Categoria: ÍNTEGRA
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MAMFIL
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Entra e sai ano, e aqueles que têm o ensinar como nobre ofício continuam sem aprender uma lição básica: greves, sejam por quais motivos forem, não contam com o apoio da população. Pelo contrário. Para a maioria dos cidadãos, que depende, fundamentalmente, dos serviços públicos, os movimentos paredistas, de qualquer natureza, prejudicam justamente os mais necessitados e sofridos segmentos da sociedade.
As classes médias altas nem sequer tomam conhecimento desses movimentos, já que há muito tempo abandonaram os serviços de educação e de saúde públicos. O que os professores ainda não se deram conta é de que os serviços públicos atendem hoje quase, exclusivamente, as populações mais carentes. Justamente aquelas que os sindicatos dizem representar e proteger.
Enquanto o professorado se deixar utilizar como massa de manobra por sindicatos pelegos, que nada mais fazem do que seguir as cegas orientações de partidos políticos, as condições de trabalho e de salários permanecerão inalteradas. A equação dos sindicatos é simples: enquanto permanecer a precária situação na prestação de serviços públicos, haverá trabalho para os agentes profissionais do caos. Os sindicatos não têm compromisso com a educação. O que interessa a essas instituições é a disputa política, sobretudo, aquela que conduz rápido à tomada do poder.
Corte de salários, prejuízos ao processo de ensino, suspensão da sequência natural dos conteúdos programáticos administrados pelos professores, desânimo dos alunos com a interrupção das aulas, desprestígios acarretados à imagem dos educadores, depredação das escolas, meio milhão de crianças sem aulas, soltas nas ruas e outros flagelos não interessam aos sindicatos. O que importa é agitar a manada, dando algum sentido à própria existência desses organismos.
O que a categoria ainda não assimilou é que os sindicatos não lutam pela melhoria da qualidade do ensino público e, sim, pela hegemonia das legendas que representam. No modelo obsoleto e injusto de sindicalismo que adotamos, as greves são realizadas apenas para gáudio dos partidos. Nada mais. O que tem resultado de mais palpável, das inúmeras greves, é a decadência progressiva do ensino público. O que prova isso é que, cada vez mais, ocupamos a rabeira nos rankings mundiais quando o assunto é qualidade do ensino.
É preciso notar ainda que esta greve tem início com menos de 10% de aprovação da categoria, já que a maioria dos professores, desiludidos, sequer se deu ao trabalho de comparecer à assembleia para votar.
>>A frase que foi pronunciada
“A tendência democrática de escola não pode consistir apenas em que um operário manual se torne qualificado, mas em que cada cidadão possa se tornar governante.”
Antônio Gramsci
Chance
>> Se estiver reclamando da água no DF, eis o convite. Virada do Cerrado 2017. A primeira reunião do Comitê Criativo vai ser amanhã, no Centro de Convenções na sala da Condetur, de 9h às 12h.
Enova
>> Val e a pena, ama nhã, quinta-feira, passar na feira de produtos autorais no Clandestino Café da 413 Norte, das 14h às 21 h. Oficina de turbantes, mercado Étnico. Artesãos, designers e estilistas de Brasília expõem bijuterias, semijoias e moda. As oficinas são gratuitas. Inscrições no Facebook enovafeiraderua. Procure pela Cíntia. Ela sabe tudo.
Regra básica
>> Enfim, uma autoridade traduz o que o cidadão pensa. A senadora Lúcia Vânia, tão logo ocupou a responsabilidade da Presidência da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, propôs que o colegiado participe mais efetivamente no monitoramento da execução das despesas e da elaboração da proposta orçamentária da educação. O dinheiro vai, mas não há o mínimo de controle do que é feito com ele, já que não há rubrica que limite os fins do uso.
Desde 2000
>>Entra e sai ano, e os deputados não se dão conta de que o Brasil perde muito mais não brigando pelas suas patentes, mas pelejando contra piratas. Se o bina, criado por Nelio Nicolai, brasileiro, fosse cobrado no planeta pelo seu uso, imaginem o que o país lucraria. O Canadá reconheceu o inventor, o Brasil teima em subjugá-lo.
>>História de Brasília
»Mas quem não conhece bem o Brasil é a própria Ford, porque põe carnaubal no Maranhão, e babaçu no Piauí, quando todo o mundo sabe que é ao contrário. De fato, Maranhão produz carnaúba, e o Piauí, babaçu. Mas no inverso, os dois são os maiores produtores. Desculpem.
(Publicado em 23/9/1961)
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Jogador, joga. Cantor, canta. Jornalista, escreve, e juiz, julga. No mundo ideal deve ser assim. Mas em se tratando do Brasil, a coisa segue misturada, como goiabada com farinha. Em nosso caso, dada a realidade acachapante dos fatos, fica difícil para alguns articulistas se omitirem em proferir pareceres e sentenças jurídicas para situações tão, flagrantemente, injustas, que beiram a ilegalidade.
Um desses casos que obrigam os jornalistas a se posicionar de forma clara, deixando a isenção alienada de lado, diz respeito aos episódios envolvendo a, ainda, toda poderosa construtora Odebrecht. Um levantamento, mesmo superficial, do que já foi protagonizado por essa empresa, na última década, no Brasil, na América do Sul e no distante continente africano, oferece mostras para lá de substanciais, que caracterizam as práticas e o comportamento, como muito próximos das mais perigosas organizações criminosas descobertas.
Quando, no futuro, os historiadores se detiverem no estudo desse período que se estende do raiar do século 21 até os dias atuais, um tratado inteiro, intitulado Odebrecht, deverá merecer destaque, pelo enorme potencial de desnudamento de nossa República. A intromissão parasitária da empresa no maquinário do Estado merece atenção, não só pela formação de um genuíno Estado-Odebrecht, mas, sobretudo, pela transformação radical do governo numa cleptocracia, cujo o eufemismo pode ser representado pelos chamados campeões nacionais.
