Educação na rabeira

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ARI CUNHA
DESDE 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL

Com a divulgação dos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), mais uma vez o Brasil aparece na rabeira entre os 70 países pesquisados. Pela pontuação alcançada em cada uma das áreas pesquisadas, fica demonstrado, na prática, que o desempenho de nossos alunos no âmbito dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) permanece ainda muito abaixo de outras nações, mesmo aquelas em que o PIB é bem menor do que o do Brasil.

No fim da lista, o Brasil ficou com 401 pontos comparados à média de 493 pontos alcançados por outros países. Em leitura estamos na 59ª posição, em ciências descemos para 63ª posição e em matemática despencamos para 66ª colocação. Um vexame internacional.

Realizada a cada 3 anos, a pesquisa traça, além de um diagnóstico básico de habilidades e conhecimentos específicos, uma radiografia sobre as variáveis demográficas e sociais de cada um dos países da OCDE, que possibilita ainda aferição confiável dos sistemas de ensino da cada país ao longo do tempo. No Brasil, a avaliação do Pisa é coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que para essa pesquisa selecionou 33 mil estudantes nascidos em 1999, em todos os estados, e matriculados na 7ª série do ensino fundamental.

De acordo com o último Pisa, soubemos que, desde 2006, o Brasil se mantém estável nas áreas de ciências. No quesito leitura, continuamos praticamente no mesmo patamar de 2000. Com os resultados dessa última pesquisa, podemos avaliar que o montante investido por aluno entre 6 e 15 anos ficou em US$ 38.190, contra US$ 90.294 dos países da OCDE, o que corresponde a 42% da média dos gastos por aluno nos demais países.

Persistem enormed desigualdades não só na estrutura física das escolas públicas, como também na formação e valorização dos profissionais em educação. O Sul e o Sudeste continuam na dianteira em relação ao Norte e ao Nordeste. Em ciências, a melhor pontuação ficou com o Espírito Santo, com 435 pontos, contra Alagoas, que marcou 360 pontos, o pior desempenho de todos.

Na avaliação do Inep, o baixo desempenho dos estudantes brasileiros está ligado ao alto índice de repetências, que acaba por desestimular os alunos. Para a secretária executiva do Ministério da Educação (MEC), Maria Helena Guimarães, “o Brasil não melhorou a qualidade nem a equidade nos últimos 13 anos, principalmente. A única melhora do país foi no fluxo. É importante registrar que 77% dos estudantes que fizeram o Pisa estão no ensino médio.”

A frase que não foi pronunciada

“ Não à toa que no Brasil só se vota na zona eleitoral!”

Carioca, ao se reatar com o bom humor

Denúncia

» Entre os trechos 8 e 9 do Setor de Mansões do Lago Norte, uma cerca limita o espaço público, tomando, inclusive, parte da mata ciliar. É tão discreto o arame farpado que está avançando, enquanto escapa da fiscalização da Agefiz.

BB

» Se alguém conseguir ligar para uma agência do Banco do Brasil, por favor, nos envie o número.

Harmonia

» Senado Verde e Coral do Senado trabalharam em sintonia neste ano. Todo o cenário da ópera Carmen foi de material reciclado. O viveiro do Senado produz a própria energia, além de armazenar a água da chuva, reaproveitada nos jardins.

Clareza

» Comentário no cafezinho do Senado é que o presidente Temer precisa criar um canal de comunicação franco e intenso com a população. Até agora, a população não teve do governo nenhuma informação sobre a reforma da Previdência. O assunto precisa ser colocado honestamente e rápido.

Oportunidade

» Shakira tem dois fãs-clubes no Brasil. Um que adora suas músicas e performances artísticas e outro que a admira por ter investido na criação de uma escola para crianças de baixa renda, que se transformou em destaque na Colômbia. Aplicar a verba obtida pelo próprio sucesso, acreditando no sucesso de outros, é uma ação para poucos.

História de Brasília

Atualmente, em Brasília, há quatro pretendentes para cada cargo. Um do Juscelino, que quer voltar; um do Jânio, que quer ficar; um do sr. Tancredo Neves, e outro do sr. João Goulart. (Publicado em 19/9/1961)

Capital do álcool

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ARI CUNHA

DESDE 1960 »

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL

Tão acostumados estamos com nosso horizonte imediato e nossas mazelas diárias, que muitas vezes não percebemos a progressiva decadência que vai tomando conta de nosso mundo ao redor. No caso de nossa cidade, capital do país, o que se apresenta diante de nossos olhos parece ser um a crônica de um colapso social anunciado. Se forem contabilizados entre bares, restaurantes e botecos informais, Brasília possui hoje aproximadamente 12 mil estabelecimentos, que empregam um exército de mais de 100 mil pessoas. Para uma população de pouco menos de 3 milhões de habitantes, o que não faltam são opções de bares e biroscas onde a oferta de álcool variada é abundante.

O que poderia parecer um paraíso de comércio, com vendedores e consumidores exercitando as saudáveis leis do mercado, para o bem da economia local, esconde uma realidade devastadora. O que se assiste hoje na capital do país é a liberalização total e o estímulo, sem precedentes, do consumo de bebidas alcoólicas.

Na região do Plano Piloto, a proliferação de bares, botecos e outros estabelecimentos de venda de álcool segue acelerada. Mesas e cadeiras vão se espraiando por ruas, invadindo as áreas verdes e chegando cada vez mais próximas às residências. O mais preocupante é que o grande público desse tipo de comércio é formado por jovens, a maioria ainda estudantes.

