VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Como a história tem provado inúmeras vezes, um dia todos esses personagens, que hoje ocupam, envaidecidos, as manchetes de jornais, irão ser deixados na poeira da estrada. Alguns, no entanto, serão lembrados pelas obras que deixaram, sejam elas boas ou ruins para as próximas gerações. O tempo tem provado que, por suas ações e declarações, já garantiram o lugar do mais esdrúxulo dos ocupantes do primeiro escalão deste governo.
Visto de longe, o ministro do Meio Ambiente mais parece um daqueles personagens da chamada quinta coluna, infiltrado na área, para sabotar, ainda mais, quaisquer medidas de proteção e preservação da natureza. Salles é hoje, sem dúvida, um personagem que merece figurar nas páginas da história como alguém colocado nessa posição para agir de modo infenso às questões sensíveis do meio ambiente, isso numa época em que esse é o principal tema a ocupar a agenda mundial.
Trata-se de um personagem que vai, aos poucos, garantindo, para si, uma unanimidade, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, como o ministro que mais retrocessos tem promovido na área do meio ambiente. Com certeza, nenhuma de suas ações parece partir de uma convicção própria, pois seria um absurdo supor que alguém com a nobre missão de proteger fauna e flora, em tempos de aquecimento global, pudesse agir contra o próprio meio ambiente. Mas esse paradoxo encontra uma explicação quando se verifica que a presença de Salles nessa pasta obedece a uma determinação muito específica desse governo, que encara questões do meio ambiente como um empecilho para o que entendem como progresso ou desenvolvimento, ou seja lá que sentido essas palavras têm para esse grupo.
Aos poucos, a boiada de Salles vai avançando mata adentro. Dessa vez, a manada tocada pelo dublê de ministro e peão. Depois de invadir territórios demarcados dos indígenas, para abrir caminho para os mineradores, madeireiros e pecuaristas, adentra agora, pelos manguezais e restingas no litoral brasileiro, para abrir clareiras para a especulação imobiliária e outros interesses contrários à preservação desses sistemas que são conhecidos como um grande berçário da vida marinha.
Na decisão, destaca-se o “evidente risco de danos irrecuperáveis ao meio ambiente”, caso as decisões do Conama sejam mantidas. As normas revogadas fixam parâmetros de proteção para Áreas de Preservação Permanente, tais como restingas, manguezais e outros ecossistemas sensíveis, com o objetivo de impedir a ocupação e o desmatamento. As regras valiam desde 2002.
Ao desmonte e esvaziamento de órgãos de fiscalização do meio ambiente, segue-se, agora, o desmanche do Conama, tornado mera instância do Estado para aprovação da antiagenda do atual governo para essa área.
Qualquer sistema, por maior e mais sofisticados que sejam seus mecanismos, tem seu ciclo. Com o meio ambiente e o lucro parece não ser diferente. No plano íntimo de cada um de nós, há ainda mudanças que se anunciam necessárias, mas que ainda não vislumbramos bem.
Hoje, as famílias estão sendo postas a provas duríssimas e isso, decerto, provocará reflexões, o que, por sua vez, abrirá portas para transformações. Temos claro que é impossível pensar em mudanças do sistema, seja ele qual for, sem mudanças nos indivíduos. Os sistemas refletem quem somos, gostemos ou não da premissa.
Pouco antes da eclosão da pandemia, vivíamos o dilema do aquecimento global. Esse fator externo também contribuirá para mudanças tanto no comportamento íntimo de cada um, quanto terá seus reflexos no sistema capitalista, principalmente em quesitos como o consumo e a distribuição de renda.
O ultraliberalismo e o hipercapitalismo, seus princípios éticos, parecem estar com os dias contados. Aqui no Brasil, as lições trazidas pela crise são inúmeras e soluções deverão ser adotadas. A começar por uma mudança de rumos do meio ambiente. Até que ele se torne inteiro.
A frase que foi pronunciada:
“Se queres ser mestre na fé, faz-te discípulo da natureza.”
Padre Antônio Vieira, religioso, filósofo, escritor e orador português da Companhia de Jesus.
Cientistas
Na Universidade da Columbia, raios ultravioleta podem funcionar como um desinfetante promissor contra o Coronavírus, destruindo partículas sem causar danos aos humanos. A UnB também tem produzido projetos do combate ao vírus. Um deles é um equipamento capaz de filtrar as moléculas do Coronavírus. O preço do investimento é o diferencial.
Mais feliz
No Setembro Amarelo, o mestre em Ciência da Educação e professor da PUC Minas Gerais, na disciplina Ciência da Felicidade e Bem-Estar, Renner Silva, criou um aplicativo no qual os gestores podem medir o índice de felicidade corporativa em suas organizações. A partir do diagnóstico elaborado pela ferramenta, que pode ser aplicada em qualquer empresa, os gestores podem adotar as ações e iniciativas indicadas para restabelecer o equilíbrio e a saúde mental dos trabalhadores. Acesse no link Método S.I.M. – A Ciência da Felicidade.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Estão fechados com tabiques a última réstea de sol que havia no quatro andar do Palácio Planalto. Agora, o “hall” está sendo chamado de “Avenida Geraldo Carneiro”. (Publicado em 17/01/1962)