Improviso e surpresas

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Lula. Foto: Ricardo Chicarelli – 19.mar.22/ AFP

 

         Tivesse, como seria lógico, econômico e estratégico, apresentado um plano de governo, consistente e coerente, antes mesmo das eleições, antecipando o que seria ou não possível realizar em quatro anos, o atual chefe do Executivo e sua equipe não estariam, como se vê agora, correndo de um lado para outro, buscando reunir projetos soltos em busca de alguma racionalidade de gestão, ao fim desses cem dias no comando do país. Razões diversas fizeram o governo dispensar um mínimo de projetos, dentre elas creditadas a total descrença de que sua campanha sairia vitoriosa no pleito de outubro. A pouca audiência e a incapacidade visível do candidato andar livremente pelas ruas do país, o que é um dos pré-requisitos para todo e qualquer candidato, levavam todos a acreditar que sua eleição seria um fracasso. A seu favor, além do sistema é claro, estavam apenas boa parte da mídia e sua claque mais radical, movimentada de um canto para outro para fazer número e figuração.

         Diante desse pessimismo interno, a formulação de propostas de alto calibre parecia perda de tempo, resumindo-se, nos bastidores, a reuniões, onde eram formuladas propostas genéricas e requentadas, todas elas já testadas e reprovadas, mas que podiam fazer algum sentido num país que, terminadas as eleições, parecia ter perdido o rumo e o prumo.

         Numa situação como aquela vista depois de outubro, qualquer plano, mesmo aqueles que nada continham de racional, serviriam para dar início ao governo. Pena que a legislação eleitoral não obrigue os candidatos a apresentarem, previamente, planos de governo consistentes e adequados. O mais correto nesse quesito, onde seriam apresentados os projetos executivos de cada candidato, era cada um desses planos serem estudados e aprovados por uma junta de especialistas isentos, que dariam, ou não, o aval para o registro da candidatura.

          Candidato sem plano de governo consistente não teria permissão para concorrer. Com isso seria evitada a perda de tempo e de recursos com governos, já em pleno exercício do mandato, e ainda remendando propostas soltas em busca de um plano mínimo de administração. Mas isso é querer demais, ainda mais num país onde nem mesmo o pré-requisito de uma ficha limpa é exigido dos candidatos. O que temos como resultado desse desdém por planos executivos de ação governamental é a comemoração de cem dias de poder, sem que medida alguma de alcance fundamental tenha sido tomada.

         Para piorar uma situação de total improviso e de incertezas, o atual governo tem pela frente ainda um Congresso que, à primeira vista, não parece muito disposto a validar de imediato suas propostas, sendo que, nesse ponto, a abdução de parlamentares em troca de favores, como ocorreu lá atrás no mensalão, está mais difícil e mais complicada. O governo nem tem nem uma base política, nem propostas bem costuradas para apresentar ao parlamento, o que faz prever que todas as suas medidas que sejam enviadas ao Congresso irão sofrer uma intensa revisão, sendo poucas as chances de que seus planos saiam do Legislativo como pretendiam os grupos políticos ligados ao Palácio do Planalto.

         Não fez antes e não fará bem agora à toque de caixa e na undécima hora. O problema com o improviso, em funções como a do Poder Executivo, que exige tempo de maturação de ideias, é que ele vem sendo acompanhado de imprevistos e de surpresas, nem sempre agradáveis.

A frase que foi pronunciada:

“Um bom plano é como um mapa rodoviário: mostra o destino final e geralmente o melhor caminho para chegar lá.”

Stanley Judd

 

Antes

Condomínios, prédios, empresas, todos começam a se mobilizar em campanhas proativas de proteção a roubos e furtos. Até a UnB recomeça as aulas com mais câmeras de monitoramento, botões espalhados pelo campus para acionar a segurança, além de um manual com dicas de proteção contra furtos e protocolos em casos de crimes.

Foto: fd.unb.br

 

Deu Brasil

Recorde mundial na F1 in Schools batido pelo mineiro Pedro Silva da equipe Speed Lions. Trata-se de um projeto mundial apoiado pelos mandachuvas da Formula 1, que estimula a meninada de 9 a 19 anos a implementar o software CAD/CAM para colaborar, projetar, analisar, fabricar, testar e, em seguida, competir em miniaturas de carros movidos a ar comprimido feitos de blocos modelo F1. Os carros são lançados pela rapidez entre a luz verde e o toque do competidor que aciona o motor.

 

Cultura

Na realidade, o gancho para a matéria que informa sobre a reforma da sala Martins Pena não é a geração de empregos. É a geração do conhecimento e exercício do pensamento, que são valores essenciais para o desenvolvimento da sociedade. É esse o valor dado pelo governador Ibaneis.

Foto: Sergio Amaral/CB/D.A Press

 

História de Brasília

Mas o assunto não é bem êste, e está mais ligado ao dr. Pimenta. É necessário que a captação de águas pluviais seja feita também nas superquadras, mesmo as inacabadas, como o Iapfesp. (Publicada em18.03.1962)

Inocentes úteis

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Foto: ssp.df.gov

         Transformado de maneira vil e exemplarmente como boi de piranha, em meio a uma situação totalmente obscura e que beira a uma novela surrealista e distópica, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, preso desde janeiro deste ano, virou uma espécie de troféu ou refém, nas mãos daqueles que insistem manter a narrativa fake de tentativa de golpe de Estado perpetrada por cidadãos da terceira idade, acampados por meses em frente ao QG do ex-glorioso Exército Brasileiro.

         É tudo uma chanchada de mal gosto, mas que pode ter seu desfecho inesperado, caso os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito, criada justamente para desmascarar toda essa encenação, vá até o fim. Junto com o ex-ministro, estão também centenas de cidadãos que foram, de forma traiçoeira e erroneamente, entregues pelos militares aos seus algozes, todos eles envolvidos numa trama, que conta ainda com o apoio cego e silente de boa parte da mídia.

