Categoria: ÍNTEGRA
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colunadoaricunha@gmail.com
com Mamfil e Circe Cunha
“Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo… um automóvel rugidor, que corre sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.” Manifesto Futurista, de Felippo Tommaso Marinetti, em 1909
Construída numa época em que o automóvel era o símbolo máximo do advento e da afirmação da modernidade, Brasília marcou a concretização da ideia de uma arquitetura apta a acolher o carro como elemento essencial de transporte. Para tanto, amplos espaços físicos foram exclusivamente reservados para o deslocamento rápido de pessoas.
A nova capital, dizia-se naqueles tempos, era formada de cabeça, tronco e rodas. A velocidade era uma das características perseguidas nos anos de grande nervosismo. O carro era, pois, um dos elementos dessa nova arquitetura. Nesse sentido, as grandes distâncias e os longos deslocamentos, não só não seriam empecilhos para a concepção da cidade moderna, mas se transformariam em sua marca maior, dando o tom ao desenho das ruas, avenidas e eixos.
Mais de meio século depois, o que parecia ser um gesto de grande ousadia frente ao novo acabou canalizado para uma espécie de gargalo. Com o número de carros se aproximando perigosamente do número de habitantes, a velocidade declinou e a cidade se locomove a passos lentos dos engarrafamentos constantes.
Durante todo esse tempo em que a velocidade ditou o ritmo da urbe, os cartéis de combustíveis amealharam enormes fortunas e, graças ao poder desse dinheiro desonesto, compraram o silêncio de uns e a imobilidade de outras autoridades. Aqui se lê, também, desonestidade pelo descumprimento da lei ao negar ou exigir cadastro de quem pede nota fiscal. Certo seria se ela viesse como em todo comércio. No ato da compra, nota fiscal emitida imediatamente, e não cupom fiscal, como tentam ludibriar o consumidor.
Para garantir essa reserva de mercado, em que o dinheiro entrava fácil, os cartéis trataram de financiar as campanhas eleitorais de candidatos de vários partidos, para assegurar trânsito livre para suas pretensões. Blindados pelo poder do dinheiro, esses cartéis não arredaram pé de suas atividades criminosas, não temendo autoridade ou lei alguma, mesmo quando os órgãos da justiça já tinham em mãos material suficientemente comprobatórios dessas práticas criminosas.
O GDF sempre fez cara de paisagem para este assunto, que, diretamente, recolhia impostos escorchantes dessas atividades. Quanto mais os preços aumentavam, mais cresciam as tributações e os dois lados saiam ganhando sempre. Em meio a essa briga combinada, estavam, e ainda estão, os milhões de consumidores acossados entre a necessidade de abastecer o carro e se sujeitar a encararem o transporte público sucateados, e também dominado por outros cartéis. Postos entre as máfias dos combustíveis e as máfias dos transportes, os cidadãos ainda lutam desamparados para se livrar de ambas as pragas, mesmo sabendo que o GDF não está ao seu lado e, ainda por cima, torce por sua capitulação.
A frase que não foi pronunciada
“Esqueceram de mim!”
Se o Brasil pudesse falar….
Incubadora
» Vitória da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A Sea Jr. apresentou projeto de Aquaponia para organismos aquáticos e hortaliças. Na ponta do lápis, o projeto, que precisa de R$ 30 mil para a implementação, vai gerar muito mais para as famílias do semiárido. “Estamos muito felizes com essa conquista. Esperamos que nosso trabalho ajude a trazer renda e desenvolvimento para a região. Nosso projeto foi criado pensando em uma forma de desenvolvimento prático, sustentável e fácil de ser gerenciado”, explica Eduarda Tayná de Almeida, presidente da Sea Jr. e estudante de engenharia de aquicultura da UFRN.
Esperar não é fazer!
» Premiação também para escolas envolvidas no projeto da Controladoria–Geral do DF, que lança o 1º Prêmio Atitude. O objetivo vai além da consciência cidadã. Por meio de gincana, os alunos identificarão problemas na escola e receberão as orientações necessárias para organizar um planejamento para as soluções. Quem for o melhor em soluções leva o prêmio. O intuito é alcançar 3 mil alunos. A unidade vencedora receberá R$50 mil para melhorar sua estrutura. No total, serão R$ 140 mil distribuídos entre as dez primeiras escolas classificadas. Os professores-orientadores do projeto das dez escolas vencedoras receberão bolsas de mestrado e pós-graduação, oferecidas pelo Fundo Pró-Gestão, da Escola de Governo.
Pelo país
» Quase deu certo. Extremistas entraram em um restaurante, em São Paulo, com uma faixa xingando João Doria. Outros gritos vieram em sentido oposto para que o mentor dessa desunião nacional estivesse na cadeia.
História de Brasília
A possibilidade da venda dos apartamentos aos atuais ocupantes está despertando uma campanha nos ministérios militares, pela qual esses ministérios adquiririam os apartamentos, para seu próprio patrimônio, e alugariam aos seus integrantes, posteriormente. (Publicada em 4/10/1961)
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Pesquisas recentes dão conta de que 55% dos trabalhadores brasileiros já sofreram algum tipo de assédio moral no serviço. Dos pesquisados, 47,3% relataram serem vítimas de piadas, ironias, chacotas, agressões verbais ou gritos constantes. Também a pesquisa feita pelo site Vagas.com mostrou que 87,5% dos profissionais que foram expostos a ofensas não denunciaram o fato, por receio de perder o emprego, de sofrerem represálias, por vergonha ou mesmo temor de ser culpado pela agressão. Houve ainda quem não denunciasse o agressor por certo “sentimento de culpa”, muito frequente nas vítimas desse crime. As maiores vítimas são mulheres, totalizando 51,9% das ocorrências.
O assédio sexual no trabalho, caracterizado por comportamentos abusivos como cantadas, propostas indecorosas ou olhares abusivos, atinge as mulheres em 79,9% dos casos. Segundo os especialistas, a punição apenas da empresa de certa forma contribuía para a perpetuação dessas ações, protegendo o assediador ao deixar-lhe o caminho livre para a repetição dos crimes. Pela quantidade absurda com que eles se repetem a cada dia no ambiente de trabalho pelo Brasil, a aprovação do Projeto de Lei 4.742/2001, de autoria do então deputado Marcos de Jesus, criminalizando o assédio moral, além de urgente e necessária, torna-se medida de grande importância para garantir saúde física e mental de milhares de profissionais, feridos na alma e torturados na honra pela ação selvagem, truculenta e sistemática dos superiores hierárquicos. Sob a relatoria da deputada peemedebista Soraya Santos, um substitutivo foi apresentado pela parlamentar pedindo o aumento da condenação de um para dois anos de prisão, além da responsabilização direta do assediador e não mais da instituição.