Ao colocar as empresas e bancos estatais a serviço exclusivo dessas construtoras, em troca de acesso ilimitado a recursos públicos, via propinoduto, o que o lulopetismo e sua base de apoio fizeram foi empenhar todo um país, levando-o à depressão econômica jamais vista em tempo algum.
A criação, pela Odebrecht, do Departamento de Operações Estruturadas, no qual foram movimentados, até onde se sabe, US$ 3,39 bilhões em propinas, equivale, guardadas as devidas proporções, à instituição de um Ministério da Fazenda paralelo e ilegal e onde o futuro da nação ficava a reboque dos interesses da empresa. Dada a magnitude dos crimes praticados por essa e outras empresas do gênero e pelos partidos políticos, nem mesmo ao Supremo Tribunal Federal, do alto do seu Olimpo jurídico, deveria caber a tarefa de julgar essa gente.
Como nos casos de guerra, deveria ser constituído uma corte marcial especial para julgar os crimes de lesa-pátria que feriram muito mais do que a guerra. São declaradamente inimigos internos que devem ter seus bens sequestrados e registros partidários cancelados, para o bem do país. Leniências e anistias não terão o perdão da história.
A frase que não foi pronunciada
“Em um mundo de corrupção e desigualdade, você terá que deixar de lado as emoções para sobreviver. É assim que o mundo funciona, é assim que os fortes sobrevivem…”
Lucas Elias, no portal O pensador
Clareza
Por que,antes de captar água do lago para consumo, a Caesb não protege as nascentes que alimentam o Lago Paranoá? Pergunta do garoto João Marcelo, quando comparou os mapas de nascentes que desaguavam no lago entre 1980 e de 2005.
Uma beleza
Um sucesso a Festa da Goiaba, em Brazlândia. José Luiz Yamagata ficou satisfeito com a venda. Iniciativas como essa são uma forma de a cidade ser mais frequentada pelos moradores do Plano Piloto. Depois da Festa do Morango, o sucesso da Festa da Goiaba. Há espaço para todos.
Positivo
Sem problemas nas cancelas de saída do Shopping Iguatemi. Sempre há um responsável que resolve o problema na hora.
Satisfação
Por falar em shopping, muito cuidado com a Semana do Consumidor. Teste os produtos, veja se o seguro vendido, sem maiores explicações, é realmente necessário. Vale uma consulta ao portal do Ibedec.
Desburocratizar
Erros desse tipo tiram a credibilidade do GDF. Quem pagou o valor integral do IPVA, pagou a mais porque a parcela não veio com desconto. Agora, o valor excedido poderá ser abatido no IPTU. Como isso, será feito sem que o cidadão saia de casa e perca tempo com o erro dos outros? Vale elogiar a Caesb nesse ponto. Automaticamente, não aceita pagamento duplo da mesma conta se tiver sido feito por engano e desconta qualquer valor pago a mais na conta seguinte sem a necessidade presencial do consumidor.
Faz sentido
Leitor reclama de fatura do cartão Visa com vencimento no dia 13 e valor bloqueado pelo Banco do Brasil no sábado, 11 de março. Argumenta que o mesmo protocolo não é adotado quando o dinheiro sai do banco.
História de Brasília
Mas quem não conhece bem o Brasil é a própria Ford, porque põe Carnaubal no Maranhão, e Babaçu no Piauí, quando todo o mundo sabe que é ao contrário. De fato, Maranhão produz carnaúba, e o Piauí, babaçu. Mas no inverso, os dois são os maiores produtores. Desculpem.
(Publicado em 23/9/1961)
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Que as igrejas possuem, além do poder espiritual, o poder econômico ninguém duvida. Que ,além desse poder, exercem grande influência sobre uma massa expressiva da população, é fato. Trata-se, afinal, de uma instituição tão antiga como a própria civilização. Se Deus criou a fé, o homem, em contrapartida, criou a religião e, na maioria delas, instalou um pedágio obrigatório para todos aqueles que desejam adentrar no paraíso.
Ao reconhecer essa ascendência sobre os indivíduos, os teóricos da modernidade política trataram, primeiro, de encontrar uma fórmula que unisse os poderes temporais e terrenos numa mesma pessoa, o que resultaria no surgimento do absolutismo por direito divino. Essa fórmula funcionou com sucesso em boa parte do mundo, até a Revolução Francesa, no século 18. Depois disso, ficou claro, para todos, que a separação entre Igreja e Estado no Ocidente se impunha e era condição sine qua non para a sobrevivência política do próprio Estado.
Mesmo hoje em dia, nossa Justiça, volta e meia, ainda se vê envolvida em questões que misturam fé e Estado. Há pouco tempo, os tribunais superiores do Rio Grande do Sul tiveram que se pronunciar a favor da retirada dos crucifixos em prédios públicos, justamente amparados pela Constituição, que afirma ser o Estado uma entidade laica. Mesmo assim, a influência política das igrejas sobre os fiéis é fato.
Nos anos 70, a teologia da libertação passou a ser difundida amplamente nas igrejas, pregando a opção pelos pobres, conforme apresentado pelo evangelho, manual de vida. Nos anos de chumbo, essa corrente provocaria muitos dissabores aos governos ditatoriais, principalmente com a aproximação das doutrinas marxistas daquelas professadas pelo cristianismo dos primeiros tempos. Com a superação dessa corrente, que muitos responsabilizariam pelo afastamento de fiéis, a igreja, que já havia sofrido uma diáspora significativa com os movimentos protestantes, se vê agora, mais uma vez, cindida pelos crescentes movimentos neopentecostais.
O vácuo de militância política deixado por algumas igrejas cristãs foi, agora, prontamente ocupado pelos novos credos, que não renegam o desejo de influir, direta e abertamente, nos rumos políticos, lançando candidatos próprios, inclusive bispos e pastores de suas congregações. Hoje, a influência das bancadas evangélicas no Congresso é uma realidade que preocupa. Principalmente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que já declarou que está em estudo uma cláusula para bloquear a relação entre religião e cargos eleitorais, sobretudo quanto ao seu aspecto monetário.