         Atraídos para um quebra-quebra, típico dos black blocs, por gente infiltrada, sorrateiramente no movimento dos patriotas, os velhinhos de bengala e muletas iriam, na versão fictícia da novíssima Justiça, empreender um golpe de Estado, quebrando vidros, cadeiras e outros objetos simbólicos, ocupando assim os mausoléus de uma República, que há muito foi privatizada por malfeitores de colarinho branco. Para qualquer jurisconsulto, com direito ao título, toda essa trama não para em pé, tamanha são as incongruências legais, a começar pelo fato de que todo esse processo obscuro tem seus pilares apoiados apenas na quantidade de gente que está presa ou que pode vir a ser, caso refute essas teses absurdas.

         Quem conhece e já acompanhou o trabalho do delegado Anderson Torres e sua gestão frente à pasta da Justiça, reconhece, nesse profissional, a lisura técnica e isenta de máculas, agindo sempre como funcionário público exemplar. Assim como ele, muitos daqueles que estão jogados hoje em celas imundas, não cometeram o crime que lhes são imputados. Essa versão farsesca de golpe serviu como fumaça para encobrir um autêntico golpe de Estado, este sim consumado e que levou, num átimo, da cadeia para a cadeira de presidente, um condenado em três instâncias, inelegível, ficha suja e repudiado pela maioria da população brasileira.

         A esse concreto golpe de Estado, não se pode fazer referência, sob pena de seu autor ir também parar detrás das grades. Somente a morte e sepultamento da imprensa investigativa e da Justiça virtuosa e mesmo dos homens públicos destemidos tornaram possível a imposição de tamanha farsa. E pensar que, em toda essa trama, o que se busca não é a verdade para fazer justiça. É tão somente criar um estado de medo e de repressão, capaz, ao mesmo tempo, de manter a verdade distante, acusando inocentes de um crime de golpe que, na realidade, foi tramado e perpetrado por aqueles que estão agora no poder.

 

A frase que foi pronunciada:

“Em 1980, fui condenado à morte pelo regime militar. Durante seis meses na prisão, esperei o dia da execução. Muitas vezes, estremeci de medo da morte. Mas eu encontraria calma no fato da história de que a justiça acaba prevalecendo.” 

– Sul-coreano Kim Dae-jung, no discurso de aceitação do Prêmio Nobel da Paz.

Kim Dae Jung, 2000. Eskinder Debebe/Foto da ONU

 

Antes

Condomínios, prédios, empresas, todos começam a se mobilizar em campanhas proativas de proteção a roubos e furtos. Até a UnB recomeça as aulas com mais câmeras de monitoramento, botões espalhados pelo campus para acionar a segurança, além de um manual com dicas de proteção contra furtos e protocolos em casos de crimes.

Foto: fd.unb.br

 

Deu Brasil

Recorde mundial na F1 in Schools batido pelo mineiro Pedro Silva da equipe Speed Lions. Trata-se de um projeto mundial apoiado pelos mandachuvas da Formula 1, que estimulam a meninada de 9 a 19 anos a implementar o software CAD/CAM para colaborar, projetar, analisar, fabricar, testar e, em seguida, competir em miniaturas de carros movidos a ar comprimido feitos de blocos modelo F1. Os carros são lançados pela rapidez entre a luz verde e o toque do competidor que aciona o motor.

 

Cultura

Na realidade, o gancho para a matéria que informa sobre a reforma da sala Martins Pena não é a geração de empregos. É a geração do conhecimento e exercício do pensamento, que são valores essenciais para o desenvolvimento da sociedade. É esse o valor dado pelo governador Ibaneis.

Foto: Sergio Amaral/CB/D.A Press

 

História de Brasília

Mas o assunto não é bem êste, e está mais ligado ao dr. Pimenta. É necessário que a captação de águas pluviais seja feita também nas superquadras, mesmo as inacabadas, como o Iapfesp. (Publicada em 18.03.1962)

Novo Ensino Médio em suspense

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Foto: Ed Alves/CB/DA.Press

 

         Na falta de especialistas realmente comprometidos com a grave questão da educação no país, melhor mesmo seria encurtar o caminho e os debates improdutivos e pueris sobre o tal do Novo Ensino Médio e passar a colher, mundo afora, experiências exitosas e, simplesmente, implementá-las por aqui. O que não se pode é deixar ao alvitre aleatório de governos, que vêm e vão, a decisão de mudar e de “reformular reformas” nessa importante etapa do ensino, tornando o que já é instável e precário em algo que jamais se realiza. O pior é atrelar a reforma do ensino médio a diretrizes de cunho político ideológico, forçando o ensino público e privado a tornarem-se escolas de doutrinações partidárias, preparando os alunos não para andarem sobre as próprias pernas, mas para seguirem marchando ao som e ao comando das orquestras desafinadas das legendas partidárias.

         A política, no ensino, deve ser apenas aquela ligada a políticas educacionais, como é feita no resto do mundo civilizado, e não aquela orientada segundo a visão obtusa de partidos políticos. Há que diferenciar, portanto, política educacional de educação política, como pretende agora o governo de plantão. Não bastasse a destruição que tem sido feita nas universidades públicas, com o banimento da pluralidade e de outras discussões, que não aquela que incensa as esquerdas, temos agora o anúncio do governo suspendendo a definição de prazos para que alterações sejam implementadas no ensino médio em todo o país.

         Por meio de portaria, o Ministério da Educação (MEC) atendeu a pressões vindas de entidades estudantis e de associações educacionais, todas elas de orientação esquerdista e, simplesmente, de uma canetada, irá atrasar e, quiçá, alterar as reformas do Novo Ensino Médio, que já vinham sendo desenvolvidas nas escolas de todo o país desde o ano passado. Carece a educação, assim como toda a infraestrutura básica de nosso país, de políticas, no sentido de ação, de longo prazo de permanência e maturação. O que temos são reformas feitas em cima de reformas a cada governo que chega, não importando se essas alterações continuadas terão ou não resultados no que é realmente necessário, que é a elevação na qualidade do ensino.