Nas cercanias das universidades, o movimento de bares e o consumo de álcool são mais acentuados. Algumas quadras, como a SQN 408, o comércio local foi tomado por bares que lucram fábulas com os alunos de universidades e escolas da redondeza. Em todas as quadras, o fenômeno se repete. Os bares à noite ficam lotados e as salas de aula vazias. Nunca tantos jovens beberam tanto como agora. Estamos nos transformando na capital do álcool. O que poderia ser uma diversão esporádica, vai se transformando numa constante perigosa.

O que estamos assistindo, sob o olhar complacente das autoridades e principalmente das famílias, é ao consumo desbragado de álcool. Gerações estão sendo entregues ao vício silencioso. Trata-se muito mais do que de um problema de saúde física e mental, que já é sério. O que estamos vendo em nossa cidade e arredores é a lenta destruição de todo um contingente de jovens, desinformados sobre os perigos do alcoolismo.

Sem uma campanha séria e massiva que alerte para esse flagelo que vai se instalando por todo lado, o que teremos num futuro próximo são hospitais lotados de pessoas acidentadas, vítimas de cirrose, delegacias cheias de infratores, presídios superlotados de delinquentes, clínicas e estâncias para dependentes, acidentes de trabalho, hospitais psiquiátricos repletos de jovens desequilibrados. Os moradores das superquadras sabem bem que o problema existe, está se disseminando com rapidez e já é um dos maiores motivos de queixa da atualidade.

A frase que foi pronunciada

“Você ganha liberdade quando tem responsabilidade.”

Alison Zigulich

Aids

» Cresce a cada dia no DF o número de infectados pelo vírus da aids. Já são, segundo a Secretaria de Saúde, 11 mil infectados. Isso sem contar aqueles que ainda não suspeitam ainda da contaminação, além dos que, simplesmente não fazem a notificação e não procuram os cuidados médicos adequados.

Perfil

» Preocupa as autoridades o fato de a maioria dos infectados estarem na faixa etária entre 15 e 19 anos, sendo que a proporção de soropositivos é de 46,7 casos masculinos para cada uma mulher infectada.

Propaganda

» No caso da proliferação desenfreada desse vírus, fatal para o ser humano mesmo com todos os avanços da medicina e dos remédios retrovirais existentes hoje, as novas gerações não foram sensibilizadas por campanhas massivas como acontecia em décadas passadas.

Carnaval

» Com a aproximação das festas de Momo, deverá crescer também o número de registros de pessoas infectadas num futuro próximo. Por isso, não se entende como a menos de dois meses para o carnaval ainda não se veem propagandas apelando para o uso de camisinhas e outros protetores.

História de Brasília

No meio da crise, não falta gente esperta. A Imobiliária Guanabara Ltda. está vendendo o Jardim Maravilha, em Formosa, e apresenta para o cliente esta atração: Recebe do cliente a importância de 5 mil cruzeiros, e dá uma escritura de 40 mil cruzeiros. E tem mais: dá, ainda, uma apólice de 100 mil cruzeiros, para seguros de acidentes pessoais. (Publicado em 19/9/1961)

Gullar

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ARI CUNHA

DESDE 1960 »

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL

Não conheci pessoalmente o poeta Ferreira Gullar. Mas sempre nutri por seu trabalho e por suas posições, firmes e claras, forte admiração. Estive, há muitos anos, no lançamento de uma coletânea de seus textos, reunidos sob o título Toda poesia. Fiquei de longe. Havia muita gente na ocasião e resolvi ser um a menos a perturbá-lo com tietagens e não pedi autógrafo. Não me arrependo.

A mim, Gullar sempre pareceu ser confiável. Percebi, desde logo, que havia em seus múltiplos trabalhos como escritor e crítico uma coerência linear, que faz com que você conheça na intimidade o verdadeiro criador. É raro encontrar no vasto mundo das artes talentos que possuam a coragem genuína de expor com franqueza e sem enfeites sua personalidade. O que se vê com frequência são artistas deslumbrados com o próprio umbigo, vaidosos e cheios de estereótipos sobre o mundo ao redor.

À guisa de explicação, é preciso deixar esclarecido que tomar o autor pelo trabalho exposto é uma das grandes ilusões das plateias mundo afora, principalmente quando se descobre que autor e obra são dois seres antípodas. A desilusão é ainda maior quando se descobre que, por trás de uma obra-prima qualquer, pode estar um ser mesquinho e cheios das mais baixas veleidades humanas. Ou mesmo o oposto: obras cáusticas com um ser angelical a compondo. Muitos chegam a duvidar que determinada obra seja de um autor, tal a discrepância entre ambos.

A filosofia distingue bem ética de estética. Neste sentido, é possível entender por que alguns grandes artistas, criadores de verdadeiras obras-primas, sejam, na intimidade, seres humanos desprezíveis, capazes de atitudes e baixezas impensáveis. A prudência ensina a não confundir criador e criatura.

Ferreira Gullar tinha esse quê raro de sinceridade. Seus textos e sua pessoa estavam ali, derramados em tinta preta sobre a folha branca. Talvez venha daí a sua enorme aceitação pública. Quando ainda havia a esquerda, como matiz ideológico e pessoal, Gullar se posicionou, não como defensor cego das orientações do Partidão, mas no sentido de que acreditava, com sinceridade, na redenção do ser humano e sua libertação do capitalismo selvagem e predador.

