos. É um caso raro em matéria de estrada. (Publicada em 04/02/1962)
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Para aqueles que possuem a capacidade de extrair, das experiências amargas, lições para toda a vida, de certo, reterão para sempre, na memória, esse tempo de pandemia, como fizeram nossos antepassados a exatos cento e dois anos atrás com a mal acunhada gripe espanhola, que, entre 1918 e 1919, deixou um rastro de mais de 50 milhões de mortos por todo o planeta.
São aprendizados que dizem muito sobre o nosso comportamento futuro e, de certa forma, moldam nossa capacidade de adaptação e evolução, o que os antropólogos denominam de resiliência. De alguma forma necessitamos dessa desordem para evoluirmos, encontrando meios mais racionais de nos adaptar ao mundo em que vivemos Exemplos dessa redireção de comportamento, provocada por situações inusitadas e perigosas, existem em grande abundância ao longo de toda a nossa história. Trata-se de um ciclo contínuo que a própria natureza parece preparar, de tempos em tempos, para que possamos, ao menos, refletir sobre a fragilidade da vida.
É assim como que funciona no mundo macro e deveria funcionar também na vida social e íntima de cada um, lapidando-nos à capacidade de entender o momento e de nos relacionar com nossos semelhantes. Transportada essa dura experiência atual para nossa realidade política e institucional, o que temos visto é que nenhum desses personagens, que hora ocupam os altos cargos de comando da nação, parecem, como dizem, “não terem aprendido nada, não terem esquecido de nada”, tal a perpetuação da crise que nos assola desde o aparecimento da pandemia do Covid-19, no início do ano de 2020.
Para nós, ficou a nítida impressão e uma certeza de que a pandemia, mais do que demonstrar o pandemônio que perfazia toda a administração federal da área de saúde pública, deixou patente que o atual governo, assim como governos do passado, que preferiam edificar estádios monumentais em vez de hospitais de ponta, não serve aos propósitos e aos anseios da população. Mais do que isso, a pandemia deixou claro, para muitos, que estamos no rumo errado, se desejamos alcançar um patamar mínimo de país desenvolvido na questão segurança e bem-estar da sociedade e, principalmente, no que diz respeito à boa governança e todas as suas características.
Parece que o sofrimento trazido pela pandemia, a todos os brasileiros e ao mundo, não possuiu o dom de sensibilizar o Poderes do Brasil para o momento de fragilidade experimentado por todos, o que deixa certo, para aqueles que possuem a capacidade de observar a cena, que eles não aprenderam nada e, por certo, jamais aprenderão.
A frase que foi pronunciada:
“Eu sonho com um mundo onde a verdade é o que molda a política das pessoas, ao invés de a política moldar o que as pessoas pensam ser verdade.”
Neil deGrasse Tyson, astrofísico
De graça
De hortas caseiras a importantes biografias. A biblioteca digital da Embrapa disponibiliza milhares de títulos a serem baixados gratuitamente. Acesse no link Publicações – Embrapa.
Bilíngues
Um trabalho minucioso, desenvolvido por dezenas de pesquisadores de várias universidades públicas do país, culminou no projeto para ensino de português a surdos. Adotado pelo Ministério da Educação, o programa, além de ser usado por todo o país, atinge desde a educação básica ao ensino superior. Sandra Nascimento, professora da UnB e coordenadora do trabalho, não esconde a satisfação com o resultado do comprometimento acadêmico nesse importante passo social.
Em estudo
Mudanças no Bolsa Família vão atingir a formação profissional como prioridade. A pescaria vai começar. Mesmo prevendo um aumento de 50% no valor da bolsa, questões trabalhistas serão estimuladas com menos custos, para os empregadores, e menos burocracia. Os números que vão mudar são os 12 milhões de desempregados deixados pela presidente Dilma e mais os que sofrem atualmente com as restrições da pandemia.
Ao futuro
Blockchain é a tecnologia que vai facilitar a vida do cidadão do planeta Terra. Informações cruzadas, pagamentos, compras, imóveis, taxas, impostos, tudo controlado em apenas um lugar. Bom para os honestos. A segunda versão dessa validação dos dados chama-se Ethereum.
Manifestação
Em 23 de agosto de 2020, na capital da Lituânia, Vilnius, pessoas de mãos dadas formaram 32 km de corrente humana para protestar contra o resultado duvidoso das eleições.
