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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Bem faria o próximo governador se empenhasse a dinâmica de sua administração na revitalização das Avenidas W3 Norte e Sul. Trata-se aqui de um eixo de vital importância econômica e social não só para o Plano Piloto, mas para toda a grande Brasília e que tem sido mal direcionado ao longo de décadas.
O renascimento dessas avenidas trará recursos preciosos para a capital, primeiramente irradiando seus benefícios para todas as áreas adjacentes, ajudando a alavancar também outras regiões distantes. Uma primeira providência, e que não custaria quase nada aos cofres públicos, seria deslocar o Eixão do Lazer, fechados aos domingos e feriados para as Avenidas W3 Norte e Sul.
O fechamento dos eixos W3 levaria a população e todos os eventos que ali se realizam para esse novo eixo do lazer, criando oportunidades e incentivando novos negócios, ao mesmo tempo em que despertaria na comunidade uma maior atenção para essa esquecida área.
Todos sabem que o comércio vive sobretudo graças à movimentação da população nesse local. O Eixo Rodoviário, como o próprio nome indica, poderia voltar a ter sua vocação preservada que é a de permitir a livre circulação de automóveis, interligando as pontas extremas do Plano Piloto, conforme idealizado pelos construtores da capital.
Essa Mudança poderia, num primeiro momento, funcionar como um teste piloto, para que as autoridades e a população pudessem avaliar as consequências dessa mudança para o desenvolvimento das W3. Caso essa experiência desse certo, como acreditamos que dará, o passo seguinte seria um investimento pesado para a melhoria de toda a infraestrutura dessas avenidas, a começar por uma repaginação arquitetônica de toda essa via, capaz de trazê-la de volta aos seus dias de glória.
Outra medida, que também pouco custaria aos cofres públicos da cidade, seria a adoção de incentivos, de ordem fiscal e outros, para que os proprietários desses imóveis aderissem ao movimento de renovação geral, através de gestos simples como a uniformização dos reclames nas fachadas de cada loja, a uniformização também dessas fachadas, de modo a preservar o conceito singelo e original da capital, acabando com a poluição visual, que tantos males causam à cidade e à saúde das pessoas.
O poder público entraria nessa empreitada com obras pesadas de infraestrutura necessária interligando essas avenidas, dotando-as de iluminação adequada e segurança constante. Qualquer pesquisa realizada entre os proprietários e aqueles que possuem seus negócios instalados nas Avenidas W3 Norte e Sul tem mostrado que todos eles reclamam do abandono desses locais, da falta de iluminação, de segurança e calçadas uniformes.
Também o replantio de árvores ao longo de todas essas avenidas traria conforto climático e ambiental valorizando, ainda mais esses espaços. Exemplos pelo mundo afora tem ensinado que a revitalização de antigas áreas das cidades gera benefícios incontáveis para a população e para a economia dessas metrópoles.
Medidas desse porte, colocadas na prática em cidades como Nova York e Londres, mostram que, com poucos incentivos dos cofres públicos, é possível fazer renascer pontos essenciais dentro dos espaços urbanos. Os benefícios dessas medidas são incontáveis e se multiplicam pelo planeta.
Aqui mesmo no Brasil, como é o caso do Rio de Janeiro, antigas áreas, como o cais do porto, depois que passaram por uma repaginação e modernização, voltaram a ganhar vida, fazendo com que essa cidade incorporasse, ao seu patrimônio, áreas que antes eram problemáticas e que traziam prejuízos aos moradores da própria metrópole.
A frase que foi pronunciada:
“Sempre foi fácil odiar e destruir. Construir e valorizar é muito mais difícil.”
Rainha Elizabeth II
Manhã da saudade
Aos 37 anos, a escola Visconde de Cabo Frio, na L2 Norte, vai fazer um encontro no sábado entre famílias de alunos, ex-alunos e ex-funcionários. A ideia é reencontrar quem viu a instituição nascer, saber onde estão essas pessoas e o que fazem. Para provocar a memória, uma exposição de fotos será montada. O evento Manhã da Saudade, começa às 10h do dia 10, neste sábado.
Kamikazes
Zebrinhas são o transporte coletivo sobre rodas mais rápido e confortável do Plano Piloto. Mas há alguns problemas. Não há paradas próprias e a velocidade que passam nos balões das entrequadas tira um lado do veículo do chão.
Educação
Plataforma desenvolvida em parceria entre o Itaú Social e a Crossknowledge alcançou a marca de 140 mil usuários e mais de 80 mil certificados dos 50 cursos oferecidos gratuitamente. A iniciativa rendeu a medalha de prata do prêmio Brandon Hall – Excellence Awards 2022, na categoria “Melhor Avanço na Implementação de Tecnologia de Aprendizagem”.
História de Brasília
Na escola pública, a sala da diretoria é uma mesa jogada num corredor infecto, lamacento, caindo aos pedaços. As crianças não usam caderno dia de chuva. Á água molha tudo. (Publicada em 10.03.1962)
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Como a primeira coluna diária da capital, desde Abril de 1960, este espaço, de diálogo aberto e franco com os pioneiros, vem lutando em defesa de Brasília. Desde logo, tínhamos em mente que o sucesso na consolidação da nova capital, um fato que contrariava muitos brasileiros, que não aceitavam a perda de hegemonia política e administrativa do Rio de Janeiro, significaria a sobrevivência deste espaço e do próprio Correio Braziliense. O fato de nascerem juntos, Brasília e a coluna Visto, Lido e Ouvido, ligou, de forma vital, este espaço no jornal aos destinos da nova capital.
