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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Para o espectador, que observa de uma distância razoável e isenta, toda a movimentação política do atual governo, causa, para dizer o mínimo, surpresa e apreensão a indicação da ex-presidente Dilma Rousseff para a presidência do Banco Multilateral de Desenvolvimento dos BRICS (NBD). Não que a atuação desse banco, cuja sede fica na China, possa provocar reflexos diretos para a economia do Brasil. A situação é outra. Conhecedores do potencial duvidoso, e até aquém do esperado, que a ex-presidente demonstrou nos seus dois mandatos, muita gente fica se perguntando, o que teria feito o NBD e mesmo os BRICS para merecer essa indicação.
Dilma, para os que não se recordam, deixou o maior passivo econômico de toda a história brasileira, mergulhando o país numa recessão jamais vista, com as contas públicas em frangalhos e um recorde de desemprego. Dificilmente, quaisquer dessas instituições bancárias que operam hoje no Brasil teriam a ousadia de nomeá-la para gerir os negócios da instituição. A imprensa, como um todo, tem feito cara de paisagem para essa nomeação, como de resto faz pouco caso também acerca do presente e do futuro dos BRICS. O que pode explicar essa indicação que, com certeza, teve o dedo indicador do atual presidente da República, é agraciar a ex-presidente com uma espécie de prêmio de consolo, com um bom salário e todas as mordomias que o cargo oferta, para assim mantê-la longe do governo pelos próximos quatro anos.
De fato mandaram-na para a China, do outro lado do mundo. O que causa espanto mesmo é quando se comparam os currículos da ex-presidente com o apresentado pelo presidente que deixa o posto, Marcos Troyjo, que deveria permanecer neste cargo até 2025. Não vale aqui compará-los, até por uma razão de humanidade e para não ferir suscetibilidades dos partidários da ex-presidente. Quem tiver maior interesse nessa questão basta consultá-los. Ainda é cedo também para que se percebam as consequências para os BRICS, como um todo e para o Brasil, em particular, com essa substituição. O certo é que não há muito o que esperar, ainda mais quando se sabe que o Brasil deve aproximadamente U$ 300 milhões ao NBD, por acordos não cumpridos, como aporte de capital.
Apesar da estranheza dessa indicação, que foi ratificada pelos países que integram o bloco, é preciso salientar que mesmo países como a China e a Rússia, não enxergam os BRICS unicamente como uma união de economias complementares, apostando muito mais nos resultados estratégicos, políticos e militares que esse bloco pode render para esses países do Leste. O que demonstra a pouca atenção, tanto da mídia interna como externa a essa mudança e suas consequências futuras para o bloco, é o fato de que o BRICS é ainda e tão somente uma alegoria ou cenário a esconder por detrás as reais intenções de governos que almejam avançar para Oeste e aqui marcar trincheiras. O Brasil e a Dilma, como de resto alguns outros países do bloco, entram nessa encenação toda como figurantes de segundo plano e que não fazem muita falta.
A frase que foi pronunciada:
“Quando você aponta uma estrela ao tolo, ele olha para a ponta do seu dedo.”
Provérbio chinês
História de Brasília
Brasília chorou a morte de Belo. Belarmino Elvidio Leite, filho do Orion, da Recapagem Orion. Perde a cidade um excelente rapaz, perde o comércio um excelente comerciante, perdemos, todos nós, um excelente amigo. (Publicada em 01.03.1962)
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Enganam-se, redondamente, aqueles que acreditam que as declarações, cada vez mais destrambelhadas do atual presidente da República, ajudam politicamente as oposições. Não ajudam porque não criam, nessas forças antagônicas, o que mais seria necessário, que é um sentido de coesão ou de um projeto unificado e ordeiro de oposição, capaz de transformar esses grupos numa frente ampla antenada e proativa para exercer o que se espera desses “líderes”.
A verdade é que boa parte daqueles que se elegeram à sombra de Bolsonaro ainda não demonstraram o que vieram fazer no Parlamento. São poucos os políticos, e sempre os mesmos, que assumem as tribunas da Câmara e do Senado, para discursar contra as insanidades produzidas todos os dias pelo atual governo.
Há, de fato, um marasmo geral, como se todos estivessem esperando algo extraordinário para se posicionar. Os absurdos que acontecem diariamente só ocorrem porque a oposição ainda não se encontrou. Será que irá se unir ainda nessa legislatura?
Enquanto nada de significativo acontece no Congresso, o governo vai comendo pelas beiradas, articulando ações, desmotivando, com benesses, parlamentares suscetíveis de serem dobrados ou amolecidos, sabotando a oposição e aparelhando o que pode, ou desarticulando os órgãos de combate à corrupção. Se não são as oposições que ganham relevo com as insanidades do atual governo, quem seriam os beneficiários diretos desse desgoverno?
Há os que acreditam ser o mercado, que segue junto com o aumento de juros. Outros acreditam ser as mídias oficiais, que estão sendo beneficiadas como nunca, para maquiar uma situação que beira o caos. Outros ainda acreditam que todo esse descompasso do governo beneficia apenas os especuladores e aqueles que apostam no caos na economia. Nem desses angariam tantos benefícios com as ações incautas do atual governo como o próprio vice-presidente, que se mantém afastado de polêmicas, agindo nos bastidores para dar um certo ar de seriedade a tudo o que o titular faz e fala.
De fato, Alckmin sabe o que está fazendo e a razão do que faz. Pode ser leal ao presidente, mas é bem mais leal a si mesmo e tem propósitos para agir assim. Quanto mais o atual chefe do Executivo deixa escapar suas pérolas colecionáveis, mais e mais sobe a cotação do vice. Na realidade, Alckmin não precisa fazer grande esforço para se manter como a única ilha longe do vulcão. Segue pela lei da inércia, empurrado para o alto apenas pelos ventos da sandice.