         Mesmo que o MEC garanta que não haverá mudanças do modelo, a simples decisão em suspender, por noventa dias, os cronogramas de implantação da reforma previstos no Novo Ensino Médio, já provoca reações e alimentam as incertezas de que o novo modelo de ensino pode não ter vida longa nesse governo ou mesmo ser abolido, apenas para atender o que deseja as hostes ligadas à disseminação da ideologização do Estado. É disso que se trata e não de outras pretensas intenções em melhorar um modelo que, sequer, teve tempo de dizer ao que veio.

         Com isso, o Novo Ensino Médio, que tinha como um dos objetivos minorar o grave problema da evasão escolar, dando aos alunos a oportunidade de escolher, entre as opções oferecidas pela grade curricular, aquelas disciplinas que melhor se adaptam à sua realidade imediata, fica suspenso no ar, pendurado no teto apenas pela brocha do pintor em atenção ao que deseja o presidente, que já adiantou que o atual modelo não irá ficar do jeito como está.

         A situação vergonhosa do ensino no país, e que é vista mais claramente nos certames de avaliações internacionais, fica como está, na rabeira do mundo, o que adia também a superação do Brasil da situação de país em eterno desenvolvimento.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“É necessário que o professor oriente a criança sem que esta sinta muito a sua presença, de modo que possa estar sempre pronto para prestar a assistência necessária, mas nunca sendo um obstáculo entre a criança e a sua experiência.”

Maria Montessori

Maria Montessori. Foto: Wikimedia Commons

 

TCC

Por falar em Educação, soubemos que Juarez José Tuchinski dos Anjos fez um estudo sobre o colunista Ari Cunha e as críticas ao sistema de ensino de Brasília. O material em questão foi publicado nesta coluna entre os anos 1960-1965. Veja a seguir.

30/09/2013 – Foto: Monique Renne/CB/D.A Press.

 

De olho

Um requerimento do senador Confúcio Moura coloca a Política Nacional de Saneamento Básico como assunto a ser monitorado por todo o ano de 2023 pelo colegiado da Comissão de Meio Ambiente.

Senador Confúcio Moura. Foto: Roque de Sá/Agência Senado

 

24h

Agora é lei. Todas as Delegacias da Mulher deverão estar prontas para o atendimento 24h por dia, inclusive fim de semana e feriado. O assunto foi publicado no Diário Oficial.

Foto: Hmenon Oliveira

 

História de Brasília

A Escola Classe da superquadra 107, tôda vez que chove, fica completamente ilhada. Algumas telhas de alumínio foram dobradas pela velocidade do vento, e já merecem reparos. (Publicada em 18.03.1962)

 

Fronteiras e realidades

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Charge do Duke

 

          Não se sabe ao certo o que seria, na visão dos atuais protagonistas do poder, o que significaria a utilização do adjetivo “extrema” constantemente acoplado à expressão direita, quando se referem aos seguidores do ex-presidente. Comunicadores seguem o modelo e também apelidam de extremistas quaisquer outros grupos que se posicionem como direita.

         Para aqueles que se deixam embalar pelas cantilenas do populismo, extrema direita ou extrema esquerda são termos utilizados apenas para desqualificar o oponente, lançando-o às bordas e aos limites da razão. Ocorre que nada é mais parecido e próximo um do outro, do que os elementos que se situam nos extremos, confirmando a tese antiga de que os extremos se tocam.

         Soldados que vigiavam as fronteiras entre a Europa Ocidental e Oriental, durante a Guerra Fria, pela proximidade e pelo convívio obrigatório que essa condição exigia, mantinham, nesses locais, trocas de impressões e comentários ou mesmo provocações irônicas sobre o cotidiano de cada lado dessas barreiras. Com o tempo, os mais curiosos começavam a perceber que eram as divisões ordenadas pela ação política e ideológica que induziam as divisões entre as pessoas e não, propriamente, a realidade humana, que parecia manter o mesmo padrão.

         Todos queriam viver, cruzar esses pontos de fronteiras sem problemas e ter uma vida digna. Mas havia ali, naquele ponto extremo, uma diferença que chamava a atenção de todos: eram sempre as populações que habitavam o lado Oriental que tentavam passar para o Ocidente, e não eram poucos. Dificilmente se via algum indivíduo tentando ingressar no lado Oriental. E por que isso ocorria? A resposta era simples e dizia muito sobre essa linha divisória. No lado Oriental, naquele período cominado pela URSS comunista, não havia liberdade. Todos eram controlados pelo Estado onipresente e isso fazia toda a diferença entre um lado e outro.

         Não foram poucos os casos de soldados que, aproveitando a oportunidade de estarem tão perto da fronteira, fugiam para o lado Ocidental, com a ajuda dos seus colegas, de um lado e de outro. Vendo isso, as autoridades da parte Oriental criaram uma espécie de zona neutra ou de transição, afastando esses soldados do convívio com seus colegas do Ocidente. Atletas, embaixadores e outros personagens, quando vinham ao Ocidente, logo providenciavam uma maneira de pedir asilo político, mesmo que isso acarretasse duras repressões aos seus parentes que ficavam do outro lado da fronteira. São inúmeras as histórias que contam as tentativas para se livrar do controle do Grande Irmão e a busca pela liberdade. Muitos pagaram com a vida.

         Por ocasião das notícias, dando conta da queda iminente do Muro de Berlim em novembro de 1989, quilômetros de carros particulares trazendo famílias inteiras e com aquilo que podiam carregar formavam filas junto à fronteira, esperando o momento certo para cruzar para o lado oriental. Nenhuma alma viva fez o caminho inverso naquela data.