O presidente do TSE, Gilmar Mendes, reconhece, inclusive, que há um uso excessivo da religião para influenciar as eleições. “Depois da proibição das doações empresariais pelo Supremo Tribunal Federal (STF), hoje, quem tem dinheiro? As igrejas. Além do poder de persuasão. O cidadão reúne 100 mil pessoas num lugar e diz ‘meu candidato é esse’. Estamos discutindo para cassar isso”, diz. Entende o ministro que os dízimos dos fiéis estão se transmutando em financiamentos de campanhas, o que pode estar caracterizando abuso de poder econômico. É a repetição da antiga peleja entre o que pertence a César e o que é de Deus.
A frase que foi pronunciada
…
Um minuto de silêncio por Bruna Mourão de Araújo
Cedo demais
Tudo o que Bruna Mourão de Araújo se propunha a fazer fazia com maestria. Dominava o cavalo como se fosse a própria vida. Escolhia direita ou esquerda, ia devagar ou acelerava o animal nas curvas do tambor, numa postura íntegra. Como soldado, era a mesma coisa. Um obstáculo, bastava transpor. Qualquer queda, levantava e seguia adiante. Deixou vários troféus e medalhas, inclusive imaginários no coração dos amigos que conheceram essa guerreira.
Silêncio do mundo
Situação cada vez mais difícil retratada pelo Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi. Em entrevista, Grandi fez um panorama drástico sobre a Síria e chegou a afirmar que só medidas enérgicas seriam capazes de fortalecer a paz e a segurança naquele país.
Sem sentido
Algumas escolas do DF ainda não receberam os livros didáticos da editora IBEP. Pena que o segredo da educação não esteja nos livros. Alunos adultos desistem nos últimos anos porque atravessaram a primeira fase de estudos sem entender absolutamente nada. Basta pegar alguém que tenha começado a aprender inglês no turno noturno e bater um papo. O ensino público no DF, com raríssimas exceções (aguardamos a sugestão de nomes de escolas e professores), é um conto de fadas.
Correios e Bling
Os Correios e o ERP Bling concluíram parceria para a utilização do sistema de logística integrada e-fulfillment. Assim, a tecnologia voltada para o comércio eletrônico tende a ser mais eficiente e ágil. Para completar a atenção ao consumidor, que é constantemente prejudicado por furtos de produtos adquiridos pela internet, as embalagens deveriam ser herméticas e invioláveis, o que não acontece.
História de Brasília
Mas a “bossa nova” foi introduzida aqui pelo dr. Apicio Macedo. Até alguns meses atrás, ninguém sabia disso, e ninguém ligava. Depois, chegou a Brasília o dr. Apicio Macedo, e o Serviço de Meteorologia começou a colher os dados da cidade. (Publicado em 23/9/1961)
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Em decisão definitiva, proferida em setembro de 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF), ao considerar inconstitucional o modelo até então vigente de financiamento dos partidos e dos políticos, proibiu que pessoas jurídicas continuassem a financiar as milionárias campanhas eleitorais. O que, a primeira vista, parecia o início do fim do caixa 2 e da plutocratização do processo político mostrou-se, com o assentar das ideias, apenas um esparadrapo fixado na base de uma grande represa que ameaçava romper.
Graças à Operação Lava-Jato foi posto a nu um dos mais antigos e principais mecanismos que, desde sempre, vinha solapando as colunas que sustentam a República. Se a corrupção política era uma velha conhecida dos brasileiros, o que não se sabia, até então, e vai sendo revelado aos poucos, era o enorme grau de influência das grandes empresas na máquina do Estado.
É sabido que empresas não votam, investem, e o fazem com alto grau de retorno. Milhões despejadas em múltiplos candidatos a cada eleição representam apenas uma ínfima parcela dos que estão prestes a receber em paga. Com elas, por elas e para elas foi eleito um número expressivo de políticos. Não seria demais considerar que as empresas têm hoje a maior bancada de representantes no Congresso, além das assembleias legislativas espalhadas por todo o país.
É preciso ressaltar que o apoderamento dessas empresas sobre o aparelho do Estado se deu graças ao próprio sistema eleitoral, que permitiu, e até incentivou, a formação desse verdadeiro poder paralelo. Pelas pequenas brechas da lei, escapam, justamente, aqueles que não têm estatura moral e grandeza cívica.
Por longo tempo, a existência dessas eminências pardas funcionou, simultaneamente, como um governo oculto. Não é por outro motivo que as grandes obras públicas foram entregues aos poderosos conglomerados. E não é por outra razão que os maiores financiamentos de bancos do Estado foram concedidos também a esses grupos. A onipresença dos mesmos grupos econômicos no governo resultou em situações surreais. O poder emana do povo e pelo voto a seus representantes que tramam leis, sob medida, para atender aos interesses exclusivos dessas empresas ,e não ao que reza a Carta Magna.
Outras normas foram extirpadas da legislação porque prejudicavam seus negócios. Perdões e isenções fiscais de toda a ordem foram estabelecidas apenas para o benefício desses campeões nacionais. Mesmo agora, com o descerrar do pano pela polícia, ensaia-se, em larga escala, o espetáculo dos acordos de leniência, que nada mais são do que um amplo portal de saída, construído e financiado por essas mesmas empresas, para escapar das condenações que se anunciam no horizonte.
A frase que foi pronunciada
“Quando um Estado se transforma em marionete de grandes grupos empresariais, as garantias e os direitos constitucionais da sociedade civil passam a valer tanto quanto promessa de político.”
Doutor Ulisses Guimarães, de onde estiver.
Total
» Onde entra, o Ecad ganha. Clarisse Escorel, do jurídico, comemora a vitória no STJ para os artistas que têm suas obras exploradas economicamente na Internet. Quanto à transparência na redistribuição dos valores arrecadados, não há novidades.
Reunião
» Senador Paim deve estar com todos os radares voltados para o resultado do encontro entre o presidente do Senado, Eunício Oliveira ,e o presidente da CNI, Robson Andrade. Eles trataram do Refis, regularização tributária. Sobre a terceirização, Andrade declarou que deseja que se “possa terceirizar qualquer trabalho, qualquer serviço.”