Vale lembrar que o assédio moral também pode ser praticado por funcionários hierarquicamente inferiores aos chefes e de colegas para colegas. Outro ponto objeto de estudos é a diferença entre assédio e dano moral. Nem todo dano moral é assédio, mas todo assédio traz um dano moral. Esse é um fenômeno tão antigo quanto a própria história do Brasil e, mesmo assim, durante mais de cinco séculos dessas práticas odiosas, ainda é muito comum a ocorrência de assédio moral tanto em repartições públicas como em empresas privadas.
Esse tipo de crime é tão corriqueiro no ambiente de trabalho que não é raro encontrar em muitas instituições serviços de “amparo psicológico” para as vítimas, mas que, na realidade, nem sempre são ocupados por profissionais capazes de administrar o problema. Quando é o caso, o assediado corre mais riscos psicológicos por estar nas mãos de pessoas que são éticas apenas na medida do possível, já que a cobrança da cúpula da instituição é que acabe logo com a demanda para esconder o problema da opinião pública e preservar o nome da empresa ou instituição. Nem por isso todos os trabalhadores desistem.
Muitos, apoiados pela família conseguem buscar reparação pelos danos sofridos. Para a maioria, dinheiro nenhum apaga a dor sofrida. A cicatriz fica enquanto viver. Devido à experiência com esse sofrimento intenso e repetido, boa parte desses profissionais adquirem doenças tão sérias e complexas que acabam por resultar na impossibilidade de trabalhar de forma permanente, o que, em certos casos, termina com a aposentadoria precoce por invalidez. A perda de muitos profissionais de excelente nível técnico que se veem obrigados a abandonar seus postos por questões de assédio acarreta também sérios prejuízos para a própria empresa ou entidade pública.
O assédio moral no ambiente de trabalho, aqui no Brasil, pelo grande número de casos, pela questão da impunidade generalizada, pelos malefícios que causam à saúde de milhares de trabalhadores todos os anos, e pelos incontáveis prejuízos que causam às empresas e aos sistemas de saúde, deveria receber o carimbo de matéria urgentíssima e ser colocado em discussão e votação com prioridade máxima, à frente de qualquer outra proposta.
» A frase que foi pronunciada
“Em um mundo de aparências, o que importa não é o que somos, mas o que é mostrado; não as consequências distantes de nossas ações, mas os resultados imediatos e aparentes. Essa é a principal razão para a trivialização da perversão: em todas as áreas, a tendência de tratar a outra pessoa é consolidada como um objeto que é servido enquanto útil e é descartado quando já não interessa.”
Marie-France Hirigoyen, que cunhou o termo assédio moral na França, em 1998, no livro assédio moral, violência perversa do cotidiano.
Mistério a ser revelado
» Obra de restauração do Museu de Arte de Brasília é invisível. A assinatura é da D&M Construtora Ltda. e a data prometida para a entrega, registrada na placa no local da obra, é maio de 2015. Esqueceram de retirar a placa quando anunciaram que a Novacap anuncia que serão investidos mais R$ 8,9 milhões para a obra. Outra obra?
Que tal?
» Impossível mensurar a falta de respeito da Caesb com o cidadão brasiliense. Enquanto o DF faz sacrifícios para economizar água pagando a conta mais cara sem consumir o que seria de direito, adutoras são rompidas vazando água por horas. A resposta da companhia ao chamado de emergência parece estar num script. “O prazo regular para envio de equipe é de oito horas, mas o prazo não se aplica aos fins de semana, quando a equipe é reduzida.”
» História de Brasília
Não houve nenhuma ordem em contrário quanto à mudança do Ministério das Minas e Energia. A Vale do Rio Doce, que não teve dinheiro para terminar o prédio, atirou-se à obra com imenso ardor e hoje centenas de candangos cruzam em todas as direções para entregar logo o prédio que o ministro pediu. Enquanto isso, ninguém procura respeitar o Plano de Brasília, nem saber onde alojará todos os funcionários que serão transferidos precipitadamente para cá.(Publicada em 3/10/1961)
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Depois de quase duas décadas de sua proposição, o Projeto de Lei 4.742/2001, de autoria do ex-deputado Marcos de Jesus (PE), transformando o assédio moral no trabalho em crime, aguarda apenas uma brecha para ser incluído na pauta de votação do Plenário da Câmara dos Deputados. A nova relatora da proposta, deputada Soraya Santos (PMDB-RJ), apresentou substitutivo em que pede o aumento da condenação de um para dois anos de prisão, além da responsabilização direta do autor desse crime e não mais da empresa, como vinha sendo anteriormente estabelecido. Para a parlamentar, “as mulheres são as mais penalizadas com o assédio”. É necessário, diz, a aprovação desse projeto.
Há várias leis se servem aos juízes de amparo na fundamentação das sentenças. A Carta Magna, a Lei 13.185/15, que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática; o Código Civil; a Lei 8.112/90, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais; o Decreto 7.037/2009, que aprovou o Programa Nacional dos Direitos Humanos; o Decreto 6.029/2007, que institui o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal; o Decreto 3.048/99, que aprova o regulamento da Previdência Social; o Decreto 1.171/94, que aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal; o Decreto-Lei 5.452/43, que aprova a Consolidação das Leis de Trabalho; o art.5º do Decreto-Lei 4.657/42, da Lei de introdução às normas do direito brasileiro, que rege que, na aplicação da lei, o juiz atenderá os fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum; o Decreto-Lei 2.848/1940; o Código Penal; a Convenção 11, da Organização Internacional do Trabalho, concernente à discriminação em matéria de emprego e profissão; e Lei 8.213/1991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social.
Nos países onde o assédio moral não é tabu, a saída foi registrar as ocorrências como acidente de trabalho. Essa iniciativa foi adotada com base nos estudos da francesa Marie-France Hirigoyen, incansável na luta para esclarecer patrões e empregados, chefes e subalternos sobre como reconhecer o assédio moral, combater, evitar e se defender dessa praga. Graças à divulgação da dissertação apresentada pela dra. Margarida Barreto na PUC /SP, em 2000, sob o sugestivo título Uma jornada de humilhações, o assunto vem paulatinamente ganhando espaço no país nas últimas décadas.