O sucesso ou o fracasso da capital selaria o destino do jornal. Não por outra razão e por se colocar, de forma intransigente, na defesa da nova capital e nos ideais que, naquele distante 1960, guiavam o espírito e as mãos do então presidente Juscelino Kubitschek, esta coluna sofreu dura oposição, e assim como o mandatário, naquela ocasião, aguentou firme, porque, no íntimo, vislumbrava que era o melhor para o país, para os brasileiros e, sobretudo, para os candangos que para aqui vieram, sem titubear, construir um novo modelo de cidade.
O tempo mostrou que estávamos no caminho certo. Mais do que isso, o tempo e as transformações extraordinárias ocorridas nessas últimas décadas no mundo, no Brasil e em Brasília, particularmente, acabaram por apresentar novos desafios e novos problemas para a jovem capital.
Ari Cunha, ciente de suas responsabilidades históricas e dos seus compromissos, mais uma vez, permaneceu ao lado de Brasília e dos brasilienses, apontando erros, mostrando soluções e buscando sempre trazer para o leitor a oportunidade de reflexão sobre esses momentos. Assim, quando da chamada emancipação política da capital, uma manobra urdida à toque de caixa e sem um debate aberto com a população local sobre suas consequências para a cidade, essa coluna se posicionou contra essa medida, porque não tinha dúvidas de que essa mudança, sob o manto falso da representatividade democrática, iria acarretar sérios transtornos para a capital e representaria uma mudança drástica de direção, contrariando o que havia planejado JK e todos aqueles diretamente envolvidos na construção da cidade.
Não deu outra. A representação política trouxe, para a capital, todo um conjunto de problemas sofridos em outras cidades, a começar pela partilha administrativa da capital, entregue em mãos de pessoas que, na sua maioria, ou não eram pioneiros legítimos, ou não demonstravam amor ou carinho pela cidade. A transformação das terras públicas em moedas de trocas políticas, dentro da noção mesquinha: um voto, um lote, provocaria estragos irreversíveis para a capital.
Áreas reservadas a futuras barragens, para abastecer a capital de água de boa qualidade e em abundancia foram transformadas em assentamentos. Também áreas de preservação ambiental viraram, da noite para o dia, áreas residenciais, tudo feito por incentivo de políticos, que agiam, inclusive, fornecendo material para as invasões. Escândalos se seguiram, mas os prejuízos já eram fato consumado.
Esta coluna, a todo o momento, não se intimidou, denunciando essas mazelas e crimes contra os brasilienses e contra o futuro da capital. Ainda hoje esses problemas se repetem. Ainda hoje mantemos a linha de proteção à capital aberta por Ari Cunha. Denunciamos esses fatos, mesmo sob ameaças e outras intimidações. A violência, o congestionamento dos serviços públicos, a invasão silenciosa que vem sendo feita mesmo na área tombada, com a proliferação de barracos de lata, espalhados até pelos pontos de ônibus, mostram bem a face nefasta e as consequências danosas de uma representação política mal feita e muito bem remunerada, que custa bilhões aos contribuintes e sorvem recursos que poderiam, muito bem, ser destinados a áreas realmente prioritárias.
A invasão de áreas nobres, como o Parque Nacional, ameaçado de ver diminuídas suas áreas naturais para a implantação de novos assentamentos, mostra que vamos nos aproximando do limite da razão e vamos ficando, a cada dia, mais parecidos com o restante das cidades do país, onde os problemas e as más ações políticas se multiplicam.
Quando colocamos o dedo na ferida, logo surge um falso defensor desse tipo de democracia, que usa o bem público para alavancar candidaturas nocivas à capital. Agora mesmo, vemos o absurdo representado pela candidatura de pessoas financiadas, com altas somas de dinheiro, pelo crime organizado, que manda e desmanda nas áreas que controlam, dizendo quem pode ou não fazer campanha nesses locais.
A aproximação das eleições, sobretudo aquela envolvendo a candidatura de políticos locais, deve ser muito observada pelos brasilienses. Ou a escolha errada, naquele político oportunista e sem valores éticos, significa uma ação a mais visando inviabilizar a vida na capital, para a população e para o próprio eleitor.
A pandemia fez aumentar, ainda mais, a distância entre o cidadão e a Câmara Distrital, por isso mesmo é preciso muita atenção antes de entregar os destinos de sua cidade em mãos desconhecidas. O prejuízo pode retornar para você, em dose dupla e muito antes do que imagina. Todos nós já percebemos que estamos imersos em tempos muito estranhos, rodeados de problemas e sem soluções à vista. Desse modo, torna-se mais do que necessária a tomada de um compromisso íntimo: não votem em pessoas sem amor pela cidade e por sua gente. Na dúvida, vire as costas e vá para a casa.
A frase que foi pronunciada:
“Fazíamos música sentados no gramado das superquadras de Brasília, em casa, na faculdade. Era uma época criativa, mais ingênua, em que as pessoas se divertiam mais, brincavam mais.”
Katya Chamma
História de Brasília
Mas vamos ao avião que fica a três quilômetros da Praça dos Três Podêres. Ontem não ouve aula. O vento jogava chuva sôbre os alunos, porque a escola não tem janelas. As tábuas vão até certa altura, e por diante, o tempo é quem determina a assiduidade. (Publicada em 10.03.1962)
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Entra governo e sai governo e a promessa de que o instituto da reeleição será definitivamente enterrado vai ficando de lado, mesmo já tendo demonstrado o quão esse modelo é danoso para nossa democracia, principalmente pela utilização da máquina pública em favor daqueles candidatos que estão no poder. Por outro lado, é preciso notar que não basta a renovação de nomes no governo se as ideias e os projetos persistirem os mesmos. O tempo muda e com eles as prioridades. O que era antes uma inovação, hoje pode ser um estorvo e uma velhacaria.
Desse modo, ao iniciar-se os novos governos que eles venham trazendo mudanças qualitativas, sobretudo na parcimônia e racionalidade com que irão lidar com os recursos públicos. Por isso, antes da implementação de projetos mirabolantes e dispendiosos as regras da boa administração mandam escutar, diretamente daquela população-alvo, que prioridades ou obras ela elege como correta para cada momento.
