Orçamento secreto e bem escondido nas algibeiras

Publicado em Deixe um comentárioÍntegra

Não se engane o leitor e eleitor: tudo que venha ser carimbado com a expressão “secreto” na vida pública ou está eivado de crimes de toda ordem e não pode ser publicizado sob pena de comprometer os envolvidos, ou não presta e pode arruinar, ainda mais, o pobre do cidadão contribuinte. Essa parece ser uma regra que sem exceções.

Burlá-la significa padecer. A primeira vez que se ouviu a expressão “emendas secretas” ou mas burocraticamente RP 9, todos aquelas pessoas que prestam um pouco de atenção sobre os acontecimentos de nossa triste República, não tiveram dúvidas: aí estava mais uma maracutaia, patrocinada, sempre na calada da noite e em convescotes, por nossos ladinos representantes políticos.

Aliás a própria eleição do atual presidente da Câmara dos Deputados, um nome que já trazia em sua bagagem curricular pretérita, uma capivara invejável, e que foi sagrado vencedor sob uma avalanche de denúncias de compras de votos e consciências, já prenunciavam que, os dias que viriam pela frente no comando do Legislativo, em nada agradariam os brasileiros que prezam pela ética na coisa pública.

Deu no deu. E dará no que dará. Depois de arruinar a Lei de Responsabilidade Fiscal, entre outros cometimentos erráticos, a atual Mesa da Câmara Baixa, pressionou o governo pelos aumentos tanto no Fundo Partidário como no Fundo Eleitoral, obtendo êxito parcial, mesmo em face dos gravíssimos problemas enfrentados pela nação, castigada com desemprego recorde, inflação e queda no PIB.

Tudo isso depois de uma pandemia avassaladora que dizimou mais de meio milhão de cidadãos. Insatisfeito com a política de terra arrasada ou Blitzkrieg patrocinada por grande parte dos políticos, tanto da oposição como do chamado Centrão, dentro daquelas manobras malandras que lhes são peculiares, resolveram promover a tal de emendas de relator, também conhecidas como orçamento secreto.

A coisa virou escândalo somente depois que a notícia chegou aos ouvidos dos brasileiros, graças ao trabalho investigativo de uma parte da imprensa que não é bem vinda pela elite política. Até então tudo corria como o planejado por debaixo dos panos. Com a porta arrombada, tanto o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal de Contas da União, que nunca sabem de nada ou fingem não saber, tiveram, parecendo que a contragosto, que entrar em cena, exigindo medidas.

Nos bastidores já se sabia que boa parte desses R$ 17 bilhões, escoados secretamente, já estavam lavados e branqueados em mãos alguns deputados que simplesmente embolsaram a fortuna para engordar o próprio patrimônio.

Um desses traquinos, foi flagrado inclusive, pela Polícia Federal, contando maços de dinheiro em seu bunker no Maranhão. Dinheiro, adivinha de onde? O pior é constatar que nesse tipo de tramoia, que num país decente, seria suficiente levar todos os envolvidos para detrás das grades, aqui ainda é apoiado por boa parte dos parlamentares nas duas Casas.

Mais tenebroso é constatar que entre esses embusteiros, muitos são da atual base política do governo, comungando, inclusive, da mesma legenda, a que o presidente aderiu recentemente. Para espanto de todos, menos daqueles que estão atolados nessas trapaças, o dito deputado, flagrado contando a dinheirama desviada da saúde de seu estado, ainda tem a cara dura se apresentar como pré-candidato ao governo do Maranhão, contando inclusive com o apoio do chefe do Executivo. Estamos em maus lençóis ou algo pior.

 

A frase que foi pronunciada:

“Sou chamado a responder rotineiramente a duas perguntas. A primeira é ‘haverá saída para o Brasil?’. A segunda é ‘o que fazer?’. Respondo àquela dizendo que há três saídas: o aeroporto do Galeão, o de Cumbica e o liberalismo. A resposta à segunda pergunta é aprendermos de recentes experiências alheias.”

Roberto Campos

 

Turismo

Ao ver a mala chegando na esteira do aeroporto de Brasília o passageiro assiste à pancada da bagagem. Não se sabe se esse é o melhor projeto de esteira, mas que danifica a mala, ninguém tem dúvida.

 

Alegria

Por falar em aeroporto, a movimentação está absolutamente normal. Voos cheios, estacionamento lotado, idas e vindas por todo lado.

 

Reclame aqui

Trata-se de um portal democrático onde as pessoas se identificam com número de documentos pessoais. Desde lojas, atendimento, até de vacinas há reclamações.

https://www.reclameaqui.com.br/empresa/laboratorios-pfizer/lista-reclamacoes/

 

História de Brasília

Essa é a situação pura e simples, do IAPFESP. Dinheiro dado jogado fora, candango ganhado sem trabalhar, e a superquadra com 11 blocos por concluir. (Publicada em 15/02/1962)

Vitaliciedade apenas para a ética pública

Publicado em Deixe um comentárioÍntegra

 

 

Numa República, que faça jus ao nome e que objetive a universalização do bem público, não caberia, por razões óbvias e éticas, a existência de cargos e outras sinecuras no serviço público, do tipo vitalício. O próprio sentido da vitaliciedade já desconfigura a República, naquilo que ela possui de mais característico, que é a impessoalidade e o interesse comum.

Ao assenhorear-se de um cargo vitalício, todo e qualquer indivíduo, adentra para um mundo onde as leis naturais, que regem outros homens, já não possui mais sentido. Nesse ambiente, distantes anos luz de qualquer sentido republicano, o tempo cuida de amalgamar o cargo, a função e o próprio indivíduo, transmutando tudo num só elemento, onde já não é possível separar e distinguir sujeito e objeto.

O cargo e a função vitalícia representam não só o antípoda da República, como cuida de desmaterializá-la, desmoralizando-a frente a sociedade. Ao transplantar esse modelo próprio da antiga monarquia, para a República, o que o instituto da vitaliciedade conseguiu, foi a contaminação da correta e isenta prestação dos serviços públicos com elementos personalistas, distantes, pois, aos interesses dos cidadãos.

Ao mesmo tempo em que se afasta das necessidades dos cidadãos e da própria ética pública, a vitaliciedade faz da máquina pública um mecanismo à serviço das elites. Para além de servir como instrumento de impunidade para aqueles que eternamente esses cargos, a vitaliciedade cria, aos olhos de todos, cidadãos de primeira e de segunda classe, tornando esses privilegiados e outros, aos quais protegem, blindados pelo manto de intocabilidade, livres de quaisquer punições, mesmo que cometam crimes não condizentes com o cargo que ocupam.

Quando apanhados em crimes e delitos de grande repercussão, dos quais os cidadãos comuns jamais se livrariam, esses eternos senhores são punidos com aposentadoria compulsória, recebendo salário integral e outras prebendas como reparação a expulsão do paraíso. Muitos são os casos de escândalos ocorridos nesses postos, poucas as punições e nenhuma iniciativa para pôr fim à esses privilégios, já que eles, contribuem direta ou indiretamente para dar cobertura também aos mal feitos das elites.

Esse é caso, por exemplo de ministros e conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais e da União, que em tese deveriam fiscalizar os gastos públicos da classe política e dos dirigentes em geral, mas que agem para impedir que os crimes contra o patrimônio público sejam devidamente apurados e punidos.

Somente no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro TCE-RJ, toda a cúpula do órgão foi afastada e presa por denúncias de corrupção em 2017, na Operação Quinto de Outro. Com isso o caminho para o combate as malversações do Erário, que em tese caberia à esse órgão mas que já era aberto e franco, ficou com as cancelas totalmente arrombadas, aumentando, ainda mais o estado falimentar das finanças públicas da antiga capital.

Obviamente com consequências catastróficas que esse fato teve para a saúde pública, para a educação e segurança e outros serviços necessários à população. Na contramão desse saneamento o STF, onde a vitaliciedade também é direito constitucional, vem pouco a pouco concedendo habeas corpus à esses conselheiros, permitindo que eles regressem aos cargos no Tribunal de Contas do Estado.

Por certo todos irão, cedo ou tarde, retornarem, como retornarão também os casos de corrupção dentro e fora do Tribunal, o que por sua vez permitirá também que toda a máquina administrativa daquela unidade da federação volte a ser terra arrasada ou terra de ninguém.

Esperar que qualquer sentença judicial, transitada em julgado, venha pôr fim a esse caso é esperar pelo o que jamais irá acontecer. A vitaliciedade de uns acoberta e protege a vitaliciedade de outros e todos vivem felizes para sempre, nessa terra do nunca em que se transformou os cargos vitalícios.