Outro comandante que, com certeza, vai se beneficiando com os tropeços verbais de ação do atual governo é o presidente da Câmara, que vê a cada dia sua posição política reforçada pelo controle que exerce, tanto entre os líderes de bancada como na pauta de votação de emendas.
Alckmin e Lira formam hoje os nomes mais fortes da República, ao lado, é claro, de alguns ministros do Supremo. O resto é o resto, dança conforme os que regem os maestros. Essa dupla permanecerá em paz, enquanto for conveniente para ambos. Caso o projeto do semipresidencialismo venha a se tornar uma realidade, como quer e sonha Lira, essa situação pode mudar. Caso prossigam os atropelos e as parlapatices do atual mandatário, revelando, como muitos falam à boca pequena, uma certa decrepitude ou senilidade, a saída poderá ser feita apenas por essas duas passagens estreitas, tendo cada uma delas a figura ou de Lira, ou de Alkmin. É o que dizem: o presente rabisca o futuro, e este é sempre traçado pelo passado.
A frase que foi pronunciada:
“Privatizar o Porto de Santos é a diferença entre a política internacional e a pobreza na Baixada.”
Governador Tarcísio de Freitas
Planejamento
Alguma coisa precisa ser feita nas obras da W3 Sul. O que não pode é o trânsito ficar parado da forma que está, nos horários de pico.
Direito
Reclamação constante é que, apesar da facilidade de cartões para o pagamento de passagens de ônibus, muitas vezes, não há troco, com o prejuízo do passageiro. O comércio em geral deve estar preparado para o pagamento em dinheiro, com troco suficiente em reserva no caixa.
Acepção de pessoas?
SEDET lança Projeto Transformadas, curso de formação gratuita para bartender, culinária e maquiagem. O que não dá para entender é a disponibilidade de vagas preferencialmente para candidatos da comunidade LGBTQIA+.
História de Brasília
Não apresentou, em nenhum momento uma razão plausível para o seu gesto. As dificuldades pelas quais passa o país, são as mesmas, e nem assim se justifica a hora do desespero. (Publicada em 17.03.1962)
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O escorpião, que do sapo havia se valido para atravessar a lagoa, como paga, incutiu, sem piedade, sua peçonha no dorso do pobre anfíbio. Moral da fábula, diz que picar é da natureza do escorpião. Também é da natureza de governos, já testados e reprovados no passado, repetirem seus programas e projetos – se é que os possuem – mesmo que, com isso, venha a cometer os mesmos erros e gerar as mesmas consequências catastróficas diante do silêncio reinante.
É da natureza, particularmente das esquerdas da América Latina, usar da oportunidade real de administrar um país, para transformar seus governos numa espécie de laboratório, testando teses que funcionariam melhor se aplicadas, por exemplo, na gestão de um diretório acadêmico da universidade.
Ocorre que um país não é um diretório ou outra instituição, onde estudantes ensaiam suas revoluções idealistas. Do mesmo modo, um país não pode ser resumido numa espécie de central sindical, onde oportunistas de todo o calibre, ensaiam modelos distópicos de quebrar industrias e empresas, ao mesmo tempo em que buscam lucros maiores para si e seus filiados.
O que ocorreu no ABC paulista, com as indústrias de automóveis abandonando essa região em busca de melhores retornos para seus investimentos, e deixando atrás de si um verdadeiro cinturão da ferrugem, com desemprego e falta de oportunidades, demonstra o resultado dessa prática nefasta e improvisada de querer impor, a qualquer custo, esses ensaios governamentais.
A Venezuela e agora a Argentina e outros países do continente, formam um laboratório vivo dessas experiências mal sucedidas e que, na maioria das vezes, redundam em centralismo político e, daí, para uma ditadura fechada e opressora. Os métodos são sempre os mesmos. O inimigo é o outro, a quem devemos cancelar e destruir. Alguém no passado já havia ensinado que essas fórmulas não resultam em boa coisa. O inimigo é sempre a ignorância e a prepotência.
Bem faria se, na entrada do Palácio do Planalto, fosse afixada, de forma bem visível, em placa de bronze, as lições pregadas por Abraham Lincoln (1809-1865), 16º presidente americano: “Não Criarás a Prosperidade se desestimulares a poupança. Não fortalecerás os fracos por enfraqueceres os fortes. Não ajudarás o assalariado se arruinares aquele que o paga. Não estimularás a fraternidade humana se alimentares o ódio de classes. Não ajudarás os pobres se eliminares os ricos. Não poderás criar estabilidade permanente baseada em dinheiro emprestado. Não evitarás as dificuldades se gastares mais do que ganhas. Não Fortalecerás a dignidade e o anônimo se subtraíres ao homem a iniciativa da liberdade. Não poderás ajudar os homens de maneira permanente se fizeres por eles aquilo que eles podem e devem fazer por si próprios.”
Não por outra razão, é este o país para onde muitos desejam migrar, sobretudo aqueles que viveram sob as ditaduras de esquerda. Não é por outra razão também que certas pessoas de lenço vermelho, toda vez que podem, deixam Havana de lado e vão para Miami.
A frase que foi pronunciada:
“Os norte-americanos não entendem… que nosso país não é só Cuba; nosso país também é humanidade”.
Fidel Castro
Planos planejados
Pobre consumidor que acha estar protegido pelo Plano de Saúde que paga religiosamente. Quando pede os detalhes das consultas ou internações, vem a surpresa. Remédios que nunca foram usados, procedimentos que jamais foram feitos. Tudo devidamente contabilizado. Quem dita as regras e está do lado do paciente precisa agir rápido.
Dinheiro a rodo
De agora em diante, as prefeituras têm novas obrigações em planos contra situações de risco. Além disso, falta a cobrança e transparência nas verbas de emendas parlamentares recebidas por prefeitos e governadores. Não há prestação de contas onde a população, que paga os impostos, possa acompanhar para elogiar ou denunciar.
Reação
Segundo a BBC Brasil, uma das principais organizações que comandam o atletismo em todo o mundo, a World Athletics, acaba de vetar a participação, nos esportes femininos, de atletas transgênero. A proibição será válida a partir de 31 de março próximo. Já não era sem tempo.