H2A
» Uma obra em verde é o mais recente livro de Eugênio Giovenardi, ecossociólogo que convida cada um dos leitores a fazer sua parte para salvar o planeta Terra com atitudes efetivas que, independentemente da idade, são dadas aos sábios: investir no tempo, trabalho e paciência com a fórmula mágica, árvore e água.
Doenças
» Nosso amigo José Rabello denuncia a quantidade de açúcar em alimentos industrializados. “Até torradas e pão preto t”em açúcar em excesso.” Ultrapassa o limite saudável. Assim como o sal que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo máximo de 2 gramas de sódio por dia.
Varjão
» A Casa São José, no Varjão, aguarda voluntários advogados, psicólogos, músicos, dentistas, recreadores, secretárias e quem mais quiser contribuir com a instituição.
História de Brasília
Brasília, que é diferente em tudo, tem outra coisa: umidade relativa. E os comentários vão para a frente. Em São Paulo, a umidade é de 98%, aqui é de 30%. O corpo humano precisa de tanto para suportar a vida e, em Brasília, está descendo muito. O clima é muito seco. “Fulano está com a pele toda rachada” e vão por aí os comentários. (Publicado em 23/9/1961)
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com Circe Cunha e MAMFIL
Mesmo para um país que, por séculos, tem convivido com as mais flagrantes desigualdades sociais e econômicas, causa espanto que, em tempos de crise profunda, o governo insista, abertamente, em eleger, como prioridade, o atendimento das necessidades da elite. De outra forma, como explicar que, em meio à séria crise hídrica que assola a capital, o GDF inclua no sistema de racionamento e corte de água as escolas públicas, prejudicando milhares de estudantes e, ao mesmo tempo, permita o abastecimento normal para os palácios e outros prédios que abrigam o alto escalão da república? É esse tipo de prioridade que faz com que o Brasil permaneça eternamente estagnado nos rankings mundiais quando o assunto é desenvolvimento humano.
O certo é que, em países normais e em tempos de aflição, as primeiras a serem protegidas contra os flagelos sejam, justamente, as populações formadas por crianças, idosos e mulheres. Se há falta de água, os últimos a sentirem seus efeitos deveriam ser os pequenos. Troca de informações eletrônicas sugerem que político algum faria falta se parasse de trabalhar e deixasse de receber seus gordos proventos. Por isso, o corte de água e de luz deveria começar nas residências dos que detêm o poder.
Para fazer frente aos altíssimos e injustos salários que adornam os contracheques dos empregados da Caesb, essa triste empresa não demonstra constrangimento algum, nem em meio à maior crise hídrica da atualidade, em aumentar os preços das tarifas de água e aplicar porcentuais extraordinários nas contas dos consumidores. Vale ressaltar que, na mesma medida da falta de cuidado em prestar um bom serviço, não há o mínimo de atenção em relação à qualidade do produto oferecido à população. A Caesb proíbe e retira o equipamento comprado pela clientela para anular o ar que dispara o ponteiro acusando consumo de água na volta do líquido depois da interrupção do fornecimento, quando, na verdade, o que veio pelo cano foi ar.
“Quando se vierem a escavar as minas escondidas no meio destes montes, aparecerá aqui a terra prometida, de onde jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível.” Parece que dom Bosco vislumbrava a Caesb. A água cheia de barro da cor de um bom mel ou cheia de químicos, da cor de leite, além do lucro de alguns funcionários da companhia que reina sem concorrência.
Enquanto, para a população, o abastecimento de água é visto como uma necessidade vital básica, para esses “novos empresários públicos”, o líquido é garantia de altos rendimentos, principalmente a sua escassez.
A água não pode ser encarada como um bem econômico qualquer, sujeito às leis flutuantes da oferta e da procura, próprio dos mercados . Trata-se do maior e mais estratégico bem, sem o qual as possibilidades de colapso da sociedade são patentes. Por isso mesmo, a administração desse precioso líquido, desde a coleta, o tratamento e a distribuição, deveria se submeter a critérios absolutamente transparentes, se possível, dentro dos princípios que regem a própria segurança nacional. José Walter Vasquez, da Adasa, declarou, em audiência pública, que “ a população está sendo penalizada demais pela taxa e pelo não fornecimento de água”. Mas, mesmo sendo o regulador da companhia, não foi efetivamente além disso. A sociedade não irá permitir que a água continue a ser negociada como uma mercadoria qualquer e, ainda mais, por uma empresa que tem encarado, desde sempre, o fornecimento desse produto apenas sob o aspecto de lucro fácil e certo.
A frase que foi pronunciada
“Aprendi que a seca não é só quando falta água, é quando sobra corrupção.”
Raimundo Nonato, pensando no sertão
Release
» A Emater do DF estimula a meliponicultura. Para a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Carmen Pires, incentivara meliponicultura no país é também uma forma de contribuir para a preservação de espécies nativas de abelhas. Somente no Brasil, há cerca de 250 espécies de abelhas indígenas sem ferrão já descritas, muitas delas com características específicas e propícias para o uso em polinização de plantas cultivadas. Mais informações cenargen.nco@embrapa.br ou (61) 3418-4768
Informação
» O Brasil é o quinto maior mercado de alimentos e bebidas saudáveis. O volume de vendas foi superior a US$ 25 bilhões em 2015.
Concurso
» Promovido anualmente, a Câmara Mirim é um programa de simulação da atividade parlamentar similar ao Jovem Senador. Crianças e adolescentes são incentivados a redigir projetos de lei. A lista dos professores que enviaram projetos para participar já está na página da Câmara dos Deputados.
Passado e futuro
» Foi emocionante o encontro com a professora Neuza Garbin, no Uniceub. Discutíamos sobre a impossibilidade deste pais alcançar um nível educacional adequado sem professores capacitados. Pedagogia é um curso fundamental para dar suporte aos profissionais da educação.