Por sua vivência e liberdade de pensar, desde logo identificou nos governos petistas uma fantasia que levaria o país à ruína moral e econômica. No poema “Não há vagas”, de 1963, Ferreira Gullar traz para o lirismo dos versos, a realidade do brasileiro comum desde sempre:

“O preço do feijão/não cabe no poema. O preço do arroz/não cabe no poema./Não cabem no poema o gás, a luz o telefone, a sonegação, do leite, da carne, do açúcar, do pão./O funcionário público/não cabe no poema/com seu salário de fome/sua vida fechada/em arquivos./Como não cabe no poema o operário/ que esmerila seu dia de aço/e carvão/nas oficinas escuras/– porque o poema, senhores,/está fechado:/“não há vagas”/Só cabe no poema/ o homem sem estômago/ a mulher de nuvens/ a fruta sem preço/ O poema,/senhores,/ não fede/nem cheira.”

A franqueza de sua prosa afastou-o da maioria dos políticos atuais, principalmente os populistas e demagogos. Talvez tenha sido essa a razão por que muitos deles preferiram ir assistir aos funerais do ditador Castro, na longínqua Cuba — um homem a quem é debitado milhares de mortes — do que ver descer a terra um dos maiores poetas da atualidade. Melhor assim para a biografia de Gullar.

A frase que foi pronunciada

“A arte existe porque a vida não basta.”

Ferreira Gullar

Desigualdade

» De acordo com o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Brasília registra os maiores índices de desigualdade econômica e social do Brasil. Nas medições feitas pelo desigualtômetro existem enormes discrepâncias na oferta de bens e serviços entre os moradores do Plano e das áreas periféricas. Enquanto no Plano Piloto, 84% da população tem planos de saúde, a poucos quilômetros, na Estrutural, esse número cai para apenas 5,6%.

CPI

» Na era das delações, feitas diante do pavor da prisão iminente, o país vai conhecendo um pouco do submundo dos bastidores políticos. Num desses últimos relatos, nada mais, nada menos, feito pelo ex-líder do governo no senado, Delcídio do Amaral, ficamos sabendo que as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) vinham sendo usadas apenas para achacar empresários, principalmente em época de eleições.

Deflexão

» Com os desdobramentos da Operação Lava-Jato, nesta nova fase intitulada Deflexão, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Marco Maia (PT-RS) e o atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e ex-senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), respectivamente, relator e presidente da CPI da Petrobras, terão de prestar contas à Justiça sobre denúncias de que teriam recebido R$ 5 milhões de um clube de empresários para livrá-los da convocação a fim de prestar depoimentos à Comissão.

História de Brasília

Em Goiânia, outro dia, nenhum funcionário do Ipase compareceu à repartição, exceto um servente, que dava a seguinte explicação às pessoas que procuravam a autarquia: “O pessoal está todo doente”. (Publicado em 19/9/1961)

Mobilidade urbana

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DESDE 1960 »

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL

No caso do Plano Piloto, somente a crise financeira pode explicar por que ainda não foi implantado um transporte leve sobre trilhos, percorrendo toda a extensão Sul e Norte, com ramificações pelas L2 e W3. Enquanto a solução definitiva, que outros países já conhecem há quase um século, não vem, as vans piratas e toda uma modalidade terceiromundista de transportes voltam a ocupar, de modo extensivo e permanente, as lacunas deixadas pelo poder público. Obviamente, essa é uma modalidade danosa para todos os que precisam se deslocar por longas distâncias.

Além de caros, os transportes clandestinos colocam diariamente em risco a vida de passageiros e demais motoristas. Nas cidades do Entorno, esse tipo de transporte já é maioria presente nas ruas, principalmente nas horas de pico e durante as constantes greves no sistema público.

Na verdade, o transporte pirata das vans nunca deixou de existir. Houve uma retração, durante um curto espaço de tempo, mas sempre atuou, principalmente nas áreas mais carentes. Quem precisa, submete-se, e, na falta de algo melhor à mão, até aprova o serviço. Também as paradas de ônibus, muitas ainda improvisadas, carecem há anos de uma repaginação completa para adequá-las ao novo volume de passageiros, que cresce a cada dia.

» A frase que não foi pronunciada

“Se a gestão brasileira administrar o deserto do Saara, em 5 anos faltará areia”

Milton Friedman, no Liberzone

Pauteiro

» Se quiser falar de uma notícia diferente, observe os shoppings. Eles obrigam as lojas a abrir em horários que fogem às regras celetistas, onerando em demasia a folha de pagamento do empresário e sacrificando os trabalhadores. Nem o sindicato dos trabalhadores impede a prática. Quando avocarem a crise, daí a resignação do lado mais fraco da corda interrompe o assunto.

Quimera periclinal

» UnB 703. Esse é um tipo de mandioca desenvolvido pela Universidade de Brasília que pesa 20 quilos. O professor Nagib Nassar nos mostrou a foto, cheio de orgulho.

Novos nomes

» Senado aprova Luiz Felipe Mendonça para a missão do Vaticano, Maria Laura da Rocha para a embaixada do Brasil na Hungria e Luís Cláudio Villafañe para a Nicarágua.

Jovens senadores

» Em 16 de junho, seria aniversário de Ariano Suassuna. A meninada que participa do programa Jovem Senador sugere à instituição a data como Dia Nacional de Combate ao Preconceito. O grupo propõe que esse tipo de crime seja inafiançável.