História de Brasília
Já assumiu o cargo de Diretor do Departamento Hospitalar da Fundação Hospitalar do Distrito Federal, o dr. Sávio Pereira Lima. Suas novas funções asseguram um nível melhor para os hospitais de Brasília. (Publicado em 06.02.1962)
A arte e a sensibilidade da política em momentos históricos delicados
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Pelas próprias características institucionais do nosso modelo de presidencialismo, tido por muitos como herdeiro de um certo viés monárquico e até imperial, todo aquele que, pela concessão do voto, tem a ventura de subir a rampa do Palácio do Planalto, onde ocupará a cadeira como chefe do Poder Executivo, passa imediatamente a ser não apenas o centro das atenções e das luzes, mas o alvo no qual passam a serem arremessadas todas as lanças eivadas de esperanças e frustrações de uma nação que, nesses cinco séculos de existência, ainda anseia por uma representação política à altura de sua formação histórica e cultural.
Tudo isso sem mencionar a importância territorial e continental do país, que, mais do que lhe outorga o destino, confere ao Brasil e aos brasileiros, quer queira, quer não, um papel de destaque e de importância vital num mundo cada vez mais populoso e escasso de recursos naturais. Tamanho é o destino, como é também a posse de qualquer brasileiro como presidente do Brasil.
Ao ser empossado, o indivíduo se vê despido de si e de seus projetos pessoais e da própria família, passando a se sentir como o mais ermitão de todos a habitar a solidão vasta do Alvorada. É o que alguns chamam de solidão do Poder. Alguns, como foi o caso do ex-presidente Jânio Quadros, não podem suportar as agruras do enorme deserto trazido pelo cargo que assumiu e por uma capital que, naqueles tempos, situava-se no fim do mundo, longe do fervilhar da civilização. Por isso mesmo, mais do que pelos presságios de forças ocultas, que enxergava, nas noites silentes em que se escondia por detrás de uma garrafa, renunciou ao mandato para fugir dos fantasmas que o atormentavam no escuro do cerrado.
Com esse gesto incerto até para ele próprio, precipitaria o país numa direção que, por certo, nem ele sonhava. Do mesmo jeito abrupto e sem expectativas, que adentramos para duas décadas de centralismo político e militar, saímos desse túnel por força e pressão das ruas com o movimento popular das Diretas Já, que, contrariando os militares no poder, encurtou o caminho de volta para a consolidação democrática.
É nessa encruzilhada de nossa história que entra em cena, também de modo repentino e surpreendente, o personagem que faria toda a diferença nesse momento de delicada transição. Escolhido a dedo como vice-presidente na chapa de Tancredo Neves para concorrer no Colégio Eleitoral contra o candidato dos militares, Paulo Maluf, José Sarney veria, num curto espaço de tempo, toda a história do Brasil passar como um foguete diante de seus olhos. “Foi de uma emoção de pânico. Eu nunca pensei na minha vida que eu pudesse ser presidente da República, afirmou Sarney. Em segundo lugar, eu não sabia da doença de Tancredo. Só soube na véspera que ele foi internado. Eu o achava sadio, cheio de vida, inteligente. Uma figura excepcional. E quando ele veio a ficar doente e me comunicam, às 3h da manhã, que eu iria assumir a Presidência, aquilo foi um choque brutal”, confessou.
Com a doença do titular, assumiu a presidência de supetão, para impedir retrocessos que, por certo, viriam pela frustração e poder dos derrotados. “Sempre uma travessia muito difícil na vida da gente. Qualquer pessoa ser presidente da República, entrar para dirigir o Brasil na transição democrática em que os militares ainda eram muito fortes; eu, de um Estado pequeno, sem grupos econômicos para me apoiar e sem a mídia nacional e sem partido. Tudo levava a crer que eu seria um presidente para entrar e ser deposto”, diria anos mais tarde o ex-presidente Sarney.
E com a morte impensada de Tancredo Neves, herdaria a presidência e um mandato que exigiriam esforços sobre-humanos para contornar, ao mesmo tempo, um conjunto de crises que iam da esfera política, passando pela economia, recaindo direto sobre os ombros da população, sobre a forma de um descontentamento geral com a inflação e a falta de liberdades civis.