No início deste mês, o Tribunal Superior Eleitoral organizou o Fórum de Debates sobre o Assédio Moral, que contou com a participação do professor Roberto Heloani, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que discorreu sobre “Assédio Moral: a Dignidade Violada”. Ele é especialista no tema e doutor em psicologia social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e membro-fundador do site www.assediomoral.org.br. A professora Ana Magnólia Mendes, da Universidade de Brasília (UnB), tratou do tema “Clínica do Trabalho, Sofrimento Ético e Prevenção do Assédio Moral”. A procuradora Renata Coelho, do Ministério Público do Trabalho, expôs sobre “Assédio Moral Organizacional”, e a professora da UnB Ana Lúcia Galinkin abordou o tema “Assédio Moral e Gênero”.
Segundo o portal www.assediomoral.org, o assédio moral é “a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigidas a um ou mais subordinados, desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego”.
A frase que foi pronunciada
“O mais doído é a forma insidiosa como o assédio moral é iniciado. Só fiz alguma coisa quando percebi que estavam tocando na minha identidade, na minha alma.”
Assediada moralmente em depoimento privado.
Autossuficientes
» A caminho dos pediatras ou passeando pelo shopping, é comum ver babás levando as crianças no colo, carrinho ou as conduzindo de mãos dadas. Na Inglaterra, os herdeiros do trono dão conta do recado direitinho. As babás, se é que existem, não aparecem.
Fundo do poço
» Em todo o país, os médicos são vítimas de um sistema falido e eivado de corrupção. Em Belo Horizonte, a proposta de aumento salarial foi de 2,53%. É muito humilhante receber essa oferta tendo um trabalho duro e assistindo, pelas mídias sociais, à vida boa de quem enriquece roubando os cofres públicos.
Imperdível
» Amanhã, às 19h, um Concerto Entre Amigos, na Galeria de Arte da LBV. Há limite de público. Carlos Cárdenas, no saxofone, Duly Mittelstedt, ao piano, e músicos convidados. Repertório primoroso em vários estilos. Ingresso R$ 100 com bufê após o concerto.
História de Brasília
Não houve nenhuma ordem em contrário quanto à mudança do Ministério das Minas e Energia. A Vale do Rio Doce, que não teve dinheiro para terminar o prédio, atirou-se à obra com imenso ardor e, hoje, centenas de candangos cruzam em todas as direções, para entregar logo o prédio que o ministro pediu. (Publicada em 3/10/1961)
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Se os autores se dessem ao trabalho de perscrutar a opinião dos cidadãos, eleitores e contribuintes sobre que pontos devam ser realmente acrescentados , mudados e suprimidos nas diversas propostas de reformas que anunciam, muito trabalho teria sido poupado de nossos doutos representantes. Ninguém entende e tem mais sensibilidade para a realidade desse país do que o povo real que habita essas plagas, pois é longe dos hostes oficiais que pulsa o coração da nação.
É tal o descompasso entre o que deseja a população e o que pretendem os áulicos, que qualquer projeto, nascido intramuros e elaborado por uma casta sob a mira da lei, não trará bons frutos. Pior é constatar que o conjunto de reformas que começam vir a lume, à primeira vista, atendem apenas à acomodação e ao alicerçamento do status quo, deixando de lado os interesses dos brasileiros. Quem se dispuser a prestar atenção aos indicadores atuais, apresentados pelos impostômetros espalhados pelas maiores cidades do país, verá que apenas nesses primeiros oito meses foram transferidos compulsoriamente da população para o azeitamento da máquina pública perdulária cerca de R$ 1,347 trilhão.
A maior fatia dessa fábula de dinheiro será destinada ao sustento burocrático dessa gigantesca engrenagem, na forma de salários, ajuda de custos, benefícios, indenizações, gratificações e outros infinitos termos que designam o custeio pessoal. Obviamente que no meio do caminho, segundo organizações não governamentais, cerca de R$ 200 bilhões terão se esvaído tranquilamente pelo ralo da corrupção. O que sobrar desses recursos tomará caminhos diversos que passam ao largo das necessidades da sociedade.
Ano após ano, essa situação tem se agravado. Somente para a quitação de uma das maiores cargas tributárias do planeta, cada brasileiro necessita trabalhar, ao menos, 155 dias consecutivos. Não é por outra razão que o Brasil ocupa hoje a vexaminosa 30ª posição no quesito índice de retorno dos impostos para o bem-estar social da população. Um exemplo desse descompasso, que coloca em posição antípoda população e seus dirigentes, ocorre todos os dias. Agora mesmo chega a notícia de que o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) autorizou o pagamento retroativo de auxílio-moradia para os conselheiros e procuradores, no valor de R$ 1,6 milhão. Isso para servidores que recebem salários em torno de R$ 30 mil mensais e têm morada própria.
Enquanto isso, a assessora especial para assuntos de rouparia da primeira-dama, Marcela Temer, segundo divulgação na imprensa, recebeu apartamento funcional. Para recompor esses descalabros, o governo reduziu ainda o valor do salário mínimo de R$ 979 para R$ 969, buscando, com isso, economizar uns R$ 3 bilhões por ano, além de vetar dispositivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que previa a aplicação de recursos para cumprir as metas definidas no Plano Nacional de Educação (PNE). Preferiu manter os reflexos negativos tanto na educação de base quanto nas instituições de ensino superior e na comunidade acadêmica nacional. Para os brasileiros, obrigados a bancar essas injustiças flagrantes, resta aceitar, como fato consumado, que o dinheiro que falta na planície é encaminhado para o planalto, onde a vida continua sendo uma festa no céu, com convites exclusivos.
A frase que foi pronunciada
“Não se julga suficiente que a lei garanta a cada cidadão o livre e inofensivo uso de suas faculdades para o seu próprio desenvolvimento físico, intelectual e moral. Exige-se, ao contrário, que espalhe diretamente sobre a nação o bem-estar, a educação e a moralidade.”
Frederic Bastiat, economista e jornalista francês (1801-1850)}
Quadro triste
» Curiosa a participação da professora Clarita Chumbens no portal do Sinpro. Diz a mestra que, enquanto o sindicato se engaja nas próximas eleições, a categoria é jogada em uma luta inglória deixada cada vez mais abatida. A esperança que os sindicatos pensassem nos professores, suas angústias e na realidade, se perdem entre a realidade de querer transformar a categoria em mucamas do PT, atendendo a ordens suicidas dos caciques enumerem as vitórias dos professores obtidas pelo sindicato. Não existem, praticamente.