A briga de foice que acontece nos bastidores por vagas no supremo, acontece também por vagas do TCU. As razões são sabidas: todos esses cargos levam o contemplado à uma espécie de paraíso na terra, onde as mordomias são infinitas, as obrigações são poucas e os castigos não acontecem. De vitalício para uma República bastaria a ética.

 

A frase que foi pronunciada:

“Haverá salvação para um país que se declara “deitado eternamente em berço esplêndido” e cujo maior exemplo de dinâmica associativa espontânea é o Carnaval?”

Roberto Campos

 

Urgência

Com as chuvas a presença dos agentes sanitários torna-se fundamental. Mas é preciso o reconhecimento do governo para essa importância. Inclusive quanto aos salários pagos. Para cobrir o Lago Sul não chega a uma dezena o número de agentes. O Lago Norte, onde há surto do mosquito, Setor de Mansões e Península Norte não são atendidos adequadamente.

História de Brasília

Essa é a situação pura e simples, do IAPFESP. Dinheiro dado jogado fora, candango ganhado sem trabalhar, e a superquadra com 11 blocos por concluir. (Publicada em 15/02/1962)

 

       Thêmis, a deusa protetora dos poderosos

Publicado em Deixe um comentárioÍntegra

 

 

Notório saber é tudo o que não é preciso para um candidato ocupar uma vaga no mais alto tribunal do país. Essa deficiência, vista em muitos titulares do presente, é facilmente contornada com a possibilidade de contratação ilimitada, feita pelo gabinete do escolhido, dos mais ilustres profissionais do Direito, o que torna a tarefa de envergar a toga e caminhar pelos labirintos da justiça, com toda a pompa e circunstância, uma tarefa mais fácil do que tirar pirulito de criança.

Com isso fica claro que o verdadeiro ministro está oculto, na equipe montada dentro do gabinete, ficando à cargo do titular, apenas a leitura do parecer, previamente elaborado. Essa realidade ficaria ainda mais exposta ao público em geral, caso o candidato fosse sabatinado nos moldes como ocorre nos Estados Unidos, onde não é possível ascender à Suprema Corte em caso de carências e lacunas no saber jurídico.

Entre nós, a indicação do candidato, pelo Chefe do Executivo e sua posterior sabatina, feita de maneira superficial e vaga, está na raiz dos problemas e contramarchas que a sociedade hoje assiste nas decisões tomadas pela Corte. Há , de fato, uma contaminação, do tipo ideológica e partidária, visível no modelo de aprovação para esse tão elevado cargo e de vital importância para o país.

A “descondenação” do ex-presidente e ex-presidiário Lula da Silva, bem como o desmanche de toda a Operação Lava Jato, são apenas alguns exemplos desse descompasso gerado ainda na escolha do candidato, e que produzem decisões e sentenças finais, que têm deixado a população de cabelo em pé.

A reversão da prisão em segunda instância e todo o chamado garantismo jurídico que parece guiar a atual formação da corte, esconde, entre suas causas primeiras, a pouca ou nenhuma seleção feita para o assento na suprema corte. A não criminalização da política, como deixou claro em sua sabatina o último escolhido para esse Olimpo, ao soar como o cântico das sereias aos ouvidos dos políticos, abre como um mantra as portas desse novo paraíso, almejado por muitos.

Dizer também que pode detrás de todo o criminoso e político se abriga um ser humano que deve ser respeitado em sua integridade pessoal, mesmo que não colabore para a efetivação da lei, como deve ser, ainda abre brechas para o continuísmo dos casos escabrosos de corrupção que rói o país pelas beiradas.

Também a caracterização do indicado como sendo um indivíduo terrivelmente evangélico, apoiado inclusive, pelos mais controversos e espertos pastores dessas congregações, pode ajudar o chefe do Executivo a angariar votos entre os devotos dessa religião, mas deixa de lado, não só a laicidade do Estado, como abre caminho para tornar essa alta corte numa espécie de puxadinho do templo religioso.

Notório mesmo pode não ser o saber o saber jurídico desses novos membros da suprema corte, mas um fato o é por demais confirmado: quase todos os ministros que compõem a atual formação do Supremo, jamais votaram contra os interesses de seus padrinhos e daqueles que formam o grupo político deste. O aparelhamento político da corte, tem peso maior do que qualquer notório saber jurídico.

É o que está à vista de todos e não há como esconder esses fatos do cidadão comum. Thêmis, a deusa da justiça, deveria, para atualização dos caminhos tomados por nosso Direito atual, deslocar a venda que cobre seus dois olhos, deixando apenas um deles em coberto. Faria todo o sentido.

 

A frase que foi pronunciada:

“Quando se tira o voto ao povo, o povo é expelido do centro para a periferia da história, perde o pão e a liberdade, o protesto passa a ser agitação e a greve rotulada de subversão.”  Ulysses Guimarães

 

Abuso

Há cartórios na cidade que são campeões em erros, trazendo prejuízo financeiro aos cidadãos. Além da demora para a emissão do documento, o contribuinte é obrigado a cobrir os custos se atrasar em qualquer quesito. O interessante é que o cartório erra diversas vezes, declara que foi erro próprio e sem cerimônia. Fica a dica para os distritais que se interessarem em estudar o caso.

 

Perigo e Prevenção

Está na hora de a Defesa Civil e Bombeiros verificarem a situação de segurança nas salas comerciais nas entrequadras. Na 213 Norte, bloco D, por exemplo, um supermercado instalou várias caixas d’água na laje que não foi construída para esse fim.

 

Violência consentida

Mais uma vez o desequilíbrio entre o poder policial e o poder judicial atinge vítimas. Quando o criminoso recebe a liberdade pela justiça, todos os inocentes correm risco. A vítima da policial ciumenta é mais uma prova disso. Assistimos ao segundo ataque. Vamos aguardar pelo terceiro?

 

História de Brasília

Quando o engenheiro esperava sua visita, foi informado de que voltara ao Rio, e “só depois êle vai ver os esqueletos dos prédios”. (Publicada em 15/02/1962)

 

Concertação à brasileira

Publicado em Deixe um comentárioÍntegra

Com a possibilidade, apontada até aqui pelas pesquisas de opinião, de uma polarização final, entre esquerda e direita nas próximas eleições para presidente , com tudo aquilo que essas duas tendências ideológicas possuem de mais radical e anacrônica, os cidadãos brasileiros, conscientes desse momento delicado que se aproxima , possuem a chance única de interceder nesse processo, provocando um verdadeiro ponto de inflexão no desafortunado destino político do país, revertendo, pelo voto, a tendência para o caos que se anuncia para todos nós.

É preciso que os cidadãos se inteirem do momento grave, atalhando o prolongamento dessas desventuras que parecem nos perseguir, praticamente desde o período da redemocratização nos anos oitenta. Nessa altura, já se sabe, que não será por meio da miríade de partidos, que parasitam o Estado, transformados em autênticos valhacoutos de garimpeiros dos cofres públicos, que irão propiciar a mudança de rumos e a salvaguarda da nossa cambaleante democracia.

O que se apresenta no horizonte, não serve aos cidadãos de bem. Tampouco as futuras gerações. Aliado as possibilidades tétricas da nova onda de enfermidades e mortes trazidas pelo estreante Ônicrom, vemos, paralelamente, a formação de algumas candidaturas, já testadas no poder e que se provaram tão ou mais letais para o país que o próprio vírus.

Não há meios termos para definir o que parece vir pela frente com esses estafermos, que bafejados pelos ventos do mal fado, que parecem soprar por essas bandas desde a chegada do primeiro invasor europeu no século XV, surgem em suas mulas mancas.

Ciente de que  a democracia corre sério risco, o eleitor deve acautelar-se, tomando o voto como um bote que pode salvá-lo do naufrágio certo. Lições sobre como proceder ante esse desastre, existem em grande número. Em todo o tempo e lugar.

Mais recentemente Espanha, nos anos setenta e o Chile, nos anos oitenta, se viram igualmente diante do impasse, que bifurcava os destinos do país. Diante da possibilidade ou não do prolongamento do pesadelo da ditadura, escolheram sabiamente o caminho do meio, reunindo, numa mesma frente única, todos aqueles que queriam o caminho da liberdade.          Partidos, sindicatos, intelectuais, organizações sociais e todas as forças vivas da sociedade se reuniram num movimento de “concertación” para decidir imbicar seus países em direção à democracia e à estabilidade política e institucional.