Salmo 91

» Era pequeno, quando acompanhava a mãe, Débora Arruda Penha Soares, durante os ensaios do Coro Sinfônico da UnB. Hoje, Artur Soares é compositor de alta estirpe. O certo é que os coralistas estão se empenhando ao máximo para seguir as notas da brilhante composição.

Vale

» Espetáculo urgente no CCBB. Dois minutos para passar toda uma vida. De quinta a sábado, às 20h, e no domingo, às19h, até 11 de dezembro.

» História de Brasília

O espírito guanabarino conta que um psicanalista inglês examinou o sr. Jânio Quadros durante várias horas. Depois veio o laudo: o paciente está completamente são. Mandem-me, agora, os seis milhões de eleitores brasileiros… (Publicado em 19/9/1961)

A volta dos que não foram

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ARI CUNHA
Desde 1960
Com Circe Cunha e MAMFIL

Ninguém até hoje consegue entender a razão que leva Brasília, cujo o desenho urbano foi concebido para livrar o homem moderno da praga dos congestionamentos de trânsito que geram tantos prejuízos à saúde e à economia, a não ser dotada de um moderno e eficiente meio de transporte urbano ou soluções mais avançadas de mobilidade urbana.
Enquanto a luz da razão não desce sobre as cabeças daqueles que poderiam permitir a implantação de um transporte de massa condizente com a importância da capital do país, os brasilienses continuam a sofrer dos mesmos males que o restante da população brasileira, quando o assunto é deslocamento.
Não fossem a construção do metrô e das canaletas exclusivas para algumas linhas de ônibus, o caos seria impensável. A cidade, literalmente, pararia nas horas de pico, aprisionando as pessoas comuns e as autoridades nacionais e estrangeiras em vários pontos da cidade. Cientes da falta de interesse e empenho para resolver, de uma vez, esse delicado problema, as empreiteiras, com a permissão do governo, vão avançando sobre as áreas verdes e outros espaços, abrindo pistas, alargando ruas, criando estacionamentos e outras facilidades para que apenas os carros particulares e outros modelos obsoletos de transporte possam circular com mais folga.
A cada remendo no sistema viário, um problema a mais que é lançado para o futuro resolver. Com os paliativos sem planejamento que vão sendo executados, a cidade corre o risco de virar um enorme labirinto, disforme e sem solução.

A frase que não foi pronunciada
“Doa a quem doar!”
Ditado na Lava-Jato

Cofres
» Cliente saiu cuspindo fogo da agência do Banco do Brasil na 316 Norte. Chegou lá às 17h e os caixas eletrônicos estavam inacessíveis. A explicação de uma funcionária que saía é que aquela região tem tido constantes assaltos. E arrematou. Não falta dinheiro para o Banco resolver o problema. O moço bravo arrematou. Falta é respeito pelos clientes.

Fundos
» Para amenizar a ira, falando em banco, Quintino Cunha, da nossa família, andava na praça quando um banco com três homens enormes arrebentou com o peso. Quintino, com seu humor de sempre, comentou: “É a primeira vez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos”.

Anônimos
» Grupos de diversos interesses se unem para fazer o bem em diferentes pontos da cidade. Um deles é o Scalp 21. Amigos de Taguatinga, Ceilândia, Samambaia e outros que pedalando fazem ações sociais em creches, asilos e hospitais.

Educação
» Qualquer um acha incrível a grade curricular das escolas na Suécia. Tarefas domésticas, lavar, passar, costurar , bordar, cozinhar desde os 11 anos é natural naquele país. As aulas se estendem para a economia doméstica e direito do consumidor. Nas séries mais adiantadas, aprendem carpintaria. Fazem mesas, bancos, cadeiras e armários. Aos 17 anos, a rapaziada alça voo com a independência real almejada.

Fica a dica
» Se você é daqueles leitores assíduos que gostam de contribuir com os jornalistas, segue um conselho. Procure enviar as mensagens sem anexos. Por apresentar perigo geralmente o material fora do corpo do email não é aberto.

Amigos
» Nosso abraço afetuoso à família Lindberg Aziz Cury.

História de Brasília
O carioca tem criticado muito o sr. Jânio Quadros, depois da sua renúncia. E o espírito gaiato do guanabarino não faltou ao episódio que transformou a vida do país. Aqui vão algumas dessas opiniões: o sr. Jânio Quadros é como leão da Metro. Três urros, e o resto é fita… (Publicado em 19/9/1961)

Bandoleiros pela democracia

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DESDE 1960 »

jornalista_aricunha@outlook.com

com Circe Cunha e MAMFIL

Em nome de um modelo de democracia que parece interessar apenas a grupos como a CUT, MST, UNE e outros grupelhos que orbitam os partidos de esquerda — os mesmos que cuidaram de arruinar o Brasil na última década —, a Esplanada dos Ministérios, incluindo o Museu da República, a Biblioteca Nacional e a Catedral foram, mais uma vez, depredados e pichados por bandos de arruaceiros convocados em várias partes do país para, segundo querem fazer crer, protestar contra a PEC dos gastos públicos e a reforma do ensino médio.

As manifestações violentas deixaram, além de um rastro de destruição material, com prejuízos de milhões de reais para o contribuinte, uma forte suspeita de que foram e estão sendo perpetrados ante as perspectivas desses mesmos grupos virem a perder o dinheiro farto, que, por muitos anos, inundou os cofres dessas entidades parasitas.

