Tenha fé no jogo

Publicado em Íntegra

 

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam) Desde 1960,

com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

 

“Fazer uma fezinha”, que no jargão dos apostadores significa simplesmente apostar num determinado jogo de azar, agora pode ser interpretado também como ter fé na bancada evangélica, pois com ela o retorno dos cassinos ao país será garantido, mesmo que isso vá totalmente contra os preceitos contidos no Livro Sagrado que esses políticos celestes juram conhecer em profundidade.

Numa frase resumida, poderíamos afirmar, sem medo de errar, que o que se viu na noite dessa quinta-feira na Câmara dos Deputados, com a aprovação dupla da isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para os templos religiosos, e da aprovação do regime de urgência, para a tramitação do projeto de lei que permite o retorno dos cassinos e dos bingos ao país foi, uma manobra digna da mais clara manifestação de hipocrisia já vista nos últimos tempos.

Desde que assumiu a presidência da Casa Arthur Lira, por sua ações, não consegue esconder de ninguém que tem, entre suas metas políticas, a aprovação total das atividades dos cassinos e dos bingos em todo o país. Os reais , e talvez inconfessáveis, interesses que estariam por trás dessa manobra, ainda não estão bem claros para muita gente. Sobretudo para a grande maioria dos cidadãos de bem desse país que que já sabem, de antemão, que essa volta à um passado, que não mais existe e que não tem sentido algum agora, trará, à tiracolo, um conjunto de outros malefícios a serem incorporados à um país, já mundialmente famoso pela violência e pelo poderio, sem limites, do crime organizado.

Já se sabe também que esse poderio adquirido pelo crime organizado, que comanda largas parcelas do território urbano, ao mesmo tempo em que compra por suborno, a proteção de policiais e outros altos figurões da República, para que aplaine suas atividades dentro e fora dos presídios, vai estendendo seus braços por dentro do campo político, financiando candidaturas e se opondo à outras contrárias aos seus desígnios.

A possível aprovação dos cassinos e bingos, que agora ganha outro patamar, com a tramitação de urgência, um expediente que deveria ser usado apenas para casos de grande interesse nacional, servirá, como já foi, aqui mesmo dito, para financiar, em larga escala o crime organizado e todos aqueles que vivem sob sua sombra.

O que se estranha, se é que isso ainda é possível nesse país surreal, é que a bancada evangélica, também conhecida como bancada da Bíblia, que sempre se pronunciou, da boca para fora, contra a jogatina, e conforme está contido no Livro Sagrado, tenha se aliado àqueles que sempre desejaram a volta dos chamados “Palácios do Azar”. Nesses estabelecimentos, transformados em verdadeiras agências bancárias do crime, onde o dinheiro de outras atividades ilegais será imediatamente branqueado, a sorte fica apenas com os malfeitores e todos aqueles que se beneficiam com essa atividade.

Para um país imerso em problemas sociais, econômicos e políticos, gravíssimos, e que nos coloca na rabeira e nos subúrbios do mundo civilizado, a volta dos cassinos, acrescenta o que poderá ser a gota d’água para o transbordamento da nação. Mesmo em países como os Estados Unidos, onde a lei existe e é cumprida, existem problemas sérios envolvendo os cassinos e sua manipulação por máfias especializadas. Aqui, onde os órgãos de fiscalização, funcionam à nossa imagem e semelhança, a chegada dos cassinos será uma festa.

O pior é que amanhã, quando tudo estiver perdido, os responsáveis por essas manobras nefastas, já não poderão ser mais punidos, ficando a conta da banca, nas costas dos brasileiros, que tudo permitem.

 

A frase que foi pronunciada:

 

“Eu vou lá quando eu quiser. Essa CPI é minha. Tem o meu nome. E eu vou ser solto.”

Carlos Cachoeira

 

Turista

Russa em passeio na capital ficou encantada com o número de árvores frutíferas ao longo do Eixão. Alguns moradores plantam, mas sempre iremos lembrar do plantador de árvores de Brasília: Osanan Coelho

 

Sem auditoria

No bar do Luiz no Lago Norte colocaram tudo em uma sacola só. O resultado dessas pesquisas de opinião sobre o próximo presidente e a urna eletrônica.

 

Prepare seu coração

Parece que no aeroporto de Brasília o STF não mandou bem. Avião do México chegou e muitos passageiros não mostraram o passaporte de vacinação.

 

História de Brasília

E DCT é desorganização muito antiga para corrigir com duas penadas. Um telegrama, por exemplo, é recebido com recibo, transmitido com recibo, arquivado na origem com recibo, arquivado no destino com recibo, e depois de tôda essa precaução, é entregue a um menino, muitas vezes irresponsável, para a entrega ao destinatário. (Publicada em 16/02/1962)

It's only fair to share...Share on Facebook
Facebook
Share on Google+
Google+
Tweet about this on Twitter
Twitter
Share on LinkedIn
Linkedin