História de Brasília
A fala do dr. Jânio Quadros disse o que todos esperavam. Foi corajoso e incisivo. Democrata, e livre. Mas mostrou que a hora da renúncia era a hora de se manter no poder e chamar o para acompanhá-lo nas suas decisões. (Publicada em 17.03.1962)
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Ninguém, em sã consciência, nem mesmo os mais otimistas dos economistas do país, aposta um níquel furado nessa tal de âncora fiscal, desenhada às pressas, em garatujas ilegíveis, dentro dos muros do Palácio do Planalto. O princípio do teto de gastos, que poderia resolver um dos maiores, mais intricados e antigos problemas na área econômica do país, que é a excessiva diferença entre o que o governo arrecada e o que utiliza nas despesas para levar a cabo seus projetos e programas, mais uma vez, parece ir pelo ralo.
A questão nesse caso atual é simples e não exige muito esforço de reflexão. A população pode acompanhar que não houve menção, nem o esboço de um único traço sequer de algo semelhante a um programa ou plano para os próximos quatro anos de gestão. Veio numa situação tão surreal que nem o próprio candidato tinha certeza da vitória. Apanhado de surpresa, também não se deu ao trabalho de elaborar um programa de governo, na certeza de que poderia desengavetar planos passados, na sua grande maioria, projetos populistas e sem lastro na realidade, todos eles feitos e executados com vista apenas às próximas eleições e na perpetuação no poder.
O preço do improviso, é claro, veio na forma de mais gastos e consequente aumento de impostos, camuflados ou não, onerando quem produz e desonerando quem se mantém na sombra do governo, em apoio a suas teses. O que esperar de um presidente que, em viagem à China, levará, a tiracolo, um time de empresários que figuraram como réus nos escândalos da Operação Lava Jato? Não foi esse mesmo presidente que, ao reconhecer, erroneamente e sem reflexão, a China como economia de mercado, escancarando as portas do Brasil aos produtos desse país, acelerou o processo de sucateamento de nossas indústrias em vários setores?
Diz o ditado que de onde nada se espera é que não pode vir nada mesmo. Não por outra razão, ao adentrar em seu terceiro mandato, o governo cuidou logo, mesmo antes de sentar na cadeira do Executivo, de arrombar o teto de gastos em mais de R$ 200 bilhões, num sinal premonitório e ruim do que virá pela frente. O passivo nas contas públicas já reforça a ideia de que o que começa de forma errada sempre acaba de forma errada.
Não haverá a tão esperada rigidez nos gastos do governo, pois o montante de recursos que ele demonstra estar propenso a dispender é maior do que quaisquer regras venham a limitar. O populismo é um bolso furado que entende não valer a pena pagar as dívidas e sim gastar o que vê pela frente.
Culpar governos passados, de forma duvidosa, acusando-os de terem promovido um grande desequilíbrio fiscal, já não cola nos ouvidos de ninguém. Pelo contrário, uma vista rápida nos números da economia nos governos Temer e Bolsonaro mostra a preocupação que ambos tiveram em desmontar o déficit público herdado dos governos petistas. Quem ainda espera alguma fórmula milagrosa vinda dessa proposta de âncora fiscal deste governo verá que, de fato, a montanha pariu um rato.
Querer convencer a opinião pública de que populismo e economia podem andar juntos não esconde o fato de que esse processo só se torna viável por meio de pedaladas fiscais. Todos já conhecemos o conjunto de medidas econômicas que visam iludir o público, tal como fazem os mágicos, que tiram coelhos e pombos de cartolas.
A frase que foi pronunciada:
“(…) quando as leis deixaram de ser executadas, pois isso só pode vir da corrupção da república, o estado já está perdido.”
Montesquieu, O Espírito das Leis
Arte
Sucesso da exposição Ecletismo nas Artes Visuais, com a curadoria e produção cultural de Malu Perlingeiro e coprodução de Lia Paz. Veja, a seguir, as fotos que a homenageada Leda Watson nos mandou com a Gláucie Lima.
Gota d’água
Aos poucos, a figura das mães vai sendo perdida nos absurdos do futuro e agora. Homens que menstruam, amamentam e jogam em times femininos. Chegando o Dia das Mães, somos quase proibidas de pronunciar “leite materno”. Atualmente, o correto, para a minoria, é dizer “leite humano”.
Evasão Escolar*
Vejam no link BUSCA ATIVA ESCOLAR, a íntegra do guia “Papel das organizações da sociedade civil no enfrentamento da exclusão escolar”, desenvolvido pelo UNICEF, Undime e Itaú Social. É importante que as Comissões de Educação do Senado e da Câmara conheçam o teor de quem apoia a atuação das organizações sociais e do poder público para a superação dos índices de abandono e evasão escolar, aprofundados durante a pandemia da Covid-19.
História de Brasília
O único bloco da Esplanada dos Ministérios que tem dependência transformada em residência, é o Bloco 9. (Publicada em 17.03.1962)
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Sai a camisa verde amarela do nacionalismo e entra o uniforme do internacionalismo. Acreditar, como fazem alguns inocentes úteis, de que não haverá uma espécie de expurgo dentro do Ministério das Relações Exteriores é tolice e nem merece reflexões. Basta ver o que houve no período de mais de uma década e meia.
Como um trôpego, que ora cai para a direita, ora descamba para a esquerda, assim segue o outrora prestigioso Itamaraty, caminhando conforme toca a banda em seu coreto no Palácio do Planalto. Se for isso o que se chama de política externa, seguimos mal na fita.
O equilibrismo, na corda bamba, nessa travessia que parte de Brasília e se estica pelo mundo afora, não ajuda o país e muito menos a diplomacia brasileira, que deixa de lado o conjunto de interesses nacionais, para se aliar às ideologias fugazes e sem lastro na realidade. Obviamente que todas essas mudanças se darão diplomaticamente, como no passado, de modo a não parecer que está havendo um processo severo de desideologização, levando os de direita para o almoxarifado e retirando os outros de lá.
