Avesso

Publicado em ABERTURA

Uma das consequências mais salientes de declarações dadas sem o devido freio da razão é que elas têm o poder de revelar muito mais do que pretendia o próprio parlapatão. Falar sem pensar deixa brechas escancaradas para a interpretação das entrelinhas, que, ao fim e ao cabo, é o que interessa e importa. É preciso ver o que foi dito, enxergar as palavras no contexto próprio.

Reagrupadas na sua ordem natural, as palavras, soltas ao vento, acabam por sussurrar a verdade. Na declaração em que a presidente Dilma desafiou os investigadores e a oposição a continuar virando sua vida do avesso já que sobre ela não paira nenhum embaçamento, mais uma vez a frase apresenta as chaves que abrem as portas para adentrar, pelas beiradas, o universo dilmiano.

Abre-se aqui um parêntese no tempo, para lembrar que uma das primeiras medidas de Dilma à frente da Casa Civil foi virar a vida de Ruth Cardoso do avesso, ocasião em que foram expostas ao público as despesas com os cartões corporativos da primeira-dama, com informações inverídicas, na tentativa de desconstruir a figura da respeitada antropóloga.

O termo avesso aparece nessa declaração como arquétipo íntimo que revela, antes de tudo, um estado consciente da situação de estar com a vida pessoal virada pelo avesso. No avesso está a verdadeira fantasia, o que está oculto. O avesso de uma roupa revela as costuras e as emendas do tecido, os bastidores e as fragilidades.

No caso do Brasil, depois de mais de uma década, o país foi literalmente virado às avessas. Nessa situação, o país retrocedeu para o período imediatamente anterior ao Plano Real, da hiperinflação. No caso do governo, as investigações do mensalão e da Lava-Jato expuseram o avesso ou os bastidores do poder. Ao país foi apresentado o avesso de um partido que declarava que iria pôr fim a tudo que aí está.

O fim do embaçamento revelou as urdiduras de um grupo ou camarilha no poder. O embaçamento das vidraças do Palácio do Planalto com medidas populistas impediu que a população visse o que realmente se passava no Palácio do Planalto. O embaçamento da visão e da realidade é forma de cegueira seletiva a impedir a presença do mundo real.

Enquanto os mais próximos vão tombando um a um a seu lado, prossegue a sucessora, pelo troar seu fantasma: podem me virar do avesso que não vão encontrar nada. O que o avesso tem revelado é o que esta aí aos pedaços para todo mundo ver. Basta abrir os olhos.

Concurso

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“Robotização no Poder Judiciário” parece título pejorativo, mas não é. Trata-se de concurso que vai estimular o uso de robôs que tenham programação para tratar de ações repetitivas, agilizando o Judiciário. A iniciativa é da Associação dos Juízes Federais do Brasil em parceria com o Instituto Brasileiro de Administração dos Sistema Judiciário.

Release

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Roberto Macedo pode se preparar para a prévia do carnaval. Neste sábado, a partir das 12h, os Blocos Tradicionais se reúnem para a preparação do Carnaval de Rua de 2016. O ensaio acontecerá na 302 Norte, com muito axé, samba, frevo, tradicionais marchinhas do Pacotão. Também estarão presentes os blocos carnavalescos Raparigueiros, Baratona, Asé Dudu, Mamãe Taguá, Menino de Ceilândia, Galinho de Brasília, Pacotão, Baratinha, todos filiados à Liga dos Blocos Tradicionais de Brasília

Desdém

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No verdadeiro regime absolutista  em que o Brasil mergulhou de cabeça nestes últimos anos, não causa surpresa a ninguém o fato de as autoridades do governo levarem uma vida totalmente descolada do restante da população.

Para eles estão reservados tratamento de elite. Transportes privativos em carros de luxo, atendimento em hospitais caríssimos e de ponta, hospedagem nos melhores hotéis do planeta, com diárias que superam o que um trabalhador comum ganharia por  anos de serviço, pagamento de aluguéis, mesmo possuindo residência na localidade, verbas indenizatórias de toda a espécie, mimos  e mordomias mil. Tudo , obviamente, pago com o suado dinheiro do contribuinte. Para o restante da população… basta conferir nos noticiários diários.

Quase todos os dias morre um brasileiro na porta de algum hospital público , quer porque  está fechado, ou não tem médico ou vaga nas UTIs ou não possuem os equipamentos e medicamentos necessários para o correto atendimento, ou mesmo o despreparo do corpo médico para diagnosticar, acelerando a hora da morte. Para  a maioria que necessita de serviços públicos nas áreas de  saúde, segurança e educação  o inferno é o que encontram.

As semelhanças entre a Europa da era absolutista e o Brasil atual são fantásticas. O divórcio entre as condições de vida da sociedade e as elites no poder são as mesmas daquele período. Talvez a única diferença resida no fato de que as elites que compunham o absolutismo antigo, possuíam , na sua maioria, uma  esmerada educação.

Hoje o que se encontra no comando do país, são, para ficar na síntese,  pessoas de inteligência rasa,  cuja a estultice saltam aos olhos, mas que conseguem ainda enganar o grande público com sua verborragia hipnótica, escudada pela blindagem que o poder lhes confere.

Basta uma consulta nos livros, que relatam as condições de vida daquela época, para que se tenha uma certeza histórica: o status quo daqueles nobres , com todo o fausto que demonstravam, advinha da cobrança desmedida de inúmeros impostos, taxas, obrigações e outras formas de extorsões legalizadas.

Talvez aí o absolutismo perca em expertise para o refinamento e o volume de recursos alcançados pelos serviços de arrecadação  de impostos da atualidade. Hoje, cobra-se muito mais da sociedade do que naquela época. Em alguns países, principalmente os nórdicos e os desenvolvidos, a alta taxa de impostos retorna em forma de excelentes serviços públicos e de segurança previdenciária. Não é o caso do Brasil. Aqui a carga de impostos é elevada, mas a qualidade dos serviços devolvidos é o que não se vê.

Exemplo prosaico dessa disparidade de tratamento aconteceu nos primeiros dias do ano. Gabriel de 12 anos, listado na morosa fila de espera de transplante de órgão, recebeu a notícia que havia um coração  compatível para seu caso . O órgão estava a menos de mil quilômetros de distancia. Como não foi possível obter um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) naquele momento, para o transporte,  a operação deixou de ser realizada. A FAB, que muitos apelidam hoje de FABtur.

Cidadania

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Um casal em Santa Maria resolveu parar de reclamar e adotou um lugar que era usado para descarte de lixo. Flores, árvores e uma pequena horta foram o suficiente para intimidar a parte da população que desconhece a urbanidade. Parabéns à dona Maria e sr. Francisco.

Diagnóstico

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​Inúmeros atendimentos nos hospitaispúblicos e particulares, principalmente nasemergências são prejudicados pelo cansaço oudespreparo dos profissionais recém formados.Sem diagnostico a vários meses uma pacienteouviu a frase depois de ser atendida por um médico experiente em consulta particular. “Issonão é um mioma minha filha. Você está grávida e esse é seu filho!” .

Caminhos

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Merece uma revisão a sinalizaçao da cidade. A populacao  e os visitantes tem reclamado constantemente. Na entrada para as quadras pares do Lago Norte, até hoje a direta livre nao foi compreendida, nem adotada pelos motoristas. Nucleo Bandeirantes e percurso até o aeroporto só por extinto.