          Voltando ao nosso caso particular, onde as nuances entre esquerda e direita se dão mais pelos valores de caráter de cada um, poderíamos facilmente classificar de extremismo, o uso dos recursos do Estado para enriquecimento do partido e de seus líderes. A dilapidação de empresas estatais e outros crimes, que todos vimos ao vivo e a cores, guardam uma certa similaridade com os líderes políticos da antiga Europa Oriental, todos eles donos de grandes fortunas, enquanto, para a população, eram reservados tíquetes para a compra de alimentos escassos e racionados.

         A construção efetiva de uma direita no Brasil, em contraponto aos desastres já conhecidos de outros carnavais, já foi iniciada. É um caminho ainda novo e que precisa ser pavimentado com muito esforço e dedicação, mas que se torna necessário e urgente para que os brasileiros de bem não tenham que se dirigir às fronteiras, em busca da liberdade.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quantas vezes eu já disse para você não acreditar em tudo que ouve? Busque a verdade por si mesmo.“

Isabel Allende

Foto: Divulgação

 

Humanidade

Ariano Suassuna conheceu uma figura que classificava a humanidade em quem já foi a Disney e quem não foi. A novidade é que CEO da Disney, Robert Iger, já escolheu o terreno em Florianópolis para trazer, ao Brasil, o parque de diversões mais conhecido do mundo.

 

Violência

Roubos no Parkway, assaltos em sinais de trânsito de Brasília, furtos nas igrejas. Se houver complacência da polícia e da Justiça nos primeiros casos, é melhor a população ir se preparando.

Foto: Material cedido ao Correio

 

História de Brasília

Fugiu, doutor, é o termo. E vai ser duro, reaver o crédito. Seu sucessor soube se portar, com espírito de renúncia e compressão. Desprendeu-se de vaidades, e abriu mão de um direito constitucional para que não fosse sacrificado o povo. O senhor, no caso, faria o mesmo, dr. Jânio? (Publicada em 17.03.1962)

“O imposto que você paga, paga o progresso que você vê”

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Foto: Sérgio Lima/Poder360

 

           Tem razão parcial, o leitor Renato Mendes Prestes, quando, em carta à coluna Sr. Redator do Correio Braziliense dessa terça-feira (28), afirma que, a cada eleição, o eleitor brasileiro se vê como um personagem irrelevante para o funcionamento da democracia e que isso vai produzindo, no cidadão, um sentimento de desprezo pelo sistema.

         Na realidade, o que se observa, olhando essa situação com lupa grossa, é uma situação inversa, em que o chamado “sistema”, por razões e ardis que só o tempo revelará, isso é, se vier a revelar, há muito considera o eleitor brasileiro como um personagem totalmente irrelevante em todo esse processo. É o comparecimento obrigatório do eleitor em frente às urnas, que dá esse verniz de democracia que o sistema precisa, para tornar as eleições cristalinas e, como dizem, “absolutamente inexpugnáveis”.

         O eleitor entra em todo esse processo como coadjuvante de uma pantomima, ou como um marido fiel a uma esposa cheia de segredos. O sistema, com a ajuda ou não dos partidos, mas com o braço poderoso e longo do Judiciário, entroniza o candidato sob medida e a vida segue nessa que é considerada a maior, em termos quantitativos, democracia do planeta. O salutar é observar que nem todos os eleitores estão desatentos para essa situação. Quando pesquisas isentas de opinião pública dão conta, como aponta o leitor em sua missiva, de que quase 90% dos entrevistados se declaram não se sentir representados por nenhum partido político, o que ocorre de fato é a explosão coletiva de um sentimento de desilusão, que enxerga toda essa distopia democrática apenas na atuação medíocre das legendas.

         Ocorre que, por trás dos partidos, há todo um trabalho intenso, feito por um complexo sistema que, atuando longe do palco da política, transforma em realidade, não a vontade do eleitor, mas a vontade do próprio sistema. A questão aqui é saber por que os partidos, que integram perifericamente esse sistema, não reagem à essa situação? Para as legendas, em forma de cala a boca, foram oferecidos todos os tipos de benesses. A começar pelos bilhões destinados aos Fundo Partidário e Eleitoral. Ninguém reclama diante de tanto dinheiro. Depois vêm as chamadas emendas secretas, onde os partidos e suas lideranças abocanham fatias grossas do Orçamento da União, tudo com pouca ou nenhuma transparência e controle externo, dinheiro supostamente para ser investido em suas bases eleitorais. Também o grande número de parlamentares enrolados com a Justiça não deixa brechas para que se posicionem contra o que quer o sistema.

         O leitor afirma ainda em sua carta que outras pesquisas indicam que, diante dessa falsa representação, metade dos cidadãos acreditam ser possível no país o funcionamento de uma “democracia” sem a participação dos partidos e do Congresso Nacional. Esquece o digníssimo leitor desse jornal que é exatamente isso que o sistema quer e trabalha, para se apresentar em sua inteireza.

          Pensar que toda essa fantasia democrática poderia ser desfeita, bastando apenas a adição, nas urnas eletrônicas, do voto impresso, como a esmagadora maioria dos países sérios fazem. Mas já foi dito que não há verba para isso.

A frase que foi pronunciada:

“A extensão da caça às bruxas revela o tamanho do medo. O medo revela fragilidade.”

R. Rodrigues

 

Ari Cunha

Nos anos 90, a Câmara Legislativa aprovou um projeto que introduzia o Esperanto como disciplina optativa no ensino médio da rede pública do DF. Ari Cunha criticou a iniciativa. Segundo ele, ninguém falava essa língua e a Câmara devia cuidar de coisas mais sérias. Houve vigorosa reação dos esperantistas. Vieram centenas de correspondências do Brasil e do exterior. Ari reagiu com bom-humor. “Eu me rendo, não precisa mandar mais cartas ou cartões postais.” A revelação veio na carta do leitor Eurípedes Alves Barbosa.

