Gestão de crise

Publicado em ÍNTEGRA

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Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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O presidente Lula durante o discurso na sede das Nações Unidas, em Nova York. Foto: Ricardo Stuckert / PR

 

         Dos discursos proferidos até agora durante a realização da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, boa parte foram endereçadas diretamente à própria ONU. Ao que parece, os líderes que ocuparam aquela planetária tribuna levaram consigo uma extensa lista de reclamações sobre a atuação desse importante órgão no atual cenário global, destacando a pouca ou nenhuma ação desse organismo para deter o avanço dos conflitos que ocorrem agora em vários países e que ameaçam se alastrar para uma guerra generalizada.

         De fato, não são poucos os problemas que a ONU tem que lidar no dia a dia, de um mundo tumultuado, superpopuloso e que agora enfrenta também sérias ameaças com relação às mudanças climáticas e suas consequências para todo o planeta e para a vida em geral. Com o lema “Paz, Prosperidade, Progresso e Sustentabilidade”, os organizadores dessa 78ª Assembleia Geral esperavam que as lideranças, que viessem a essa reunião, trouxessem sugestões e ideias consistentes a serem acolhidas para dar um pouco de esperança e otimismo a um mundo que parece ter virado de cabeça para baixo. Ao que parece, a velha máxima de que várias cabeças pensam melhor que uma não deu resultado.

         Para complicar todo esse cenário, onde nem mesmo os países desenvolvidos sabem ao certo para onde seguir, é preciso destacar ainda que a pandemia provocada pelo Covid-19, iniciada a cinco anos passados, ainda faz vítimas pelo mundo. De acordo com o último relatório da OMS, até 1º de setembro de 2024, 776.137.815 casos confirmados em 231 países com 7.061. 330 mortes registradas em decorrência dessa doença. Para os sanitaristas envolvidos nessa questão, a Covid-19 foi a quinta doença mais mortal da história humana, perdendo apenas para a malária, que desde a Idade da Pedra continua fazendo vítimas fatais. Ainda assim, a Covid-19 fez estragos em todo o planeta, deixando mais de 114 milhões de desempregados, cerca de 55% da população mundial sem qualquer proteção social, aumentando a pobreza global em mais de 125 milhões de pessoas.

         Não fossem poucos os problemas enfrentados pela ONU, somam-se, a esses infortúnios, a poluição ambiental, a perda de biodiversidade e as calamidades naturais que vão ocorrendo mundo afora, com cada vez mais intensidade, decorrentes também do aquecimento global. A todo esse quadro caótico em âmbito mundial, acrescentam-se ainda o esgotamento rápido dos recursos naturais como água potável, tudo isso num planeta que abriga hoje um contingente humano de 8 bilhões de indivíduos.

         Não por outra razão, todo esse conjunto de problemas tem indicado que já se observa um nítido declínio dos direitos humanos em toda a parte, sobretudo relativos a mulheres, crianças e idosos. Qualquer indivíduo que possua hoje um mínimo de consciência global e que esteja antenado acerca dos problemas globais enfrentados pela  humanidade, nessas primeiras décadas do século XXI, sabe que sem o fortalecimento e união em torno de um organismo multilateral do porte da ONU, os graves problemas experimentados agora por nossa espécie, talvez o mais sério de toda a nossa história, não terão o condão de aliviar todo esse quadro, dando uma chance para que o planeta volte aos trilhos da normalidade.

          A questão aqui é que, segundo os especialistas em meio ambiente, as chances do planeta voltar a ser o que era, até um passado recente, são poucas ou quase nenhuma, sendo que, à medida em que o tempo avança, as chances de salvação da Terra e dos seres vivos vão ficando cada vez mais escassas. Aqui, não se trata de alarmismos, mas de prognósticos sombrios da ciência, feitos há algum tempo e não levados a sério pela maioria dos países. Pelo que se depreende dos vários discursos feitos nessa plenária mundial, as preocupações dos líderes dos diversos países, como não poderia deixar de ser, revelam preocupações locais ou umbilicais, muitas delas causadas por administrações erráticas e sem relação direta com o que parece importar nesse momento, que são os graves e inadiáveis problemas mundiais.

         Infelizmente, os líderes mundiais que discursaram nesta Assembleia, em sua maioria, também não leram previamente o Relatório publicado ainda em 2022 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que identifica e analisa os principais problemas atuais da humanidade no campo ambiental. Tivessem prestado atenção a esse documento, saberiam que a poluição sonora, os incêndios florestais e as mudanças climáticas compõem hoje o que os cientistas chamam de fenologia, ou seja, um conjunto de distúrbios que provocam alterações nas plantas e animais, roubando-lhes seus sincronismos com a natureza, prejudicando a reprodução, a frutificação, a polinização, as migrações entre outras atividades naturais e imprescindíveis à continuidade da vida sobre o planeta.

         Ir até essa importante tribuna falar de assuntos como a política de gênero e outras sandices, como foi ouvido aqui e ali, enquanto o planeta se desfaz sob nossos pés, é alienação, despreparo ou, como disse a imprensa: coisa de falso estadista.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A ONU precisa ser reformulada para o bem da democracia.”

Presidente Lula da Silva, sem antes estabelecer a hipótese definitória da expressão.

 

História de Brasília

Se o Banco retirar essa vantagem, estará condenando a transferência do Estabelecimento para Brasília, porque ninguém deseja vir sem vantagens, já que os funcionários públicos recebem 100%. (Publicada em 18.02.1962)

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