História de Brasília
Em São Paulo, no Paraná, em toda a parte, enfim, quando os termômetros descem, todo o mundo comenta a temperatura. Tantos graus abaixo de zero, ontem, geou em tal parte, aconteceu isto, e aquilo. (Publicado em 23/9/1961)
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com Circe Cunha e MAMFIL
Ainda nos anos 1960, Brasília deu mostras para todo o Brasil e para o mundo de sua capacidade empreendedora e criativa de nossos profissionais. A construção de uma capital, no espaço de apenas um governo, com todas as dificuldades e limitações da época, foi acompanhada com admiração e até mesmo com um certo grau de ceticismo por muita gente. Eram outros tempos e naquela ocasião, era possível sentir, no próprio ar, um clima contagiante de forte otimismo e crença de que o país finalmente tinha entrado nos trilhos do desenvolvimento com democracia. Tudo parecia ser plenamente realizável, bastando, para isso, vontade e força.
Em 1964, a fase de otimismo cedeu lugar ao pragmatismo cartesiano castrista e Brasília ficou como que suspensa no ar por longos anos, como uma ilha cercada por um imenso continente adormecido. No plano ideal, Brasília seria disposta conforme concebeu seu idealizador. Lucio Costa, o inventor da capital, era um homem muito adiante de seu tempo. Quando pensou em Brasília, não quis criar uma cidade apenas no seu aspecto urbanístico.
Para ser uma cidade realmente revolucionária, dentro dos preceitos humanistas que professava, a futura capital deveria inovar não só no seu aspecto de espacial, mas, sobretudo, no seu ambiente social. Neste sentido, a cidade nova iria acolher e ser a casa do homem novo, fraterno, cordial e magnânimo. Para Lucio Costa, seu projeto para Brasília ia além de uma proposta de cidade. Era um projeto de nação, desbravador e feito nos moldes da tradição colonial. “Brasília, dizia ele, não é um gesto gratuito de vaidade pessoal ou política à moda da Renascença”… Testemunha a maturidade intelectual do povo que a concebeu, povo então empenhado na construção de um novo Brasil, voltado para o futuro e já senhor do seu destino.”
No clima de euforia daqueles anos, resultado, em parte, do fim da 2ª Grande Guerra, da industrialização crescente e do processo de urbanização do Brasil, a cidade que brotava do lápis de LC seria uma “cidade planejada para o trabalho ordenado e eficiente, mas, ao mesmo tempo, cidade viva e aprazível, própria ao devaneio e à especulação intelectual, capaz de se tornar, com o tempo, além de centro de governo e administração, num foco de cultura dos mais lúcidos e sensíveis do país”.
Talvez o maior exemplo da perseverança e ânimo que marcou aquela fase e que poderá servir de modelo para estes tempos de incertezas nos quais vivemos agora, seja o fato de, como diz seu inventor, “tudo aquilo, apesar da maquinaria empregada, foi feito com as mãos — infraestrutura, gramados, vias, viadutos, edificações, tudo à mão. Mãos brancas, mãos pardas: mãos dessa massa sofrida — mas não ressentida que é o baldrame desta nação”.
A frase que não foi pronunciada
“O que fazer com o direito de votar quando não há candidatos que nos representem?
Murilo Silva, 15 anos, pensando nas próximas eleições.
Quem sabe?
» Postado ao lado do Coral do Senado, o senador Jorge Viana não escondeu o entusiasmo com a música durante apresentação no Plenário pelo Dia Internacional da mulher. A senadora Vanessa Grazziotin cantou Clara e Ana do começo ao fim. O ex-senador Suplicy já cantou com o grupo.
Eles&Ela
» No cafezinho dos senadores, os banheiros trazem as seguintes plaquinhas: “SENADORES” e o outro “SENADORA”. É porque, à época, a única senadora da casa era Eunice Michiles.
Aplausos
» Presente no evento também estava a senadora Junia Marise, muito querida pelos funcionários.
Pianista
» Hoje é aniversário de Lígia Moreno. Nossa representante em concertos e cursos por todo o mundo.
Release
» Segundo pesquisa feita pela Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham), 86% avaliam que o papel cultural das mulheres nas estruturas familiares ainda são fatores de interrupção de carreira. Para essa maioria, as mulheres arcam com uma parte desproporcionalmente maior das tarefas domésticas e, especialmente, na maternidade, inibe e reduz promoções e também as ambições femininas por cargos mais elevados. Para 78% , o fator maternidade ainda causa interrupções ou pausas nos planos de carreira para mulheres executivas.
Contrapeso
» Contratos abusivos são rejeitados pela Justiça. Mesmo que assinados pelas duas partes. O direito do consumidor ganha força. Planos de Saúde são os mais ousados. Recebem por meses pagamento de clientes que não fazem uso do plano e se recusam a cobrir o atendimento ou exames quando eles precisam.
História de Brasília
Quanto ao final de sua carta, seu Rogério, quero lhe dizer que tenho, dentro de mim, um aparelho que se chama desconfiômetro, que me faz saber onde meto o bedelho, e como fazê-lo. (Publicado em 23/9/1961)
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com Circe Cunha e MAMFIL
Quando se verifica que mais da metade do orçamento do Distrito Federal é apoderado por menos de 7% da população, alguma coisa, com certeza, está fora da ordem Numa situação tão disparatada como essa, é óbvio que as finanças públicas, pelo lado das receitas, jamais se acertarão com as despesas, acumulando passivos sucessivos.
Para um orçamento, aprovado pela Câmara Legislativa para 2017, da ordem de R$ 28,7 bilhões, R$ 14,6 bilhões, ou 50,8% do total, serão destinados apenas para o pagamento com a folha de pessoal. Esse porcentual está muito acima do que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal quanto ao chamado limite prudencial, que é de 46,55%. Fosse o GDF uma empresa privada, a primeira medida e mais urgente para sanear as contas, devolvendo alguma racionalidade ao sistema, seria o corte ou enxugamento de despesas da folha salarial, a começar pelo pessoal que recebe os maiores proventos. Ou é isso, ou a empresa vai à bancarrota.