Além disso, esses e outros protestos do gênero escondem o fato de que, na verdade, buscam o caos , por meio da agitação das massas e da criação de um ambiente propício para uma convulsão social desenfreada.

(Abro aqui um parêntese para registrar o pulso do senador Renan Calheiros, que não permitiu que a baderna adentrasse pelas galerias da Casa. Viu que a professora Glaucia Morelli havia entrado com um senador da casa. Tentamos contato com o Sr. Weiller Diniz para confirmar que senador a havia acompanhado, mas não obtivemos sucesso sobre o parlamentar).

Dessa forma, por meio da desestabilização do Estado democrático de direito, o que esses agitadores pretendem de fato é enfraquecer o governo Temer e, na sequência, obrigar a convocação de novas eleições para, quem sabe, trazer de volta a mesma gente que infelicitou a grande maioria dos brasileiros e jogou o país nesse fosso instável.

Nessa nova investida dos vândalos contra o patrimônio que é de todos, foi usada uma nova estratégia que é a de atribuir a membros do próprio governo e a uma direita raivosa os atos de depredação e de enfrentamento com a polícia, de modo a lançar no colo alheio a insânia cometida contra a capital. A polícia, que, em casos como este, fica pisando em ovos, para não ser acusada de fabricar um mártir cadáver, deixou escapar a oportunidade de identificar cada um desses bárbaros e, entre outras providências legais, enviar para o endereço certo a conta total dos estragos, inclusive os danos morais sofridos por toda a população brasiliense.

A frase que não foi pronunciada

“É possível, sim, ser eleito sem dinheiro. É só fazer o que fala.”

Eleitor do Reguffe, que conquistou os votos pela ação.

Orgulho

» Entre os homenageados pela Câmara dos Deputados com o Mérito Legislativo está Silvio Avelino da Silva, servidor da Câmara desde os 15 anos de idade. Ele entrou para a Casa por um programa para menores. Iniciou a carreira brilhante como mensageiro. Passou a datilógrafo e daí galgou sua vida profissional até chegar a secretário-geral da Mesa, um dos cargos mais importantes do Legislativo. Nosso reconhecimento e agradecimento pelo exemplo dado às próximas gerações.

Na bucha

» Em um dos depoimentos na Polícia Federal, apareceu a seguinte história. Alguém queria nomear um diretor na época em que José Eduardo Dutra era presidente da estatal. Ao ser questionado pelo então presidente Lula sobre a razão do tal diretor não ter sido nomeado, segundo Dutra, não fazia parte da tradição da Petrobras ficar trocando diretores. Ao que Lula sem pestanejar respondeu: “Se fosse pela tradição nem você seria presidente da estatal nem eu seria presidente da República”.

Consome dor

» A operadora de celular Claro fez mais de 34 ligações para um único cliente, do número 3130482700 em dois dias. Uma pessoa pergunta se o cliente está ouvindo e passa para uma gravação que oferece novos produtos.

História de Brasília

Finalmente, uma advertência. O governo novo se inicia sob um novo regime político, e sua base, seu sucesso, depende, também, da maneira como é tratada a coisa pública. (Publicado em 19/9/1961)

Bandoleiros pela democracia

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ARI CUNHA

com Circe Cunha e MAMFIL

Em nome de um modelo de democracia que parece interessar apenas a grupos como a CUT, MST, UNE e outros grupelhos que orbitam os partidos de esquerda — os mesmos que cuidaram de arruinar o Brasil na última década —, a Esplanada dos Ministérios, incluindo o Museu da República, a Biblioteca Nacional e a Catedral foram, mais uma vez, depredados e pichados por bandos de arruaceiros convocados em várias partes do país para, segundo querem fazer crer, protestar contra a PEC dos gastos públicos e a reforma do ensino médio.

As manifestações violentas deixaram, além de um rastro de destruição material, com prejuízos de milhões de reais para o contribuinte, uma forte suspeita de que foram e estão sendo perpetrados ante as perspectivas desses mesmos grupos virem a perder o dinheiro farto, que, por muitos anos, inundou os cofres dessas entidades parasitas.

Além disso, esses e outros protestos do gênero escondem o fato de que, na verdade, buscam o caos , por meio da agitação das massas e da criação de um ambiente propício para uma convulsão social desenfreada.

(Abro aqui um parêntese para registrar o pulso do senador Renan Calheiros, que não permitiu que a baderna adentrasse pelas galerias da Casa. Viu que a professora Glaucia Morelli havia entrado com um senador da casa. Tentamos contato com o Sr. Weiller Diniz para confirmar que senador a havia acompanhado, mas não obtivemos sucesso sobre o parlamentar).

Dessa forma, por meio da desestabilização do Estado democrático de direito, o que esses agitadores pretendem de fato é enfraquecer o governo Temer e, na sequência, obrigar a convocação de novas eleições para, quem sabe, trazer de volta a mesma gente que infelicitou a grande maioria dos brasileiros e jogou o país nesse fosso instável.