Em nosso país e em pleno século XXI, as esperanças são poucas, dada a baixa qualidade ética e social de nossas legendas políticas, preocupadas apenas em se instalar no poder e dele extrair o que puder em benefícios materiais.

A “concertación” à moda brasileira pode vir a se tornar uma realidade, caso o mais destacado candidato da chamada terceira via, consiga persuadir as forças sociais e políticas do país, na realização de um pacto, para caminharem juntos até as eleições, com um compromisso, assumido de, em caso de vitória, começar as mudanças do país pelas reformas políticas. Sem essas reformas de base, não vamos longe. Nunca.

 

A frase que foi pronunciada:

“A censura é a inimiga feroz da verdade. É o horror à inteligência, à pesquisa, ao debate, ao diálogo. Decreta a revogação do dogma da falibilidade humana e proclama os proprietários da verdade.”

Ulysses Guimarães

Passo importante

Em audiência pública a Câmara Legislativa inicia um trabalho importante de conscientização do etarismo, forma de preconceito e violência contra a pessoa idosa. Interessante notar que as crianças, naturalmente não têm preconceitos. Elas são o canal mais forte para educar a família em relação ao idoso. Um momento nas aulas com os contadores de histórias de cabeça branca é um passo singelo pela valorização e interação dessa parcela da sociedade tão negligenciada.

 

Defensoria

Na Câmara Legislativa a movimentação foi feita pelo deputado Martins Machado, presidente da Frente Parlamentar do Idoso, na Casa. Presente na reunião, Bianca Cobucci Rosière , defensora pública, disse que com a vulnerabilidade do idoso, ele passa a sofrer vários tipos de violência, inclusive a curatela indevida. A afirmação foi feita com a experiência da defensora na Central Judicial do Idoso no TJDFT.

 

Defesa

Segundo Jairo de Souza, militante do Fórum Distrital da Sociedade Civil em Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa no DF são 360 mil idosos, 10% da população. E chama a atenção para o fato de a rede pública de saúde no DF ter apenas 10 geriatras para atender essa população e que não houve uma política pública voltada para o seguimento durante a pandemia.

 

Simples

Reconhecimento, capacitação e a vontade de ser útil à sociedade. São reivindicações simples como a revitalização do Conselho dos Direitos do Idoso no DF. É bom que os deputados fiquem atentos às leis sobre os idosos. Um dia todos seremos enquadrados.

 

História de Brasília

E provando a má vontade do comandante do IAPFESP para com Brasília, basta que se diga que o general Aloísio de Andrade Moura estêve em Brasília, foi muito bem recebido na delegacia, ouviu palavras de elogio, recebeu sorrisos, mas não se dignou, sequer a visitar o canteiro de obras. (Publicada em 15/02/1962)

 

 

Escolas, cidade e pandemia

Publicado em Deixe um comentárioÍntegra
Foto: jovempan.com

         Por certo, de todos os efeitos deletérios à saúde física e mental dos indivíduos, trazidos pela pandemia, nenhum outro é mais nocivo ao corpo e à mente do que o isolamento social, imposto pelas autoridades de governo, principalmente nos centros urbanos, onde o processo de interação entre as pessoas é fator fundamental para a existência da própria cidade.

         A questão contraditória está em como fazer para que as cidades funcionem sem o protagonismo daqueles que são os responsáveis diretos por seu dinamismo. De fato, não é possível a movimentação de toda a engrenagem de uma cidade, sem suas peças principais, representadas pelas pessoas e, não o mínimo de racionalidade em ter toda uma infraestrutura e mecânica de uma cidade, sem aqueles a quem se destina todo esse esforço. Pelo jeito, estamos na trilha certa, para tornamos nossas cidades em lugares fantasmas, tomadas pelo pó denso da decadência, num processo que, depois de iniciado, será difícil deter. Ao contrário do que muitos imaginam, as cidades não adormecem, não fecham para balanço e não tiram férias. Para as cidades não vale a célebre expressão “eppur si muove” , provavelmente dita em 1633 por Galilei Galilei, perante o tribunal da Inquisição. Já o mecanismo urbano é operado diuturnamente pelo gênero humano. A autonomia dada aos habitantes dos centros urbanos, não vale em relação às cidades.

         Dito isso, fica mais fácil entender que o próprio futuro de nossas cidades e de toda a vida social, é dependente direto e perpétuo do lento processo de formação acadêmica de seus habitantes. Em outras palavras, é preciso formar, sempre e cada vez mais, pessoas aptas a conduzir as cidades, sob pena de termos que abandoná-las, ameaçados pelo eventual caos, que representaria para todos nós, deixá-las administradas por mãos inabilitadas.

          Nesse ponto é preciso entender que a pandemia, muito antes de representar um fator de perigo para cada um de nós, representa uma ameaça ainda maior para nosso habitat, tornando, inclusive, nossos centros urbanos em uma ameaça à nossa integridade.

         As contradições, em tempos de pandemia, se acumulam. Não há como ficar na pretensa segurança do lar, deixando à cidade entregue as forças naturais da inércia. Tão ou mais importante que não deixar as engrenagens das cidades pararem, colocando a mão na massa, como fazem, por exemplo, médicos, trabalhadores da limpeza, da segurança e outros, é manter, de forma ininterrupta, sobretudo os mais jovens, nas escolas, em salas de aula, num intenso trabalho de preparação intelectual para uma futura substituição dos mais velhos no controle de nossa vida coletiva e urbana.

         Salvar as cidades da pandemia, é salvar seus habitantes. A possibilidade de uma nova onda, que se anuncia com essa nova variante do corona vírus, denominada de Ônicrom, quando ainda muitas de nossas cidades nem tiveram tempo de se recuperar de um primeiro surto, deixa ainda mais incertezas e aponta para a necessidade de manutenção redobrada de nossas cidades.

          É sabido, por muitos povos, que a cidade é a extensão natural de nossas casas. Portanto está dentro dos limites do que seria o nosso território de vivência. Fechar as cidades, deixando-a entregues à própria sorte, como tem acontecido em outras partes do país e do mundo, é apostar na nossa ruína.

         Por isso, preservar os mais jovens significa, antes de tudo, dar-lhes os instrumentos necessários, através do ensino continuado, para que possam mais do que sobreviver, encontrar a plenitude da vida em ambientes saudáveis e seguros. Somente a escola e o ensino de qualidade podem garantir, nesse momento de expectativas e receios, um porto seguro para as futuras gerações. É no ambiente escolar que estão não só todas as respostas para a superação desse momento de aflição, como para continuidade de nossas cidades e o prosseguimento de nossa própria espécie.

A frase que foi pronunciada:

“Duas pessoas encurtam a estrada.”

Ditado irlandês

Muito estranho

Desde que criaram a faixa central no Eixão, sabe-se que serve para emergências. Ter uma carreta autorizada pelo Detran para emitir frases e se postar na faixa de emergência é uma cena inacreditável. Típico de quem não conhece a cidade.

Observatório

Devair Sebastião Nunes, analista de Tecnologia da Informação do Prodasen, foi o responsável por elaborar o material do lançamento do Observatório de Equidade no Legislativo. Com dados em mãos, ele afirmou que “perto dos homens brancos, uma mulher negra terá muito mais dificuldades para obter uma cadeira no parlamento.” Parece que há problemas com o gênero. Competente como é, a senadora Simone Tebet que o diga. É um sim e dois nãos.

Acesso

Por falar em Observatório da Equidade, os méritos vão para a diretora geral do Senado, Ilana Trombka que trabalha com o tema desde 2015, e agora consolida essa política organizacional que poderá ser consultada pela população brasileira na página do Senado Federal.

História de Brasília

“O presidente João Goulart mandou dar cinco parcelas do dinheiro que está sendo gasto com alguma coisa ou com tudo, menos com as obras. (Publicada em 15/02/1962)

Quem quer dinheiro?