Que importância essas mudanças têm para a vida dos brasileiros? Pode-se perguntar. A resposta é: muita. A primeira dessas repercussões nefastas com a mudança de postura ideológica vem justamente na área econômica. Ao voltar a se alinhar a muitos países ditatoriais de esquerda, na sua totalidade Estados falidos economicamente, o Brasil volta a incrementar intercâmbios comerciais, que resultam sempre em prejuízos internos. Esse é o comércio solidário, em que o Brasil entra com a riqueza que o brasileiros produziram com o suor de cada dia e eles, com charutos, tequilas e miçangas. De outro lado, está de volta a temporada de vexames, com o Estado Brasileiro apoiando, diante de foros internacionais, ditaduras criminosas, condenadas nos tribunais do mundo.
A questão seria outra se, dentro do próprio Itamaraty, seus diplomatas pudessem andar com os pés que possuem, libertando-se dos grilhões das ideologias, que contaminam tudo o que tocam. Já é por demais sabido que o atual chefe do Executivo nada entende de política externa, preferindo se guiar por seus próprios instintos, uma espécie de sexto sentindo, o mesmo que nos conduziu à pior recessão da nossa história a partir de 2014.
Pondo de lado toda a influência maligna das ideologias, o Itamaraty padece também por seus próprios defeitos internos, motivados na sua maioria por excessivas disputas internas, todas elas guiadas pela vaidade e por uma ânsia em figurar como embaixador no circuito Elizabeth Arden, onde estão as embaixadas de Paris, Roma, Londres e Nova Iorque, onde o glamour da representatividade rende mais prestígio.
Para os que saem e são colocados de molho resta o circuito das embaixadas situadas no continente africano e em outras localidades no fim do mundo, onde o atual mandatário insiste em abrir representações.
O problema com as ideologias é que o profissionalismo, necessário para as intrincadas negociações com parceiros internacionais, é posto em segundo plano, devendo o representante seguir à risca o que ordena a cartilha em vigor. A experiência acumulada por muitos diplomatas e que poderia servir de base para a orientação prática nas relações internacionais é simplesmente deixada de lado em favor de ideias, que todos já perceberam, não funcionar.
A frase que foi pronunciada:
“A paz será duradoura na medida em que a razão prevalecer em relação a emoção, a diplomacia anteceder a caserna, o discurso preceder a persuasão, e a pluma utilizada em detrimento da espada.”
Roberto José Faria de Gusmão
W3
Depois do abandono total do Setor Comercial Sul, a W3 parece estar vivendo da própria sorte. Uma alternativa interessante seria a W3 do lazer, aos domingos e feriados, incrementando o comércio local que quiser abrir para atender à população.
Anote aí
Sob a regência do maestro Deyvison Miranda, o Madrigal de Brasília vai apresentar a Petit Messe Solennelle de Rossini. Ao piano, Marília de Alexandria Thales Silva, Harmonium, Dib Francis. Com o soprano Isabel Quintela, contralto Mônica Simões, tenor André Vidal e baixo, Guilherme Aquino. Nos dias 5 e 6 de abril, às 20h, no Teatro Levino de Alcântara, Escola de Música de Brasília. Entrada franca.
Evasão Escolar*
Vejam, no link BUSCA ATIVA ESCOLAR, a íntegra do guia “Papel das organizações da sociedade civil no enfrentamento da exclusão escolar”, desenvolvido pelo UNICEF, Undime e Itaú Social. É importante que as Comissões de Educação do Senado e Câmara conheçam o teor de quem apoia a atuação das organizações sociais e do poder público para a superação dos índices de abandono e evasão escolar, aprofundados durante a pandemia da Covid-19.
História de Brasília
Mais uma contra o povo, apresentada pela ponte Rio-Brasília. Se uma pessoa desejar interromper o percurso em Belo Horizonte, a passagem para o Rio ficará em Cr$ 9.300,00, enquanto que o Viscount cobrava Cr$ 8.700,00. (Publicada em 17.03.1962)
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Coincidência, que o lexicon traduz como ocupação do mesmo espaço, ou identidade e simultaneidade de dois ou mais fatos, ocorre com certa frequência na vida de todos e muitas vezes passam despercebidas por sua pouca importância. Quando as coincidências deixam de ter esse caráter natural e corriqueiro e passam a se constituir num processo, que, por suas consequências desastrosas, afetam a vida de todos, é necessário parar para analisar melhor essa ligação entre uma coisa e outra, até para evitar que essas simultaneidades de fatos persistam.
É o caso aqui do retorno dos atos de guerra, que o crime organizado vem abertamente perpetrando na capital do Rio Grande do Norte, Natal, levando o pânico à população e mostrando o alto grau de inoperância dos governos estadual e federal nesse caso.
No final de julho de 2006, o crime organizado, já tinha repetido a dose, com diversos ataques, a prédios públicos, escolas, carros particulares, agência bancárias e pontos turísticos, inclusive metralhando delegacias, tudo como retaliação à instalação de bloqueadores de celulares nos presídios. Mais tarde, em 2016, o crime organizado impôs toque de recolher na Grande São Paulo, cometendo 63 atentados simultâneos e coordenados em apenas 24 horas em diferentes pontos da capital, obrigando a população a ficar trancafiada em casa, com medo dessa guerra urbana. Com isso, conseguiu a proeza de paralisar ou provocar uma espécie de lockdown na maior e mais rica cidade de toda a América Latina. Não é pouca coisa.
Essas e outras ações criminosas demonstram que o poder de fogo e mesmo a estrutura de guerrilha urbana desses bandos é hoje uma realidade. Não é preciso lembrar que, ainda este ano, na Grande Vitória, no estado do Espírito Santo, o crime organizado protagonizou também uma série de atentados por toda a capital, repetindo o que já fizera anos antes por vários dias seguidos.