Nesse início de campanha muitos candidatos ao Governo do Distrito Federal têm apresentado programas e projetos, principalmente grandes obras de infraestrutura como novas pontes sobre o Lago Paranoá e nova extensão da linha do metrô subterrâneo, sem que a população dessas localidades seja, ao menos, consultada sobre essas prioridades e urgência. Trata-se de um crasso erro de estratégia, de marketing , e que pode , facilmente resultar em gastos astronômicos e desnecessários, que, não raro, transformam essas obras ou num esqueleto inacabado e dispendioso ou num chamado elefante branco, pousado estranhamente na paisagem , como um símbolo da gastança e o que é pior, da corrupção.
Grandes obras que no passado recente eram anunciadas como redentoras e de grande visão estratégica e administrativa, hoje estão sem uso e sendo corroídas pelo tempo. Verdadeiros monstrengos a homenagear governos perdulários, muitos, inclusive alvo de processo na Justiça. Exemplos como o Estádio Mané Garrincha, com sua arquitetura paquidérmica e inútil e o Buritinga, complexo de edifícios que serviriam para abrigar o GDF estão aí, de pé, como estátuas gigantescas a celebrar ao mau uso ou o desvio de dinheiro público.
Há ideias e projetos que por sua inventividade e oportunidade nada ou pouco custam ao contribuinte e que muito podem ajudar a melhorar a vida dos brasilienses. Outras iniciativas e projetos devem, por sua urgência, serem continuados e até expandidos, como é o caso da revitalização das avenidas W3 Sul e Norte. Esses dois importantíssimos eixos comerciais e que por décadas foram esquecidos, merecem ser melhor repaginados do ponto de vista arquitetônico e econômico, trazendo de volta o valor que essas avenidas merecem.
Uma ideia, para dar início a essa revitalização econômica e que nada custaria aos cofres da capital, seria deslocar o eixão do lazer do ponto em que ele hoje está, no eixo rodoviário Norte e Sul para a W3, fechando todo aquele corredor ao trânsito nos domingos, de uma ponta a outra, para atrair a população de pedestres e ciclistas para essa área. Outra ideia, que muito ajudaria a população seria o estabelecimento de uma espécie de transporte público náutico ligando as margens do Lago Paranoá, permitindo o deslocamento e lazer da população de uma localidade para outra.
Ideias poderiam ser testadas como projetos pilotos para se saber o resultado dessas experiências e sua viabilidade. É preciso, no entanto, que o governo que virá, volte a implementar o orçamento participativo no qual a população diz em quais projetos devem ser investidos a dinâmica administrativa e o dinheiro dos pagadores de impostos. Lembramos aqui a importância para a vida cultural da cidade como a definitiva reforma dos teatros, a retomada de projetos culturais pela cidade ao estilo do Concerto Cabeças , Cinema Voador, Arte por Toda a Parte entre outros projetos, que tanto bem fizeram a cidade e onde nomes da cultura local foram revelados. Já é um bom começo.
A frase que foi pronunciada:
“Na cidade, a pressão da opinião pública é capaz de fazer o que a lei não consegue.”
Sherlock Holmes
Vulneráveis
Seria bom se o GDF divulgasse o investimento feito para crianças e adolescentes na cidade. O Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente tem dotação mínima de três décimos por cento da receita tributária líquida. Não é pouco dinheiro. E, na lei, é vedado o contingenciamento ou o remanejamento dos recursos destinados desse fundo.
Estúdio Barroco
Ana Cecília Tavares (cravo), André Vidal (canto), Cecília Aprigliano (viola da gamba) e Sueli Helena (flauta doce) vão lançar o CD Damas Virtuosas, na terça-feira (21/08), às 21h, no Clube do Choro de Brasília (Eixo Monumental), e na quinta-feira (23/08), às 21h, no Teatro da Escola de Música de Brasília (602 Sul). O concerto será apresentado dentro da série Concerta EMB. Não recomendado para menores de 14 anos. Os CDs estarão disponíveis para venda nos intervalos das apresentações ao preço de R$ 20.
Convite
Brasil Paralelo convida a todos para a Guerra do Imaginário – A jornada de Chesterton, Lewis e Tolkien, dia 25 de agosto às 20h. Para assistir, busque na Internet pelo título.
História de Brasília
É de descalabro, a situação de Taguatinga com relação a transportes. Quem precisa chegar ao Plano Pilôto às 9 horas, está saindo de casa às seis, porque não sabe o que lhe espera em matéria de imprevistos. (Publicada em 09.03.1962)
Mirem-se nos exemplos das Unidades de Resgate dos Bombeiros e no Hospital de Base
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Todas as noites, enquanto você e sua família dormem tranquilamente, milhares de profissionais da saúde do Distrito Federal estão envolvidos no mais estressante e urgente trabalho de atendimento aos socorridos, que dão entrada a cada instante, nos hospitais da capital. Os casos são variados e sempre graves. A interação entre os socorristas e o pessoal dos hospitais, que estão de plantão na madrugada adentro, deve ser precisa e imediata.
É nesse ponto que todo o trabalho de socorro pode dar, ou não, os resultados positivos que todos esperam. Um atraso em cada um desses lados é fatal e pode custar a vida de muitos. Os socorristas que dão plantão nas diversas Unidades de Resgate dos Bombeiros, distribuídos por toda a cidade, trabalham incessantemente durante toda a noite, e sob todas as condições, buscando e levando, para os hospitais mais próximos, vítimas de acidentes e outros cidadãos que necessitam de socorro imediato. Trata-se de um trabalho da mais alta importância.