Não fosse o aporte de R$ 13,2 bilhões do Fundo Constitucional para custear segurança pública (R$ 7,8 bi); saúde (R$3,4 bi) e educação (R$ 2 bi), o GDF há muito teria fechado as portas por inadimplência. Em época de recessão profunda da economia, com a maioria dos estados da Federação em situação de insolvência flagrante, inclusive o próprio Distrito Federal, a decisão tomada agora pelo governador Rollemberg de propor um limite aos supersalários de servidores públicos soa razoável, embora insuficiente para sanar as finanças da capital.
Antes é necessário enxugar a máquina, cortando gastos. Ainda é necessário reconhecer que esta medida, embora acertada, surgiu tão somente em decorrência da forte pressão exercida pelas mídias sociais quando vieram à tona os altíssimos valores dos salários recebidos por funcionários das empresas públicas e dos órgãos do governo, muito acima do que manda o teto constitucional.
A bem da verdade, trata-se de escândalo de grandes proporções que não deveria se esgotar com a simples correção dos supersalários via emenda da Lei Orgânica do DF. O correto seria a devolução desses valores recebidos a mais, retroativo à época em que entrou em vigor a lei que estabeleceu o teto salarial para o funcionalismo público. Numa situação tão anormal como essa, não surpreende que o GDF chegue a gastar quatro vezes mais com segurança pública do que com educação. Quando a educação cívica falha, e a ética vira coisa do passado, só mesmo recorrendo a polícia para dar um corretivo.
A frase que não foi pronunciada
“Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou. Ensinou a amar a vida e a não desistir da luta, recomeçar na derrota, renunciar a palavras e pensamentos negativos. Acreditar nos valores humanos e ser otimista.”
Cora Coralina
Manifestação
» Por falar em mulher, um visitante do Congresso que tomava cafezinho na Câmara confessou que adoraria estar hoje na Praça dos Três Poderes para atender ao chamado da senadora Gleisi Hofmann. Mas não tinha a quem pedir que arrumasse a casa, fizesse o almoço ou levasse a filhinha para a creche.
Descaso
» Desde 1960 em Brasília, o leitor Trajano de Faria Neto, que agora mora no Noroeste, reclama do descaso e do abandono em relação à invasão na área do Parque Burle Max. O metro quadrado mais caro da cidade está sendo favelizada por invasões que misteriosamente não são combatidas pelo governo Rollemberg. Até assaltos estão se tornando comuns na área que foi vendida como nobre.
Tesouro Nacional
» Vera Siqueira divulga os museus da cidade e convida o leitor para navegar no portal www.museucapital.com.br
Sem explicação
» Quando um criminoso liga da cadeia, com um celular que deveria ser proibido, e pede resgate, passa o número de uma conta bancária para o depósito. O que os bancos, que anunciam lucros estratosféricos, fizeram para impedir essa prática? A pergunta foi feita por um estrangeiro querendo entender a responsabilidade civil no país.
História de Brasília
O que eu combato é isto. É fazerem relação de cargos para “distribuição gratuita” entre os amigos, afilhados e necessitados políticos. (Publicado em 23/9/1961)
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com Circe Cunha e MAMFIL
Decisão não tomada, diz o filósofo de Mondubim, é destino aceito. Com relação à crise hídrica que, vergonhosamente, vem assolando a moderna e planejada capital do país, a negligência e mesmo o conluio de seguidos governos, ao não tomarem para si a responsabilidade e a decisão estratégica de construir o imenso Lago São Bartolomeu, conforme previsto desde os anos 1960, decretariam, como destino certo para um contingente de 3 milhões de habitantes da grande Brasília, as mesmas agruras da escassez de água potável, que antes era conhecida apenas nas regiões desassistidas do semiárido do Brasil.
Esse lago, que nunca chegou a sair do papel, seria três vezes maior que o Paranoá, com uma área de aproximadamente 40 km² e se estenderia de São Sebastião até Planaltina. As águas que abasteceriam esse lago viriam dos rios São Bartolomeu, Paranoá, Pipiripau e Mestre D’Armas. Especialistas em planejamento e gestão ambiental são unânimes em reconhecer que Lago São Bartolomeu propiciaria abundante e prolongado fornecimento de água de excelente qualidade, a baixo custo de captação e tratamento.
Além disso, a localização do reservatório, num platô elevado e próximo às grandes áreas urbanas, facilitaria a distribuição da água por gravidade. Esse gigantesco espelho d´água contribuiria também para a formação de um microclima mais úmido na região, propiciando ainda ligação aquática entre localidades distantes e as atividades pesqueiras.
Ao Lago São Bartolomeu recairia a atividade de uma significativa produção de energia elétrica por meio de uma barragem com quase 30 metros de altura. Todo esse potencial estratégico ficou perdido e pode, sem dúvida alguma, entrar para o cálculo de outras ações ou omissões que resultaram na atual crise de abastecimento e de racionamento de água.
Ressalte-se que não é de todo descartada a possibilidade de, em algum momento, uma ação civil vir a cobrar do governo a construção imediata desse lago, conforme previsto originalmente no planejamento da capital, até por uma razão de segurança nacional, já que inviabilizar a capital pela falta de um insumo vital, como a água, é assunto da mais alta seriedade que pode comprometer o país como um todo.
Em meados dos anos 1980, quando os trabalhos de zoneamento finalmente ficaram prontos e foram divulgados, houve uma tímida intenção de se iniciar as obras. Mas, àquela altura dos acontecimentos, o Distrito Federal, por decisão até hoje discutível de um pequeno grupo, resolveu adentrar para o labirinto sujo da emancipação política, conforme brecha aberta pela Constituição de 1988.
A partir desse momento, passou a prevalecer a forte pressão de grupos locais, formados por políticos espertalhões, empresários gananciosos e grileiros acobertados por ambos, numa triangulação nefasta e predatória que conduziria à atual situação que experimentamos hoje. Trata-se aqui de um grande crime político-ambiental que não pode ser deixado de lado e esquecido e que, de alguma maneira, tem que ser revertido e devidamente apuradas as responsabilidades.