Fatos são fatos e não há nada que possa ser feito para afrontá-los, sem incorrer com isso no desvirtuamento da verdade. O anúncio da vitória eleitoral do atual presidente foi comemorado, como diversas imagens mostram, com um grande foguetório em alguns dos maiores presídios do país. Somente esse fato, por seu poder documental e comprobatório, demonstra que existe sim o que foi registrado em escuta de que “nos governos de esquerda (PT) havia um diálogo cabuloso” entre as facções do crime e o Governo Federal. Que raios de diálogo cabuloso seria esse? Como diálogo pressupõe sempre participação de duas ou mais pessoas conversando ou trocando mensagens, com quem, dentro do governo, esses criminosos estariam negociando? E o que estariam negociando? São questões que, por sua “delicadeza” o grande público jamais saberá.
Coincidência ou não, o fato é que esses atentados de grande porte têm ocorrido, em sua grande maioria, quando é a esquerda que está sentada no terceiro andar do Palácio do Planalto. Esse fato tem ocorrido também com as invasões de terra, deflagradas quando o país está sob administração federal das esquerdas.
A visita ocorrida agora, do ministro da justiça e segurança pública, ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, uma região sabidamente controlada pelo crime organizado, onde político de direita não entra e onde a polícia só consegue fazer incursões dentro dos chamados caveirões, blindados à prova de bala de fuzil, traz um significado ruim a reforçar a ideia desse diálogo cabuloso.
Sem qualquer escolta, o ministro foi, segundo informe oficial, reunir-se com “lideranças comunitárias” daquela região. O fato aqui é que nenhuma liderança comunitária naquela localidade se estabelece sem a benção do crime organizado. Alguns políticos da oposição, desconfiados desse encontro, já protocolaram requerimento para a convocação do ministro para dar explicações, em que esclareça como pode ele adentrar naquela favela sem seguranças, a bordo de dois carros pretos oficiais, com a maior tranquilidade, como se estivesse visitando a vó querida que mora no subúrbio.
Há coincidência demais no fato dessa visita ocorrer quando Natal está sitiada pelo crime organizado e quando as forças de segurança estão em alerta para a ocorrência desses atentados em outros estados. De fato, a população não conhece nem uma vírgula sequer do que foi tratado nesse encontro. O que se estabeleceu foi um clima de insegurança total no ar.
Perto do que aconteceu em Brasília em 08 de janeiro, com toda essa história mal explicada de golpe, a pergunta que fica é: não seriam esses atentados do crime organizado um verdadeiro golpe de Estado, criando álibis e narrativas para um pretenso fechamento político? Por que as autoridades não reagiram, ainda dentro dos presídios, para impedir que esses atentados fossem para as ruas? Por que não querem a CPI do dia 08? Alguém pode explicar?
A frase que foi pronunciada:
“Você nem pode imaginar a que ponto uma pessoa pode se afundar na mentira!”
Fyodor Dostoevsky, em Crime e Castigo
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História de Brasília
Mais uma contra o povo, apresentada pela ponte Rio-Brasília. Se uma pessoa desejar interromper o percurso em Belo Horizonte, a passagem para o Rio ficará em Cr$ 9.300,00, enquanto que o Viscount cobrava Cr$ 8.700,00. (Publicada em 17.03.1962)
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Com a História, ocorre um fenômeno deveras interessante. Mesmo tendo experienciado e vivido intensamente o instante em que ocorreram determinados fatos de grande relevância, capaz de virar de cabeça para baixo o status quo vigente e dar um novo rumo para os acontecimentos, o indivíduo e a sociedade raramente irão conseguir ter uma visão completa e acabada do ocorrido.
Isso acontece porque, nessa cronologia, é obrigatoriamente necessário um tempo para a História ser digerida na sua complexidade. Julgamentos e avaliações feitos em momentos próximos aos fatos históricos pecam justamente por falta de uma exatidão e de um olhar abrangente sobre o todo. Com isso, é normal dizer que a compreensão histórica só se torna possível quando todos os fatos ligados aos acontecimentos cessam. Mesmo assim é preciso esperar ainda a ação do tempo e do distanciamento dos fatos.
Vista de longe é que a História se revela real, tal como ela é e foi de fato. Tomando essa lição como ponto de partida, é preciso ressaltar que os fatos históricos que tiveram seu ápice no dia 8 de janeiro em Brasília terão ainda que aguardar um tempo para serem racionalmente decifrados por verdadeiros historiadores infensos ao calor abrasador das ideologias.
Isso quer dizer que aqueles fatos, assim como os frutos, só serão devidamente colhidos, quando amadurecidos e na estação certa. Que importância tem essa observação? Poderiam alguns indagar. A fonte de todo aquele rio que passou em nossas vidas está à montante e não à jusante, como querem os apressados, ou seja: é preciso recuar no tempo, ir em direção ao segundo semestre de 2022, observando toda a movimentação ocorrida no país, com a aproximação das eleições de outubro daquele ano.
Os personagens envolvidos nessa trama eram, além do ex-presidente Bolsonaro, o candidato do sistema representado por Lula da Silva, o Supremo Tribunal Federal, que, juntamente com o Tribunal Superior Eleitoral, tomou as mais importantes e inesperadas medidas em todo o processo eleitoral, além, é claro, das Forças Armadas, no caso o Exército e a grande massa de manifestantes, voluntariamente refugiados nas portas dos quartéis.
Como personagens paralelos, mas de grande contribuição para os acontecimentos, estão a impressa e as mídias sociais. Correndo por fora, como sempre acontece neste país, pode-se notar também o comportamento do parlamento, Polícia Federal e Rodoviária, os caminhoneiros, o governo do DF. Cada um, a seu tempo e à sua maneira, contribuiu ou não para a ocorrência desses momentos da nossa História.