Missa
» Hoje, será celebrada a missa de sétimo dia em memória de Celina Leite Ribeiro Kaufman, ao meio-dia, na Igreja São José, Rua Dinamarca, no Jardim Europa, São Paulo.
Proatividade
» Estamos no exato momento em que os especialistas do GDF deveriam conferir as vias pavimentadas de todo o DF, que corre o risco ter o asfalto arrancado pelas chuvas de setembro, por falta de escoamento. As redes pluviais também precisam de limpeza e manutenção.
Civismo
» Atenção, professores. As visitas no Senado Federal estão ao alcance de todos. Basta entrar no site do parlamento e verificar as datas disponíveis. O portal é amigável. Basta procurar na internet com as palavras- chaves: “Congresso Nacional”, “agendamento”, “marcar visita”.
Mais sinalização
» Com o desvio obrigatório para o acesso ao trevo norte, falta sinalização para caminhões altos. Nas tesourinhas, volta e meia veículos de grande porte ficam presos pelo teto. O perigo é alterar a estrutura das pontes.
História de Brasília
Em frente à Americana, a Novacap construiu um restaurante, que seria unidade de vizinhança, para servir à Superquadra 107. Até hoje, não foi arrendado, o que significa: capital parado, que não rende juro. (Publicada em 3/10/1961)
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Fôssemos elencar os principais fatores que resultaram na maior crise hídrica de todos os tempos, experimentada agora pelos brasilienses, a questão da má gestão desse recurso preciosíssimo deveria ocupar o primeiro lugar. Por má gestão, incluem-se as de caráter técnico e outras, eminentemente, políticas, mais, precisamente, decorrentes de populismo irresponsável, com forte doses de demagogia e de corrupção.
A falta de água nas torneiras e a ameaça de que o rodízio no abastecimento de água se prolongará por 48 horas seguidas, resultam da mistura desses ingredientes e todos eles decorrem da emancipação política e marota a que a capital dos brasileiros foi induzida a partir da Carta Magna de 1988. Como populismo e planejamento não andam de mãos dadas, o resultado são torneiras secas ou com água cara e de qualidade duvidosa. Visto pelo lado técnico, o que se pode concluir, logo de saída, é que o crescimento desordenado e explosivo da população não foi acompanhado de um adequado e consistente programa de investimentos, tanto na preservação de nascentes e mananciais quanto na modernização e ampliação dos sistemas de abastecimento, o que fez com que a demanda inflada não acompanhasse a oferta.
Obviamente que fatores climáticos e que fogem da competência direta do GDF tiveram importante papel na crise, mas, de longe, não se configuram entre os principais causadores da escassez crônica de água potável. Nossos políticos locais, embora ainda não dominem a arte da dança da chuva, sabem muito bem como fazer chover em suas próprias hortas, principalmente se essa chuva for em forma de moedas ou de votos.
A transformação das terras públicas em moeda de troca, dentro do princípio “um lote, um voto”, acabou por lançar toda a capital no vale árido e hostil da escassez de água. Durante anos seguidos, essa foi a principal política adotada na capital. A criação desordenada e afoita de enormes conglomerados urbanos, construídos, sem qualquer planejamento, da noite para o dia, ao mesmo tempo em que beneficiavam políticos locais, na consolidação de verdadeiros currais eleitorais, comprometiam seriamente o futuro da cidade e de seus habitantes.
O assentamento de imensas cidades-dormitórios sobre áreas de nascentes e de matas ciliares está entre as causas principais que levaram à atual crise hídrica. Ao contrário do que recomenda o bom senso e a experiência malfadada, a prática ainda é corriqueira e prossegue, apesar das consequências já sabidas.
Um exemplo desse absurdo é constatado na intenção do GDF de implantar a segunda etapa do Setor Habitacional Taquari, na área conhecida como Serrinha do Paranoá. Essa região abriga, segundo os especialistas, centenas de nascentes já mapeadas que alimentam o Lago Paranoá com água de excelente qualidade. Água que pode não carrear votos, mas que vai tornar possível o prolongamento da vida da cidade por mais algum tempo.
A frase que foi pronunciada
“A falta d’água pode ser o fim de todas as coisas.”
Filósofo de Mondubim, pensando enquanto lê Tales de Mileto.
Muda já!
» Helio Campagnucio nos enviou uma carta que dividimos em notas para resumir a saga que ele e muitos outros consumidores da Caesb vêm sofrendo. Diz o leitor que, há mais de 10 anos, a Caesb cobra 10 metros cúbicos pelo consumo mínimo de água. Mesmo que o consumo efetivo seja de 3 a 4 metros cúbicos. Na maior parte do ano passado, o consumo foi zero, já que a casa ficou fechada. Mas, mesmo assim, foram pagos mensalmente 53 reais para honrar as contas que chegavam .
Revolta
» Em julho, inexplicavelmente, veio uma conta de R$ 840, referente ao consumo de 49 metros cúbicos, que, se somado o consumo efetivo de dois anos, não chega a esse patamar. Retiraram o hidrômetro da residência, que nunca teve manutenção em 20 anos, embora fosse cobrada a taxa de manutenção durante anos. A perícia no hidrômetro, sem minha presença, que o hidrômetro está com problema.
Abuso
» A empresa monopolista que atua cobrando um consumo mínimo com base em legislação local, o que contraria uma lei federal, vai de encontro ao Código de Defesa do Consumidor, além de contrariar o Código Civil e outras leis. A legislação que concede a cobrança de consumo mínimo à Caesb não obriga a própria estatal a disponibilizar o total do produto cobrado ao consumidor. Não há boa-fé em se cobrar pelo que não é entregue. Levando em consideração a atual situação de carestia de água, nada mais sensato que cobrar apenas o que for consumido. Correto seria compensar em contas futuras a água não consumida efetivamente.
Contraste
» Só em 2017, mais do que os 49 metros cúbicos de água já foram pagos e, agora, cobrados mesmo que não tenham sido consumidos. O patamar de consumo mínimo de 10 metros cúbicos, que são R$ 53, é muito acima do parâmetro da CEB, que cobra por um consumo mínimo de 100KW R$ 15 reais.
Para isso?