A frase que não foi pronunciada
“O muro que Trump ameaça construir entre os EUA e o México, separando terras que antes pertenceram, por direito, ao próprio povo mexicano, será o mesmo que , em pouco tempo. irá aprisioná-lo, afastando sua triste figura do restante da humanidade.”
Obama pensando no futuro de seu sucessor
Divulgação
» Hélio Socolik, professor de economia há cerca de 25 anos,dá aulas de alfabetização em matemática para adultos e jovens com dificuldades nessa área. As aulas em grupo são sem ônus. São realizadas na Igreja do Perpétuo Socorro, às terças-feiras e às sextas-feiras, das 18h às 20 horas. Interessados devem ligar para a igreja, 3248-0430, ou para mim, 3248-3577.
Leitor
» Caso continue a esperar sentado pelo cumprimento natural do dever pelas autoridades brasileiras, daqui a 100 anos, as águas continuarão carregando casas e vidas, como carregaram desde sempre. Essa massa de 200 milhões precisa sair da condição de gado manso e passar à ação efetiva. Mas, antes, os formadores de opinião precisam escrever que essa mudança se faz necessária. Parte da missiva é do leitor Pedro Cardoso da Costa.
Release
» Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, o Conselho Regional de Farmácia do DF dará atendimentos gratuitos na Praça Central do JK Shopping (Piso L1), amanhã, das 17h às 20h. O público feminino poderá receber orientações sobre o uso correto de medicamentos, principalmente anticoncepcionais, e sobre a prevenção do câncer de mama e do colo do útero, além de aferição de pressão arterial e de glicemia.
História de Brasília
O que eu combato é isto: é fazerem relação de cargos para “distribuição gratuita” entre os amigos, afilhados e necessitados políticos. (Publicado em 23/9/1961)
DESDE 1960 »
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com Circe Cunha e MAMFIL
Com a redução progressiva dos níveis de água nos reservatórios que abastecem o Distrito Federal, o que vai aflorando à vista de todos é, além de velhos troncos de árvores retorcidas, a história de uma sucessão de crimes políticos e ambientais que resultaram numa gravíssima e crescente crise hídrica que ameaça inviabilizar o próprio futuro de Brasília.
“Quando a maré baixa é que descobrimos quem estava nadando nu”. A frase do megainvestidor americano Warren Buffett serve perfeitamente, como um traje de mergulhador, para o grave problema da escassez de água no DF.
Os níveis de água baixaram pondo a descoberto agora a aliança perversa que, por décadas, foi estabelecida entre o oportunismo político, a ganância empresarial, o analfabetismo ambiental e o descaso da própria população. Culpar o aquecimento global, os caprichos dos regimes de chuvas, o El Niño e outros fenômenos climáticos é tudo que podem fazer e querem os sujeitos desse crime anunciado para se livrarem do veredito severo das novas gerações e de todos aqueles que têm consciência da importância da preservação dos biomas para a vida humana.
A partir da década de 1980, com a emancipação política do Distrito Federal, tem início um acelerado processo de devastação e degradação do cerrado, para abrir caminho à ocupação urbana desordenada comandada por governantes e políticos locais em conluio com desembargadores, juízes e empreiteiros espertalhões.
Durante décadas, essa turma enxergou na invasão de terras públicas e particulares, mesmo aquelas protegidas por lei, como Área de Proteção Ambiental (APA), a moeda política e econômica ideal que permitiria a perpetuação do modelo: um lote, um voto.
Sob a batuta desses dirigentes inescrupulosos, governadores e deputados distritais criavam novos assentamentos e incentivavam a invasão de outros. Dando cobertura legal a essas autoridades, juízes e desembargadores concediam enxurradas de liminares, impedindo fiscalização e derrubadas de invasões.
No apoio logístico, a CEB e a Caesb vinham logo atrás, ligando, com presteza incomum, luz e água nos assentamentos irregulares, para dar a ocupação como fato consumado. Documentos de IPTU eram providenciados às pressas para dar alguma legalidade ao crime.
Grileiros e empreiteiros faziam a festa e a fortuna com a farra das terras. O que resultou desses anos loucos e irresponsáveis muitos, hoje, puderam perceber e sentir na pele. O assoreamento, a poluição e o soterramento de nascentes, o desmatamento de matas ciliares, a impermeabilização dos solos e outros danos irreparáveis ao meio ambiente foram o que ficou de herança da irresponsabilidade política que, por incrível que pareça, ainda persiste de modo velado e com a mesma força destruidora.
A frase que foi pronunciada
“Acreditar em algo e não o viver é desonesto.”
Mahatma Gandhi
Interação
» Por falar em água, a Caesb precisa abrir uma linha telefônica e configurar o WhatsApp para a população informar sobre vazamentos.
Voo
» Pela terceira vez, a Latan faz pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Brasília. Na semana passada havia fumaça no avião.
Talento
» Moema Craveiro Campos fez aniversário. Pianista e sanfoneira de dedos ágeis e graça que só ela tem. Feliz Ano Novo!
Menos imposto
» Atenção! Se você tem 60 anos ou mais será isento do IPTU. A lei diz o seguinte: O direito é garantido pela Lei Distrital 5638/2016, que modificou o inciso VII do artigo 5º da Lei Distrital 4727/2011, isentando do IPTU, até 31 de dezembro de 2019, “o imóvel com até 120 metros quadrados de área construída cujo titular, maior de 60 anos, seja aposentado ou pensionista, receba até dois salários mínimos mensais, utilize o imóvel como sua residência e de sua família e não seja possuidor de outro imóvel”.
Difícil
» Voltaram as invasões de residências na capital. Sem cerimônia, os bandidos pulam cercas, quebram vidros, amarram as pessoas, ameaçam e levam tudo o que foi conquistado pelo trabalho.
