Houve um juramento

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Vem pra Rua/Facebook/Reprodução

 

Por seus objetivos e alvos, tanto a Operação Mani Pulite, como a Lava Jato eram idênticas. As descobertas feitas pelo Ministério Público, lá e cá, revelaram um profundo e bem urdido esquema de corrupção que se alastrava por toda a máquina do Estado e que envolvia, nessa empreitada, os mais altos escalões políticos e os mais poderosos empresários do país, reunidos, no que seria uma bem estruturada organização criminosa, para dilapidar o erário.

Obviamente que lidar com forças tão extraordinárias como essas não seria um trabalho para apenas poucas e comprometidas personagens da lei, devotadas em fazer justiça e punir a sanha dos corruptos. Na Itália, como no Brasil, foi preciso o apoio incondicional da população. Sem esse suporte e esteio quase diário, nem uma e nem outra operação teria prosseguimento e revelado tantos ilícitos.

Aqui no Brasil a Operação Jato, iniciada em 2014, já vinha, na verdade, no rastro do que foi deixada pelo escândalo do Mensalão de 2005. Nos dois países de formação Latina, as empresas e empreiteiras mandavam mais que os representantes da população, enfeixando mais poderes que o próprio governo. Tanto em um como em outro país, os partidos diretamente envolvidos nos escândalos de corrupção e nos propinodutos viraram fumaça e perderam importância e credibilidade junto aos eleitores.

Nesses episódios, ocorridos em continentes diferentes, dois juízes representaram papeis fundamentais na condução dessas operações. Antonio Di Pietro na Itália e Sérgio Moro no Brasil. Também ambos trocaram a magistratura pela política como forma de prosseguir, em outros níveis, no combate contra o roubo aos cofres públicos.

A saída desses magistrados da frente de combate dessas investigações trouxe prejuízos consideráveis às operações. Na Itália, foi o início do fim da Mani Pulite, precipitadas pelas investidas contra a força-tarefa, feitas pelo próprio ministro da justiça e por outros ministros do governo, que acusavam os homens da lei de irregularidades, fatos esses jamais provados.

Ameaças de morte e outras pressões foram decisivas para enterrar a famosa operação na Itália. No Brasil o roteiro que busca atingir mortalmente a Lava Jato vem sendo seguido. Na Itália a confecção de leis para dificultar investigações de poderosos, e outras para tornar mais suaves a represália contra os criminosos do colarinho branco, vem sendo também copiada, par i passo, aqui no Brasil.

A relação de novas legislações erguidas para blindar políticos é extensa e conhecida de todos. Do outro lado da Praça dos Três Poderes, o STF tem feito o que pode também para favorecer os políticos envolvidos diretamente nesses episódios, afinal grande parte desses juízes foram indicados pelos mesmos protagonistas desses delitos, A própria imprensa, na Itália e no Brasil, tomou posições idênticas. Uma parte se aliou à velha política a fim de continuar recebendo favores enquanto outra se manteve firme no esclarecimento dos fatos.

No Brasil, esses episódios causaram maior susto e desânimo na população quando o Supremo começou a trabalhar para retirar as investigações de caixa dois dos partidos, endereçando-as à justiça eleitoral, como mero delito de campanha. Em seguida suspendeu todos os inquéritos onde havia compartilhamento de dados entre os órgãos de inteligência, como COAF, Receita, e Bacen. Depois, num golpe quase de misericórdia, acabou com a prisão em segunda instância, soltando, praticamente, todos os presos da Lava Jato.

O Legislativo editou medidas em desfavor ao endurecimento das leis anticrimes. Muitos analistas acreditam num fim melancólico da Lava Jato, a exemplo do que ocorreu na Itália, com o regresso paulatino dos velhos políticos e do velho Brasil. A diferença hoje entre as operações Mani Pulite e Lava Jato é que a mais antiga está definitivamente sepultada, apesar dos resultados extraordinários alcançados. No Brasil, a Operação Lava Jato segue cada dia mais enfraquecida e cheia de entraves. Não morreu, mas, pelo andar dos acontecimentos, parece muito um cadáver anunciado.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O homem sem urbanidade é como a terra sem estrume.”

Provérbio muçulmano

 

 

TTN

Volta e meia há batidas de veículos no Trevo de Triagem Norte. Justamente porque não há triagem. Quem quer mudar de um lado para outro segue sem segurança. A seleção dos destinos é caótica.

Foto: Toninho Tavares/GDF/Divulgação

 

Por quê?

Por falar nisso, as obras nas tesourinhas da Asa Norte estão de vento em popa apenas quando há grande fluxo de carros. Em época de férias, não se vê um trabalhador por ali.

 

 

Altruísmo

Na esperança de melhorar o estoque de sangue, o Hemocentro visita escolas para esclarecer sobre a importância da doação. Doadores do Futuro é o nome do projeto. No Centro Educacional 3 de Sobradinho, o professor de artes Ediney Felix é grande entusiasta da iniciativa.

Estudante do CEd 05 de Taguatinga (Foto: Luis Tavares, Ascom|SEEDF)

 

 

Poluição

Já está fora de controle o número de propagandas estampadas nas ruas de Águas Claras. Sem critérios e sem fiscalização, a Administração Regional fecha os olhos para a poluição visual, campeã de reclamações dos moradores.

Águas Claras (Foto: jornaldebrasília.com)

 

 

Bezerrão

2020 é um ano de grandes expectativas em relação ao Bezerrão. O Elefante Branco do Plano Piloto não deu certo, mas o Gama sabe que possui um estádio de boa qualidade e mais fácil de manter. Por isso a população aguarda grandes disputas por ali.

Foto: Edilson Rodrigues/CB/D.A. Press

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

E mais: aquela buraqueira que está sendo aberta nas quadras da Caixa Econômica é, também, em seu benefício. É a tubulação para encanamento d’água que abastecerá os aspersores que manterão os jardins em tempos de seca. (Publicado em 12/12/1961)

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