» Para qualquer consumidor atento a essa situação é desesperador ver a inércia do Ministério Público, a omissão do GDF, do legislativo local e do TJDFT com essa arrogância da empresa e as práticas ilegais, imorais e abusivas. O fim da tolerância chegou quando os salários da Caesb vieram a público.
Filósofo de Mondubim, pensando enquanto lê Tales de Mileto.
História de Brasília
Os moradores da 306 (Iapc) estão horrorizados com o que se passa no posto da Texaco, que fica em frente a um dos seus blocos. Brigas, nomes feios, falta de respeito e excessivo barulho são as maiores reclamações. Domingo, ninguém dormiu depois de 4 horas da madrugada, porque dois funcionários estavam brigando. (Publicada em 3/10/1961)
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Para os brasileiros de boa-fé, soa como verdadeira humilhação saber que servidores do alto escalão dos três poderes da República permaneçam ainda recebendo remunerações mensais que ultrapassam o teto salarial conforme prevê o inciso XI do art. 37 da Constituição. Essa situação ganha contornos ainda mais ultrajantes quando se toma conhecimento que, entre aqueles que percebem os chamados supersalários, a maioria está justamente concentrada no Poder Judiciário, a quem cabe por missão não só dar o bom exemplo de cumprimento da lei, mas observar seus limites, uma vez que se trata de princípio determinado pela legislação em vigor.
A bem da verdade, coube ao Supremo Tribunal Federal, órgão máximo da Justiça, jogar um balde de água fria na norma, quando estabeleceu, por 10 votos a 1, que quem tiver mais de um cargo público poderá extrapolar o teto salarial, por acumulação de cargos efetivos, como é o caso de professores, médicos, juízes e outros. De outra feita, a Magna Corte aceitou a tese de que gratificações, abonos e outros penduricalhos, aduzidos aos salários, não são levados em conta quando na avaliação das super-remunerações. A hermenêutica não pendeu para a consciência cívica.
Para o contribuinte, é inaceitável o fato de que em plena crise, quando exigências de arrochos são impostas à sociedade e quando se fala em aumento de impostos e outras taxas, servidores, principalmente do Judiciário, continuem a receber tranquilamente salários que, na realidade do país soam como um escárnio.
Caso emblemático vem à tona agora com a divulgação de que o juiz Mirko Vincenzo, da 6ª Vara de Sinop em Mato Grosso, recebeu, em julho, R$ 415,693,02 de salário líquido, sendo que o valor bruto dessa remuneração foi de R$ 503.928,79. Mesmo acrescentando gratificações e vantagens eventuais, chama a atenção que um servidor da Justiça receba quase meio milhão de reais ao mês, enquanto, da própria janela de seu gabinete, possa divisar legião de pessoas em situação de extrema pobreza. Essa situação se torna ainda mais surreal quando se noticia que ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), aos quais cabe fiscalizar o bom andamento das contas e dos gastos públicos, transformaram aquela corte numa espécie de agência de Turismo por Conta da União. Apenas seu presidente, Aroldo Cedraz, passou 61 dias em viagens, 56 deles no exterior, recebendo em diárias e passagens mais de R$ 72 mil.
Nos últimos dois anos, o mesmo ministro passou 171 dias no exterior, visitando 17 países. A situação se repetiu com outros ministros daquela corte, numa demonstração de que existe ainda um enorme e intransponível fosso entre o Brasil real e o Brasil oficial.
A frase que não foi pronunciada
“Já está na hora de a Justiça abrir os olhos e se olhar no espelho.”
Turista pensando em frente à estátua de Themis, na Praça dos Três Poderes
Anel
» Amanhã, novo desvio no Eixão, sentido Rodoviária/Lago Norte. O DER informa que a mudança começará às 10h. Novo viaduto entre os dois paralelos ao Eixão começam a tomar forma. Até dezembro é a previsão dos bloqueios para a obra.
Saúde
» Também, nesta quinta-feira, às 11h, a Comissão Senado do Futuro, no Plenário 15 da ala Alexandre Costa, apresentará o seminário sobre doenças crônicas não transmissíveis. O senador chileno Guido Girardi, especializado em temas de saúde, é o convidado especial do senador Cristovam Buarque para a ocasião. Girardi legislou sobre o direito dos pacientes, doação universal, fim da caução como garantia ao atendimento, além de leis de controle do tabaco.
De graça
» Dois projetos que impulsionam a cena musical da cidade se uniram. Amanhã, o Q Cultural abre a casa, ou melhor, a Quadra 6 do Setor Comercial Sul (SCS), no estacionamento em frente ao Pátio Brasil, para o coletivo Do Quadrado. Com entrada gratuita, Wilson Bebel e a dupla Tatá e Danu mostram seu trabalho autoral nessa mistura, a partir das 17h30.
Participe
» Amanhã também é dia de audiência pública interativa da Comissão Parlamentar de Inquérito da Previdência com representantes do governo federal. A mesa de debate terá como convidados o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Leonardo de Melo Gadelha, o secretário da Previdência no Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, e o representante da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), Fábio Henrique de Souza Coelho. Se você quiser participar com perguntas basta enviá-las para o Alô Senado 0800-61-22-11.
Contribuintes
» Assalto do lado de fora do Banco do Brasil no CA do Lago Norte. O aumento da criminalidade é sentida pelos brasilienses. A impunidade é um estímulo a todas as categorias de crime.
História de Brasília
A administração está convalescendo da crise política motivada pela saída do sr. Jânio Quadros. Até agora, foi esta a crise mais cara, que maiores dificuldades trouxe para todo o país. (Publicada em 3/10/1961)
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com Mamfil e Circe Cunha
De frente para o espelho e de costas para a população. Essa continua ser a posição política perseguida com afinco pela maioria dos nossos parlamentares. Desde sempre, a sociedade tem apontado como prioridade máxima, dentro do universo de transformações de que o país necessita, a reforma política. Por esse motivo foi alcunhada de mãe de todas as reformas. O senador Fernando Collor delineou propostas interessantes sobre o assunto. Depois da caça aos marajás, a reforma política seria um tema interessante para o senador defender. Mesmo assim, por mais que se esforce, o parlamento não se move na mesma direção dos anseios populares.
Somente a partir da elaboração de um texto definitivo de reforma política, que atenda aos interesses da nação, será possível se pensar em partir para outras propostas de mudanças que resgatem o país da sua mais severa crise. E é aí que mora o perigo. O texto que avança, agora a passos largos, na Câmara dos Deputados, não só não vem de encontro dos reclamos da população, mas em muitos pontos demonstram o total desprezo e alienação de parte significativa dos legisladores sobre o que ocorre além-muros.