Nessa nova investida dos vândalos contra o patrimônio que é de todos, foi usada uma nova estratégia que é a de atribuir a membros do próprio governo e a uma direita raivosa os atos de depredação e de enfrentamento com a polícia, de modo a lançar no colo alheio a insânia cometida contra a capital. A polícia, que, em casos como este, fica pisando em ovos, para não ser acusada de fabricar um mártir cadáver, deixou escapar a oportunidade de identificar cada um desses bárbaros e, entre outras providências legais, enviar para o endereço certo a conta total dos estragos, inclusive os danos morais sofridos por toda a população brasiliense.

A frase que não foi pronunciada

“É possível, sim, ser eleito sem dinheiro. É só fazer o que fala.”

Eleitor do Reguffe, que conquistou os votos pela ação.

Orgulho

» Entre os homenageados pela Câmara dos Deputados com o Mérito Legislativo está Silvio Avelino da Silva, servidor da Câmara desde os 15 anos de idade. Ele entrou para a Casa por um programa para menores. Iniciou a carreira brilhante como mensageiro. Passou a datilógrafo e daí galgou sua vida profissional até chegar a secretário-geral da Mesa, um dos cargos mais importantes do Legislativo. Nosso reconhecimento e agradecimento pelo exemplo dado às próximas gerações.

Na bucha

» Em um dos depoimentos na Polícia Federal, apareceu a seguinte história. Alguém queria nomear um diretor na época em que José Eduardo Dutra era presidente da estatal. Ao ser questionado pelo então presidente Lula sobre a razão do tal diretor não ter sido nomeado, segundo Dutra, não fazia parte da tradição da Petrobras ficar trocando diretores. Ao que Lula sem pestanejar respondeu: “Se fosse pela tradição nem você seria presidente da estatal nem eu seria presidente da República”.

Consome dor

» A operadora de celular Claro fez mais de 34 ligações para um único cliente, do número 3130482700 em dois dias. Uma pessoa pergunta se o cliente está ouvindo e passa para uma gravação que oferece novos produtos.

História de Brasília

Finalmente, uma advertência. O governo novo se inicia sob um novo regime político, e sua base, seu sucesso, depende, também, da maneira como é tratada a coisa pública. (Publicado em 19/9/1961)

A imprensa livre como alvo

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jornalista_aricunha@outlook.com

com Circe Cunha com MAMFIL

Durante os anos que antecederam a chegada do Partido dos Trabalhadores ao poder e mesmo ao longo dos primeiros anos do governo Lula, a imprensa, de um modo geral, vivia uma espécie de lua de mel com a legenda e com a maioria dos movimentos sociais de esquerda. A coisa parecia natural, pois havia, por parte dos jornalistas mais jovens e mesmo pela geração dos anos de chumbo, uma relativa esperança de que, afinal, o Brasil resolveria, de vez, os graves e seculares problemas de desigualdade social.

A subida da rampa do Planalto pelos partidos de esquerda tinha sido aguardada e adiada desde os anos 1960. Durante o regime militar, esse sonho ficara guardado em segredo por muitos anos. Havia, portanto, uma grande expectativa com a vitória das esquerdas. Não se passaram nem cinco anos e as relações começaram a desandar. O ano de 2005 marca um ponto de viragem nesse romance.

Com a eclosão do escândalo do mensalão, começaram a aparecer as primeiras contradições dentro de um movimento que todos acreditavam e apostavam como moralizador e saneador do Estado. À medida que a imprensa livre investigava e passava a seguir as inúmeras pistas, aumentavam os sinais de fadiga, que levariam a uma espécie de rompimento forçado e definitivo.

A cada enxadada no solo, uma minhoca, a cada pena puxada, surgia uma galinha inteira. Contradições atrás de contradições, desmentidos constantes e, por fim, o divórcio litigioso opondo mídia livre de um lado e o PT e os movimentos sociais, de outro. Estabelecida a cizânia, restou ao partido no poder buscar na cartilha das táticas de guerrilha ou algo do gênero, a melhor estratégia para deter o avanço da imprensa sobre os fatos que não paravam de aparecer.

O ardil escolhido, aquele que parecia trazer melhores resultados para defender o partido das manchetes diárias escandalosas, foi, além da adoção de uma sistemática difusão de calúnias contra a imprensa, feita pelos chamados blogs sujos, custeados, obviamente, com dinheiro público, a colocação de boa parte dessa mesma imprensa como inimigo declarado do PT. Passou-se então a segunda fase desse estratagema, com a incitação aberta para que os simpatizantes que ainda permaneceram sob a órbita do partido atacassem e agredissem, sem tréguas, os profissionais de toda a imprensa hostil ao PT.

Alcunhada com o epônimo de mídia golpista, a ordem das lideranças do partido foi baixar o pau na imprensa, perseguir e espancar jornalistas, repórteres, cinegrafistas e fotógrafos e todos que ousassem criticar a legenda e seu líder máximo. No entanto, a tática de transformar a imprensa em alvo, como a maioria das decisões autocráticas desse partido, provocou um efeito contrário: quanto mais atacam a mídia, mais a população vai percebendo quanto risco todo o país correu, caso essa turma ficasse, como pretendia, décadas no poder.

A frase que não foi pronunciada

“Ao ouvir a opinião dos ministros do STF sobre o aborto, pensei logo. Imaginem se a mãe deles pensasse da mesma forma! Se as Excelências tiveram a chance de viver, não deveriam privar outros seres humanos da mesma oportunidade”.

Dona Dita, lendo sobre o caso do aborto em Xerém.