A prisão em massa dos manifestantes acampados, sempre denominados de ‘patriotas’, ou seja, aqueles que não queriam e ainda não querem que o Brasil tenha o mesmo destino que Cuba e outros países submetidos ao jugo do comunismo, ainda repercute, sendo, portanto, um fato histórico que ainda não teve seu desfecho, talvez em decorrência das suspeitas de que outras variáveis entraram nessa equação.
Também o açodamento extraordinário com que se deu todo o processo jurídico sobre esse e outros episódios irão requerer, por parte dos historiadores, que toda essa avalanche de acontecimentos retorne ao leito normal do rio, permitindo um balanço de todos esses estragos. Por sua dimensão histórica, a depredação material do patrimônio público, elevada exageradamente aos píncaros de um fictício golpe de Estado, perde sua importância quando comparada aos estragos feitos ao erário por ocasião de escândalos de corrupção no passado. De igual potência, mas que quase nada renderam em termos de punição.
Como se observa, há ainda muito terreno a ser prospectado e um trabalho minucioso dos técnicos em passado para pôr todas as peças sobre a mesa, montando esse quebra-cabeças, de modo que as próximas gerações aprendam com exemplos do passado. Pela experiência transparente que a História mostra, é possível tomar o caminho certo quando encruzilhadas dessa magnitude se apresentam diante de todos.
Antes de tudo, é preciso que o tempo não permita que se ponha uma lápide fria sobre esses acontecimentos, dando a cada um, segundo sua participação, a verdadeira ação naqueles eventos bastante mal explicados.
A frase que foi pronunciada:
“O imposto que você paga, paga o progresso que você vê.”
Campanha publicitária do governo na década de 70
Consome dor
Um parto de 30 dias acompanhado pelos moradores da Quadra 17 do Park Way. Sem força na distribuição da água, caixas vazias. Imaginem passar um mês com esse problema. Mas uma coisa é certa: a conta chegou.
Mau exemplo
Motoristas que prestam serviço em todas as esferas de governo não prezam pela cidade como patrimônio da humanidade. Caminhões quebram calçadas, carros com placas especiais estacionam no gramado, ou mesmo em lugares onde normalmente é proibido.
História de Brasília
O novo horário da Prefeitura não alterou em nada o funcionamento da repartição. Apenas dez por cento dos funcionários trabalhará um expediente. E será conveniente a manutenção dos dois horários, que é uma característica do serviço público em Brasília. (Publicada em 17.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Desde sempre é sabido que afirmações, mesmo como mais incisivas e alardeadas por altos falantes, duram tanto como fumaça ao vento. Buscar algum lastro ou garantia concreta sobre o que dizem é perda de tempo. Nossos homens públicos mudam de opinião mais vezes do que uma madame experimenta roupa de grife. Vejam esse caso exemplar. Ainda no governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), as oposições ao governo, comandadas pelo Partido dos Trabalhadores, pediam, dia sim e dia também, a instalação de uma CPI, para apurar o que denominavam “falcatruas” dentro do Palácio do Planalto.
No programa televisivo, “Altas Horas”, então líder de audiência nas madrugadas naquela ocasião, gravado ao vivo e com plateia formada na sua maioria por jovens, o líder dos trabalhadores dizia com todas as letras: “Eu sou favorável à CPI porque é um instrumento, portanto legal, para você apurar falcatruas institucionais. Portanto vamos instalar a CPI, porque se o presidente for inocente, ele então vai ganhar um atestado de idoneidade do Congresso Nacional. A CPI não atrapalha o Brasil. É uma coisa importante para o Brasil. Acho que ao invés de criar as dificuldades que o governo está criando, era melhor criar as facilidades para que a CPI fosse instalada e funcionando de modo correto.”
A maior parte do tempo em que esteve na oposição, o PT sempre defendeu, com unhas e dentes, a instalação de CPIs, por quaisquer motivos, pois apostava sempre que os considerados feitos pelo parlamento ajudavam a destruir a imagem de seus oponentes e, quiçá, levariam esses governos para o beco sem saída do impeachment, ao mesmo tempo em que pavimentariam o caminho dessa legenda para o Planalto. Eis aí uma verdade, que a farta documenta em vídeos e falas comprovam e atestam. Nada como um dia atrás do outro, principalmente quando a pimenta passa a arder, não nos outros, mas na própria língua.
Os chamados Atos de 8 de Janeiro últimos foram interpretados de forma diversa. Para uns, foi um ataque cheio de ódio e vingança e, para outros, não passou de uma cilada, cuidadosamente urdida para atrair e culpar o pessoal que há meses se concentrava em gigantescos acampamentos em frente ao QG do Exército em Brasília. No princípio, a CPI do dia 8 tinha o apoio do próprio presidente, que via nessas questões um modo de levar para a prisão o ex-presidente Bolsonaro e sua equipe. Alertado por seus estrategistas de que o tiro poderia sair pela culatra, o atual mandatário recuou, desautorizando seus comandados a seguiram a instalação dessa CPI. Como essa manobra não pareceu dar o resultado que esperava, pois a oposição era ainda mais numerosa, o chefe do Executivo teve que recorrer às estratégias que conhece de cor e pelas quais mostra uma expertise sem igual.
Segundo notícias divulgadas, passou então a oferecer mundos e fundos para aqueles que assinaram o documento de instalação retirassem seus nomes. Em troca, receberiam cargos no governo, liberação de emendas e outros benefícios. O que surpreende é que essas movimentações, que em países onde a ética pública impera resultariam em prisão e outras punições, vêm sendo feitas à luz do dia, na frente das autoridades, num movimento claro de deboche pelas leis. Fazem o que fazem, porque sabem que nenhuma punição ou censura resultará dessa prática antirrepublicana e ilegal.
O certo, se é possível falar em certo nesses tempos incertos erráticos, seria a adoção de medidas que impedissem os parlamentares de retirar as assinaturas nesse tipo de documento. O certo também seria o estabelecimento de uma legislação que impedisse que parlamentares ocupassem cargos no Executivo, enquanto durarem os mandatos. O eleito para uma função deveria cumprir o que foi acordado com os eleitores. Mas estamos falando de Brasil, terra dos inzoneiros.