Publicado em Deixe um comentárioÍntegra

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: Kay/Unsplash

 

Não se enganem: nenhum cidadão brasileiro de bem preocupado com o futuro do país e com as novas gerações apoia a liberação dos jogos de azar e a volta dos cassinos ao Brasil. A regulamentação dos cassinos, dos caça-níqueis, dos bingos e mesmo o jogo do bicho, ativamente tramado dentro do Congresso Nacional por grupos de parlamentares que enxergam benefícios nessas contravenções, interessa, sobremaneira, a contabilidade e a receita de diversas organizações criminosas, que terão nessa atividade um alvará e uma licença para a lavagem de dinheiro sem maiores esforços, sem medo da polícia e da Receita Federal.
A liberação dos jogos e a volta dos cassinos não interessam ao professor, ao médico, ao pesquisador, ao trabalhador braçal, ao motorista, ao balconista e uma infinidade de outros profissionais sérios que labutam arduamente no dia a dia para garantir sustento e segurança alimentar a sua família. Essa é uma proposta que interessa apenas àqueles que lucrarão com a miséria alheia.
Na mecânica de corporações como os cassinos, para cada sortudo que sai no lucro, corresponde a outros mil que sofreram prejuízos e perdas. Não há mágicas. Tudo é montado para ludibriar o jogador e a fiscalização, quando existe. Eis aqui um típico projeto que agradará às máfias dos caças-níqueis, aos contraventores, aos contrabandistas, aos corruptos, que podem usar a jogatina para justificar desvios de recursos públicos, aos traficantes e a toda uma cadeia de criminosos, para quem os cassinos representam uma bênção e uma liberdade para delinquir.
Num momento em que o Brasil vive uma de suas maiores crises humanitárias, com centenas de milhares de mortos, desemprego, inflação, insegurança, crise hídrica histórica e uma das piores imagens no exterior, nossos representantes ainda encontram tempo, disposição e indiferença com o que acontece a sua volta e se debruçam em propostas que, mais uma vez, poderão beneficiá-los, em detrimento da nação.
Estivéssemos em um país sério, os representantes da população estariam cuidando de aprovar as reformas políticas, fiscais e tributárias que a população aguarda. Estariam resolvendo questões como a prisão em segunda instância e não tirando poder do MP. O fim do foro privilegiado, como luta o Podemos. Estariam preocupados com os gastos públicos, com as emendas individuais, de bancada e de relatores, que são inócuas e um acinte para os cidadãos.
Essa história, como dizia o filósofo de Mondubim, é “conversa para levar gato para nadar”. Dizer que a liberação dos jogos e dos cassinos gerará empregos e renda para os estados e que só existirão em resort, é uma falácia. Os próprios auditores fiscais, que conhecem a dificuldade que existe para cobrar dívidas dos caloteiros profissionais, sabem muito bem que os efeitos negativos que virão com essas liberações superam infinitamente quaisquer possíveis ganhos econômicos.
Atividades paralelas à jogatina, como o tráfico de drogas, a corrupção, a prostituição, a lavagem de dinheiro e outros crimes, ganham mais espaço e mais poder de atuação à sombra dos cassinos e em torno das mesas de bacará. O que está sendo arquitetado na surdina, dentro do Legislativo e a toque de caixa, é a derrota das leis, do combate ao crime e a ascensão e o fortalecimento do crime organizado e de seus padrinhos do colarinho engomado.
A frase que foi pronunciada:
“Jogos de azar. A maneira segura de conseguir algo por nada. ”
Wilson Mizner, dramaturgo
Wilson Mizner. Foto: amazon.com
Câmara
Deve ser votado no plenário do Senado importante projeto aprovado pela Câmara dos Deputados sobre a semana de conscientização sobre o TDAH. Trata-se do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, que merece atenção, principalmente, dos pais e mestres. Muitos lidam com crianças com TDAH sem conhecer o diagnóstico.
Foto: colegiodosjesuitas.com
Livros
Duas ótimas notícias. Aberta, a Biblioteca Nacional está com a frequência cada vez maior. Com livros, internet e salas de estudo à disposição dos interessados. Os 1.500 livros doados pelo Boulevard Shopping para crianças carentes estão sendo devorados pela criançada. Sem oportunidade de manusear livros, as crianças agraciadas com a doação estão descobrindo um mundo novo.
Foto: agenciabrasilia.df.gov
Filósofo
Muito interessante o registro de Ari Cunha na história de Brasília, que pode ser lida abaixo. Ele sugere a numeração das áreas da cidade, exatamente como são hoje. Essa é a nossa responsabilidade. Ter cuidado com a capital, desde o primeiro dia de vida.
História de Brasília
Assim, as quadras da W-3 teriam a numeração das superquadras, correspondentes em centenas. Seria assim: superquadra 105, superquadra 305, na W-1 e Quadra 505 e 705, na W-3. (Publicada em 10/02/1962)

Eleições e masoquismo político

Publicado em Deixe um comentárioÍntegra

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: AFP / EVARISTO SA e AFP / Fabrice COFFRINI

 

Imensas são as responsabilidades, principalmente os deveres, daqueles, que em função do cargo de representação, dado pelo voto popular, são alçados à condição de chefe da nação. Não é por outra razão que os presidentes da República, no caso do Brasil, concentram grande soma de poder. Infelizmente, não são poucos, em nosso país, aqueles que, uma vez atingida essa condição extraordinária, veem-se muito aquém dessa missão, transformando-se, depois de empossados, em verdadeiros anões políticos, reféns das circunstâncias ou totalmente entregues às forças que os circundam.

Não é um cargo para muitos e, talvez, por isso mesmo, muitos têm fracassado, levando todo o país de roldão para crises que parecem se perpetuar no tempo. A história política de nosso presidencialismo, desde sua implantação à força em 1889, apresenta uma tal sequência ininterrupta de crises que não seria exagero dizer que esse sistema de governo ainda não disse a que veio, nem conseguiu acertar as contas com o passado, quando expulsou, de forma violenta, a família real do país.

A razão para essas crises contínuas reside, como é do conhecimento de muitos, na falta de preparo dos postulantes para exercer cargo tão instável e delicado. A vantagem da monarquia, se é que isso é possível, diante da mediocridade de figuras que desfilaram como presidentes da República, é que, naquele regime, o futuro indicado por laços consanguíneos recebia uma longa e detalhada preparação prévia antes de assumir como soberano.

A verdade é que temos experimentado, em mais de um século, uma sequência enorme e penosa de presidentes da República totalmente despreparados para a função e seguimos nessa toada, onde a única exigência ou pré-condição para atingirem esse posto é dada pelo instrumento do voto. O mesmo acontece para outros cargos no Executivo, no Legislativo e, em certos casos, para a mais alta corte de justiça do país. No lugar dos mais bem preparados, temos os mais espertos. Convenhamos que isso não é um critério que vá levar, ao poder, os cidadãos mais bem preparados e aptos a exercê-lo.

Para um alienígena que por aqui aportasse, soaria estranhíssimo termos exigências curriculares para varredores de rua e não termos as mesmas cobranças para aqueles que ocuparão o comando da nação. A coisa fica ainda mais absurda quando verificamos que estamos nos aproximando de 2022, quando, mais uma vez, teremos que escolher entre dois possíveis candidatos já demasiadamente conhecidos, testados e reprovados por suas performances.

Não há aqui necessidade de termos uma bola de cristal para sabermos que estamos diante de uma nova crise que virá, caso qualquer um desses dois nomes que aí estão em destaque nas pesquisas assumam, de novo, a presidência da República. São as imperfeições inerentes ao regime democrático, diriam uns. Dirão outros que essas são, na verdade, as imperfeições graves de um sistema eleitoral no qual o eleitor é apenas um detalhe incômodo e indispensável para o dia da votação e, depois disso, é deixado de lado e esquecido.

O fato de estarmos em meio à mais uma crise, agravada agora por uma pandemia devastadora, não nos impede, em momento algum, de estarmos preparando o próximo pleito de 22, apenas para darmos continuidade às nossas tribulações infindas. Seria própria da democracia também essa espécie de masoquismo político, que faz com que os cidadãos permaneçam atados a um sistema que parece render apenas crises cíclicas?

A frase que foi pronunciada:

A vontade é a única coisa do mundo que quando esvazia tem que levar uma alfinetada.”

Mafalda

Ilutração: Quino

Sonho

Tomara que a equipe do governador Ibaneis não apenas continue com as obras de melhoramento da W3 Sul, mas estenda essa sua iniciativa também para a W3 Norte, visando, quem sabe, num futuro não muito distante, integrar, para os pedestres, essas duas importantes vias comerciais da capital, formando uma só avenida, iluminada, limpa e atrativa para os empresários, turistas e para a população.

Foto: Lúcio Bernardo Jr. / Agência Brasília

Concreto

Caso o atual governador consiga, o que tem parecido impossível até aqui, que é a revitalização desse importante eixo, esquecido e abandonado no tempo, essas obras representarão um marco do seu governo, capaz de gerar um novo e amplo fluxo econômico da cidade, castigada por uma pandemia prolongada e impiedosa.