Malhete

Inacreditável que, com o aparato tecnológico que temos hoje, depois de 200 mil anos de vida humana na Terra, os ministros da Suprema Corte brasileira nunca tenham assistido no YouTube vídeos retratando o pavor de um aborto. O Brasil só faz questão de se igualar aos países desenvolvidos no que é negativo. Isso é fato.

Desenvolvido

Por que o Brasil não imita os países desenvolvidos para proteger a população dos agrotóxicos, do sal e do açúcar? Por que não imita a mobilidade nas cidades modernas? Por que não adota a legislação contra a corrupção adotada no Japão? Por que não revê o direito penal e os procedimentos processuais para imitar os Estados Unidos?

Máxima Vênia

Disse a ministra Cármen Lúcia que criminalizar juiz é tática da ditadura. Mas e quando ministros da mais alta corte do país autorizam o cometimento de um crime? O que pensar? Permitir o aborto no primeiro trimestre da gravidez, matando um ser humano indefeso com a anuência do STF, é mais absurdo que a ditadura. Pelo menos as vítimas que sobreviveram nos anos de chumbo tiveram a chance de descrever o horror que sofreram.

Laqueadura

“É dominante, no mundo democrático e desenvolvido, a percepção de que a criminalização da interrupção voluntária da gestação atinge gravemente diversos direitos fundamentais da mulher, com reflexos visíveis sobre a dignidade humana”, disse o ministro Barroso. Isso quer dizer que arrancar um filho do útero é postura digna? Então um conselho de notáveis toma a decisão de que interromper a gravidez é parte de um mundo democrático e fundamenta a defesa nos direitos da mulher e dignidade humana? Entende-se que o ventre da mãe está fora do espaço para a dignidade?

Inerente

“O tempo e as coisas não param. Os avanços alcançados pela sociedade são progressivos. Inconcebível, no campo do pensar, é a estagnação. Inconcebível é o misoneísmo.” Na fala do ministro Marco Aurélio de Mello, fica a certeza de que ele não aproveitou o aparato tecnológico para assistir no YouTube um aborto com um mês de vida, dois ou em qualquer idade da criança. Sim. Porque não adianta dizer que um ser humano ainda não nascido não é ser humano.

História de Brasília

O fato de o senhor ser alto funcionário, e ter sob sua guarda um carro do Estado, não implica em que sua mulher, suas irmãs, sua namorada ou suas parentas aprendam a dirigir no carro que não lhe pertence. (Publicado em 19/09/1961)

Nova modalidade de trabalho para a velha CLT

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jornalista_aricunha@outlook.com

com Circe Cunha e MAMFIL

Com o advento e consolidação das novas tecnologias, como a internet, velhos sistemas organizacionais de trabalho sairão paulatinamente de cena. Em substituição aos modelos vigentes, em que o empregado comparece todos os dias à repartição para desempenho de suas funções e para cumprir carga horária presencial, estão sendo testadas, em todo o mundo e no Brasil, novas propostas de trabalho para as mais diversas áreas que se confirmarem-se viáveis, revolucionarão totalmente o modo como entendemos não só o serviço público, mas todo e qualquer serviço burocrático.

Uma das maiores revoluções trazidas pela internet foi, sem dúvida, o estabelecimento do “não lugar”, ou seja, a existência de lugares físicos para o desempenho de determinadas funções deixou de ser uma condição sine qua non para a realização de um trabalho.

É comum hoje que profissionais liberais, como arquitetos e advogados, tenham como local de trabalho apenas o próprio laptop que carrega debaixo do braço, que armazena absolutamente todas as informações e ferramentas de que necessitam para o exercício de suas funções.

A adoção do chamado teletrabalho, em análise agora no Senado Federal, possibilitará que muitos servidores exerçam plenamente suas funções sem a necessidade de sair de casa, congestionar o trânsito, gastar combustível, perder tempo, economizar água, luz, papel, equipamentos e todo instrumental necessário para a realização do serviço, a começar pela necessidade de existir um espaço físico para seu trabalho diário.

De autoria do senador Eduardo Amorim (PSC-SE), o projeto estabelece o trabalho regular no qual o trabalhador exerce suas funções fora do estabelecimento do empregador com o teletrabalho, também cumprido a distância, mas no qual são utilizados meios telemáticos e informatizados para sua execução.

Nessa nova modalidade, o trabalhador deverá, segundo o projeto, respeitar as normas de confiabilidade dos dados da empresa. No esquema de teletrabalho, o controle de frequência será substituído pelo instrumento da avaliação de metas a serem cumpridas. Um maior grau de autonomia do trabalhador e uma economia significativa para os cofres públicos é o que esperam aqueles que apostam nesta nova proposta.

Ficam de fora, por enquanto, o pagamento de horas extras, exceto nos casos em que o trabalhador for obrigado a comparecer às dependências do contratante em período inferior a seis dias úteis. O projeto estabelece ainda que o empregado terá direito ao ressarcimento com gastos extraordinários para a realização de suas funções, ficando assegurados também a metade do valor do vale-transporte e a integralidade do vale-alimentação. O próximo passo será a modificação para a adaptação das normas da Consolidação das Leis do Trabalho CLT de maio de 1943.

A frase que foi pronunciada

“Cada um dá o que tem”

Quintino Cunha, devolvendo uma braçada de rosas a quem lhe deu um chifre de presente de aniversário.