A frase que foi pronunciada:
“Progredir significa chegar mais perto do lugar que você quer estar. E se você tomou uma curva errada, então seguir em frente não o levará mais perto. Se você está no caminho errado, o progresso significa fazer uma meia-volta e caminhar de volta para o caminho certo; e, nesse caso, o homem que voltar mais rápido é o mais progressista”.
CS Lewis
Esclarecimentos
Aprovado pela CAE (Comissões de Assuntos Econômicos), o convite ao presidente do Banco Central. Há dúvidas dos parlamentares em relação à taxa de juros e ao erro de US$ 14 bilhões no fluxo de câmbio.
Quem não gosta de SAMBA
Por falar em Banco Central, em meio aos termos técnicos, um alívio para os olhos do leigo. O artigo era sobre uma Revisão do Modelo Estrutural de Médio Porte e, em seguida, apresentava a palavra SAMBA, que significa Stochastic Analytical Model with Bayesian Approach, que nada mais é do que Modelo Analítico Estocástico com Abordagem Bayesiana.
Ovacionado
Presidindo a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, o senador Paim conta que perguntou ao assessor quantos parlamentares estavam ali. Eram dezenove. E quantas mulheres? Queria saber o senador. Dez, contou o assessor. “Nessa comissão as mulheres mandam, elas são maioria”, determinou o presidente da Comissão, Paulo Paim!
Remédio
Já a Comissão de Assuntos Sociais tem dois médicos: Humberto Costa e Dr. Hiran.
Contraste
Notícias internacionais dão conta que o moderníssimo governo da Califórnia avisa que não admite farmácias que não vendam pílulas abortivas. A narrativa de que é preciso proteger as mulheres esconde as mulheres e homens abortados. Se o aborto fosse mesmo seguro para a mulher, a ativista María del Valle González Lopes, de 23 anos, e outras tantas mulheres, não teriam morrido após abortarem legalmente. Mas o que esperar de um país que pula o número 13 nos botões do elevador por achar que dá azar.
História de Brasília
Na impossibilidade, sugeriríamos à Novacap ceder o Pavilhão da Spevea, no caminho do Hotel, ou uma sala da LBA, um pouco mais adiante. Se há alunos, rejeitar esse trabalho especializado é que é inconveniente. (Publicada em 17.03.1962)
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Em carta publicada nesta 3ª feira (14), na coluna Sr. Redator, deste jornal, sob o título “Mídia Nacional”, o leitor Renato Mendes Prestes afirma que a grande mídia no Brasil, nesses últimos anos, tem se mostrado, com honrosas exceções, serviçal tanto ao capital como aos donos do Poder. É uma verdade que, por sua crueza e mau odor, não é possível ser varrida para debaixo do tapete. Como aponta o missivista, o Brasil permanece sendo um país policialesco, de cultura provinciana, antidemocrático, coronelista e patrimonialista. Tem pois, nesse caso, a mídia que merece e lhe cabe sob medida no figurino.
Para alguns observadores da cena política, esse comprometimento da grande mídia com o capital e o Poder vem se acentuando desde 2018, a partir da eleição do penúltimo chefe do Executivo. De lá para cá, os serviços prestados por esse tipo de mídia serviçal foram todos eles feitos com dois propósitos básicos: desestabilizar o azarão eleito naquela ocasião, ao mesmo tempo em que incensava e passava panos limpos no passado recente daquele que seria o candidato favorito do sistema. Tanto fez que conseguiu. A maior prejudicada com esse posicionamento nada digno é sempre a população. “A mídia atua como Diário Oficial dos políticos”, diz o leitor, ao completar que essa posição, a que opta pela “versão positiva dos fatos”, apresenta ao povo, e nesse caso aos leitores e eleitores, uma meia-verdade, que ao fim e ao cabo, é “uma mentira inteira”.
Cabe aos jornais entender, de uma vez por todas, que o público, no caso os leitores, já não toleram mais engôdos e ardis tanto desse tipo de imprensa como, principalmente, desse modelo de política que mais se assemelha a um pastiche.
Por essa e por outras é que, neste momento, mais do que nunca, é preciso que a grande imprensa bote a boca no trombone e não se restrinja apenas em noticiar os movimentos, que andam céleres e em marcha batida, no governo, principalmente, e no Judiciário e Legislativo, para a confecção do que chamam de projetos para a “regulação das mídias”.
Um nome pomposo, mas que esconde o real motivo que é a implantação da censura e o tolhimento de qualquer manifestação ou oposição ao atual governo. Sob o pretexto de combate às fake news e ao que chamam de discurso de ódio ou outros pseudos epônimos, está em andamento o que poderá vir a ser o banimento ou desidratação do Artigo 11º da Constituição de 1988, que versa sobre liberdade de expressão e de informação.
Basta ver os personagens que hoje estão empenhados nessa tarefa inglória, para que o cidadão se conscientize de que, desse grupo, jamais irá sair quaisquer medidas que assegurem, de fato, a liberdade de informação e de expressão, conforme está claramente escrito em nossa Carta Maior.
Menções como defesa da Democracia, ou o que eles entendem por isso, são usadas para dar cor e sabor a um conjunto de medidas que serão escritas com a mesma cor das tarjas negras que cobrem o que é censurado. Outros eufemismos como autorregulação das big techs e o controle ou a desmonetização dos canais e mesmo a criação de novos algorítmos, visam tão somente o controle, por parte do Establishment, do que é visto, lido e ouvido pela população.
É hora de a imprensa entrar de frente nessa discussão antes que todo esse descalabro seja votado, aprovado e posto em prática pelo atual governo. Caso venha ser aprovado como está sendo atualmente delineado por esses “paladinos” da verdade unívoca, chegará um momento em que até a imprensa serviçal do passado será lembrada com saudade. Pelos menos, naquela época, irão dizer, havia uma meia-verdade. Hoje, nem isso.