Eram problemas em demasia, acumulados por mais de duas décadas e que necessitavam, agora, de medidas urgentes e cirúrgicas que, em mãos erradas, poderiam fazer ruir todo o castelo de esperança da redemocratização. O exercício do mandato como o primeiro civil a ocupar essa posição, depois de uma transição incerta e tumultuada, tornava ainda mais delicado o dia a dia como presidente.
Ao Sarney, coube ser o maestro que conduziria a sinfonia coletiva da redemocratização, num trabalho digno de fina ourivesaria, a conjugar e fazer voltar a funcionar todo o imenso e intrincado relógio da democracia brasileira, emperrado por décadas de abandono. A história do Brasil deve fazer a merecida justiça ao ex-presidente José Sarney, por sua capacidade de entendimento e diálogo, numa época de ânimos exaltados e de ameaças. Sarney, por sua bonomia política, soube, como nenhum outro, conduzir, dentro do buliçoso ambiente político, o país à volta da normalidade.
Esse é o seu mister, aprendido ao longo de dezenas de anos como importante e influente personagem da vida política de nosso país. Mesmo no campo econômico, que não era sua especialidade, Sarney soube se cercar de capacitados técnicos que, com o engenhoso Plano Cruzado, conseguiram derrubar uma inflação de mais de 200% para números negativos, mas que, infelizmente, foi boicotado, tempos depois, pelas elites empresariais do país, acostumadas a lucrar com as instabilidades da economia nos mercados paralelos. “Asseguro a nação, com todas as forças da vontade e da coragem, que o legado de Tancredo Neves permanecerá vivo. Assim como não lhe faltei com a minha lealdade no período do seu calvário, saberei honrá-lo após a sua morte e não deixarei murchar a chama de esperança que plantamos no Brasil”, prometeu naquela ocasião o então presidente José Sarney. Prometeu e cumpriu, ajudando o Brasil num momento histórico único e ainda entregando à nação, em 1988, a mais democrática e cidadã Constituição de toda a história do Brasil. Justo o reconhecimento.
A frase que foi pronunciada:
“No Maranhão, depois dos 50 (anos), não se pergunta a alguém como está de saúde. Pergunta-se onde é que dói.”
José Sarney
História de Brasília
Ontem quando a Vasp assumiu a direção do Lóide em Brasília, o Obdego Batista viu, pela primeira vez, um DC-6 com as cores da Vasp descer no nosso aeroporto. Era o LFD que voava para o Norte. (Publicada em 04.02.1962)
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Nessas próximas eleições, quanto mais se intensificar a polarização das forças políticas ao redor da esquerda e da direita, mais restarão espaços e terrenos vazios, por onde poderão crescer, livremente, as alternativas para a consolidação de uma terceira e vitoriosa via. Essa possibilidade viria com mais naturalidade e vigor se pudesse contar com um amplo apoio popular, o que, por hora, dadas as complicações da pandemia, parece incerto. O fato é que a polarização em torno de Bolsonaro e Lula é favorável ao caminho do meio, por forças livres, do que se convencionou chamar velha política.
Por certo que, a essa altura dos acontecimentos, dado o intenso grau de movimentações de bastidores desses dois candidatos ditos “naturais”, já perceberam essa possibilidade e começam a agir para não perderem tempo e ganharem, também, nacos desse espaço central que vai se abrindo. Inclusive, os próprios candidatos desses extremos já deram a partida para um processo de captação dessas forças que poderão surgir entre as fronteiras da esquerda e da direita.
A apatia com a pandemia, e os quase 550 mil mortos, pelo lado da direita, e a experiência traumática de treze anos de governo petista, com a formação do maior esquema de corrupção já visto em todo o mundo, servem, cada um com sua intensidade específica, para a formação de um mínimo de juízo, por parte do eleitorado, principalmente aquele formado por pessoas que enxergam, na ética humana e na ética com a coisa pública, as principais virtudes de todo e quaisquer governantes.
Os contratempos para a consolidação dessas novas forças centrais ficam aqui por conta da possibilidade real da utilização da máquina pública em favor do candidato da situação e do forte aparato organizativo que ainda existe das esquerdas, espalhados por todo o país. Em entrevista ao Correio, o presidente e dono do PSD, Gilberto Kassab, uma dessas notórias raposas da política nacional, demonstra que está à espreita e com o faro fino e bem afiado para a possibilidade da terceira via, e já não esconde de ninguém que aposta no nome do atual presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco. Se conselho pode servir de alguma ajuda para o atual presidente do senado, mire-se no exemplo trágico do ex-juiz Sérgio Moro e faça ouvidos moucos à cantilena encantadora dessas sereias. Leia a Odisseia de Homero! No poema épico do século VIII a.C, pode estar a fórmula para livrar-se de apelos dessa natureza.