Release

» Uma beleza a homenagem a Sarah Abrahão – primeira mulher a assumir o cargo de secretária-geral da Mesa no Senado Federal. A Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho lançou ontem a biografia Memórias do Senado. O livro, com prefácio do ex-presidente José Sarney, narra fatos marcantes da história, desde quando se tentava manter o Congresso aberto durante a ditadura militar até os bastidores da Constituinte de 1988, conjugados à trajetória da biografada.

Merecido

» Foi condecorado como cidadão honorário pela Câmara Legislativa do DF, o oncologista Gustavo Fernandes, diretor médico do Hospital Sírio-Libanês na capital. O evento ocorreu durante uma sessão solene na Câmara Legislativa, por iniciativa do deputado Cláudio Abrantes.

Imperdível

» Concerto do Coro Sinfônico Comunitário da UnB, amanhã e dia 2, às 20h, no Colégio Militar de Brasília. Solistas Jean Nardoto e Aida Kellen sob a regência de David Junker. Entrada franca.

História de Brasília

Os senhores que têm sob sua guarda automóveis do Estado deviam agir com mais respeito, mais vergonha, mais zelo, mais cautela e mais dignidade. A ordem do governo anterior está transformada numa orgia de gasolina, sem que ninguém leve em conta que tudo aquilo pertence ao Estado, e só pelo Estado deve ser usado. (Publicado em 19/9/1961

CLDF vive alheia em torno do próprio umbigo

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com Circe Cunha e MAMFIL

Numa democracia, em que o voto tem poder de fato, é comum observar que os candidatos que saem eleitos das urnas são exatamente aqueles que a população quis como representantes. Em eleições livres, a sociedade tem exatamente o poder de escolher os governantes que querem e almejam, sem pressões de qualquer tipo. Dito de outra forma, corruptos e malfeitores, eventualmente, alçados a representantes legais da população foram colocados nessa posição pelo do poder do voto popular livre e soberano.

Em 1811, o filósofo francês Joseph-Marie Maistre (1753-1821) cunhou a frase que ainda hoje permanece válidapara entendermos um pouco sobre nosso sistema atual: “Cada povo tem o governo que merece”. Com base nessa constatação, é perfeitamente possível declarar que, os brasilienses têm os deputados distritais que livremente escolheram e, portanto, merecem. Mesmo aqueles que são constantemente vistos nas páginas de jornais reservadas a assuntos policiais e aos escândalos políticos, representam o eleitor.

De um lado e de outro das urnas, não existem inocentes. Formam, em nossa democracia, tanto no âmbito local quanto federal, uma espécie de corruptos de estimação dos eleitores, e seguem alojados no poder, anos após anos, sem serem incomodados, amealhando verdadeiras fortunas, sob o olhar de aprovação daqueles que franquearam, nas urnas, o caminho e as portas dos cofres públicos à sanha desses dilapidadores profissionais diplomados e com foro especial.

Nessa nova temporada de escândalos, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios denunciou, por duas vezes, os cinco distritais da Mesa Diretora por corrupção passiva, dentro dos desdobramentos da chamada Operação Drácon. Não bastassem as graves denúncias, surge agora a notícia de que a mesma presidente afastada da Casa teria, segundo gravações feitas com ex-senador Gim Argello, preso em Curitiba, recebido mesadas no valor de R$ 420 mil do Detran e participado de desvios de recursos de publicidade da própria CLDF.

Indiferentes não só ao vendaval da polícia que vasculha essas maracutaias, mas sobretudo à falência das finanças públicas do DF, as excelentíssimas autoridades encontraram tempo diante desse turbilhão de notícias para aumentar em 20% o orçamento da Câmara Legislativa para o ano que vem. Dizer o quê? Que os mandantes do assassinato da ética foram os eleitores?

A frase que foi pronunciada

“Por que sou um escorpião e esta é a minha natureza.”

Da fábula do escorpião e do sapo para o candidato e eleitor

Chegada

» Adib Abdouni, advogado criminalista e constitucionalista, desembarca hoje em Brasília para autografar o livro Operação Lava Lula, de sua autoria, na Livraria Cultura do Shopping CasaPark, às 19h30

A hora

» Indagado pelos colegas sobre a diferença de abordagem, Adib explica que chegou a ser filiado ao PCdoB, mas deixou o partido nas primeiras suspeitas de envolvimento do ex-presidente Lula com o esquema de corrupção na Petrobras que veio à luz com a Operação Lava-Jato.

De mudar

» São quase 600 páginas, nas quais o advogado reúne em linguagem acessível detalhes da explosiva delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral, além de transcrever depoimentos prestados ao juiz Sérgio Moro e tecer comentários sobre todos os casos de encarceramento de presidentes e ex-presidentes do Brasil. Leitura obrigatória nas férias.

Release

» Hoje, o Ipea lançará publicação que consolida dados sobre ações de cooperação para o desenvolvimento internacional implementadas pelo governo federal. Em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o relatório Cooperação brasileira para o desenvolvimento internacional: 2011-2013 traz informações levantadas em 93 órgãos e instituições do governo federal que atuam em 159 países. “Essa pesquisa vai possibilitar ao governo brasileiro formular uma política de cooperação internacional que ainda não existe”, observou o editor da publicação, o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea João Brígido Bezerra Lima.

História de Brasília

Revoltante e lamentável o uso indevido de carros oficiais aos domingos. No Iate Clube, o recorde foi batido, numa demonstração de pouco caso para com a coisa pública, de falta de atenção para com o que não lhe pertence.

(Publicado em 19/9/1961)