A frase que foi pronunciada:
“Não fui a passeatas contra o regime, não sequestrei ninguém, nem músicas de protesto eu fiz. Por que não posso usar a palavra povo na minha música, vou substituir por ovo. Ovo pode?(…) De todas as artes vigentes no Brasil, porque somente a música foi eleita como maldita? Medo de um eventual processo subliminar? Quem ouve discos ouve porque quer, ao contrário da TV. Em 1983, com promessas de abertura eu pergunto em nome da música: essa censura não vai acabar?”
SEIXAS, 1983 apud CAROCHA, 2007, p. 51
Solução
No caso do aluno que deu um bombril para a professora, os pais deveriam ser convocados a sentar no banco da escola, na mesma sala do filho, para assistirem uma semana de aula. Essa é uma punição positiva, que, certamente, serviria de exemplo para os outros que tentarem passar da linha do respeito.
História de Brasília
O emplacamento de carros está entregue à Prefeitura. Êste ano, as camionetas tipo Pic-UP serão, obrigatoriamente, portadoras de chapas vermelhas. Isto, quer dizer que somente poderão ser dirigidas por motoristas profissionais, ocasionando, então, sérios transtornos. (Publicada em 17.03.1962)
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Razões para a instalação da Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) referente aos acontecimentos do dia 08 de Janeiro, existem de sobra: “Democracia não suportará política de apaziguamento”, “A defesa da democracia é inegociável”, “A democracia brasileira não será abalada e, muito menos, destruída por criminosos. A sua defesa e de suas instituições é inegociável”, “Houve conivência e omissão criminosa de autoridades nos atos golpistas”, pontuou o guardião da Constituição.
Por outro lado, as autoridades jurídicas do país ainda estão boquiabertas com a prisão dos “terroristas” sem direito à audiência de custódia, sem direito a advogados e outros direitos básicos, de centenas de pessoas, idosos, doentes, dependentes de medicações. Todas elas amontoadas num depósito insalubre da Polícia Federal, como entulhos a serem descartados, repetindo cenas que não se via desde que foram revelados os crimes nazistas depois da Segunda Grande Guerra.
Por si só, esse deveria ser o leit motif humanitário a ensejar não apenas uma CPI, mas para que sirva de lição a todos aqueles que urdiram toda essa página vergonhosa de nossa história recente.
Em 2005, ouvia-se da fala de um torneiro mecânico: “A desgraça da mentira é que você passa a vida inteira contando mentira para justificar a primeira que você contou.” Esse é, de fato, um episódio que, por suas consequências desumanas e ilegais que recaíram sobre os acampados em frente ao QG do Exército, deve ser esclarecido, ponto por ponto. O cipoal de mentiras que se seguiram a esses fatos precisa ser desmontado pelos parlamentares que representam a população do país.
Também a velocidade imposta àqueles acontecimentos, justamente de quem preza a venda nos olhos e a balança, atropelando todo o ritual processual básico, impediu e mesmo tornou obscuras que um mínimo de clareza e racionalidade jurídicas viessem a tona, submergindo todo aquele episódio numa narrativa unilateral, que, por suas consequências imediatas e até mediáticas, criaram o que se poderia ser definido como factóides a favor do novo mandatário que se instalava naquele momento. Com isso, seguiu-se, em cascata, uma série de medidas nitidamente repressivas vindas das autoridades para abafar quaisquer sinais e sobrevida surgidas da oposição.
Agora, como se não bastasse, pelos vídeos espalhados pelo mar da Internet, com toda aquela pantomima ardilosamente arquitetada contra os acampados, eis que se delineia no horizonte alguma luz passível de clarear aqueles episódios. Essa luz, obrigando a Justiça a reconhecer a arbitrariedade de centenas de prisões, torna-se ainda mais fulgurante quando se verifica o empenho nervoso com que a atual administração do Brasil volta-se contra a realização da CPI, numa atitude suspeita para abortar a tão temida Comissão.
A mentira, dessa vez, é que a CPI possa atrapalhar votações importantes para a atual gestão, como é o caso da revisão dos tributos, visando, como se sabe, um arrocho maior na carga tributária. Oferecimento de cargos no segundo escalão como o Banco do Nordeste, Codevasf e outros órgãos e mesmo a ameaça da não liberação de emendas parlamentares estão no cestão de ofertas para enterrar a CPI.
Estranhamente, tudo para impedir que a verdade se apresente como ela é, capaz de fazer ruir os castelos de areia da mentira, acabando de vez com essa fantasia do marketing canhoto, para quem toda luz jogada sobre o partido e os seus, é um golpe. Um golpe dos raios de luz.
Susto
Não são raros os aparelhos de celular que superaquecem. Não são raros os casos de tumores no coração, cérebro e glândulas adenais em ratos submetidos às mesmas frequências que celulares. Veja os estudos no link Radiação de radiofrequência de telefone celular.
Memória
Duas propagandas do Correio Braziliense marcaram muita gente. Uma, conhecida mas não divulgada, mostrava um jornaleiro andando pelas quadras com a bolsa cheia de jornais, num dia que estava amanhecendo, meio chuvoso, nublado, e uma flauta tocando as notas do canto então reconhecido: “Olha êeeeee o Correio!”. A outra se passava numa banca de jornais onde vários periódicos eram divididos em montes. A câmera focava o Correio Braziliense e o locutor dizia enquanto as pessoas pegavam o jornal: “A pilha que dura menos.”
Vivendo e aprendendo
Alguns parlamentares divulgaram, em suas bases, que coordenariam importantes comissões. Acontece que as negociações correm depois das sugestões e até dos convites. Uma surpresa ingrata para quem inicia os passos na política.
História de Brasília
As chuvas darão maior trabalho ao dr. Ataualpa e à equipe do DVO. No trevo de distribuição sul há dois buracos conjugados, em boa disposição para quebrar molas. (Publicada em 17.03.1962)