Ladinos como são, outros também têm feito acenos aos potenciais candidatos da terceira via, com as promessas de sempre e os distratos que lhes seguem.
O que se assiste, até com certa curiosidade, é o pânico, indisfarçável, que, a cada dia, vai tomando conta dos principais postulantes, muito antes da existência real dessa terceira via e da possibilidade dela vir a retirar-lhes o chão sob seus pés. Não será surpresa se, nessa marcha da insensatez, os movimentos que vão se alternando nas ruas, apoiando esses nomes da esquerda e da direita, vierem a se encontrar numa esquina que dá para uma rua sem saída e, por ação da razão, enxerguem que estão sós e sem alternativas, e com isso baixem as bandeiras.
A frase que foi pronunciada:
“Cuba foi sustentada pela URSS, saqueou Angola, sugou o que pôde da Venezuela e passou 14 anos parasitando o Brasil. A crise cubana tem uma explicação simples: Com a falência da Venezuela e a queda de Lula, acabaram os hospedeiros.”
Dárcio Bracarense (@darciobraca), no Instagram
Para alma
Assinado pelo Comandante Geral dos Bombeiros, Cel William Augusto Ferreira Bomfim, o convite eletrônico para a live da Banda de Música do Corpo de Bombeiros Militar do DF, dia 28 às 20 h. O concerto será transmitido da Academia de Bombeiro Militar no Setor Policial Sul. Veja a seguir.
* Cartazes publicados nos histories do perfil oficial do CBMDF no Instagram
Transparência
Veja como o QRCode e o código de certificação digital, além do voto impresso, podem garantir uma eleição limpa. Pessoas com fé pública na conferência dos votos e a apuração imediata, sem transporte dos dados antes de aferidos. Isso sim é democracia. Ideia publicada no tik tok. Veja a seguir. Dia 1º de agosto, às 9h, presença pelo voto impresso no Museu da República.
Novo script
Saiu, no Diário do Poder, uma matéria de forma diferente das mesmas notícias, onde só apareciam com o lado negativo. “O Brasil superou nesta quinta-feira a marca de 7 milhões de pessoas curadas da Covid, o que representa 97,24% do total de casos encerrados”.
História de Brasília
Ninguém pode dizer que o governo do sr. Jânio Quadros tenha sido proveitoso para o Brasil, mas autoridade, êle tinha, e ninguém se atrevia a insistir quando êle dizia não. (Publicado em 04.02.1962)
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Num país em que o analfabetismo, segundo estimativas otimistas divulgadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Educação, atinge cerca de 11 milhões de brasileiros, não fica difícil estimar a possibilidade da existência de um significativo número de dirigentes ou de pessoas, com cargos ou funções administrativas de relevância, com algo próximo a essa realidade preocupante.
Se formos analisar, ainda, a questão do chamado analfabetismo funcional, que atinge mais de 29% da nossa população e no qual se observa que o indivíduo, mesmo reconhecendo as letras e os números e outros dados em uma leitura, não consegue captar a ideia central e o conteúdo do que está expresso no texto, aí a questão adquire uma amplitude deveras preocupante. Mesmos os eleitores, já em diversas ocasiões, puderam verificar que muitos daqueles candidatos políticos ou mesmo ocupantes de cargos de relevância na administração do país podem ser enquadrados como analfabetos funcionais, guindados a esses postos por obra de acontecimentos fortuitos como o destino, à sorte, ou outra explicação de natureza, digamos, cordial.
Não seria o caso aqui de propor um movimento de discriminação de ordem cultural, perseguindo aqueles indivíduos com pouca escolaridade e que ocupam cargos de importância para a vida da nação, mas tão somente dar, àqueles que possuem o devido estofo intelectual e técnico, a oportunidade de ocuparem essas funções tão vitais ao país. Dito dessa forma, torna claro e sem sentimentalismos que o cargo e a função cabem apenas àqueles que para eles estão à altura e preparados. É assim em todo o país desenvolvido e tem funcionado muito bem até aqui.
A vanglória do analfabetismo e o combate à cultura, de um modo geral, como temos assistido até aqui, por lideranças, inclusive, por presidentes da República, que se gabam de não a possuir e até zombam daqueles que possuem, é um sinal bem claro de que já passamos da hora de interromper esse disparate.