Na verdade, o texto que está sendo preparado a toque de caixa nas comissões, se enquadra muito mais na estratégia pensada para pôr a salvo centenas de cabeças coroadas que estão na mira da Justiça, anistiando uns e soerguendo outros para dentro da blindagem obtida nas urnas. A intenção é aprovar uma meia-sola até a data-limite de 7 de outubro próximo, para que o pacote todo tenha validade nas eleições de 2018.
Obviamente, propostas como o Distritão, ou mesmo o voto distrital misto, previsto para 2022, não são do interesse do eleitor que almeja apenas o voto distrital puro, no qual os eleitos são bem conhecidos da população e, com ela, mantém laços estreitos por serviços relevantes prestados. Para contornar a norma que determinou o fim do financiamento privado os políticos encontraram no chamado Fundão a cura para a ressaca com a perda do dinheiro fácil dos empresários amigos.
Chamada de Fundo Especial de Financiamento da Democracia, a medida prevê a destinação de nada menos do que R$ 3,6 bilhões do orçamento para bancar as despesas das campanhas bilionárias. O Fundão, por pretender arrancar do eleitor/contribuinte recursos que não possui, nasce sob o signo da maldição popular, e pode, a qualquer momento, desencadear reações imprevistas e indigestas na forma de manifestações virulentas pela insensibilidade com que nossos políticos enxergam a crise medonha.
O que o eleitor almeja, além de campanhas baratas, feitas pelo esforço sincero e próprio dos partidos, são legendas que abracem, como verdadeiras bandeiras, a defesa das necessidades básicas da população, e não o interesse mesquinho de meia dúzia de caciques, que fazem da política meio para enriquecimento rápido e fácil. O que a população deseja não aparece nas propostas em discussão, o que faz dessa reforma apenas um remendo para um tecido esgarçado e puído que não tem mais jeito de ser remendado. A reforma política que a nação aguarda com ansiedade, definitivamente, não é essa.
A frase que foi pronunciada
“Um voto é como um rifle: sua utilidade depende do caráter de quem usa”.
Theodore Roosevelt, 26º presidente dos Estados Unidos de 1901 a 1909
Celina
Nosso abraço afetuoso no amigo Celso Kaufman. Celina deixa a comunidade artística desolada. Além das instituições de caridade que ajudava, os artistas de Brasília recebiam o apoio, estímulo e o compartilhamento de um conhecimento vasto em arte. Fica o vazio, mas a lembrança da doçura e da amizade firme na alma.
Cariocas
Pode parecer romantismo, mas a atitude dos cariocas resume bem o clima da cidade. Ao ser hostilizado, o árabe que tem uma banca de salgados improvisada recebeu a proteção dos moradores de Copacabana. Protegeram o refugiado com a placa: “Não queremos guerra, queremos esfirras!” É coerente para um país crescido com a força da imigração.
Consideração
Se você é pioneiro, certamente já recebeu uma ligação do amigo Geraldo Vasconcelos. Prepare-se para retribuir anotando na sua agenda. O aniversário dele é em Novembro, dia 18.
Calma
Provocação ao governador Rollemberg não deve ter resposta. Começam as reclamações pelos megashows em Brasília. Tudo o que os contribuintes querem é ver a verba dos impostos bem usada. Só garantido o pão, deverá ser liberado o circo.
Pioneiros
Por falar em verbas, enfim, a comunidade do Gama pode comemorar. A Avenida dos Pioneiros receberá pavimento depois de décadas. Os recursos são do Banco do Brasil e a obra está orçada em pouco mais de R$ 3 milhões.
Nadar
Até 23 de agosto estarão abertas as inscrições para o 25h Nadando. É a 24ª edição do evento. No Centro Olímpico da UnB ou na 504 Sul, unidade do Sesc, garanta sua vaga. Mais importante que competir é estar presente.
História de Brasília
O subprefeito da Cidade Livre encontrou e fechou dois matadouros clandestinos de porcos. As condições de higiene eram de tal forma precárias que ameaçavam a saúde da vizinhança. (Publicada em 3/10/1961)
Desde 1960
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com Mamfil e Circe Cunha
Na terça-feira, o assassinato brutal da servidora Maria Vanessa, 55 anos, na SQN 408, trouxe, mais uma vez, à tona a questão da insegurança nas quadras residenciais do Plano Piloto. Nesse caso específico, o crime aguardava apenas a hora e os sujeitos para acontecer. Em situações idênticas, com tantos fatores concorrendo para o desfecho do fato, espera-se apenas saber quem vai ser a próxima vítima.
Da mesma forma, permanecendo as mesmas condições, outros crimes de igual impacto virão a qualquer momento. Enquanto as autoridades continuarem surdas aos insistentes apelos feitos diuturnamente pelos moradores daquela quadra, novos episódios de violência ocorrerão. Enquanto não forem adotadas medidas urgentes para deter o consumo e a venda desenfreada de drogas naquela região, rotineiramente denunciados pelos moradores, não haverá sossego nem paz.
Muitos moradores confessam que, quando a noite cai, o pavor de sair do apartamento para dar uma volta pela quadra é tamanho que o melhor é ficar dentro de casa. Nas madrugadas, as discussões e brigas violentas se repetem. Para os moradores, ficou a certeza de que não adianta acionar a polícia. Ela quase nunca aparece, uma vez que apelos semelhantes são feitos a cada minuto por moradores desesperados, principalmente aqueles que habitam nas cercanias de bares e biroscas.
Amedrontados e presos dentro de casa, os moradores daquela quadra assistem, desanimados, à transformação do endereço em um lugar perigoso para si e sua família. Uma das consequências desse abandono e insegurança é que os imóveis têm perdido a cada dia o valor de venda. Transformada em lugar seguro para o consumo de drogas, de sexo, de bebedeira, além de ser usada como banheiro público, a SQN 408, que, no passado, era um endereço tranquilo, próxima à Universidade de Brasília e, por isso mesmo, escolhida como morada por diversos estudantes, foi transformada no que é hoje: manchete de caso policial.