O crescimento desordenado da capital nessas últimas décadas, com o estabelecimento de centenas de novos bairros, a maioria erguidos sem muitas cautelas urbanísticas, com ruas e becos estreitos e sem iluminação, sem endereço ou CEP oficial, fez ,de muitas áreas periféricas do Distrito Federal, verdadeiros labirintos, onde nem a polícia ousa circular nas madrugadas.
É em lugares assim, fora dos mapas da civilização, que esses socorristas atuam, resgatando vítimas da violência diuturna, acidentes ou emergência física ou mental, que assolam esse lado da cidade. São heróis anônimos que estudaram por anos para salvar, diuturnamente, os cidadãos.
Para esses profissionais, que ajudam a zelar pelo seu sono tranquilo, sabendo que a cidade está entregue em boas e seguras mãos, a missão de conduzir para os hospitais é apenas a primeira e mais importante etapa do resgate. A segunda etapa, que é a do atendimento de emergência dentro das Unidades de Saúde, cabe inteiramente aos hospitais nas diversas Regiões Administrativas do Distrito Federal. E é aí que todo esse trabalho encontra um diagnóstico duvidoso e falho. Não são raros os casos e relatos, vindos das pessoas atendidas pelo serviço, de adentrarem os Hospitais Regionais e, nesses locais, não encontrarem os profissionais que ali deveriam estar. “Estamos sem cirurgião” ou “estamos sem esse ou aquele especialista”, é o que se ouve nessas unidades de saúde.
Nesse ponto, o que resta fazer e muitas vezes é feito, é levar o paciente para outro hospital, numa viagem em que a vida e a morte estão sentadas frente a frente. Muitas são as vezes em que esses casos se repetem. Quem geralmente salva essa situação extrema é sempre o Hospital de Base, que, nesse caso, fica sobrecarregado por não negar atendimento. No Hospital de Base de Brasília, estão os melhores profissionais de saúde de todo o Distrito Federal. Tanto médicos como pessoal de enfermagem. Quem já precisou sabe. Quem um dia precisar, saberá também.
Esse Hospital tem salvado não só os pacientes que ali chegam, como tem ajudado a salvar também a imagem arranhada dos Hospitais Regionais. A questão aqui é tentar entender como pode uma unidade de saúde como o Hospital de Base ser tão eficiente no que faz e ter, ao mesmo tempo e até com os mesmos recursos, outras unidades, como os Hospitais Regionais, apresentando tanta deficiência. Ou falta gestão nesses HRs, com severidade no controle de presença dos médicos, ou o caso é mais sério ainda. O que não pode é debitar boa parte do atendimento da população apenas ao Hospital de Base.
Se fosse de interesse das autoridades, uma blitz incerta nos Hospitais Regionais feita pela Secretaria de Saúde poderia solucionar esse mistério que se repete com cada vez mais constância. Aos socorristas e às Unidades de Resgate dos Bombeiros e ao Hospital de Base, nosso agradecimento. Aos Hospitais Regionais, por enquanto, nossa esperança de dias melhores.
A frase que foi pronunciada:
“O que eu faço é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor.”
Madre Teresa de Calcutá
Tempo, tempo, tempo
Algum dia chegará ao Brasil alguém capacitado para exterminar a burocracia. Leitor nos envia uma missiva contando a saga para se aposentar. Marcado o atendimento presencial, quase dois meses depois, com os documentos exigidos, o encontro foi apenas para copiar e devolver a documentação. Mais alguns meses aguardando os analistas e outras dezenas de dias para o final do processo. A falta de cruzamento de dados entre as instituições do governo local e federal é impressionante. Estamos em pior situação que a Idade da Pedra. Naquele tempo, não havia burocracia.
História de Brasília
As grandes sabotagens do momento: O presidente do Iapfesp vem a Brasília e não visita as obras paralisadas, nem dá ordem para seu prosseguimento. O presidente do Iapb viaja para o Rio, e faz declarações à imprensa dizendo que construirá na Asa Norte. Não sabe, sequer, que será na Asa Sul, onde a planta já foi aprovada. (Publicada em 02.03.1962)
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Por anos a fio, este espaço vem fazendo críticas vigorosas, além de sérios alertas sobre a delicada situação em que se transformou a ocupação de terras em todo o Distrito Federal. Ninguém precisa ser um especialista e técnico em assunto fundiário para perceber que, desde o estabelecimento da nefasta maioridade política da capital, uma excrescência vinda a luz a fórceps, apenas para favorecer propósitos inconfessáveis de grupos muito específicos locais, tal medida provocaria, em curto espaço de tempo, a desfiguração de todo o quadrilátero da grande Brasília, transformando-a em mais uma unidade da federação em que os problemas sobejam e as soluções, quando existem, minguam.
É o que vamos assistindo a cada ano. A transformação das terras públicas em moeda de troca, dentro do conceito finório, um voto um lote, que antes tinha como lastro promessas eleitorais da classe política local, hoje ganhou status de uma bem articulada estratégia em que verdadeiros espertalhões, dentro e fora da máquina pública da capital, agem para garantir vantagens e ganhos de todo o tipo, tornando, esse negócio rendoso, uma fabulosa commodity, em que quem perde é apenas o cidadão de bem, pagador de impostos.
O pior é que os recursos volumosos, desperdiçados para manter uma máquina pública, burocrática e inchada, criada para alojar esses novos personagens trazidos pela emancipação política, fazem muita falta aos cidadãos. Não bastassem os envolvimentos de grupos formados por políticos, empreiteiros e outros empreendedores da capital nesse esquema, agora o negócio escuso vai se espraiando para outros nichos, conforme publicações, com envolvimento de policiais, servidores da própria secretaria que deveriam cuidar desses assuntos, além de marginais, que agem diretamente em muitos assentamentos, expulsando e ameaçando moradores, tomando imóveis pela força das armas, criando o que já se pode classificar como um pandemônio a ameaçar o futuro da capital.