Não se pode admitir que até em concurso para vaga de gari ou como dizem, “agente de limpeza pública”, exija-se currículo e formação em segundo grau, seguido de atestado de bons antecedentes e, para outras funções de maior relevância, algumas delas que dizem respeito à segurança do país, esses quesitos sejam simplesmente ignorados.
Temos visto e nos surpreendido com nomeações feitas, pelo Poder Executivo, de ministros para vagas nas altas cortes, de pessoas que, sabidamente, nunca exerceram a magistratura ou sequer envergaram a toga de juiz, numa afronta, inexplicável, aos princípios mais básicos e salutares para toda e qualquer democracia, e que, não raro, diminuem a qualidade dessas funções, transformando-as em instâncias para atendimentos de natureza pessoal, longe de seu objetivo primordial.
No mesmo sentido, vemos o loteamento de cargos vitais à economia, entregues nas mãos de indivíduos pouco ou nada qualificados para a função. O mais surpreendente, se é que ainda possuímos a capacidade de tal indignação, é ver, com assento no parlamento, um conjunto significativo de pessoas que, por seu passado e por suas vidas pretéritas, repletas de mal feitos e de ações na justiça, jamais deveriam estar naquela posição, exercendo funções que dizem respeito à vida e ao futuro da comunidade.
Talvez, o que falte neste país seja o estabelecimento de um movimento sério de sabatina, como feito nos Estados Unidos, para cargos como os da Suprema Corte, em que os indicados são submetidos a uma intensa e esmiuçada investigação, que levanta toda a existência do candidato desde o berço e que, em alguns casos, duram dias e dias de intensos debates e perguntas. Uma simples e escrupulosa sabatina em nossas elites dirigentes faria com que, ao menos, metade delas desistissem de suas pretensões. Fossem realizadas então para o cargo de presidente da República, pouquíssimos seriam aqueles habilitados para tal função.
A frase que não foi pronunciada:
“Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a aprender”
Alvin Toffler
Má vontade
Alguns postos de saúde da cidade anunciam a vacinação até 17 h e não recebem pacientes às 16 h 27 min.
Bombeiros
Homenagem a Sd Marizelli Armelinda Dias, que faleceu em serviço. Mário Sales, criou no Instagram @vidaspoliciaisimportam, onde lembrou de Marizeli, registrando todo o amor que ela tinha pela profissão. Veja a seguir no link Marizelli nos doou a vida em 15/09/2019.
História de Brasília
Já que o assunto é Minas e Energia o Dr. Gabriel Passos ainda não conseguiu a publicação do decreto de nomeação do sr. Eduardo Sobral para o cargo de diretor da Petrobras. Em casos políticos , deveria haver uma definição de não nomear por isto. (Publicada em 04.02.1962)
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Das inúmeras heranças amaldiçoadas, legadas pelos destrambelhados governos petistas, nenhuma outra tem sido mais deletéria e nefasta ao nosso país quanto aquela que reconheceria, pelos enviesados e vazios caminhos da ideologia, o status da China como economia de mercado. Com isso, de uma penada, em novembro de 2004, o governo empurrou, de uma só vez, e sem qualquer estudo preliminar de risco, todos setores da economia interna brasileira para o campo minado do comércio chinês, controlado, de modo camuflado e estratégico, pelo partido comunista daquele país.
De lá para cá, o que se viu e se vê por toda a parte é a invasão avassaladora dos produtos chineses, de duvidosa qualidade, em toda a cadeia produtiva do país, com prejuízos seríssimos, não só às indústrias nacionais, mas a todo processo de produção, que, da noite para dia, parece ter recuado aos tempos da total dependência externa. Não seria exagero considerar hoje que nosso país passou a integrar, juntamente a outras nações financeiramente quebradas do ocidente, a grande carteira de investimentos da China. Existe, inclusive, quem prefira falar num restabelecimento de uma espécie de neocolonialismo, em que o governo central da China passa a explorar, de modo cabal, o que seriam suas novas colônias no Ocidente.
Já foi dito aqui que, por detrás dessa estratégia mista entre economia e política expansionista, está o fato de a China ligar pouco para investimentos tradicionais, preferindo a compra pura e simples de alguns setores importantes das economias dos países. Assim é que eles preferem assumir o controle acionário, ou mais diretamente todas aquelas áreas ligadas aos bens de produção, indo também, com grande sede ao pote, aos setores de infraestrutura dos países, onde o poder de barganha e pressão é muito maior e onde os limites para os lucros, simplesmente, não existem.