Foto: mobilize.org.br

História de Brasília

Está trabalhando ativamente a Associação Profissional dos Jornalistas do Distrito Federal, para que sejam financiados os carros dos seus associados. Os primeiros entendimentos com o cel. Jofre, informa a secretaria da Associação, foram realizados com bastante êxito. (Publicada em 08/02/1962).

Deixem a cultura arder no fogo

Publicado em Deixe um comentárioÍntegra

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Incêndio na Cinemateca Brasileira. Foto: REUTERS

 

Ao longo dos últimos 5 mil anos, desde que surgiram as primeiras civilizações conhecidas no vale dos rios Tigre e Eufrates, na chamada Mesopotâmia, a memória cultural, legada a outros povos, tem sido o fator preponderante para o lento e progressivo desenvolvimento da humanidade. Sem essa herança, por certo, estaríamos ainda praticando a caça e a coleta de alimentos e nos abrigando em cavernas naturais.
Há aqueles que ainda acreditam que, sem a transmissão desses conhecimentos técnicos e culturais, feitos por nossos ancestrais, a raça humana poderia até ter desaparecido da face da Terra, tal é a importância desse processo para a sobrevivência de nossa espécie. Desde cedo também, muitos povos aprenderam que a melhor tática para dominar uma nação eleita como inimiga era destruir, primeiro, seus traços culturais, tornando-os sem identidade histórica e, portanto, esvaziados de alma e à mercê dos conquistadores e de seus costumes.
A destruição da Biblioteca de Alexandria em, aproximadamente, 48 a.C, consumida por um gigantesco incêndio durante a guerra civil romana, constitui-se, por suas características simbólicas, um marco e um exemplo histórico que dá início a essa estratégia de guerra que visa conquistar outros povos pela destruição de suas bases culturais, varrendo do mapa quaisquer traços que possam ligá-los ao passado e a suas memórias.
A lista de ataques a nichos culturais, onde uma variedade de povos, ao longo dos séculos, armazenavam seus conhecimentos técnicos e culturais, sobretudo com o avanço da escrita, é extensa e tem contribuído, a seu modo, para apagar e tornar tênues muitos conhecimentos, pesquisas e textos que seriam de enorme importância para todos e, quiçá, para um melhor conhecimento de nosso mundo atual. De lá para cá, a estratégia de destruir a cultura daqueles que são alvo de dominação nunca deixou de existir, e por um motivo simples: trata-se de um método de grande eficácia e que rende resultados aos conquistadores.
Do processo de aculturação, quando a cultura de um povo é modificada pela aproximação de outra mais forte, até o chamado etnocídio ou genocídio cultural, quando a destruição de qualquer traço remanescente de cultura passa a ser o método empregado em larga escala. Ao longo do tempo, essa tem sido a medida empregada pelos tiranos em toda parte e lugar. O Brasil, por se estabelecer, desde o século 16, como o país, por excelência, onde três culturas, de três continentes distintos, vieram a se amalgamar para o surgimento do que seria uma nova civilização, é um bom exemplo desse processo que vai da aculturação ao etnocídio.
Embora a expressão etnocídio seja recente, surgida por volta de 1943, o processo de aniquilamento de outra cultura tem sido usado com muita frequência, à luz do dia e bem debaixo dos olhos de todos. Não se enganem, até mesmo o desleixo proposital das autoridades públicas, a quem é atribuída, inclusive, a obrigação de cuidar dos diversos centros culturais, pode, muito bem, ser enquadrado como crime.
Só que estamos no Brasil, um país surreal, onde o que menos as autoridades possuem são responsabilidades com o patrimônio público, ainda mais quando esse patrimônio é formado pela memória cultural. Em país algum desenvolvido, a sequência quase ininterrupta de sinistros de toda a ordem que vêm consumindo nosso patrimônio artístico e cultural seria aceita como normal e sem a punição exemplar dos responsáveis, diretos e indiretos. Há muito, sabe-se que um povo sem cultura é um povo sem um futuro decente pela frente. A não ser que esse futuro seja formado por escombros e cinzas do passado.
Quando, na noite de 10 de maio de 1933, os nazistas e seus simpatizantes promoveram uma grande queima de livros em diversas praças públicas espalhadas por várias cidades alemãs, simultaneamente, sabiam muito bem o que estavam fazendo e com que propósito final. Essa limpeza dos bancos de memória, por meio da destruição da literatura, incitada até pelos diretórios acadêmicos de estudantes, visavam a “purificação radical” do espírito, libertando-os da alienação.
Onde se queimam os livros e a cultura, de certo, são queimados, também, os homens, sobretudo os livres, diria o filósofo de Mondubim. Quando se verifica entre nós a quantidade de prédios históricos que abrigavam inestimáveis tesouros de nossa cultura e que foram totalmente consumidos pelo fogo e pelo descaso, dá para pensar que alguma força maligna possa estar por detrás dessas tragédias.
A lista é imensa e vergonhosa. Do Museu Nacional, na zona Norte do Rio de Janeiro, que veio abaixo com mais de 20 milhões de itens da nossa história, passando pelo Teatro de Cultura Artística de São Paulo, pelo Instituto Butantan, pelo Memorial da América Latina, pelo Museu de Ciências Naturais da PUC de Minas Gerais, pelo Centro Cultural Liceu de Artes e Ofícios, pelo Museu da Língua Portuguesa, pela Cinemateca Brasileira em 2016 e, agora, em 2021, depois de sofrer com alagamentos severos. Tudo compõe essa triste relação do descaso e da desmemória.
Pior é que, para todos esses acontecimentos trágicos aos brasileiros, não se ouviu nem uma palavra ou explicação plausível. A esses destroços se juntam as dezenas de galerias de arte, de teatros e de outros espaços públicos de cultura, fechados e abandonados. Todo esse acervo e os edifícios tornados sucatas formam o retrato acabado de uma nação cujos governantes, na melhor das hipóteses, não ligam para aspectos da cultura — isso quando não tramam para simplesmente destruí-la sob os mais inconfessáveis pretextos.
A frase que foi pronunciada

“A imprensa livre é o olhar onipotente do povo, a confiança personalizada do povo nele mesmo, o vínculo articulado que une o indivíduo ao Estado e ao mundo, a cultura incorporada que transforma lutas materiais em lutas intelectuais e idealiza suas formas brutas.”
Karl Marx
Retrato de Karl Marx (1818–1883). Foto: John Jabez Edwin Mayall – Instituto Internacional de História Social.

Memória

Muito bem lembrada, por João Vicente Costa, a história de Brasília sobre o Sr. Jerônimo e D.ª Victória Abbadia Bezerra e Silva (viveu até os 102 anos), que vieram para Brasília em 1956 e ajudaram, com muito trabalho, a construir Brasília. Eram um dos primeiros moradores de onde seria a capital do país. Donos legítimos de muitos hectares. Que fique o registro desse casal que abraçou a nova capital com entusiasmo.

 

Bomba

Publicada no jornal da universidade de Berkeley, na California, entrevista com  Joel Moskowitz, que é pesquisador da Escola de Saúde Pública e diretor do Centro de Saúde Familiar e Comunitária da UC Berkeley. O professor aponta os perigos da radiação dos aparelhos de celular e o efeito que o uso prolongado pode causar às células humanas. Veja o texto em português a seguir.

–> Moskowitz: A radiação do celular é prejudicial, mas poucos querem acreditar

Por Anne Brice , Berkeley News | 1 ° DE JULHO DE 2021

mulher andando e falando ao telefone em uma estação de metrô à noite
A grande maioria dos adultos americanos – 97% – possui algum tipo de celular, de acordo com o Pew Research Center . (Foto de Susanne Nilsson via Flickr)

Por mais de uma década, Joel Moskowitz , pesquisador da Escola de Saúde Pública da UC Berkeley e diretor do Centro de Saúde Familiar e Comunitária de Berkeley, tem procurado provar que a radiação de telefones celulares não é segura. Mas, disse ele, a maioria das pessoas não quer ouvir.

“As pessoas são viciadas em smartphones”, disse Moskowitz. “Nós os usamos para tudo agora e, de muitas maneiras, precisamos que funcionem em nosso dia a dia. Acho que a ideia de que eles estão potencialmente prejudicando nossa saúde é demais para algumas pessoas. ”

Desde que os telefones celulares chegaram ao mercado em 1983, eles passaram de dispositivos desajeitados com má recepção para smartphones multifuncionais elegantes de hoje. E embora os telefones celulares sejam usados por quase todos os adultos americanos , pesquisas consideráveis sugerem que o uso a longo prazo apresenta riscos à saúde por causa da radiação que emitem, disse Moskowitz.