Orgulho
» Jeanne Maz, neuropediatra, comemora o doutorado de Chael Luigi de Souza Mazza, seu primogênito, que defendeu a tese intitulada “Inovação, desempenho e coprodução no setor financeiro”, estudo de companhias brasileiras de mercado aberto.
História de Brasília
Há, também, o caso de um senhor goiano, que, com um papel na mão, disse a um amigo nosso que entregaria ao senador José Feliciano aquele papel e que ali estavam todos os cargos da prefeitura. Terminou dizendo isto: o cargo do Ari Cunha, é uma questão de honra para o PSD de Goiás. (Publicado em 23/9/1961)
DESDE 1960 »
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com Circe Cunha e MAMFIL
Caso não sejam corrigidas, com presteza, todas as variáveis que concorrem para a crise hídrica que assola a capital do país, a primeira vítima desse flagelo anunciado será, sem dúvida alguma, o próprio governador Rodrigo Rollemberg, que poderá ter a carreira política encerrada de forma seca, definitiva e melancólica. Em relação à crise, nenhum número ou dado pode ser desprezado.
Na verdade, a maioria das variáveis quantitativas conhecidas até agora depõe contra o sistema de fornecimento de água e, objetivamente, contra a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). A começar pela folha salarial milionária da empresa. São mais de R$ 17 milhões mensais para pagar 2.500 funcionários.
A empresa, dirigida por um parente do governador, tem em seus quadros motoristas recebendo mais de R$ 20 mil mensais. Há funcionários cujos os penduricalhos incorporados ao salário-base chegam a perceber muito acima do que determina o teto constitucional. Uma pesquisa rápida nesses dados revela salários absurdos de R$ 33 mil, R$ 65 mil, R$ 95 mil. E, note-se bem, a fonte de pagamento desses servidores sortudos são as tarifas cobradas dos consumidores. Talvez resida nesse fato prosaico a razão de o brasiliense pagar o maior preço de todo o país pelo metro cúbico da água.
Ressalte-se que a Câmara Legislativa, a Caesb e a própria Adasa vão na contramão da economia quando cobram por faixas de consumo. De que adianta o consumidor economizar usando só 3 mil litros de água se terá que pagar por 10 mil litros? É o que diz a famigerada lei distrital. Nos dias de hoje, é um estímulo ao gasto.
Enquanto em São Paulo o metro cúbico custa ao consumidor R$ 1,30, em Brasília, pagam-se R$ 4. Os absurdos não param por aí. Somente nos últimos seis anos, por conta da demanda crescente, houve um aumento de 80% no preço da tarifa, isso sem contar com a taxa extra de 40% cobrada de quem consome acima de 10 metros cúbicos mensais, a título emergencial decorrente da crise, além, óbvio das multas por atrasos e outras cobranças abusivas.
A chamada tarifa social, que em São Paulo dá descontos de até 66%, em Brasília o valor cai para apenas 23%. Essas discrepâncias surreais só podem ter como explicação o fato de ser a Caesb uma empresa ungida com o poder do monopólio de distribuição desse insumo vital para mais 3 milhões de pessoas. Nem as leis soberanas do Código de Defesa do Consumidor têm poder sobre ela.
Qualquer ação judicial contra a companhia, como cobrança abusiva ou má prestação de serviço, só pode feita de modo indireto, por meio da Vara da Fazenda Pública, onde os processos são caros, morosos e 93% decididos em favor da empresa.
Trata-se, pois, de uma empresa devidamente blindada por legislação discutível e que, por isso, mesmo não teme e não dá a menor atenção para os consumidores. Pudesse a população de Brasília contar com uma Câmara Legislativa de credibilidade e com algum nível moral, bastaria a instalação de uma simples Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para solucionar, sem maiores traumas, a atual crise hídrica. Não seria demais afirmar que a fonte principal da crise hídrica se encontra alojada na própria empresa e no modo como está atualmente estruturada. Saneando a Caesb, a água volta a fluir.
A frase que foi pronunciada
“A probabilidade é de que, em 100 mil anos, ou teremos nos rebaixado a um barbarismo selvagem, ou então a civilização terá se desenvolvido além do imaginável, em colônias através do espaço sideral.”
Richard Dawkin
Bate-papo
» Uma parada na padaria Pães e Vinhos e um bate-papo com o senhor José Mario Campos Guimarães. Desde Epitácio Pessoa, quando instituiu a Missão Cruls, que se hospedou na casa de Salviano Monteiro Guimarães — onde hoje é o Museu em Planaltina —, até a morte estúpida e inexplicável da professora Stela dos Querubins Guimarães.
Economia e conforto
» Danniel Mosse era um aluno gênio do Colégio Objetivo. Hoje, ele está em Pittsburgh, comandando uma pequena empresa, a HiberSense. A equipe criou uma solução para controle de clima residencial. Trata-se de um termostato distribuído que cria uma zona de rede de sensores que controlam a temperatura, umidade, movimento do split, luz e pressão do ar. São formas simples ou complexas de deixar o meio ambiente totalmente agradável. Tem até um algoritmo de autoaprendizagem que lembra horários e temperaturas desejadas para cada cômodo da residência.
Segredo
» Se há uma coisa que ninguém no país pode botar defeito é no jardim da rede de shoppings dos Jereissatti. O patriarca é quem comanda o verde. Projetos, plantios, conservação, tudo passa por ele.
Embrapa
» Vale uma visita ao portal da Embrapa. Vários livros disponíveis para baixar. Desde o plantio de maracujás com centenas de perguntas e respostas até o serviço de atendimento ao cidadão, com vários esclarecimentos úteis.
Mais participação
» Uma novidade no cartão reforma que subsidia obras de conservação para pessoas de baixa renda: a senadora Ana Amélia quer todos os bancos oficiais envolvidos na ação, e não só a Caixa.
História de Brasília
Asneira, e asneira grossa. Porque se for este, o caso de honra do PSD de Goiás, jamais vou querer que o partido perca sua honra, e desde já ponho à disposição dele o meu cargo. (Publicado em 23/9/1961)