A região, como outras da cidade, ilhadas por bares e botecos de gosto e frequentadores duvidosos, caminha para se tornar mais um lugar onde a violência e o abandono estabeleceram morada fixa. Pior, com a anuência das autoridades. Solução para esse caso específico há. As autoridades e os moradores sabem muito bem o que fazer. Infelizmente, as providências corretas ainda não foram adotadas porque tragédia semelhante ainda não ocorreu com algum figurão da República. Mas ocorrerá. Não tenham dúvidas
A frase que foi pronunciada:
“Como a luz numa masmorra faz visível todo o seu horror, assim a sabedoria manifesta ao homem todos os defeitos e imperfeições da sua natureza.”
Marques de Maricá
Cientista
» Um braço da USP se estende até Montenegro, a 250 km de Rondônia. O infectologista Luís Marcelo Aranha Camargo foi o precursor dos estudos e obteve o apoio da universidade para instalar o Instituto de Ciências Biomédicas (ICB5) para realizar atendimentos e pesquisas sobre doenças tropicais.
Ação
» Partiu do senador Ricardo Ferraço um requerimento que pede voto de censura ao presidente do país, Nicolás Maduro. A democracia deve ser respeitada conforme tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.
Saída
» Multiplicam-se as clínicas médicas por todas as regiões administrativas, com preços mais acessíveis. Razão: a falta de atendimento nos hospitais públicos.
Cenário (ainda)
» Em pauta, o desemprego. Debaixo de um bloco, três rapazes conversavam. Um, formado em administração, só conseguiu lugar como corretor de imóveis. Outro, formado em marketing, trabalha em uma gráfica. O caçula da turma fala três idiomas, é formado em relações internacionais, está sem emprego e estuda para concurso.
Unanimidade
» Aprovado o projeto do senador Cássio Cunha Lima que permite a penalização de juízes que violem direitos ou prerrogativas de advogados. Para Jacques Veloso de Melo, a aprovação da proposta na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) “garantirá ao profissional da advocacia que o exercício da defesa do direito seja respeitado e realizado com todos recursos e instrumentos garantidos em lei”.
Para os gênios!
» Da Amazônia à Mata Atlântica, passando pelo cerrado, são inúmeras as oportunidades para tecnologias digitais que podem revolucionar o campo. Se você é estudante e gosta de desafios, conheça os temas do Hackathon Acadêmico Embrapa 2017. As inscrições estão abertas e os eventos acontecem simultaneamente em seis cidades brasileiras. Monte seu time e participe!
Exibição
» Novamente a calourada da UnB com consequências indesejáveis. Desta vez foi em um bar entre a 408/409 Norte, quando um rapaz resolveu subir em um semáforo e depois do exibicionismo despencou. A cena foi gravada. A garotada gritava: Cai, cai, cai. Foi o que aconteceu.
História de Brasília
Na Superquadra 208 Sul, a administração fez calçadas, para que, nas próximas chuvas, os moradores estejam resguardados da lama. Mas não adiantou nada, porque os próprios moradores estão destruindo essas calçadas, passando carros por cima. (Publicada em 3/10/1961)
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com Circe Cunha e Mamfil
Dias atrás, numa escola classe do Varjão, o professor começou a aula escrevendo em letras maiúsculas num canto da lousa, FTVD. Os alunos automaticamente trataram de copiar no caderno aquelas iniciais misteriosas. Terminada a aula, uma aluna questionou a presença daquelas iniciais que pareciam não se encaixar muito bem no assunto ministrado em sala. O professor explicou, então, que, invariavelmente, iniciava suas aulas escrevendo aquelas letras num canto do quadro e que elas significavam apenas “Fora Temer, Volta Dilma”.
A turma caiu na risada e a história, aparentemente simplória acabaria aqui, não fossem por outras questões paralelas aí embutidas. Repercutem ainda, nos meios educacionais e na sociedade em geral, as propostas que visam estabelecer a chamada Escola Sem Partido. A ideia, cujo o DNA é desconhecido, ganhou força e vida tão logo ficaram patentes para todo o mundo as reais intenções dos governos petistas de aparelhar o Estado e transformá-lo em veículo para suas pretensões ilimitadas de poder.
O aparelhamento do sindicato dos professores, de um modo geral, marcou a ponta de lança, que passou a irradiar, para dentro das salas de aula, as teses de um socialismo do tipo caboclo, sem bases científicas ou teóricas sólidas, mas que ambicionava, a qualquer preço, introduzir no ambiente acadêmico e, principalmente, nas mentes em formação, o longo processo de doutrinação necessário para a propagação do ideário trazido pelo Fórum de São Paulo e pelo Bolivarianismo do século 21.
Na verdade, o que as viúvas e os órfãos do lulopetismo temem é que, nas discussões políticas feitas nas escolas públicas, o partidarismo e o falso apelo ideológico fiquem de fora dos debates, com a discussão do assunto sendo feita de modo puramente pedagógico, sem o falso brilhante das paixões irracionais. O maniqueísmo criado artificialmente para separar esquerda e direita, absolvendo uma e condenando a outra é o que se buscou desde o início, como estratégia para introduzir o ambiente de divisão, necessário para o processo inicial revolucionário.
A tragédia, em todos os seus aspectos, experimentada hoje pela Venezuela, expõe, como nenhum outro argumento, o exato sentido do que vem a ser a imposição de um ideário fantasioso e claramente fascista, antecipando e colocando ao vivo e a cores como seria o Brasil de amanhã, caso a nação aceitasse enveredar pelos mesmos e tortuosos caminhos do socialismo do tipo latino-americano.
Essa realidade ganha ainda maior materialidade e sentido à medida que se verifica o total apoio dado pelos partidos de esquerda do Brasil à ditadura mambembe e criminosa de Nicolas Maduro. O que se teme com a proposta de escolas sem partidos é que esses ambientes venham a ser apenas um lugar de ideias, discussões, uso da liberdade de expressão. Uma classe sem fórmulas preconcebidas, muito menos sem fórmulas comprovadamente ineficazes e infelizes.
A frase que foi pronunciada:
“Diga não à doutrinação!”
escolasempartido.org
Park Way
» Houve uma manifestação na reunião do grupo Pensar com os moradores do Park Way que vale replicar: “O Park Way está sendo espoliado pela nossa classe política. Os moradores vão perder a qualidade de vida, os recursos hídricos e a paz. Mas nós não descansaremos. Continuaremos correndo atrás dos políticos que estão arrancando as nossas penas esperando o dia em que vierem nos pedir um bocado de milho, nas eleições. A corrupção começa com os inocentes úteis e interesseiros gananciosos”.