Joel Moskowitz
Joel Moskowitz é pesquisador da Escola de Saúde Pública e diretor do Centro de Saúde Familiar e Comunitária da UC Berkeley. (Foto da Escola de Saúde Pública)

“Celulares, torres de celular e outros dispositivos sem fio são regulamentados pela maioria dos governos”, disse Moskowitz. “Nosso governo, no entanto, parou de financiar pesquisas sobre os efeitos da radiação de radiofrequência na saúde na década de 1990”.

Desde então, ele disse, a pesquisa mostrou efeitos biológicos e de saúde adversos significativos – incluindo câncer no cérebro – associados ao uso de telefones celulares e outros dispositivos sem fio. E agora, disse ele, com a quinta geração da tecnologia celular, conhecida como 5G, há um motivo ainda maior para preocupação .

O Berkeley News conversou com Moskowitz sobre os riscos à saúde da radiação de celulares, por que o assunto é tão polêmico e o que podemos esperar com o lançamento do 5G.

Berkeley News: Acho que devemos abordar o quanto essa pesquisa é controversa. Alguns cientistas afirmam que essas descobertas são infundadas e que não há evidências suficientes de que a radiação do celular seja prejudicial à saúde. Como você responde a isso?

Joel Moskowitz: Bem, em primeiro lugar, poucos cientistas neste país podem falar com conhecimento de causa sobre os efeitos da tecnologia sem fio na saúde. Portanto, não estou surpreso que as pessoas sejam céticas, mas isso não significa que as descobertas não sejam válidas.

Um grande motivo pelo qual não há mais pesquisas sobre os riscos à saúde da exposição à radiação de radiofrequência é porque o governo dos EUA parou de financiar essa pesquisa na década de 1990, com exceção de um estudo de roedores de $ 30 milhões publicado em 2018 pelo National Institute of Environmental Health Sciences ‘Programa Nacional de Toxicologia, que encontrou “evidências claras” de carcinogenicidade da radiação do celular.

Em 1996, a Federal Communications Commission, ou FCC, adotou diretrizes de exposição que limitavam a intensidade da exposição à radiação de radiofrequência. Essas diretrizes foram elaboradas para evitar o aquecimento significativo do tecido devido à exposição de curto prazo à radiação de radiofrequência, não para nos proteger dos efeitos da exposição de longo prazo a baixos níveis de radiação de radiofrequência modulada ou pulsada, que é produzida por telefones celulares, sem fio telefones e outros dispositivos sem fio, incluindo Wi-Fi. No entanto, a preponderância de pesquisas publicadas desde 1990 encontra efeitos adversos biológicos e para a saúde da exposição de longo prazo à radiação de radiofrequência, incluindo danos ao DNA.

Mais de 250 cientistas, que publicaram mais de 2.000 artigos e cartas em periódicos profissionais sobre os efeitos biológicos e à saúde de campos eletromagnéticos não ionizantes produzidos por dispositivos sem fio, incluindo telefones celulares, assinaram o International EMF Scientist Appeal , que pede advertências e limites de exposição mais fortes. Portanto, há muitos cientistas que concordam que essa radiação é prejudicial à nossa saúde.

Ouvi você falar pela primeira vez sobre os riscos à saúde da radiação de telefones celulares em Berkeley em 2019, mas você tem feito essa pesquisa desde 2009. O que o levou a fazer essa pesquisa?

Eu entrei neste campo por acidente, na verdade. Durante os últimos 40 anos, a maior parte da minha pesquisa se concentrou na prevenção de doenças relacionadas ao tabaco. Eu comecei a me interessar pela radiação de telefones celulares em 2008, quando o Dr. Seung-Kwon Myung, um médico cientista do National Cancer Center da Coreia do Sul, veio passar um ano no Center for Family and Community Health. Ele estava envolvido em nossos projetos de cessação do tabagismo e trabalhamos com ele e seus colegas em duas revisões da literatura, uma das quais abordou o risco de tumor pelo uso de telefones celulares.

Naquela época, eu não acreditava que a radiação do celular pudesse ser prejudicial. Porém, por ter dúvidas de que a radiação do celular pudesse causar câncer, mergulhei na literatura a respeito dos efeitos biológicos da radiação de micro-ondas de baixa intensidade, emitida por celulares e outros dispositivos sem fio.

Depois de ler muitos estudos de toxicologia animal que descobriram que essa radiação poderia aumentar o estresse oxidativo – radicais livres, proteínas do estresse e danos ao DNA – fiquei cada vez mais convencido de que o que estávamos observando em nossa revisão de estudos em humanos era de fato um risco real.

Enquanto Myung e seus colegas estavam visitando o Center for Family and Community Health, você revisou estudos de caso-controle que examinaram a associação entre o uso de telefone celular e o risco de tumor. O que você achou?

Nossa revisão de 2009 , publicada no Journal of Clinical Oncology , descobriu que o uso pesado de telefones celulares estava associado ao aumento da incidência de câncer no cérebro, especialmente em estudos que usaram métodos de maior qualidade e estudos que não tiveram financiamento da indústria de telecomunicações.

No ano passado, atualizamos nossa revisão , publicada no Jornal Internacional de Pesquisa Ambiental e Saúde Pública , com base em uma meta-análise de 46 estudos de caso-controle – o dobro de estudos que usamos em nossa revisão de 2009 – e obtivemos resultados semelhantes. Nossa principal conclusão da revisão atual é que aproximadamente 1.000 horas de uso vitalício do celular, ou cerca de 17 minutos por dia em um período de 10 anos, está associado a um aumento estatisticamente significativo de 60% no câncer cerebral.

Por que o governo parou de financiar esse tipo de pesquisa?

O setor de telecomunicações tem o controle quase total da FCC, de acordo com a Captured Agency , uma monografia escrita pelo jornalista Norm Alster durante sua bolsa de 2014-15 no Centro de Ética da Universidade de Harvard. Há uma porta giratória entre a filiação à FCC e pessoas de alto nível na indústria de telecomunicações que já dura algumas décadas.

A indústria gasta cerca de US $ 100 milhões por ano fazendo lobby no Congresso. A CTIA , que é o maior grupo de lobby de telecomunicações, gasta US $ 12,5 milhões por ano com 70 lobistas. De acordo com um de seus porta-vozes, os lobistas se reúnem cerca de 500 vezes por ano com a FCC para fazer lobby em várias questões. A indústria como um todo gasta US $ 132 milhões por ano em lobby e fornece US $ 18 milhões em contribuições políticas para membros do Congresso e outros no nível federal.

A influência da indústria de telecomunicações sobre a FCC, como você descreve, me lembra da indústria do tabaco e do poder da publicidade que ela tinha ao minimizar os riscos de fumar.

Sim, existem fortes paralelos entre o que a indústria de telecomunicações fez e o que a indústria do tabaco fez, em termos de marketing e controle de mensagens para o público. Na década de 1940, as empresas de tabaco contrataram médicos e dentistas para endossar seus produtos a fim de reduzir as preocupações de saúde pública sobre os riscos do fumo. O CTIA atualmente usa um físico nuclear da academia para garantir aos formuladores de políticas que a radiação de microondas é segura. A indústria de telecomunicações não apenas usa o manual da indústria do tabaco, mas é mais econômica e politicamente poderosa do que as Big Tobacco jamais foram. Este ano, a indústria de telecomunicações gastará mais de US $ 18 bilhões em publicidade de tecnologia celular em todo o mundo.

Você mencionou que os telefones celulares e outros dispositivos sem fio usam radiação de radiofrequência modulada ou pulsada. Você pode explicar como os telefones celulares e outros dispositivos sem fio funcionam e como a radiação que eles emitem é diferente da radiação de outros eletrodomésticos, como um microondas?

Basicamente, quando você faz uma chamada, você tem um rádio e um transmissor. Ele transmite um sinal para a torre de celular mais próxima. Cada torre de celular possui uma célula geográfica, por assim dizer, na qual pode se comunicar com telefones celulares dentro daquela região geográfica ou celular.

Em seguida, essa torre de celular se comunica com uma estação de comutação, que então procura para quem você está tentando ligar e se conecta por meio de um cabo de cobre ou fibra óptica ou, em muitos casos, uma conexão sem fio por radiação de microondas com o ponto de acesso sem fio . Então, esse ponto de acesso se comunica diretamente por meio de fios de cobre por meio de um telefone fixo ou, se você estiver ligando para outro celular, enviará um sinal para uma torre de celular dentro da célula do receptor e assim por diante.