Foto: arquivo pessoal

 

Em falta

Vasco Vasconcelos conta que foi mordido por um cachorro em Águas Claras e encaminhado de hospital para hospital para tomar a vacina antirrábica. Do posto de Saúde local, ao HRT e HRAN, foi informado que não havia a vacina disponível. Que aguardasse o chamado da Vigilância Sanitária.

Foto: tuasaude.com

 

Qual a razão?

Em viagens internacionais, nossas autoridades ficam encantadas com os teatros, parques e bibliotecas. Mas, com os pés no Brasil, não mostram interesse algum em melhorar o lazer dos brasileiros.

Teatro Nacional, em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

História de Brasília

Dr. Jânio Quadros não apresentou em nenhum momento uma razão plausível para o seu gesto. As dificuldades pelas quais passa o país, são as mesmas, e nem assim se justifica a hora do desespero. (Publicada em 17.03.1962)

Figurante de segundo plano

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Foto: Reprodução/agenciabrasil

 

Para o espectador, que observa de uma distância razoável e isenta, toda a movimentação política do atual governo, causa, para dizer o mínimo, surpresa e apreensão a indicação da ex-presidente Dilma Rousseff para a presidência do Banco Multilateral de Desenvolvimento dos BRICS (NBD). Não que a atuação desse banco, cuja sede fica na China, possa provocar reflexos diretos para a economia do Brasil. A situação é outra. Conhecedores do potencial duvidoso, e até aquém do esperado, que a ex-presidente demonstrou nos seus dois mandatos, muita gente fica se perguntando, o que teria feito o NBD e mesmo os BRICS para merecer essa indicação.

Dilma, para os que não se recordam, deixou o maior passivo econômico de toda a história brasileira, mergulhando o país numa recessão jamais vista, com as contas públicas em frangalhos e um recorde de desemprego. Dificilmente, quaisquer dessas instituições bancárias que operam hoje no Brasil teriam a ousadia de nomeá-la para gerir os negócios da instituição. A imprensa, como um todo, tem feito cara de paisagem para essa nomeação, como de resto faz pouco caso também acerca do presente e do futuro dos BRICS. O que pode explicar essa indicação que, com certeza, teve o dedo indicador do atual presidente da República, é agraciar a ex-presidente com uma espécie de prêmio de consolo, com um bom salário e todas as mordomias que o cargo oferta, para assim mantê-la longe do governo pelos próximos quatro anos.

De fato mandaram-na para a China, do outro lado do mundo. O que causa espanto mesmo é quando se comparam os currículos da ex-presidente com o apresentado pelo presidente que deixa o posto, Marcos Troyjo, que deveria permanecer neste cargo até 2025. Não vale aqui compará-los, até por uma razão de humanidade e para não ferir suscetibilidades dos partidários da ex-presidente. Quem tiver maior interesse nessa questão basta consultá-los. Ainda é cedo também para que se percebam as consequências para os BRICS, como um todo e para o Brasil, em particular, com essa substituição. O certo é que não há muito o que esperar, ainda mais quando se sabe que o Brasil deve aproximadamente U$ 300 milhões ao NBD, por acordos não cumpridos, como aporte de capital.

Apesar da estranheza dessa indicação, que foi ratificada pelos países que integram o bloco, é preciso salientar que mesmo países como a China e a Rússia, não enxergam os BRICS unicamente como uma união de economias complementares, apostando muito mais nos resultados estratégicos, políticos e militares que esse bloco pode render para esses países do Leste. O que demonstra a pouca atenção, tanto da mídia interna como externa a essa mudança e suas consequências futuras para o bloco, é o fato de que o BRICS é ainda e tão somente uma alegoria ou cenário a esconder por detrás as reais intenções de governos que almejam avançar para Oeste e aqui marcar trincheiras. O Brasil e a Dilma, como de resto alguns outros países do bloco, entram nessa encenação toda como figurantes de segundo plano e que não fazem muita falta.

 

 

A frase que foi pronunciada:
“Quando você aponta uma estrela ao tolo, ele olha para a ponta do seu dedo.”
Provérbio chinês

 

 

História de Brasília

Brasília chorou a morte de Belo. Belarmino Elvidio Leite, filho do Orion, da Recapagem Orion. Perde a cidade um excelente rapaz, perde o comércio um excelente comerciante, perdemos, todos nós, um excelente amigo. (Publicada em 01.03.1962)

Sem opor e sem posição

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O vice-presidente Geraldo Alckmin (esq.) e o presidente reeleito da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (dir.). Foto: poder360.com

 

         Enganam-se, redondamente, aqueles que acreditam que as declarações, cada vez mais destrambelhadas do atual presidente da República, ajudam politicamente as oposições. Não ajudam porque não criam, nessas forças antagônicas, o que mais seria necessário, que é um sentido de coesão ou de um projeto unificado e ordeiro de oposição, capaz de transformar esses grupos numa frente ampla antenada e proativa para exercer o que se espera desses “líderes”.

         A verdade é que boa parte daqueles que se elegeram à sombra de Bolsonaro ainda não demonstraram o que vieram fazer no Parlamento. São poucos os políticos, e sempre os mesmos, que assumem as tribunas da Câmara e do Senado, para discursar contra as insanidades produzidas todos os dias pelo atual governo.

         Há, de fato, um marasmo geral, como se todos estivessem esperando algo extraordinário para se posicionar. Os absurdos que acontecem diariamente só ocorrem porque a oposição ainda não se encontrou. Será que irá se unir ainda nessa legislatura?

         Enquanto nada de significativo acontece no Congresso, o governo vai comendo pelas beiradas, articulando ações, desmotivando, com benesses, parlamentares suscetíveis de serem dobrados ou amolecidos, sabotando a oposição e aparelhando o que pode, ou desarticulando os órgãos de combate à corrupção. Se não são as oposições que ganham relevo com as insanidades do atual governo, quem seriam os beneficiários diretos desse desgoverno?