Pela raiz
» A violência está se espalhando pelos quatro cantos de Brasília. É preciso compartilhar o telefone com os vizinhos para a prevenção pelo WhatsApp. Em casas, além disso, é preciso que os moradores se cotizem para pagar câmeras e empresas de seguranças. Estamos nas mãos da Secretaria de Segurança Pública. É preciso planejar proativamente para evitar o aumento dos assaltos e mortes. Ainda há tempo.
Qualidade
» Um trio de peso na Comunicação Social do Senado Federal. Ângela Brandão, que era da TV Senado, tem feito um trabalho de grande importância, sempre primando pela interação com a sociedade; Ana Lúcia Romero Novelli é a coordenadora-geral que, com competência, resolve o que parece sem solução, e Ester Monteiro é quem tem o trabalho de administrar o conteúdo.
Caminho
» Durante um evento na AGU, a ministra presidente do STF, Cármen Lúcia, reconheceu a conciliação como a melhor forma de evitar litígios na Justiça e fundamentou: “Todo litígio tem duas partes. Se pensarmos que o país tem 200 milhões de habitantes, não é possível conceber a prestação jurisdicional em tempo razoável como prevê a Constituição”.
História de Brasília
Os funcionários transferidos para Brasília desde a inauguração, em sua maioria, ainda não receberam as duas horas de extraordinário. (Publicada em 3/10/1961)
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Confirmadas as previsões sombrias de que a crise hídrica que assola Brasília e o resto do mundo, por suas dimensões e por diversos outros fatores envolvidos, tende a se intensificar ainda mais, a cada ano, poderemos chegar a vivenciar um tempo em que um quadro do pintor espanhol Pablo Picasso, precioso e cobiçado por muitos, valerá muito menos do que um litro de água fresca e cristalina.
Essa previsão que, à primeira vista, parece surreal, pode ser comprovada, bastando que se observe as inúmeras ruínas de antigas civilizações espalhadas por diversos lugares pelo planeta. Todo o esplendor de algumas dessas culturas desapareceu do dia para noite, quando a escassez de água se impôs, forçando seus habitantes a deixarem tudo para trás e migrarem em busca de outros sítios, onde o precioso mineral ainda existia em quantidade suficiente.
De todas as encruzilhadas deparadas ao longo da história da humanidade, nenhuma parece mais séria e desafiadora do que a presente escassez de água potável. Na capital do país, esse é hoje o maior problema que temos para resolver no presente. Um fato se impõe: somos todos responsáveis, direta e indiretamente, pela crise hídrica. Da mesma forma, temos que assumir que cabe a cada um, individualmente, parcela de esforço para minorar o problema.
Pelos dados fornecidos pela Agência Reguladora de águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa), nos dois dos principais reservatórios que abastecem a capital — Descoberto e Santa Maria —, os volumes úteis marcam, respectivamente, 32,52% e 41,95%. De acordo com os técnicos, isso indica que o racionamento deve ser mais rigoroso e por tempo ainda mais prolongado. O pior é que essa tendência de baixa nos reservatórios tende a se agravar nos próximos anos. A cada novo ciclo de estação, o volume de chuvas diminui acentuadamente. O mesmo ocorre com a média das temperaturas que tem aumentado ano após ano, agravando o processo de falta de água.
Para piorar esde cenário, o brasiliense, por diversas razões, afirma não confiar no trabalho da Companhia de Água e Esgoto (Caesb), justamente a empresa que tem a responsabilidade de administrar a crise hídrica. A redução significativa de pressão na rede, os rodízios, além do programado e suspensão do fornecimento , a água com a cor de leite dado o excesso de cloro, ou da cor do mel, devido ao barro. Tudo é resolvido sem que a população saiba exatamente o que está acontecendo.
Ligar para o serviço de atendimento é perder tempo. O aparelhamento político da empresa e a falta de sintonia com a população só agravam o problema da pouca água. Contribuindo para o agravamento do problema, o que se verifica é que a capital está completamente cercada por gigantescos latifúndios, totalmente mecanizados, onde se pratica um tipo de monocultura nociva e dissociada do equilíbrio ecológico e delicado do cerrado, assoreando rios e córregos, contaminando o solo, transformando o que, outrora, se denominava berço das águas em um vastíssimo e árido deserto. Nesse sentido, qualquer trabalho para minorar a crise hídrica da capital que não atente para o macroproblema do Entorno é como enxugar gelo. Se gelo ainda houver.
A frase que foi pronunciada
“A liberação do poder do átomo mudou tudo, exceto nosso modo de pensar. A solução para esse problema reside no coração da humanidade.”
Albert Einstein, físico teórico alemão
Passado
» Apenas para registrar. Diariamente, em São Paulo, carros-pipa lavam as ruas com jatos d’água. Noticiou-se que mendigos foram expulsos das calçadas por esses jatos. Na verdade, o que o prefeito Doria fez, quando a notícia foi veiculada na imprensa, foi protestar veementemente. Por ser inverdade e porque faltou boa vontade da imprensa para divulgar o Programa Emergencial de Inverno. Trata-se de um abrigo para moradores de rua com 460 lugares, com camas, cobertores, café da manhã e jantar. A Igreja Adventista entrou no circuito e doou kits de higiene pessoal.
Emergência médica
» Marcos Linhares informa a preocupação da presidente do Conselho Regional de Farmácia, drª. Gilcilene Chaer, quanto à falta dos reagentes que apontam a carga viral em pacientes portadores do vírus HIV em pacientes. Segundo a especialista em ciências médicas, o teste é fundamental para o seguimento e prognóstico dos portadores do HIV. Ajuda a prever o quanto a doença está em evolução ou até quanto tempo o indivíduo vai continuar sem doença ativa. Quanto maior a carga viral, mais rápida é a progressão da doença
Release
» O deputado Wellington Luiz convida a todos para participar da audiência pública, que acontecerá às 15h do próximo dia 14, no Plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal, a fim de debater as condições de trabalho e infraestrutura do Sistema Socioeducativo do Distrito Federal, bem como a carência de políticas públicas por parte do governo para a ressocialização de adolescentes infratores submetidos a regime de internação, como determina o Estatuto da Criança e do Adolescentes.
História de Brasília
A questão dos bombeiros no aeroporto será estudada pelas companhias particulares, onde não repercutiu muito bem, a nota da Aeronáutica. A hipótese de que os bombeiros existem só para salvar passageiros não foi bem-aceita, e as empresas estão inclusive dispostas a se aparelharem para novas emergências. (Publicada em 3/10/1961)