A diferença é o tipo de radiação de microondas que cada dispositivo emite. No que diz respeito aos telefones celulares e Wi-Fi e Bluetooth, existe um componente de coleta de informações. As ondas são moduladas e pulsadas de uma maneira muito diferente do seu forno de micro-ondas.

Quais são, especificamente, alguns dos efeitos à saúde associados à exposição de longo prazo à radiação de radiofrequência modulada de baixo nível emitida por dispositivos sem fio?

Muitos biólogos e cientistas do campo eletromagnético acreditam que a modulação de dispositivos sem fio torna a energia mais biologicamente ativa, o que interfere em nossos mecanismos celulares, abrindo canais de cálcio, por exemplo, e permitindo que o cálcio flua para a célula e para as mitocôndrias dentro da célula, interferindo em nossos processos celulares naturais e levando à criação de proteínas de estresse e radicais livres e, possivelmente, danos ao DNA. E, em outros casos, pode levar à morte celular.

Em 2001, com base na pesquisa epidemiológica biológica e humana, os campos de baixa frequência foram classificados como “possivelmente carcinogênicos” pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde. Em 2011, o IARC classificou a radiação de radiofrequência como “possivelmente carcinogênica para humanos”, com base em estudos de radiação de celular e risco de tumor cerebral em humanos. Atualmente, temos consideravelmente mais evidências que justificariam uma classificação mais forte.

Mais recentemente, em 1º de março de 2021, foi divulgado relatório do ex-diretor do Centro Nacional de Saúde Ambiental dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças , que concluiu que há uma “alta probabilidade” de que a radiação de radiofrequência emitida por celulares cause gliomas e neuromas acústicos, dois tipos de tumores cerebrais.

Vamos falar sobre a quinta geração da tecnologia de celular, conhecida como 5G, que já está disponível em áreas limitadas nos Estados Unidos. O que isso significa para os usuários de celular e que mudanças virão com isso?

Pela primeira vez, além do micro-ondas, essa tecnologia vai empregar ondas milimétricas, que têm frequência muito maior do que as micro-ondas usadas pelo 3G e 4G. As ondas milimétricas não podem viajar muito longe e são bloqueadas por neblina ou chuva, árvores e materiais de construção, então a indústria estima que precisará de 800.000 novos locais de antenas de celular.

Cada um desses sites pode ter antenas celulares de vários provedores de telefonia celular, e cada uma dessas antenas pode ter microarrays consistindo em dezenas ou mesmo centenas de pequenas antenas. Nos próximos anos, nos Estados Unidos, veremos a implantação de cerca de 2,5 vezes mais antenas do que o uso atual, a menos que os defensores da segurança sem fio e seus representantes no Congresso ou no sistema judiciário parem com isso.

Como as ondas milimétricas são diferentes das microondas, em termos de como elas afetam nossos corpos e o meio ambiente?

A radiação de ondas milimétricas é amplamente absorvida na pele, nas glândulas sudoríparas, nos nervos periféricos, nos olhos e nos testículos, com base no corpo de pesquisas que tem sido feito em ondas milimétricas . Além disso, essa radiação pode causar hipersensibilidade e alterações bioquímicas nos sistemas imunológico e circulatório – coração, fígado, rins e cérebro.

Ondas milimétricas também podem prejudicar insetos e promover o crescimento de patógenos resistentes a medicamentos, portanto, é provável que tenham alguns efeitos ambientais generalizados para os microambientes ao redor dessas antenas celulares.

Quais são algumas coisas simples que cada um de nós pode fazer para reduzir o risco de danos causados pela radiação de telefones celulares e outros dispositivos sem fio?

Primeiro, minimize o uso de telefones celulares ou sem fio – use um telefone fixo sempre que possível. Se você usa um telefone celular, desligue o Wi-Fi e o Bluetooth se não os estiver usando. No entanto, quando estiver perto de um roteador Wi-Fi, seria melhor usar seu celular no Wi-Fi e desligar o celular, porque isso provavelmente resultará em menos exposição à radiação do que usar a rede celular.

Em segundo lugar, a distância é sua amiga. Manter o celular a 25 centímetros de distância do corpo, em comparação com um décimo de polegada, resulta em uma redução de 10.000 vezes na exposição. Portanto, mantenha o telefone longe da cabeça e do corpo. Guarde seu telefone em uma bolsa ou mochila. Se você tiver que colocá-lo no bolso, coloque-o no modo avião. Envie mensagens de texto, use fones de ouvido com fio ou viva-voz para fazer chamadas. Não durma com ele próximo à sua cabeça – desligue-o ou coloque-o em outro cômodo.

Terceiro, use o telefone apenas quando o sinal for forte. Os telefones celulares são programados para aumentar a radiação quando o sinal é fraco, ou seja, quando uma ou duas barras são exibidas em seu telefone. Por exemplo, não use o telefone no elevador ou no carro, pois as estruturas metálicas interferem no sinal.

Além disso, incentivo as pessoas a aprenderem mais sobre os mais de 150 grupos locais afiliados ao Americans for Responsible Technology , que estão trabalhando para educar os formuladores de políticas, incitando-os a adotar regulamentos de torres de celular e limites de exposição que protegem totalmente a nós e ao meio ambiente dos danos causados por radiação sem fio.

Para dicas de segurança sobre como reduzir a exposição à radiação sem fio do Departamento de Saúde Pública da Califórnia e outras organizações, Moskowitz recomenda que os leitores visitem seu site, saferemr.com , Physicians for Safe Technology e Environmental Health Trust.

 

Limão e limonada

Trifill e Lupo foram as empresas brasileiras que mais apostaram na fabricação de máscaras. A Lupo está perto dos R$200 milhões de faturamento com a venda de máscaras tanto para adultos quanto para crianças.

Foto: lupo.com

 

Negligência

Resta saber se a empresa pouco caprichosa que está fazendo a reforma no asfalto do Lago Norte, ao lado do Iguatemi, vai consertar os estragos já feitos nas calçadas, gramado e meios-fios.

 

Prata da casa

Toninho Pop é uma das vozes mais conhecidas da cidade. Na imprensa desde menino, Toninho é um arquivo vivo da história do jornalismo em Brasília.

 

Mais uma

Suspensa a produção de soja no DF até setembro. Todos as áreas de produção devem estar vazias para prevenir da Ferrugem Asiática. O “vazio sanitário” foi adotado também por mais 13 Estados.

Foto: Pixabay
História de Brasília
Resta que a Novacap tome a si a providência de restaurar os mercadinhos, entregando-os a quem queira vender barato e com fartura. Não é o que está acontecendo atualmente. (Publicado em 06.02.1962)

Bem-vindo à selva cabocla

Publicado em Deixe um comentárioÍntegra

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: PF/Divulgação

 

Não é nada fácil a vida de delegados, juízes, promotores ou quaisquer outros profissionais da justiça, que fazem, da lei, o objetivo central de suas funções, e que por, força do cargo, se veem obrigados a residir e exercer suas tarefas na imensa e nada amistosa região amazônica.

Há muito se sabe que essa região e, sobretudo, os milhares de quilômetros de fronteira seca, entre o Brasil e os países da América Latina, representam um teste para todo profissional da justiça, incluindo policiais e militares, devido aos perigos e desafios que ocorrem rotineiramente naquela parte do Brasil. Esses abnegados profissionais da justiça sabem muito bem que estabelecer os ditames da lei numa região selvagem e hostil pode lhes custar a própria vida.

Quadrilhas numerosas e fortemente armadas e com ramificações variadas na sociedade e no establishment local fazem desse trabalho uma missão para poucos. O intenso comércio ilegal de produtos das mais variadas espécies, capaz de enriquecer um indivíduo da noite para o dia, é um chamariz natural para toda sorte de aventureiros e de gente disposta a tudo para fazer fortunas fáceis.

Definitivamente esse não é um lugar seguro para operadores da justiça ou outros profissionais medrosos. São inúmeras as histórias de juízes e outros operadores da justiça que passam 24 horas do dia sob intensa proteção policial, dormindo cada noite num lugar, muitas vezes na própria delegacia, porque ousaram enfrentar o crime organizado da região. Mesmo assim, muitos deles perderam a vida ao primeiro descuido.

Fosse esse o único perigo que enfrentam, ainda estaria tudo sob controle. O pior, nesse mundo sem lei, é que muitas vezes o inimigo se esconde do lado de dentro da muralha, sob a forma de um policial cooptado pelo crime ou mesmo de empresários e políticos cujas fortunas provêm muitas vezes de atividades ilícitas e outras empreitadas ilegais rendosas.