         Há os que acreditam ser o mercado, que segue junto com o aumento de juros. Outros acreditam ser as mídias oficiais, que estão sendo beneficiadas como nunca, para maquiar uma situação que beira o caos. Outros ainda acreditam que todo esse descompasso do governo beneficia apenas os especuladores e aqueles que apostam no caos na economia. Nem desses angariam tantos benefícios com as ações incautas do atual governo como o próprio vice-presidente, que se mantém afastado de polêmicas, agindo nos bastidores para dar um certo ar de seriedade a tudo o que o titular faz e fala.

         De fato, Alckmin sabe o que está fazendo e a razão do que faz. Pode ser leal ao presidente, mas é bem mais leal a si mesmo e tem propósitos para agir assim. Quanto mais o atual chefe do Executivo deixa escapar suas pérolas colecionáveis, mais e mais sobe a cotação do vice. Na realidade, Alckmin não precisa fazer grande esforço para se manter como a única ilha longe do vulcão. Segue pela lei da inércia, empurrado para o alto apenas pelos ventos da sandice.

         Outro comandante que, com certeza, vai se beneficiando com os tropeços verbais de ação do atual governo é o presidente da Câmara, que vê a cada dia sua posição política reforçada pelo controle que exerce, tanto entre os líderes de bancada como na pauta de votação de emendas.

         Alckmin e Lira formam hoje os nomes mais fortes da República, ao lado, é claro, de alguns ministros do Supremo. O resto é o resto, dança conforme os que regem os maestros. Essa dupla permanecerá em paz, enquanto for conveniente para ambos. Caso o projeto do semipresidencialismo venha a se tornar uma realidade, como quer e sonha Lira, essa situação pode mudar. Caso prossigam os atropelos e as parlapatices do atual mandatário, revelando, como muitos falam à boca pequena, uma certa decrepitude ou senilidade, a saída poderá ser feita apenas por essas duas passagens estreitas, tendo cada uma delas a figura ou de Lira, ou de Alkmin. É o que dizem: o presente rabisca o futuro, e este é sempre traçado pelo passado.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Privatizar o Porto de Santos é a diferença entre a política internacional e a pobreza na Baixada.”

Governador Tarcísio de Freitas

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Foto: jovempan.com

 

Planejamento

Alguma coisa precisa ser feita nas obras da W3 Sul. O que não pode é o trânsito ficar parado da forma que está, nos horários de pico.

Fotos: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília

 

Direito

Reclamação constante é que, apesar da facilidade de cartões para o pagamento de passagens de ônibus, muitas vezes, não há troco, com o prejuízo do passageiro. O comércio em geral deve estar preparado para o pagamento em dinheiro, com troco suficiente em reserva no caixa.

Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

 

Acepção de pessoas?

SEDET lança Projeto Transformadas, curso de formação gratuita para bartender, culinária e maquiagem. O que não dá para entender é a disponibilidade de vagas preferencialmente para candidatos da comunidade LGBTQIA+.

 

História de Brasília

Não apresentou, em nenhum momento uma razão plausível para o seu gesto. As dificuldades pelas quais passa o país, são as mesmas, e nem assim se justifica a hora do desespero. (Publicada em 17.03.1962)

Quando a natureza é imutável

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Ilustração: JF 13

         O escorpião, que do sapo havia se valido para atravessar a lagoa, como paga, incutiu, sem piedade, sua peçonha no dorso do pobre anfíbio. Moral da fábula, diz que picar é da natureza do escorpião. Também é da natureza de governos, já testados e reprovados no passado, repetirem seus programas e projetos – se é que os possuem – mesmo que, com isso, venha a cometer os mesmos erros e gerar as mesmas consequências catastróficas diante do silêncio reinante.

         É da natureza, particularmente das esquerdas da América Latina, usar da oportunidade real de administrar um país, para transformar seus governos numa espécie de laboratório, testando teses que funcionariam melhor se aplicadas, por exemplo, na gestão de um diretório acadêmico da universidade.

         Ocorre que um país não é um diretório ou outra instituição, onde estudantes ensaiam suas revoluções idealistas. Do mesmo modo, um país não pode ser resumido numa espécie de central sindical, onde oportunistas de todo o calibre, ensaiam modelos distópicos de quebrar industrias e empresas, ao mesmo tempo em que buscam lucros maiores para si e seus filiados.

         O que ocorreu no ABC paulista, com as indústrias de automóveis abandonando essa região em busca de melhores retornos para seus investimentos, e deixando atrás de si um verdadeiro cinturão da ferrugem, com desemprego e falta de oportunidades, demonstra o resultado dessa prática nefasta e improvisada de querer impor, a qualquer custo, esses ensaios governamentais.

          A Venezuela e agora a Argentina e outros países do continente, formam um laboratório vivo dessas experiências mal sucedidas e que, na maioria das vezes, redundam em centralismo político e, daí, para uma ditadura fechada e opressora. Os métodos são sempre os mesmos. O inimigo é o outro, a quem devemos cancelar e destruir. Alguém no passado já havia ensinado que essas fórmulas não resultam em boa coisa. O inimigo é sempre a ignorância e a prepotência.

         Bem faria se, na entrada do Palácio do Planalto, fosse afixada, de forma bem visível, em placa de bronze, as lições pregadas por Abraham Lincoln (1809-1865), 16º presidente americano: “Não Criarás a Prosperidade se desestimulares a poupança. Não fortalecerás os fracos por enfraqueceres os fortes. Não ajudarás o assalariado se arruinares aquele que o paga. Não estimularás a fraternidade humana se alimentares o ódio de classes. Não ajudarás os pobres se eliminares os ricos. Não poderás criar estabilidade permanente baseada em dinheiro emprestado. Não evitarás as dificuldades se gastares mais do que ganhas. Não Fortalecerás a dignidade e o anônimo se subtraíres ao homem a iniciativa da liberdade. Não poderás ajudar os homens de maneira permanente se fizeres por eles aquilo que eles podem e devem fazer por si próprios.”