Nessa sanha por lucros, nem mesmo áreas de grande segurança para os brasilienses, representada pelo Parque Nacional de Brasília, por seus recursos hídricos e naturais, são poupadas. Áreas de amortecimento em torno desse Parque e mesmo internamente estão, aos poucos, sendo cercadas e pressionadas por loteamentos, ameaçando seu delicado equilíbrio.
Os livros de história estão repletos de exemplos que mostram o apogeu e decadência de civilizações inteiras, em que a causa de seu desaparecimento é creditada, sobretudo, à escassez de recursos hídricos. Não há, pelo menos que se saiba, qualquer projeto consistente por parte do Governo do Distrito Federal, que estude, analise e projete cenários possíveis para o que pode vir a ser a capital do país, na virada do próximo século. Trata-se aqui de um estudo necessário e urgente e que pode traçar algumas perspectivas para o futuro. Para isso é preciso, antes de tudo, frear as ocupações aceleradas de terras públicas dentro de todo o quadrilátero, sob pena de vir a instituir-se a decadência precoce e mesmo a extinção de todo o projeto que começou ainda com a transferência da capital para o Planalto Central do país, no final dos anos cinquenta.
Especialistas nesses assuntos são unânimes em concordar que a distribuição de terras públicas, nos moldes em que são feitas hoje, por cada governo que chega, seguido de um conjunto de parlamentares locais e federais, é um processo sem fim, semelhante a enxugar gelo. Políticos com visão de futuro, como o próprio idealizador da nova capital, Juscelino Kubitschek, fazem falta.
O que temos hoje são políticos cujo horizonte se estende apenas até as próximas eleições, e isso é, para todos nós, um grande e sério problema. Não é preciso dizer aqui que homens públicos, com visão limitada, e que parecem olhar apenas para o próprio umbigo, por suas ações irrefletidas, encolhem o horizonte de vida de milhões de outros seres, ameaçando-os de existirem. Não é pouca coisa.
A frase que foi pronunciada:
“Pela primeira vez na história do Brasil os eleitores não vão consultar a plataforma dos partidos para votar, muitas são notoriamente falsas. A vida pregressa dos candidatos é o que interessa.”
João Damasceno
Homem bom
Lenda ou não, há uma história curiosa sobre o cearense Edson Queiroz. Surpreendido com um ladrão dentro de casa, resolveu a situação da seguinte forma: reconheceu que a vida estava difícil para muita gente, então ofereceu os eletrodomésticos da casa para serem levados. Pediu que o rapaz voltasse porque seria contratado como segurança da mansão. Ganharia um bom salário e não precisaria mais arriscar a liberdade. Assim mudou mais uma vida.
Homenagem
Por iniciativa do deputado federal Idilvan Alencar, a Câmara dos Deputados, no dia 24 às 10h, homenageará os 50 anos da Fundação Edson Queiroz. Depois da sessão solene, a comitiva do grupo será recebida para um almoço na Casa do Ceará.
História de Brasília
Com esta ultima medida, evitar-se-ia o deslocamento diário de dezenas de alunos para o Plano Pilôto, e possibilitaria, ainda, a muitos outros que não podem se deslocar, cursarem o ginasial. (Publicada em 01.03.1962)
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“Brasília, Brasília, Brasília, pudesse cantar-te um verso com engenho e rima, diria que tua boa sina, que antes todos previam, perdeu-se nalgum lugar ali defronte, onde jazem duas bacias, uma cheia e outra vazia.” Assim cantava, nos idos da década de 1970, direto da sacada da Rodoviária do Plano Piloto, o trovador goiano Iranildo Garça, para as pessoas que por ali passavam apressadas.
Aqueles que ouviam essas trovas, entre risadas e deboche, seguiam pensativas em suas rotinas. Afinal o que esses versos significariam? Pudesse visitar hoje a mesma Rodoviária, que conheceu há quase meio século, por certo, chegaria à conclusão de que seus versos eram, antes de tudo, uma predição do que viria de fato acontecer, não só naquela região, mas em praticamente toda a aeronave pousada que forma o Plano Piloto.
Lirismo à parte, a precoce decadência que, ao longo de todos esses anos, foi tomando conta da capital, tem, entre suas múltiplas causas, o descuido e a desatenção dos muitos administradores políticos que se sucederam a partir daí. Para agravar a realidade que parece seguir sem resposta para os moradores, quis a Constituição local, escrita por mãos forasteiras, elencar entre seus parágrafos a possibilidade de cada governador montar as equipes que formará a secretaria que cuidaria do que as cidades têm de mais delicado e vital: as instâncias que cuidam da vigilância, das condutas e postura, previstas no plano primeiro, de modo a preservar e manter o projeto urbano original.
Ao nomear, demitir e, até mesmo, extinguir secretarias e outros serviços que cuidariam de manter a cidade como um organismo e espaço sadios, o que os sucessivos governos e seus staffs têm feito é desorganizar e destruir a cidade, tornando-a igual ou pior do que a grande maioria das metrópoles brasileiras. O temor de contrariar possíveis eleitores obriga e empurra os governos locais, incluindo nesse rol, principalmente, a Câmara Legislativa a aceitar tudo o que propõem seus apoiadores.
Quem se der ao trabalho de embarcar no coletivo que circula entre as W3 Sul e Norte, fazendo todo o trajeto de ida e volta, e contar quantos barracos de latas existem hoje, entulhando as paradas em cada ponto de ônibus, verá que são dezenas, isso sem contar aqueles que se amontoam ao longo da W2 e se espalham por todas as superquadras. Trata-se de uma invasão que não para de crescer e que, aparentemente, não pode ser retirada, uma vez que desagradariam seus proprietários ou aqueles que subalugam esses espaços e que são eleitores da elite com assento no Executivo e no Legislativo da capital. São verdadeiros aleijões que enfeiam a cidade e mostram um descaso proposital das autoridades.