O perigo maior para todo o xerife honesto que se aventura nesse faroeste caboclo é saber identificar o verdadeiro chefão e operador dessas quadrilhas, que agem como fantasmas na noite, mas que deixam um rastro de destruição e mortes por todo o lado. Escondidos nas mais altas posições sociais e institucionais locais, esses cidadãos insuspeitos utilizam do status que alcançaram para dar livre trânsito ao trabalho das quadrilhas, quer facilitando-lhes o exercício do crime, ou livrando-lhes da perseguição da justiça.

Usam da influência que possuem para dinamizar e dar uma certa aparência legal a seus negócios escusos. Da exploração ilegal de madeira, ouro, pedras preciosas, minérios raros, até do furto e exportação de espécies exóticas da flora e fauna é que vêm boa parte dessas fortunas mal explicadas, além, é claro, do contrabando de armas e drogas. Com essa gente poderosa e com trânsito livre na capital e no Poder, todo o cuidado é pouco.

Qualquer bisbilhotice maior que possa revelar ou mesmo indicar a possibilidade da existência desses negócios escusos, operados por essa elite local, pode custar aos representantes da justiça ou o cargo, com sua transferência imediata e sem aviso prévio ou motivo, ou, em último caso, a cabeça do próprio ousado. É essa a realidade que há décadas temos naquela parte do Brasil e que muitos fingem não enxergar.

A frase que foi pronunciada:

Ninguém é dono da multidão, ainda que creia tê-la dominada.”

Eugène Ionesco

Eugène Ionesco. Foto: wikipedia.org

Será

Leitora nos envia um lembrete. Alguém está monitorando o Sr. Deputado Jean Willys?

Jean Willys. Foto publicada em seu perfil oficial no Instagram.

Amplidão

Estava mesmo precisando de uma boa reforma, o Setor de Rádio e TV Sul. Parte tão antiga da cidade estava esquecida no tempo. Novas calçadas dão conforto e segurança aos pedestres e motoristas.

Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Sempre Verde

Um quadro iluminado, na avenida W3, que definia a velocidade ideal para o motorista pegar todos os sinais abertos era de uma tecnologia simples e ideia inteligente. O acidente de ontem na W3 mostra que, se ainda existisse o aparato, as pessoas estariam mais seguras.

Prova cabal

Uma casa sem hierarquia vira anarquia. Um povo sem instituições que se respeitem perde todo o respeito pelas regras. É o caso do lockdown. STF, STJ, PGR, Governo Federal e governo local não se entendem e o cidadão fica completamente perdido. Estamos definitivamente sem segurança jurídica.

Charge do Amarildo

História de Brasília

Outro dia, o sr. Ibrahim Sued dizia em sua coluna sobre um baile no qual não serão aceitas máscaras: para quê, se somos mascarados o ano inteiro? (Publicada em 31.01.1962)

Uma data inesquecível

Publicado em Deixe um comentárioÍntegra

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Arte: bbc.com

 

Duas eleições, quase simultâneas, disputadas em dois países diferentes e com a participação, de pelos menos, 100 milhões de eleitores, terão, cada uma de acordo com suas consequências específicas, o condão de, direta ou indiretamente, influenciar o pleito para as próximas disputas ao cargo de presidente da República do Brasil em 2022.

Tanto os resultados da eleição para a presidência nos Estados Unidos quanto os derivados dos pleitos municipais apontarão, ao menos, que direções tomarão as disputas daqui há dois anos. Isso por uma razão até singela: o presidente Jair Bolsonaro, cuja a velocidade da língua supera à do raciocínio lógico, já declarou, aos quatro ventos, sua predileção por determinados candidatos, rompendo, quem sabe, um ensinamento básico da escola política, que orienta discrição em momentos incertos e imprevisíveis como estes.

Apuradas as urnas nesses dois mundos distantes e em razão de opções fora da hora, o cidadão brasileiro saberá, com certa antecipação, quanto de horizonte de mandato resta ao atual presidente. A depender desses resultados, interno e externo, restará ao presidente do nosso país, enveredar por onde sopra o vento ou se aventurar a lutar contra as águas turvas do destino. Por certo, o presidente Bolsonaro percebe essa encruzilhada armada à sua frente.

A depender de sua capacidade de adaptação aos fatos novos, todo o restante de seu mandato e, quiçá o próximo, estará delineado bem debaixo de seus olhos. A oposição também sabe da importância desses dois pleitos realizados agora e já se articula com aquilo que eventualmente sobrou dela nesses últimos anos, para melhor chegar em 2022.

Talvez o mais surpreendente, em meio a esses cenários que ocorrem dentro e fora do país, seja o fato de que, mesmo sob o regime severo de uma pandemia que vai minando qualquer possibilidade de recuperação da economia mundial e, particularmente, da nossa, o governo brasileiro segue sua trajetória de campanha política ininterrupta, desde 2018.

Quem sabe a mobilização inédita, havida nos Estado, para atrair o eleitorado, mesmo sob a condição de voto facultativo, não desperte também, aqui no Brasil a mobilização dos cidadãos, submetidos ao regime de voto obrigatório discutir a tecnologia utilizada das eleições. Aplicativos para telefones celulares, redes da internet em comunicação direta com o planeta, aparelhos sofisticados capazes de alcançar qualquer uma das mais altas torres de vigilância, onde são observados por um mundo de sentinelas atentos.

Toda a parafernália eletrônica seria apenas para servir de ferramenta de fiscalização e não como possibilidade de exercer o direito do voto. Basta observar que o país, por hora, mais poderoso do mundo não adotou a urna eletrônica. Acredita no voto pelos Correios, mas não em uma urna eletrônica.

O cidadão exerce a democracia de modo que, se houver qualquer dúvida pelo pleito, é possível a recontagem de voto a voto, cédula a cédula de votação. Decidindo, o STF, de que essa eleição será sem o voto impresso, com as fundamentações baseadas em papéis de casca de ovo, num veredito pra lá de discutível, dadas as severas desconfianças que pesam sobre as urnas eletrônicas, todo o cuidado é pouco, principalmente quando já se conhece o potencial de nossos políticos para contornar as barreiras da lei para impor seus próprios desígnios.

Diversas iniciativas visando aumentar a transparência de todo o pleito já estão disponíveis para serem baixados nos celulares dos eleitores. O mais atual, chamado de Barômetro da Corrupção, é capaz de fornecer, por enquanto, informações sobre eventuais processos na justiça de mais de 850 políticos. Trata-se de uma ferramenta preciosíssima para peneirar aqueles candidatos enrolados com a lei. Esse mesmo aplicativo será capaz, em breve, de fornecer informações completas sobre a folha corrida de mais de sete mil candidatos que estarão disputando as próximas eleições. Ou seja, toda a vida pregressa dos postulantes estará disponível a um toque do celular, possibilitando, ao eleitor, possuir, em tempo real, o dossiê de seus candidatos, enquanto aguarda na fila de votação.

Existe, ainda, à disposição do eleitor, o aplicativo Ranking dos Políticos, que acompanha a performance de cada um dos 513 deputados e dos 81 senadores e que já conta com mais de um milhão de seguidores nas redes sociais. Cientistas políticos concordam que o surgimento dessas ferramentas contribui de forma positiva nas eleições, municiando os cidadãos com perfil fiel dos postulantes, melhorando, significativamente, a transparência das eleições.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Essa iniciativa levará a uma grande fraude eleitoral. A eleição de 2020 foi fraudada.”

Presidente norte-americano Trump sobre o voto pelos Correios.

 

Sem respeito

Provavelmente, o espaço Panorama tem atormentado a vida dos vizinhos que pagam o IPTU mais caro da cidade. No último fim de semana, um trio elétrico impediu o descanso, como dizia o filósofo de Mondubim, ao redor de 7 léguas. Estranho nisso tudo é que há lei para o silêncio, mas nem todos cumprem. Talvez porque tenham a certeza de que órgãos de fiscalização de Brasília para esse fim são parciais, incompetentes, ineficientes e inócuos.

 

Mais uma

Cachorros de grande porte na rua sem focinheira é mais comum de se ver do que se imagina. Também não há fiscalização.

Foto: canaldopet.ig.com

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Provavelmente não se realizará agora o concurso para médicos no IAPC. É voz corrente que a sua realização se efetivará somente depois da aprovação do projeto 620. (Publicado em 19/01/1962)