Nesse capítulo, os grandes empresários chineses, pretensamente donos das grandes empresas privadas, funcionariam como testas de ferro dos dirigentes do Partido Comunista Chinês (PCC), numa pantomima que os igualariam aos empresários do Ocidente. Tão logo demonstrem alguma independência ou sinal de rebelião, são prontamente postos de lado, acusados de corrupção e crimes. De fato, absolutamente nenhuma empresa chinesa, seja de qualquer setor, está livre da influência pesada do governo, devendo todo o esforço econômico ser orientado segundo objetivos traçados pelos dirigentes partidários. Essa é, na visão dos economistas, o mais definitivo e acabado conceito de capitalismo estatal, onde todo o potencial da economia é voltado para objetivos estratégicos de dominação expansionista.
De acordo com dados fornecidos pelo próprio Ministério das Relações Exteriores, entre 2003 e 2019, os chineses ingressaram no Brasil mais de US$ 72 bilhões, ou seja, 37,3% do total investido por outros grupos estrangeiros. Ao contrário de outros países investidores, os chineses preferem comprar participação em setores inteiros da economia, seja na área do pré-sal, nas hidroelétricas, no que for, que possa garantir domínio e poder de pressão. É desse modo que se age e é assim que se garante sua aceitação na Organização Mundial do Comércio (OMC) como economia de mercado.
Trata-se, no jargão popular, de “um jogo bruto”, com visão de médio e longo prazo e que pode ser resumido na palavra domínio. Ainda é incerto se a disseminação do vírus da Covid-19 pelo mundo fazia parte dessa grande estratégia de hegemonia e dominação, mas, em todo caso, o que é fato é que, com isso, as economias de todo o mundo, ao contrário da chinesa, foram à bancarrota e tornaram-se mais vulneráveis ainda e mais sujeitas à pressão do dragão chinês.
A frase que foi pronunciada:
Dica para a PM: Um casal tem feito uma festa dentro dos ônibus da linha 0.101. Sem vigilância, furtam celulares e o que estiver fácil. Sem agressão, sem violência.
Espaço Público
Nada como uma pandemia para deixar os órgãos de administração e vigilância adormecidos ou fora de combate. Em plena luz do dia, operários erguem um barracão de madeira no comércio local do Lago Norte, ao lado do supermercado Pão de Açúcar. Nenhuma iniciativa da Administração Regional ou da Brasília Legal foi tomada. Talvez estejam esperando a obra ficar pronta para destruir, o que causa mais estrago.
Liberar
Agora com o home office instituído e a calmaria no trânsito, fica sem sentido impedir os moradores das primeiras quadras pares do Lago Norte de fazer o retorno no local, que foi criado para isso e impedido por canaletas instaladas.
Contra mulheres
Foi preciso que Kelli Patrícia da Luz criasse a Associação de Mulheres Vítimas do Essure Brasil (Amveb) para buscar justiça às pacientes que fizeram implante com esse contraceptivo, autorizado pela Secretaria de Saúde do DF. Na verdade, mulheres de todo o mundo protestam contra o Essure da Bayer. No Reino Unido, o Sistema de Saúde Pública é similar ao brasileiro. O Essure era uma alternativa não cirúrgica aos métodos de esterilização. Depois das dores crônicas nas pacientes, intoxicação por níquel, órgãos perfurados e até a necessidade de histerectomia, o escritório PGMBM, líder em ação coletiva, responsabilizou a Bayer pelos estragos, ganhando a causa na justiça em favor de milhares de mulheres afetadas. A Secretaria de Saúde do DF não reconhece o problema.
História de Brasília
Ainda sobre os cartórios, resta agora, que tomem providências para que não haja morosidade proposital nos casos de casamentos gratuitos. (Publicada em 04.02.1962)
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Aos justos o que é de justiça. Pelo menos é o que ainda teimam em acreditar aqueles que sempre tiveram a ética como norte. Mas, como os tempos são outros, outros costumes também se estabeleceram, vindos, como uma espécie de invasão bárbara, não se sabem bem de onde. Com essas novas hordas também vieram novos sentidos e interpretações para as leis, transformando-as todas em letras a serviço daqueles que, pelo poder da força e da posição, podem, inclusive, feri-la de morte sem receio algum.