Pudessem os órgãos de vigilância agir livremente sem a interferência dos políticos de plantão e seus interesses escusos, a cidade seria outra, semelhante a muitas outras civilizadas do primeiro mundo, onde esses excessos não só são proibidos, como acarretam multas e até prisão. Pudesse Iranildo ver como está hoje a sua Brasília-despida de singela beleza, pelos políticos que nada entendem de beleza – constataria que a cidade também se perdeu em algum lugar, bem debaixo da Loba, onde mamam congelados, Rômulo e Remo.
A frase que foi pronunciada:
“A Justiça é “a virtude moral que rege o ser espiritual no combate ao egoísmo biológico, orgânico, do indivíduo.” ADEODATO, 1996.
Empodera ela
Aberto o edital para artesãs exporem no Pátio Brasil e no Alameda Shopping no projeto Empodera Ela. Mulheres unidas, conseguiram o apoio da Secretária do Turismo, Vanessa Mendonça que não tem medido esforços para mostrar à cidade o talento de tantas pessoas. Veja as fotos a seguir.
Nada é feito
Cuidado ao andar com carrinho de bebê ou com crianças nas calçadas da cidade. Sem vigilância para inibir, motoqueiros de entregas fazem os próprios caminhos colocando em risco quem está no lugar certo.
Largado
Parque das Garças, no final do lago norte é um local muito frequentado, que merece melhorias. Ciclovia, trilhas e mais infraestrutura.
Fora do ar
Está lá no portal radios.com.br/play/14746. Faltaram com a promessa. A Brasília Super FM não está mais disponível pela Internet.
História de Brasília
Pobre hospital, o Distrital. As encrencas nunca deixam de existir, as fofocas nunca param. Agora, inquérito no Pronto Socorro para quem recebeu o dinheiro. (Publicada em 20.02.1962)
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Essas Bíblias são raríssimas no mundo e quase todas estão em bibliotecas ou museus ao redor do mundo. Uma exatamente igual a essa encontra-se no Museu da Reforma Protestante, em Genebra.
Ainda estou em estado de graça pela aquisição desse tesouro da civilização ocidental.
Imaginem quantos acontecimentos históricos se passaram no mundo ao longo desses 543 anos de existência desse importante compêndio. Quantas guerras, quantas pestes, quantas invasões, tragédias da natureza e etc. Essa Bíblia ter chegado até os nossos dias é realmente algo inacreditável.
O assunto é esporte, suas inúmeras modalidades e reverberações. Toda semana um convidado e um episódio novo no YouTube e no Spotify. Conto com a torcida de vocês. Valeeeu 👊🙌
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Repetia o filósofo de Mondubim que “é, no vácuo de autoridade, que as irregularidades encontram meios para se expandir”. Trata-se aqui de uma máxima que pode ser constatada em todo e qualquer local onde o caos urbano é o fator dominante.
Em se tratando de um bairro como o Lago Norte, um dos endereços nobres da capital e onde o metro quadrado das casas e lotes estão entre os mais caros do país, e onde os impostos e taxas são altíssimos, a presença e a proliferação silenciosa da desordem urbana pode ser vista logo na entrada do bairro, no primeiro endereço comercial, situado nas cercanias do supermercado Pão de Açúcar, antiga SAB, na SHIN QI 02.
Ali o descaso e a falta de fiscalização, ao longo dos anos, favoreceu a fixação de diversos barracos de madeira improvisados, onde se vende de tudo e onde a vigilância sanitária parece ter esquecido de atuar. São inúmeras instalações de madeira, dispostas desordenadamente em volta do estacionamento local e que cresce ano a ano, sob os olhares compassivos e até suspeito das autoridades.
A área não oferece os mínimos requisitos de urbanidade, sem projeto, sem infraestrutura permanente, sem desenho urbanístico, sem projeto paisagístico, tudo numa improvisação que deixa, a cargo dos ocupantes dessa área, todo e qualquer cuidado.
Mais recentemente, os ocupantes dessa área resolveram, por conta própria, cercar toda a área, inclusive para preservar os puxadinhos que construíram ao arrepio da lei. Trata-se de uma situação que se prolonga ao longo das décadas e que pode ser verificada ainda em outras áreas comerciais do mesmo bairro, como é o caso da chamada Quituarte, um imenso barracão de madeira, lata e alvenaria que há anos funciona na SHIN QI 10, canteiro central.
No passado, a ideia dos moradores locais era implantar, nesse canteiro, uma espécie de jardim gastronômico, onde, em meio aos quitutes servidos, haveria uma exposição semanal de arte e de artesanato. Com o tempo, e com o descaso do governo em regularizar uma situação ideal, a Quituarte foi se consolidando, seguindo apenas a intuição dos novos ocupantes do local e hoje é uma realidade improvisada, e onde a vigilância sanitária e outros órgãos de fiscalização passam longe.
São situações consolidadas que, ao olhar de urbanistas, caracterizam-se como aleijões construtivos que prejudicam não só esteticamente o bairro, como deixam, a claro, a pouca ou nenhuma vontade das autoridades em dar um rumo correto a essas situações. Segundo moradores que se preocupam com situações desse tipo, pressões políticas e o lobby poderoso de pessoas na capital impedem que essas situações de descalabro urbano sejam resolvidas para o bem da comunidade.
A frase que foi pronunciada:
“Por esse intrincado labirinto de ruas e bibocas é que vive uma grande parte da população da cidade, a cuja existência o governo fecha os olhos, embora lhe cobre atrozes impostos, empregados em obras inúteis e suntuárias noutros pontos do Rio de Janeiro.”