          Não por outra razão, é este o país para onde muitos desejam migrar, sobretudo aqueles que viveram sob as ditaduras de esquerda. Não é por outra razão também que certas pessoas de lenço vermelho, toda vez que podem, deixam Havana de lado e vão para Miami.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Os norte-americanos não entendem… que nosso país não é só Cuba; nosso país também é humanidade”.

Fidel Castro

Fidel Castro. Foto: Charles Platiau/Reuters

 

Planos planejados

Pobre consumidor que acha estar protegido pelo Plano de Saúde que paga religiosamente. Quando pede os detalhes das consultas ou internações, vem a surpresa. Remédios que nunca foram usados, procedimentos que jamais foram feitos. Tudo devidamente contabilizado. Quem dita as regras e está do lado do paciente precisa agir rápido.

Charge: Bier

 

Dinheiro a rodo

De agora em diante, as prefeituras têm novas obrigações em planos contra situações de risco. Além disso, falta a cobrança e transparência nas verbas de emendas parlamentares recebidas por prefeitos e governadores. Não há prestação de contas onde a população, que paga os impostos, possa acompanhar para elogiar ou denunciar.

Charge: abarraeanoticia.blogspot.com

 

Reação

Segundo a BBC Brasil, uma das principais organizações que comandam o atletismo em todo o mundo, a World Athletics, acaba de vetar a participação, nos esportes femininos, de atletas transgênero. A proibição será válida a partir de 31 de março próximo. Já não era sem tempo.

Foto: Giuseppe CACACE / AFP

 

História de Brasília

A fala do dr. Jânio Quadros disse o que todos esperavam. Foi corajoso e incisivo. Democrata, e livre. Mas mostrou que a hora da renúncia era a hora de se manter no poder e chamar o para acompanhá-lo nas suas decisões. (Publicada em 17.03.1962)

O mágico e o ciclista

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Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

 

         Ninguém, em sã consciência, nem mesmo os mais otimistas dos economistas do país, aposta um níquel furado nessa tal de âncora fiscal, desenhada às pressas, em garatujas ilegíveis, dentro dos muros do Palácio do Planalto. O princípio do teto de gastos, que poderia resolver um dos maiores, mais intricados e antigos problemas na área econômica do país, que é a excessiva diferença entre o que o governo arrecada e o que utiliza nas despesas para levar a cabo seus projetos e programas, mais uma vez, parece ir pelo ralo.

         A questão nesse caso atual é simples e não exige muito esforço de reflexão. A população pode acompanhar que não houve menção, nem o esboço de um único traço sequer de algo semelhante a um programa ou plano para os próximos quatro anos de gestão. Veio numa situação tão surreal que nem o próprio candidato tinha certeza da vitória. Apanhado de surpresa, também não se deu ao trabalho de elaborar um programa de governo, na certeza de que poderia desengavetar planos passados, na sua grande maioria, projetos populistas e sem lastro na realidade, todos eles feitos e executados com vista apenas às próximas eleições e na perpetuação no poder.

         O preço do improviso, é claro, veio na forma de mais gastos e consequente aumento de impostos, camuflados ou não, onerando quem produz e desonerando quem se mantém na sombra do governo, em apoio a suas teses. O que esperar de um presidente que, em viagem à China, levará, a tiracolo, um time de empresários que figuraram como réus nos escândalos da Operação Lava Jato? Não foi esse mesmo presidente que, ao reconhecer, erroneamente e sem reflexão, a China como economia de mercado, escancarando as portas do Brasil aos produtos desse país, acelerou o processo de sucateamento de nossas indústrias em vários setores?

         Diz o ditado que de onde nada se espera é que não pode vir nada mesmo. Não por outra razão, ao adentrar em seu terceiro mandato, o governo cuidou logo, mesmo antes de sentar na cadeira do Executivo, de arrombar o teto de gastos em mais de R$ 200 bilhões, num sinal premonitório e ruim do que virá pela frente. O passivo nas contas públicas já reforça a ideia de que o que começa de forma errada sempre acaba de forma errada.

         Não haverá a tão esperada rigidez nos gastos do governo, pois o montante de recursos que ele demonstra estar propenso a dispender é maior do que quaisquer regras venham a limitar. O populismo é um bolso furado que entende não valer a pena pagar as dívidas e sim gastar o que vê pela frente.

         Culpar governos passados, de forma duvidosa, acusando-os de terem promovido um grande desequilíbrio fiscal, já não cola nos ouvidos de ninguém. Pelo contrário, uma vista rápida nos números da economia nos governos Temer e Bolsonaro mostra a preocupação que ambos tiveram em desmontar o déficit público herdado dos governos petistas. Quem ainda espera alguma fórmula milagrosa vinda dessa proposta de âncora fiscal deste governo verá que, de fato, a montanha pariu um rato.

         Querer convencer a opinião pública de que populismo e economia podem andar juntos não esconde o fato de que esse processo só se torna viável por meio de pedaladas fiscais. Todos já conhecemos o conjunto de medidas econômicas que visam iludir o público, tal como fazem os mágicos, que tiram coelhos e pombos de cartolas.

 

A frase que foi pronunciada:

“(…) quando as leis deixaram de ser executadas, pois isso só pode vir da corrupção da república, o estado já está perdido.”

Montesquieu, O Espírito das Leis

Barão de Montesquieu. Reprodução da Internet

 

Arte

Sucesso da exposição Ecletismo nas Artes Visuais, com a curadoria e produção cultural de Malu Perlingeiro e coprodução de Lia Paz. Veja, a seguir, as fotos que a homenageada Leda Watson nos mandou com a Gláucie Lima.

 

Gota d’água

Aos poucos, a figura das mães vai sendo perdida nos absurdos do futuro e agora. Homens que menstruam, amamentam e jogam em times femininos.  Chegando o Dia das Mães, somos quase proibidas de pronunciar “leite materno”. Atualmente, o correto, para a minoria, é dizer “leite humano”.

Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde DF

 

Evasão Escolar*

Vejam no link BUSCA ATIVA ESCOLAR, a íntegra do guia “Papel das organizações da sociedade civil no enfrentamento da exclusão escolar”, desenvolvido pelo UNICEF, Undime e Itaú Social. É importante que as Comissões de Educação do Senado e da Câmara conheçam o teor de quem apoia a atuação das organizações sociais e do poder público para a superação dos índices de abandono e evasão escolar, aprofundados durante a pandemia da Covid-19.

 

História de Brasília

O único bloco da Esplanada dos Ministérios que tem dependência transformada em residência, é o Bloco 9. (Publicada em 17.03.1962)

Circuito Elizabeth Arden

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Palácio do Itamaraty. Foto: gov.br

 

          Sai a camisa verde amarela do nacionalismo e entra o uniforme do internacionalismo. Acreditar, como fazem alguns inocentes úteis, de que não haverá uma espécie de expurgo dentro do Ministério das Relações Exteriores é tolice e nem merece reflexões. Basta ver o que houve no período de mais de uma década e meia.

         Como um trôpego, que ora cai para a direita, ora descamba para a esquerda, assim segue o outrora prestigioso Itamaraty, caminhando conforme toca a banda em seu coreto no Palácio do Planalto. Se for isso o que se chama de política externa, seguimos mal na fita.

          O equilibrismo, na corda bamba, nessa travessia que parte de Brasília e se estica pelo mundo afora, não ajuda o país e muito menos a diplomacia brasileira, que deixa de lado o conjunto de interesses nacionais, para se aliar às ideologias fugazes e sem lastro na realidade. Obviamente que todas essas mudanças se darão diplomaticamente, como no passado, de modo a não parecer que está havendo um processo severo de desideologização, levando os de direita para o almoxarifado e retirando os outros de lá.

         Que importância essas mudanças têm para a vida dos brasileiros? Pode-se perguntar. A resposta é: muita. A primeira dessas repercussões nefastas com a mudança de postura ideológica vem justamente na área econômica. Ao voltar a se alinhar a muitos países ditatoriais de esquerda, na sua totalidade Estados falidos economicamente, o Brasil volta a incrementar intercâmbios comerciais, que resultam sempre em prejuízos internos. Esse é o comércio solidário, em que o Brasil entra com a riqueza que o brasileiros produziram com o suor de cada dia e eles, com charutos, tequilas e miçangas. De outro lado, está de volta a temporada de vexames, com o Estado Brasileiro apoiando, diante de foros internacionais, ditaduras criminosas, condenadas nos tribunais do mundo.

         A questão seria outra se, dentro do próprio Itamaraty, seus diplomatas pudessem andar com os pés que possuem, libertando-se dos grilhões das ideologias, que contaminam tudo o que tocam. Já é por demais sabido que o atual chefe do Executivo nada entende de política externa, preferindo se guiar por seus próprios instintos, uma espécie de sexto sentindo, o mesmo que nos conduziu à pior recessão da nossa história a partir de 2014.

          Pondo de lado toda a influência maligna das ideologias, o Itamaraty padece também por seus próprios defeitos internos, motivados na sua maioria por excessivas disputas internas, todas elas guiadas pela vaidade e por uma ânsia em figurar como embaixador no circuito Elizabeth Arden, onde estão as embaixadas de Paris, Roma, Londres e Nova Iorque, onde o glamour da representatividade rende mais prestígio.

          Para os que saem e são colocados de molho resta o circuito das embaixadas situadas no continente africano e em outras localidades no fim do mundo, onde o atual mandatário insiste em abrir representações.

         O problema com as ideologias é que o profissionalismo, necessário para as intrincadas negociações com parceiros internacionais, é posto em segundo plano, devendo o representante seguir à risca o que ordena a cartilha em vigor. A experiência acumulada por muitos diplomatas e que poderia servir de base para a orientação prática nas relações internacionais é simplesmente deixada de lado em favor de ideias, que todos já perceberam, não funcionar.

 

A frase que foi pronunciada:

“A paz será duradoura na medida em que a razão prevalecer em relação a emoção, a diplomacia anteceder a caserna, o discurso preceder a persuasão, e a pluma utilizada em detrimento da espada.”

Roberto José Faria de Gusmão

 

W3

Depois do abandono total do Setor Comercial Sul, a W3 parece estar vivendo da própria sorte. Uma alternativa interessante seria a W3 do lazer, aos domingos e feriados, incrementando o comércio local que quiser abrir para atender à população.

 

Anote aí

Sob a regência do maestro Deyvison Miranda, o Madrigal de Brasília vai apresentar a Petit Messe Solennelle de Rossini. Ao piano, Marília de Alexandria Thales Silva, Harmonium, Dib Francis. Com o soprano Isabel Quintela, contralto Mônica Simões, tenor André Vidal e baixo, Guilherme Aquino. Nos dias 5 e 6 de abril, às 20h, no Teatro Levino de Alcântara, Escola de Música de Brasília. Entrada franca.

EMB. Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

 

Evasão Escolar*

Vejam, no link BUSCA ATIVA ESCOLAR, a íntegra do guia “Papel das organizações da sociedade civil no enfrentamento da exclusão escolar”, desenvolvido pelo UNICEF, Undime e Itaú Social. É importante que as Comissões de Educação do Senado e Câmara conheçam o teor de quem apoia a atuação das organizações sociais e do poder público para a superação dos índices de abandono e evasão escolar, aprofundados durante a pandemia da Covid-19.

História de Brasília

Mais uma contra o povo, apresentada pela ponte Rio-Brasília. Se uma pessoa desejar interromper o percurso em Belo Horizonte, a passagem para o Rio ficará em Cr$ 9.300,00, enquanto que o Viscount cobrava Cr$ 8.700,00. (Publicada em 17.03.1962)