Muitos brasileiros já estão certos de que dobramos o Cabo da Impunidade e da injustiça, donde parece não haver mais regresso. A pandemia deixou patente para todos que, aqueles que mais mereciam ter o amparo do Estado, justamente por estarem nos postos avançados de combate à doença, foram os que menos receberam a ajuda devida. Erram aqueles que creem que a população aceita, conformada, essas distorções que fazem com que as elites do Estado possam, lá na longínqua retaguarda confortável e protegida de seus lares, receber toda a proteção e cobertura médica de ponta.
Não são poucos os que entendem que os reais merecedores de toda a proteção médica por parte do Estado deveriam ser aqueles que sempre arriscam a própria vida para assegurar a segurança de outros. Até por uma questão de reconhecimento e humanidade, os maiores beneficiados por planos de saúde de ponta, custeados pela União, deveriam ser médicos, paramédicos, enfermeiros, padioleiros, motoristas de ambulâncias e, sobretudo, os servidores do Corpo de Bombeiros, que, durante todo o período da pandemia, cortavam a cidade de um extremo ao outro socorrendo os necessitados, na sua grande maioria, pessoas de baixa renda, que, nas horas de dificuldade, só podem contar com esse apoio.
A esses servidores, que trabalham na beira do abismo, sem proteção e em troca de salários que, todos sabem, irrisórios, deveriam caber proteção e o escudo do Estado, para que, ao menos, sigam vivos e dispostos em suas tarefas de salvar outras vidas.
Infelizmente, não é o que se vê até aqui. Os números ainda são incertos e continuam a aumentar, mas dados coletados, apenas no ano de 2020, dão conta de que quase 6 mil profissionais de saúde morreram, vitimados pela Covid-19, numa média de uma morte a cada 19 horas. Os casos de mortes desses trabalhadores aumentaram 26% em relação a 2019, quando ainda não havia ocorrência dessa virose. Em 2021 não tem sido diferente, e segue em alta.
Se, até o final do ano, continuarmos nesse ritmo, o número de mortos desses servidores deve saltar para quase 8 mil. Isso é o que apontam os números da Arpen-Brasil. As maiores baixas foram registradas em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Dos profissionais de saúde mortos durante a pandemia até aqui, o pessoal de enfermagem ocupa o maior número, com mais de 2 mil mortes.
Mais do que simples estatísticas, dispostas em gráficos matemáticos, a perda desses trabalhadores representa uma brecha enorme, por onde a virose certamente irá penetrar para infectar e matar mais pessoas. Fossem colocados numa balança do tipo “utilidade para vida”, comparados vis a vis com a elite do Estado, digamos, um político ou alto magistrado ou outro da mesma espécie, quem vocês acreditariam que possuiria maior peso nesse quesito? Não precisam responder. Essa é apenas uma questão a explicar porque se deveria dar aos justos o que é de justiça.
A frase que foi pronunciada:
“A escala da maldade de um homem não deve ser medida inteiramente por suas consequências práticas. Os homens cometem o mal dentro do escopo disponível para eles.”
Theodore Dalrymple, Our Culture, o que resta dela: os mandarins e as massas.
Excelente
Impressionante a eficiência do aplicativo Moovit. Agora, é possível acompanhar os horários dos transportes públicos por todo o DF e região do entorno.
Humor
No Coro Sinfônico da UnB, a regra era a seguinte: faltas justificadas contariam como presença. Até que um espírito de porco deixou um bilhetinho na mesa da Secretaria. “Na semana que vem, estarei com amigdalite.”
Cores
Raimundo Neto nos envia uma foto bem candanga com a frase: só em Brasília o verde se encontra com o roxo e o azul. Veja a seguir.
Vale ver
Futuros radicais: liberdade para transformar. Como novas tecnologias podem contribuir para democracias mais saudáveis e eficazes? A Escola Nacional de Administração Pública acompanha as novidades no mundo para o uso da tecnologia na comunicação, na integração e na cooperação. O webnário ainda está disponível no Youtube. Muito interessante.
História de Brasília
Os cartórios estavam cobrando 2.500 cruzeiros por serviços em desobediência à Constituição, que está agora respeitada de acordo com a portaria do vice-presidente do Tribunal de Justiça do DF. (Publicado em 04.02.1962)