Lima Barreto
Novidade
Hoje será inaugurado, no estacionamento 10 do Parque da Cidade Sarah Kubitschek, um espaço especial para que cadeirantes possam praticar atividades esportivas e de lazer. Tudo com orientação de instrutores e professores. Tiro com arco, Yoga, Canoagem, Tênis Mesa, Teqball, dança, horta comunitária. É bom começar logo, porque o projeto inicialmente vai durar 2 meses.
Monte de ninguém
Shopping no Aeroporto, Shopping no DEFER. Parece que as vozes das superquadras de Brasília estão roucas e não são ouvidas.
Absurdo Federal
Por falar em shopping, todos abertos, lojas recebendo gente de todos os endereços. Não faz sentido, portanto, que o INSS e agências da Previdência Social estejam de portas fechadas para o contribuinte, sob a chancela viral.
Crime&Castigo
Com a lei na ponta da língua, viciados se reúnem livremente em grupinhos, compartilhando drogas ilícitas. Aos olhos da Lei 11.343/06, a prática continua sendo criminosa e deve levar o cidadão para a cadeia. Até oferecer droga sem fins lucrativos pode ser motivo de clausura.
História de Brasília
Mais uma emenda à Constituição será tentada novamente. O sr. Anísio Rocha insiste na pena de morte, e não sabemos a quem isto vai favorecer. Nem prejudicar também. (Publicada em 17.02.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Por certo, os muitos problemas urbanos que o Distrito Federal enfrenta hoje, e cujas causas muito se comentou e criticou neste espaço, não estão, na sua maioria, concentrados apenas no Plano Piloto, mas é nessa área central da grande Brasília que estão localizados, hoje, as principais fontes de renda para centenas de milhares de brasilienses, quer em empregos formais, com carteira de trabalho assinada, quer em atividades de livre iniciativa ou em outras ocupações informais espalhadas por toda a cidade.
Apenas por essa característica econômica, que faz com que as populações do entorno se desloquem diariamente para o centro da capital, já seria um bom motivo para o Governo do Distrito Federal ter um olhar mais atencioso a essa área, afastando, assim, a possibilidade, observada em muitas capitais do país, desse centro vir a experimentar uma perigosa fase de decadência prematura.
O crescimento desordenado do entorno, feito sob a batuta de inegáveis interesses políticos e eleitorais, demanda, mais do que nunca, que o Plano Piloto receba atenção redobrada dos órgãos públicos, a fim de que essa área possa exercer, com eficácia, esse seu novo objetivo que é a manutenção dos empregos e de renda das populações circunvizinhas.
Já se sabe hoje que os antigos objetivos traçados pelos idealizadores da nova capital, nos anos iniciais da década de sessenta, quais fossem servir como centro administrativo do país, já, há muito, vêm deixando de ser o principal leit motiv que levou a transferência da capital para o planalto central. Hoje é possível afirmar que Brasília serve muito mais ao entorno, inclusive a estados vizinhos, do que ao país propriamente dito.
A intensificação das comunicações instantâneas via internet, ao criar o chamado “não lugar”, fez com que o espaço geográfico deixasse de ser um fator preponderante para a realização de serviços de toda a ordem. Hoje não há mais a necessidade, por exemplo, de o chefe do Executivo, ir a um determinado ponto do país, para fazer cumprir um projeto. Tudo pode ser realizado à distância, como prova o teletrabalho.
Apenas por esse aspecto, é possível afirmar que o centro das decisões nacionais perdeu muito de seus objetivos originais, restando à capital figurar mais como um símbolo da unidade nacional, da realização e força de um povo, em tempos passados. É assim em Brasília e é assim em todo o mundo. Com isso, fica mais do que evidente que Brasília precisa de uma espécie de ressignificação de seus desígnios, estratégica e administrativa.
Ao lado dessa inegável alteração de rumos, Brasília necessita voltar-se para si e para seu entorno imediato, a fim de manter esse processo irrefreável de conurbação iniciada em meados dos anos oitenta com a chamada emancipação política da capital.
É esse incremento que, do ponto de vista prático, pode ser estabelecido, por exemplo, com a modernização das vias W3 Norte e Sul, criando um eixo de excelência comercial, ou com a retomada dos polos de cinema, música, moda, tecnologia e outros. Ou por meio da construção de escolas técnicas variadas para capacitar a mão de obra jovem, preparando-a para os desafios das novas tecnologias e empregos que estão surgindo. Tudo isso com um adequado e moderno meio de transporte ferroviário, ligando esses pontos vizinhos ao centro da cidade. De fato, Brasília é hoje a capital do entorno e, com missão de tal importância, deve preparar-se para esses novos tempos que se anunciam.
A frase que foi pronunciada:
“Não sei porque essa raiva da vida. Isso é criminoso: impedir as pessoas de se tratarem precocemente.”
Alexandre Garcia enquanto lê, no American Journal of Medicine, edição do dia 1º de junho, indicações para o tratamento precoce, aprovado pela FDA. Medicina e compaixão.
Hoje no ontem
Milton Montenegro conseguiu lançar o livro eletrônico “TV Brasília’’, com imagens de personalidades da política brasileira. A técnica utilizada dá um efeito de foto de antigamente.
Direitos e Prerrogativas
Está dando o que falar a campanha do dr. José Lima como candidato da Procuradoria Geral do Trabalho. Parece um pouco demais converter em pecúnia os plantões e licenças-prêmio. Talvez precise de uma explicação mais detalhada. Para o cenário de reforma administrativa, o que se interpreta não é bom.
Só para lembrar
No dia 08 de janeiro de 2019, a gasolina custava R$2.831.
Inacreditável
Não havendo manifestação popular, a energia limpa será mais cara do que a energia comum. Lobby, mobilização e argumentos não estão conseguindo reverter a opinião dos parlamentares.
