Motim a bordo

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Major Olimpio Foto: Ailton de Freitas/Agência O Globo

 

Enredados, cada vez mais, na própria teia de interesses e ganâncias que vão tecendo a sua volta, o clã Bolsonaro e aqueles que orbitam cegos ao seu comando vão se isolando daquele grupo original que apoiou a campanha vitoriosa, certos de que poderão seguir em frente sem cuidar do que vem pela retaguarda, pelos flancos e principalmente pelo centro. Na verdade, parecem marchar com antolhos, que lhes limitam a visão, obrigando-os a seguir sempre em frente.

Não haveria problema algum se tal estratégia não redundasse em prejuízos a outrem, no caso a nação, conduzida para mais uma crise institucional por conta exclusiva da soberba de um grupo e sua obstinação desmesurada pelo poder instantâneo. Fossem notoriamente reconhecidos pela capacidade de manipulação nas artes da engenhosidade e engenharia política, seria até interessante assistir no que consiste esse ardil de incendiar o partido que os elevou ao poder.

Mas, em meio à chanchada ridícula em que se transformou a política nacional, o que se tem é um agrupamento familiar de neófitos nas artimanhas políticas das profundezas, querendo erguer para si e seus comandados ou tomar de outro, uma agremiação política inteirinha, de modo a que possa atrelar, a essa nova sigla, os desejosos inconfessos desse grupo de iniciantes.

De fato, trata-se mais de um motim na nau do PSL do que algo que possa ser considerado uma tática inteligente de assumir o leme com sérios propósitos e certeza da rota. O risco de uma aventura desse calibre é o naufrágio de toda a galera, colocando à pique também uma oportunidade que se quis crer de ouro de salvar o país das garras das esquerdas. Em política a mais curiosa e excêntrica posição é aquela em que um indivíduo ou grupo coeso passa a ser, ao mesmo tempo situação e oposição, situando-se num ponto de bipolaridade, onde não consegue ser, sequer, confiável aos seus próprios propósitos. “Na verdade, afirmava Maquiavel, não há maneira de possuir um estado senão arruinando-o”, e essa parece ser o propósito dessa turba.

O problema com motins desse gênero, em que se pede a certificação de navegação à piratas, depois de zarpada a embarcação, é que além de soar como piada, enseja a que todos saquem suas espadas da bainha. A briga generalizada deflagrada a bordo da nau do PSL por ordem dos onipresentes filhos, além de entornar o caldo de laranja na candidatura do pai, atiça as pretensões daqueles que almejam desertar dessa embarcação desgovernada. Há muito já se sabe que aqueles que não conseguem governar o próprio clã, colocando cada um no seu lugar, fazendo-os responsáveis por suas virtudes e vícios, dificilmente conseguirá comandar um país inteiro. Com isso vai se aproximando o momento crucial em que o patriarca terá que optar entre a República e os rebentos, sabendo que uma escolha exclui a outra. Ou talvez aprenda da pior maneira possível que a coisa pública e o escrínio do lar com suas vicissitudes são incompatíveis e até antagônicas com a vida pública, racional e impessoal. Nesse abraço de afogados Bolsonaro terá que decidir entre chegar vivo à margem ou afundar de mãos dadas.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Holofotes mudam os políticos.”

Carlos Bolsonaro

Foto: istoe.com

 

 

Calçadas

Há dinheiro no GDF para calçadas em todas as regiões administrativas. O diretor de Urbanização da Companhia, Luciano Carvalho, dá a dica aos contribuintes de estreitar a relação com a administração da região onde mora e solicitar a obra.

Calçadas da Asa Norte foram reformadas | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

 

 

Reconhecimento

Bombeiros e policiais recebem apoio do senador Izalci Lucas e do governador Ibaneis Rocha. Fotografados com o documento que justifica o aumento salarial para as duas categorias, o próximo passo é encaminhar a proposta ao Governo Federal. Apenas uma pendência ainda não foi resolvida: o governador prometeu chamar a última turma do último concurso dos Bombeiros. A defasagem no quadro é patente.

Foto: Divulgação/Bombeiros (correiobraziliense.com.br)

 

Contrastes

Bolsonaro em Aparecida. Essa é uma notícia base para entender a linha editorial de cada jornal impresso ou online do país. Algumas manchetes estampavam vaias ao presidente, outras, ovação. Pesquisando nos vídeos ficou claro. Ao presidente não houve vaias. Pelo contrário. Um corredor humano o esperava de mãos estendidas.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Se, ao seu desembarque, não houvessem os “cerca o homem”, todos haveriam cumprimentado o senador, sem aquela cena constrangedora do dr. Israel Pinheiro se retirar para a estação de passageiros, porque não podia se aproximar do senhor. (Publicado em 01/12/1961)

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