História de Brasília
“Vamos começar pelas invasões. A W3 está horrível. Infestada de barracos habitados, em muitos casos, por marginais e vagabundos. Os setores residenciais HP3 e HP5 estão uma lástima. (Publicada em 03/03./1962)
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Desde que foi inaugurada oficialmente, em abril de 1960, Brasília vem experimentando um lento e persistente processo irregular de ocupação do solo. Esse fato se deve, possivelmente, aos atrativos, representados pelos serviços públicos oferecidos pela capital do país.
Por outro lado, o ritmo acelerado imprimido na construção da cidade não possibilitou a devida regularização burocrática das muitas propriedades particulares que existiam no entorno da capital ou que eram reclamadas por pessoas e famílias que ocupavam essas áreas anteriormente e que, naquela época, não eram devidamente registradas e documentadas em cartórios. Ou eram, como o caso da dona Victória Rezende e Silva, que, com o marido, era proprietária de toda a região onde hoje é o trecho 7 do Setor de Mansões do Lago Norte.
Tratava-se aqui de uma região remota, distante da antiga capital e do litoral, perdida nos confins do interior do país, pouco habitada e esquecida do restante do Brasil. Esse e outros fatores acabariam por abrir uma grande quantidade de parcelamentos e formação de lotes irregulares.
Até o início dos anos oitenta, ocorriam poucos assentamentos não oficiais nos arredores da capital e que não ofereciam maiores perigos para a ocorrência de invasões em massa, capazes de desfigurar, por completo, qualquer projeto de planejamento da cidade, como os que ocorreram no Rio de Janeiro e que redundaram no completo desvirtuamento urbano da antiga capital, com as consequências nocivas que hoje conhecemos.
A partir da Constituição de 1988 e, principalmente, da chamada emancipação política da capital, deu-se um verdadeiro boom de invasões que passaram a ser erguidas, da noite para o dia, por toda a Brasília. Incentivadas por uma classe política oportunista, que passou a identificar, nas terras públicas, uma moeda de troca representada pelo binômio: um voto, um lote, a multiplicação das invasões fugiu totalmente ao controle dos órgãos públicos, ameaçando destruir uma cidade planejada, transformando Brasília em mais uma das muitas capitais espalhadas por esse imenso país: caóticas e deformadas pela ganância e o oportunismo imediatista que caracterizam a maioria de nossa classe política.
Hoje, passados mais de sessenta anos de sua inauguração, a questão da regularização das terras e o surgimento de novos núcleos habitacionais, bem como as invasões, ainda representam uma realidade e uma ameaça que parece longe de ser pacificada. Trata-se de um processo herdado por décadas de incúria e de falta de vontade e firmeza das autoridades e que laçam essa ameaça para um futuro incerto. O que se tem como certeza, e a maioria de nossas capitais demonstram isso na prática, é que cidade alguma pode prescindir e resistir ao tempo, como espaço seguro e aprazível para seus cidadãos, se abrir mão de um planejamento urbano, racional e metódico, capaz de ordenar e pôr nos eixos toda a complexidade que envolve uma metrópole. Ou aprendemos isso, observando o caos em que se transformaram nossas cidades mais antigas, ou seremos condenados a multiplicar esses erros e espaços, erguendo cidades que, no fundo, as pessoas querem ver de longe.
O problema é que planejamento urbano exige, antes de tudo, civilidade e respeito total às normas e posturas dispostas em lei. E é aí que está a raiz do problema. Quando se verifica que nem mesmo aqueles, aos quais a função e os altos cargos exigiriam pronto acatamento às normas e leis urbanas, cumprem o que está estabelecido, muito menos se pode esperar de outros cidadãos menos afortunados, que vêm nessas elites um mal exemplo a ser copiado. Não por outra, é visível também, em bairros chiques, como os lagos Sul e Norte, invasões de áreas públicas, perpetradas por pessoas de alto poder aquisitivo, que acreditam no poder do dinheiro e da função para domar os fiscais. Não é por acaso que, nesses bairros, onde casas e lotes valem milhões de reais, a existência de passeios públicos, com calçadas e espaços para pedestres, praticamente inexiste, espremidos pelo avançar dos lotes e das mansões. Cadeirantes, idosos, atletas e outros caminhantes não têm vez nesses espaços, tomados pelo egoísmo daqueles que se reconhecem como intocáveis. É tudo uma tragédia urbana, sem solução à vista.
Frase que foi pronunciada:
“Aquilo que escuto eu esqueço, aquilo que vejo eu lembro, aquilo que faço eu aprendo.”
Confúcio
Ir e vir
A seguir, as fotos de uma região cercada ilegalmente como Residencial Vale dos Ipês, só para ricos. Moradores antigos e pobres da região são impedidos por um funcionário do condomínio criado, que se diz trabalhar para o governo. Fecha o portão e obriga a população de baixa renda a andar quilômetros para dar a volta e entrar por outro local. É preciso esclarecer essa situação que, diga-se de passagem, é inconstitucional.
Insustentável
E a cadela da casa resolveu parir debaixo de largas toras de madeira, onde os donos não conseguem chegar. Nem Bombeiros, nem Polícia Ambiental, nem Zoonose fazem esse tipo de resgate. Resultado: morreu um dos filhotes e a cadela amamenta os sobreviventes em meio ao cadáver do animal em decomposição. Os proprietários do bicho até pensaram em se apresentar como autores de maus tratos. Não o fizeram porque, nesse caso, ao recolher o animal, a zoonose leva para o canil. E mais: para maus tratos, a lei não prevê amamentação entre cadáver.
Eficiência
Difícil ter uma atendente com tanto conhecimento, agilidade e carisma no trato com o cliente. Daiana, da Claro Net, teve uma performance que merece esse registro.
História de Brasília
Quando surgem notícias desencontradas, e em casos destes sempre ocorre, a culpa cabe às autoridades que não comunicam pela imprensa. (Publicada em 01.02.1962)